sábado, 21 de maio de 2005

Chega de Horóscopo bonzinho...!!

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...As vezes alguém precisa falar o que ninguém tem coragem,
então lá vai um horóscopo real!!!

AQUÁRIO (23 jan a 22 fev)
Você tem uma mente inventiva e dirigida para o progresso. Você
mente e comete os mesmos erros repetidamente porque é imbecil e teimoso.
Adora novelas, se reunir em grupos e ser fashion. Se você é homem,
cuidado! Os aquarianos são ótimos sindicalistas e estilistas, às vezes,
ambos ao mesmo tempo.

PEIXES (23 fev a 22 mar)
Você é do tipo sonhador, místico, sensível e costuma se doar
muito. Se você é homem, as suas chances de ser viado são muito grandes.
Você é cheio de conselhos fúteis e não faz nada além de encher o saco de
todos que se aproximam de você. As piscianas dão boas apresentadoras de
programa infantil e atrizes pornô.

ÁRIES (23 mar a 23 abr)
Você se acha muito honesto, íntegro, independente e poderoso.
Bom, é o que você acha. Você adora mandar e botar tudo pra ferver, desde
que do seu jeito, mesmo que seja na porrada. E no fundo... bem no
fundo...é um coração-de-manteiga (embora d-e-t-e-s-t-e admitir).
Você não consegue influenciar ninguém, apesar de ficar o tempo todo tentando
exibir seu poder. Gosta de parecer muito liberal, mas fica desesperado se
as coisas fogem do seu controle. Aliás, o que vc queria mesmo é dominar o mundo! Os arianos são ótimos juízes, sogras, lutadores de jiu-jitsu e
professores de educação física.

TOURO (23 abr a 22 mai)
Você tem uma determinação canina e trabalha como um condenado.
A maioria das pessoas pensa que você é um pão-duro e especialmente cabeça-dura
e estão certas. Sua persistência faz de você um puta de um chato.
Você é guloso, adora a natureza, o belo e ser amado. Taurinos são
bons tri-atletas, vendedores de enciclopédia e decoradores.

GÊMEOS (23 mai a 22 jun)
Você é comunicativo, curioso, bem humorado, inteligente e tem
duas caras. Sua inconstância e preguiça fazem de você um manipulador de
primeira. Você não liga pro que os outros sentem e adoram distribuir
chifres por aí. geminianos costumam fazer muito sucesso na política, no
circo, na novela das oito e pulando a cerca.

CÂNCER (23 jun a 22 jul)
Você é solidário, defensivo e compreensivo com os problemas
das outras pessoas, o que faz de você um xarope. Você se acha pé frio e
mal amado. Sua compaixão, sensibilidade e emotividade fazem do homem de
Câncer uma tremenda de uma bichona. Os cancerianos são ótimos cabeleireiros,
melhores amigas e leitores de romance.

LEÃO (23 jul a 22 ago)
Você se considera um líder natural. Os outros acham você um
idiota completo. Você é vaidoso, arrogante e impaciente, como se fosse a
última Coca-Cola gelada no deserto e costuma lidar com críticas na base
da porrada. Os leoninos são ótimos guardas de trânsito, ditadores e
emergentes.

VIRGEM (23 ago a 22 set)
Você é do tipo lógico, trabalhador, analítico, tímido e odeia
desordem. Sua atitude detalhista e organizada é enjoativa para
seus amigos e colegas de trabalho. Você é frio, não tem emoções
e freqüentemente dorme enquanto está trepando. Virginianos dão bom cobradores de
ônibus, costureiras e contadores de peças de quebra-cabeças.

LIBRA (23 set a 22 out)
Você é do tipo artístico, discreto, equilibrado e idealista,
com muito gosto pelo harmonioso e esteticamente belo. Se você for homem, provavelmente é bem fresco. Você sente necessidade de proteger os outros e lutar contra as injustiças, mas
esperando algo em troca. e embora não goste de admitir, é um puta teimoso irritante
até o último! Os librianos são perfeitos na advocacia, arquitetura e gerenciando casas
de tolerância.

ESCORPIÃO (23 out a 22 nov)
Você é o pior de todos: desconfiado, vingativo, obsessivo,
rancoroso, frio, orgulhoso, pessimista, malicioso, cínico, fofoqueiro e
cobra nos negócios. Você é o perfeito filho da puta, só ama sua mãe e
a si mesmo. Aliás, alguns de vocês não amam nem a mãe! O escorpiano leva
jeito para terrorista, nazista, dentista, fiscal da receita e juiz de
futebol.

SAGITÁRIO (23 nov a 22 dez)
Você é otimista, aventureiro, entusiástico e tem uma forte
tendência a confiar na sorte. O que é necessário para quem é imprudente,
exagerado, indisciplinado, irresponsável, infantil, sem concentração e
limitado. Isso explica porque a maioria dos sagitarianos são bêbados.
São ótimos garçons, jornalistas e bicheiros.

CAPRICÓRNIO (23 dez a 22 jan)
Você é conservador, sério, frio e inflexível como uma baixela
de inox. Sua fidelidade e paciência não encobrem seu lado materialista e
ambicioso, mas quem se importa? Se a grana está entrando...
Os capricornianos são um sucesso como bancários, banqueiros, agiotas ou
mesmo contando dinheiro seu próprio em casa.

Cada um que pegue a sua luva e calce!
He!

quinta-feira, 19 de maio de 2005

SONHO COM ELA....

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Eu sonho com ela
Quando o sono tranqüilo me rodeia
Eu penso nela
Como as quedas de chuva suavemente
Eu penso nela
Quando há canto de uma linda sereia
Eu penso nela
Como as danças folclóricas alegremente
Eu penso nela
Eu a pouco não posso parar
pensando nela
Eu não quero parar
pensando nela
Eu não devo parar
pensando nela
Eu a pouco quero a segurar
a tocar
a sentir
a respirar
Eu a pouco a quero
me encher completamente
me fazer o seu amado
me delirar
Quando o sono finalmente chegar
Eu sonho com ela

terça-feira, 17 de maio de 2005

Acredito em você, Amiga

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Acredito em você, Amiga:
Pois o teu sorriso é como o raio de luz
que alegra minha existência.

Acredito em você, Amiga:
Se teus olhos brilham de alegria ao encontrarmos.

Acredito em você, Amiga:
Se compartilhas minhas lágrimas e
sabes chorar com os que choram.

Acredito em você, Amiga:
Se tua mão está aberta para dar e
tua vontade é generosa para ajudar.

Acredito em você, Amiga:
Se tuas palavras são sinceras e
expressam o que sente teu coração

Acredito em você, Amiga:
Se sabes entender bondosamente minhas debilidades e
me defendes quando das calunias.

Acredito em você, Amiga:
Se tens coragem de me corrigir docemente.

Acredito em você, Amiga:
Se sabes orar por mim,
e brindar-me com o bom exemplo.

Acredito em você, Amiga:
Se tua amizade me leva a amar mais a Deus
e a tratar melhor a os demais.

Acredito em você, Amiga:
Pois não tens vergonha de ser minha amiga
nas horas tristes e amargas.

Todos os dias....
O tempo todo!

segunda-feira, 16 de maio de 2005

A INQUISIÇÃO: Caça ás bruxas



O estranho 13, das sextas-feiras, (noites de sabá), impõem maior respeito ao imaginário popular; se a noite for de lua cheia então...


A sexta-feira é 13. E Muita gente tem medo dela! Seu nome sugere feitiçaria e, para muitos, sua ocorrência no calendário é prenúncio do azar. Toda sexta-feira, entretanto, acha-se associada à idéia do Sabá, como ficou conhecido a partir da época medieval o festim em que as bruxas reunidas banqueteiam em presença do Maligno. Também às sextas, à luz da lua cheia, os amaldiçoados lobisomens se transformam, e os vampiros propalam-se em vôo sedento de sangue à procura de suas vítimas.


Mas, e quanto ao número 13? É o número da morte, do azar, do mau agouro, dizem alguns. Para outros, contradizendo, pode simbolizar a sorte por trazer em si as transformações, visto que o 13 representa o rompimento dos limites, a quebra dos padrões estatutários impostos pelo 12. Expliquemos melhor. O 12 expressa as coisas inteiras, os sistemas fechados e completos. Observe-se que são 12 os meses do ano, as horas do dia e da noite; também o número de deuses do Olimpo e de constelações e signos do zodíaco; e 12 são as notas musicais, tons e semitons. Já o 13 é aquele que ultrapassa a ordem conhecida das coisas, promove a revolução do novo, e se intromete em nosso mundo de modo a perturbar nossa aparente sensação de segurança, advinda da ordinária dimensão à qual estamos acostumados. Associado ao jogo, às vicissitudes da vida, igualmente à sorte e ao azar, o 13 ainda compõe o número de cartas de cada um dos 4 naipes dos baralhos comuns. E eram 12 os apóstolos presentes à última ceia de Cristo, de onde se criou a superstição medieval de que quando 13 se reúnem à mesa para comer, um em breve irá morrer.


Na mitologia assírio-babilônica, faz mais de 8 mil anos a crença de que “Isthar”, a lua, tornava-se indisposta a cada plenilúnio, quando então se observava o ‘sabattu’, período de recolhimento dos homens em respeito à Grande Deusa. Veja-se que provém da antigüidade mais remota o útil conselho dado aos maridos para que estes não provoquem suas mulheres em fase pré-menstrual. Durante a indisposição de Isthar, guardava-se o sábado, que primitivamente era mensal, dia considerado nefasto, no qual não se autorizava qualquer tipo de trabalho, nem viajar ou cozinhar alimentos. Com a percepção de que Isthar apresentava fases cíclicas, crescente, cheia, minguante e nova, a cada 7 dias renovadas, a prática do sabattu estendeu-se a todas as semanas de modo a demarcar para sempre o último dia da semana.


Sábado, em português, vem do latim sabbatum, que, por sua vez foi emprestado do grego sábbaton. Este, seria proveniente do hebraico sahabbat, que, etimologicamente, deriva do verbo sabat (parar). Outras fontes o extraem de seba (sete), ou o tomam como corruptela do termo sabi'at (sétimo dia). Tenhamos em conta ainda que o hebraico sabbat guarda enorme semelhança com sapatu, que em dialeto árcade primevo significava "parada, descanso", também "sono da lua". Nesse caso, o termo hebraico seria originário do grego, ao contrário da primeira hipótese.


Em meio às divergências semânticas, muitos acreditam que a Igreja, em sua obstinada caça às bruxas, tenha julgado conveniente escolher um nome da tradição judaica, especificamente aquele que denota o período de oração que se inicia ao pôr do sol das sextas-feiras, para nomear o conclave das feiticeiras. Agindo assim, transformaria judeus, bruxas e demais hereges, em inimigos comuns da fé cristã, em gatos de um mesmo saco. Além disso, no início das perseguições, na época das primeiras inquicisões denominava-se "sinagoga" o local escondido nas florestas destinado à reunião das bruxas.


Pesquisando mais profundamente encontramos o termo grego sabbathéos, literalmente "o sabá divino", relacionado às sabátidas, festas dedicadas a Sabácio, divindade agrícola conhecida na Trácia e na Frígia, com atributos similares aos de Dionísio, ainda que não tão popularizada quanto este. As sabátidas já ocorriam anteriormente a Moisés e ao judaísmo; e a seu deus eram consagrados o trigo e a cevada, da qual se fermentava uma bebida inebriante, servida aos presentes.


Sabácio era representado com chifres na cabeça, semelhante a Dionísio, também chamado Deus-cabrito. Pan e Príapo eram igualmente cultuados nas sabátidas, e representavam-se pela figura de faunos ou bodes, senão pelo falo que os substituía, espécie de bastão que todos traziam à reunião, invariavelmente noturna, na qual banqueteavam os convivas, sentados no chão sobre peles de animais caprinos, com as quais também se cobriam encarnando seu comportamento e imitando seus berros. Neste culto agrário, uma virgem nua, símbolo da fertilidade, em alusão à Demeter (a Mãe Terra), deitava-se sobre a mesa ritualística e recebia sobre o ventre as oferendas, geralmente o trigo e a cerveja, sendo ela própria após o banquete oferecida à divindade caprina dona da festa, sempre encarnada por um sacerdote com máscara de chifres, vestido com pele de cabra, assim como os demais presentes. Após o gozo do mestre, e enlevados pela bebida, misturavam-se todos não importando o sexo, "fecundando-se" mutuamente. Ao final da festa, semelhantemente às Bacanais, invocava-se o raio, talvez alusão ao mito dionisíaco, posto que esta divindade antes de (re)nascer da coxa de Zeus fora fulminada e esquartejada por raios dos Titãs. Também a desvirginada do altar arrancava com sua boca a cabeça de um sapo, e a cuspia ao chão, em alusão às Mênades possessas que dilaceravam os animais conforme descreveu Eurípedes de modo perturbador nas Baccantes. Estes eram os originais pagãos, cujas festas celebravam no pago, isto é, no próprio povoado, geralmente nos campos de suas comunidades.


Qual a ligação desta festa com o sabá das feiticeiras? Entendamos a questão.


A Igreja, já no ano de 360, no sínodo de Elvira, admitia a existência dos poderes mágicos (reconhecia a mágica como um fato), que seriam decorrentes de pactos com o Maligno, e negava a comunhão, mesmo à hora da morte, para os que caíssem em tal tentação. Até o século XI, a Santa Sé diferenciava os seres maléficos, devotados aos sortilégios, aos encantamentos por bonecos de cera, aos filtros e maus-olhados, das strigae, Malignos femininos que sob a forma de pássaro se alimentavam de recém-nascidos. Strega, bruxa em italiano, deriva-se daí, e em português temos igualmente o termo estrige; ambos oriundos da raiz latina strix, que significa coruja, pássaro noturno ou qualquer outra ave de rapina. Um século antes, o monge Regino de Prün dizia que voar à noite com a deusa Diana não podia ser algo real, senão mera ilusão provocada pelo Maligno.


Mas foi durante o século XII que se difundiu mais rapidamente a idéia do sabá, reunião noturna das sextas-feiras, à qual compareciam as bruxas voando em suas vassouras, cavalgando seus bodes, ou mesmo transformadas sob a forma de pássaros. Para que pudessem voar, untavam seus corpos com uma poção mágica por elas preparada; e na cerimônia, iniciada à meia-noite, entregavam-se a orgias e ao Maligno.


Somente em 1250 é que alguns bispos entregam ao dominicano Étienne de Bourbon a primeira descrição do sabá. Oito anos depois iniciam-se os processos por feitiçaria, e só no ano de 1275, após várias condenações, uma primeira acusada é morta na fogueira. O próprio São Tomás de Aquino (1225-1274), expoente da escolástica, declara ser possível a união carnal com Satanás. "Tudo o que acontece por via natural, o diabo pode imitar!", afirmou.


Em 1318, o bispo de Cahors é condenado à fogueira sob acusação de haver tramado magicamente contra o Papa João XXII, por encantamento com boneco de cera, do qual a história tem relatos semelhantes desde 2500a.C. O poeta Virgílio (70-19a.C.) também fez referência à mesma prática. Em 1398 será a vez da Universidade de Paris reforçar a tese da união sexual entre as bruxas e o Maligno, e em 1424 o monge Bernardino de Siena (1380-1444) prega contra as artes mágicas em Roma. Em 1465, curioso fato, é condenado à fogueira o prior da ordem dos Servitas, dono de um bordel, acusado não de empreender qualquer tipo de negócio ilícito, mas sim porque eram súcubos (Malignos sob a forma feminina) quem ele oferecia aos que visitavam sua casa de prazeres.


Até esse momento, no entanto, os processos só eventualmente levavam à pena capital. Embora houvesse campanhas da Igreja contra hereges e pagãos, nenhuma caça sistematizada às bruxas existia. Tanto é que os carmelitas, em 1474, de seu púlpito, arriscavam-se a prever o futuro durante as missas, e o diziam fazer com auxílio dos Malignos. Só com a reiterada insistência de dominicanos alemães é que o Papa Inocêncio VIII, em 5 de dezembro de 1484, publica a bula Summis Desiderantes Affectibus ("Desejando com Suma Ansiedade"), que espalharia o terror pelo continente:


"...tem chegado recentemente a nossos ouvidos que em certas regiões da Alemanha setentrional [...] nas dioceses de Mainz, Colônia, Trier, Salzburgo e Brêmen, muitas pessoas de ambos os sexos, esquecendo-se de sua própria salvação e afastando-se da Fé Católica, têm mantido relações com os Malignos [...] por meio de encantamentos, feitiços, conjuros e outras superstições malditas..."


Confirmada pelo imperador Maximiliano I, o Papa designa para executar a bula, a começar pelo país reclamante, os monges Heinrich Institor e Jacob Sprengher. Este último, decano da Universidade de Colônia, publicaria dali a dois anos, com Heinrich Kramer, prior de Salzburgo, a mais importante obra sobre demonologia da história, o temível Malleus Malleficarum ("O Martelo das Bruxas"), fonte de inspiração para todos os tratados posteriores.


O "Malleus", código atroz contra as artes negras de magia, mais do que a bula papal, peremptoriamente abriu as portas para o rolo compressor da santa histeria em que se transformou a Inquisição. Sua intenção era pôr em prática a ordem do Êxodo, 22;18: "A feiticeira, não a deixarás com vida".


O "Martelo das Bruxas" dividia-se em três partes. A primeira discursava aos juízes, ensinando-os a reconhecer as bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes. A segunda expunha todos os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os. A terceira regrava as formalidades para agir "legalmente" contra as bruxas, demonstrando como inquiri-las e como fazer para sempre condená-las.


O processo era cruel. Levava-se ao tribunal qualquer um que fosse suspeito de feitiçaria. Bastavam três testemunhas para que juntas servissem como "prova" dos autos. Os filhos podiam entregar seus pais; os cônjuges podiam delatar-se mutuamente. Por meio de tortura obtinham-se as confissões. Os réus eram ainda submetidos às provas ordálicas; nestas, qualquer mancha escura na pele do acusado serviria como prova do pacto com o Maligno. A insensibilidade à dor em qualquer parte do corpo também era indício de feitiçaria; ademais, amarravam-se os suspeitos em cruz sobre madeiras, e os atiravam no rio. Se o acusado não afundasse, estava aí a prova de que o Diabo o protegia, razão pela qual era entregue à fogueira; caso se afogasse, estaria antecipada a justiça divina.


Extraíam-se assim as mais absurdas confissões, incluindo transformações dos envolvidos em cisnes negros, gatos ou lobos; também suas sevícias trocadas com Satanás. Aqui, neste ponto nasciam algumas lendas acerca dos lobisomens, e outras parecidas....


Na Alemanha, onde nascera este terror, os números não deixam dúvidas do empenho inquisitorial: 45 feiticeiras queimadas num só ano em Colônia; em Salzburgo, 79; 300, nos próximos 3 anos, na Província de Babemberg; quase mil em Wuerzburgo; e mais de 6500 em Trier!


Um curioso episódio merece ser contado. Três mulheres incriminavam um homem perante o implacável Sprengher, de ele lhes ter lançado um mau-olhado, posto que, ao mesmo tempo haviam sentido um arrepio quando estava perto delas somente o tal rapaz. O acusado jurava por todos os santos ser inocente; mas em vão. Por fim, sentenciado à fogueira, sua memória clareou; disse ser mesmo verdade, pois agora se lembrava de que na hora em que lhe atribuíam o mal feito ele de fato expulsara aos chutes três gatas pardas que haviam sorrateiramente entrado em sua casa. Sprengher, meritíssimo esclarecido, compreendeu então o fato; mandou libertar o pobre homem e levou à fogueira as acusantes.


Com o terror espalhado, o fantasioso distorcia a realidade. Mulheres histéricas, convencidas de sua culpa, muitas vezes aceitavam resignadas sua condenação à fogueira. Há casos de senhoras maiores de 80 anos confessando em detalhes como haviam sido violentadas pelo Maligno. Em várias cidades as escolas são fechadas, posto que serviam às crianças para que trocassem entre si conhecimentos mágicos proibidos.


A pesar da histeria disseminada no bojo do horror da Inquisição, algo resta acima de qualquer dúvida: os relatos do sabá tomados por confissão na Alemanha, em nada diferiam dos que eram detalhados pelas “bruxas” suíças, francesas, italianas, espanholas ou portuguesas. Na Inglaterra, onde a forca era quem esperava os hereges, os relatos são quase idênticos. Onde quer que se prendessem as pesudo-bruxas, as confissões acerca do sabá traziam curiosa coincidência, que não poderia ter sido mera obra do acaso. Se por um lado os Tribunais forçavam seus réus a mentiras e falsas confissões que os incriminassem, por outro, havia de fato uma cultura pura, não cristã, ou cristã divergente da moral católica, que nem se importara muito com a Igreja até esta resolver deitar sua rede de holocausto sobre os povos pagãos, como os cátaros albingenses e os valdenses no sul da França, por exemplo, dentre outras tantas minorias germânicas que, massacradas pela Inquisição, fugiram e refugiaram-se em terras nórdicas.


Sobre o rito do sabá das feiticeiras, concluíram os Tribunais: uma bruxa servia sempre de altar. A seu lado, uma figura de madeira, com chifres, representava o bode, ou Satanás. As estriges chegavam "voando" sobre suas vassouras, isto é, com o falo em suas mãos e por entre as pernas. Havia um banquete, durante o qual corria uma poção mágica, sempre uma beberagem excitante, a qual predispunha os participantes ao sexo sem critério. Era feita então a oferenda ao Diabo, geralmente alimento e bebida; apresentava-se a hóstia negra; consagrava-se o último morto e o último nascido na comunidade, já que à Terra voltam os que dela nascem; invocava-se o raio; e por fim dilacerava-se um animal em sacrifício ao Maligno.


Ora, parece claro a qual tradição nos reportam os sabás das feiticeiras; nenhuma outra senão a pagã. Algo bem mais antigo e distante do que representa o sabbat dos hebreus. E à Igreja coube a façanha sangrenta de pôr fim a quaisquer resquícios destes rituais, e fez associar a figura até então quase apagada do Maligno às práticas consideradas heréticas. Deturpando os relatos dos que freqüentavam livremente tais cerimônias, interpretando-os como obra demoníaca, reformulou a roupagem de todos os mitos de fertilidade e inventou os ritos do Mal...que neles nem havia.


Foram tantos os processos e tão assustador o cenário de vida montado pela Inquisição, que esta não teve senão o efeito maior (e contrario ao esperado!), de espalhar a fé no Maligno e nas artes mágicas por toda a parte, criando-o para sempre a partir da santa luta que despendeu durante séculos contra Ele. Enquanto o espírito do Período da Renascença revelava sua lucidez e ressuscitava clássicos da filosofia platônica e aristotélica que invadiam o mundo, traduzidos pelos árabes (não cristãos, evidentemente), a religião cristã sadicamente se divertia em sua caça insana contra as bruxas. Numa época em que as artes progrediam, e as Universidades nasciam e se firmavam (sempre com idéias trazidas do Oriente), o Maligno crescia para o mundo quanto mais a Igreja lançava almas ao fogo de seu abismo.


Lentamente extinguia-se a fogueira...a última condenação teve lugar em 1793; e neste lado do mundo, foi no México que a Inquisição fecharia suas portas somente um século mais tarde.


Nem as ciências, nem a medicina ou psicologia puderam ser desenvolvidas durante essa época da "caça às bruxas" pois existia o medo de levantar, sequer  discutir este ou qualquer fenômeno que poderia ser rotulado de hediondo, fruto da superstição cristã.


Hoje, os tempos são outros; a Igreja perdeu a hegemonia, sofreu crises, e colheu bem os frutos que plantou. É sempre assim! E eu, sem receio de ser guardado num cinzeiro, escrevo o que bem entendo sobre o sabá das feiticeiras. Conheço até algumas amigas que se dizem bruxas; e outras que vão alem, gostam de denominar-se ‘wiccas’ mais que isso, duas delas levam uma vida que as outras amigas admiram e ainda freqüentam as missas de domingo. Mesmo quando caem numa semana com Sexta-feira 13!


NOTAS: na ultima figura aqui embaixo, estão claramente desenhadas as tais 'wiccas' que que falei agora mesmo.... Como não se encantar com elas???

domingo, 15 de maio de 2005

O martírio de Giordano Bruno


Filósofo, astrônomo e matemático, importante pelas suas teorias sobre o universo infinito e a multiplicidade dos sistemas siderais, e que rejeitou a teoria geocêntrica (a Terra era o Centro do Universo e não o Sol), então a mais tradicional teoria, e que ousava debater a teoria heliocêntrica de Copérnico (O SOL como centro do nosso sistema solar). Pode-se dizer que Bruno estava interessado na natureza das idéias e do processo associativo na mente humana.  Embora tais campos não existissem ainda na ciência da época. Por se fosse pouco: era fascinado em prover uma base filosófica as grandes descobertas científicas de seu tempo.  Sua principal Obra: “A Metafísica do Infinito”

...... O temível cortejo saindo da prisão da Inquisição ao lado da Igreja de São Pedro, em Roma seguiu pelas ruas até chegar no Campo dei Fiori, uma praça onde uma enorme pilha de lenhas amontoava-se ao redor de uma estaca. Era a fogueira que iria abrasar vivo o filósofo Giordano Bruno. Trouxeram-no com a boca amordaçada pois temiam que ele pudesse dirigir algumas palavras (que julgavam perigosas) ao povo que se juntou a sua passagem. Ao oferecerem-lhe o crucifixo para o beijo derradeiro, revirou os olhos. Em minutos, ao embalo das preces dos monges de San Giovanni Decollato, o verdugo jogou uma tocha na base da pira que num instante devorou o corpo. Estava feito. Era o dia 17 de fevereiro de 1600.

O Santo Ofício prendera-o oito anos antes em Veneza, onde respondeu ao primeiro processo que a Inquisição lhe moveu. Sabe-se com detalhes deste episódio porque a documentação chegou a ser publicada em 1933 por Vicenzo Spampanato. Para os seus admiradores, Giordano Bruno, que vivia no exterior fazia muito tempo, teria retornado à Itália em razão de uma cilada:  Uma dupla de livreiros, atendendo a um desejo de um nobre veneziano chamado Giovanni Mocenigo, ao encontrar Bruno na Feira do Livro de Frankfurt (que já existia naquela época) na Alemanha em 1590, convidou-o para vir a Veneza a pretexto de ensinar a mnemotécnica, a arte de desenvolver a memória, na qual ele era um perito. Uns tempos depois da sua chegada, e devido a um áspero desentendimento, Mocenigo trancou-o num quarto da sua mansão e chamou os agentes do fatídico ‘tribunal’ da Inquisição para prende-lo, acusado de heresia. Encarceraram-no na prisão de San Castello no dia 26 de maio de 1592.
Na primeira vez em que o interrogaram, Bruno conciliou. De nada lhe serviu. O Santo Ofício de Roma, alegando soberania sobre o de Veneza em casos de heresia, exigiu que, mesmo a contragosto, seja enviado Bruno preso para Roma. Enquanto não se deu o translado, além de terem-no torturado, colocaram-no num espantoso calabouço, um poço imundo, úmido e escuro como breu, cavado num porão a beira do canal. A viagem a Roma, ainda que acorrentado, deve ter-lhe sido um alivio.

Em 27 de fevereiro de 1593 ele chegou à prisão papal. Seguiu-se então um longo e morosíssimo processo, onde os inquisidores não sabiam bem o que fazer com ele. Interrogou-o o jesuíta Roberto Bellarmino que anos depois, em 1616, já cardeal, iria acusar também a Galileu Galilei...! Bellarmino foi finalmente canonizado pelo Papa Pio XI em 1929, e declarado Doutor da Igreja Universal em 1931. É o padroeiro dos catequistas(???). Ele que nada de útil para a humanidade fez, a não ser condenar muitos á fogueira e, entre eles nosso herói Giordano Bruno....

Sujeitaram-no a vinte e uma entrevistas. Ocorreu que nestes anos em que passou encarcerado, Bruno mudou sua posição. O confinamento, a má comida, o frio permanente, e a constante espionagem dos seus vizinhos de cela (nos processos encontram-se citados mais de cinco testemunhos deles), ao invés de enfraquecerem-lhe o ânimo, tiveram um efeito contrário. Além de aumentar o seu desprezo pela Igreja, endureceu-lhe a posição: "não creio em nada e não retrato nada, não há nada a retratar e não serei eu quem irá se retratar!". Infelizmente não foi esse o entender definitivo da Congregação do Santo Ofício que reuniu-se em 21 de dezembro de 1599, presidida pelo papa Clemente VIII.

"Os padres teólogos", determinava o documento final, "deverão inculcar no dito frade Giordano (Bruno era frei dominicano, mas não mais vinculado a ordem), que suas proposições são heréticas e contrárias à fé católica... Se as rechaçar como tais, se quiser abjurá-las, que seja admitido para a penitência com as devidas penas. Se não, será fixado um prazo de 40 dias para o arrependimento que se concede aos hereges impenitentes e pertinazes. Que tudo isso se faça da melhor maneira possível e na forma devida".

Exigia-se a sua rendição final: abjurava e o deixavam vivo, ou o excomungavam e o entregavam ao braço secular para que o executassem, "sem que o sangue fosse derramado", isto é, o queimassem. O papa esperava um triunfo. A capitulação de Bruno teria um notável efeito propagandístico num ano da "graça" como o de 1600. Ele rejeitou. Conduziram-no então à praça Navone para escutar a sentença no dia 8 de fevereiro. Ajoelhado em frente a nove inquisidores e ao governador da cidade, depois deles tirar a mordaça, disse-lhes: "vocês certamente têm mais medo em pronunciar esta sentença do que eu em escutá-la!"

Talvez ele recordasse naquele instante derradeiro as palavras que certa vez escrevera num momento de profunda melancolia: "Vejam", prognosticou ele, "o que acontece a este cidadão servidor do mundo que tem como o seu pai o Sol e a sua mãe a Terra, vejam como o mundo que ele ama acima de tudo o condena, o persegue e o fará desaparecer". Bruno, morto aos 52 anos, tornou-se um mártir do livre-pensamento e um símbolo da intolerância da contra-reforma da Igreja Católica.

("Ainda que isso seja verdade, não quero crê-lo; porque não é possível que esse mundo criado pelo Papado possa ser compreendido pela minha cabeça, nem digerido pelo meu estômago..." )

~Búrquio, num diálogo sobre o ‘julgamento’ de Giordano Bruno, 1584~

sábado, 14 de maio de 2005

AS CRUZADAS: O outro Lado da Historia - Parte III


 A importância dos monges-cientistas

          Os cruzados foram vencidos e expulsos definitivamente em 1291.  voltavam para suas terras de origem com um gosto pelos novos luxos e confortos descobertos durante a viagem. As cidades italianas, principalmente Veneza e Gênova, ficaram imensamente ricas com o comércio desses produtos na Europa. Desta opulência nasceu o patrocínio que possibilitou Marco Pólo fazer suas memoráveis viagens.. rumo a China..de onde (só para lembrar),  trouxe para ocidente inúmeras maravilhas, dentre elas: o macarrão, a pizza, o sorvete, a pólvora.... a maconha e, uma bússola...


Ainda, dessas terras do Extremo Oriente vem o café, Mais especificamente do Iêmen, e ainda a esfija, o quibe, o iogurte, jogos como o gamão, o baralho, o xadrez (da Pérsia)!... 


         O grande desenvolvimento do comércio que as cruzadas propiciaram foi um dos fatores das profundas transformações que levaram do Modo de Produção Feudal ao Modo de Produção Capitalista na Europa durante os séculos seguintes; em outras palavras, aquelas grandes expedições de caráter primordialmente ou “alegadamente religioso” selaram o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.


Durante séculos, a visão dos Muçulmanos relativamente ao mundo exterior e a que tinham de si próprios pareciam bem fundamentadas.  Eram também a potência economicamente mais avançada do mundo, comercializando uma grande variedade de produtos por meio de uma extensa rede de comércio e comunicações que se estendia pela Ásia, Europa e África, importando escravos e ouro de África, escravos e lã da Europa e trocando uma série de produ­tos alimentares, tecidos e artigos manufaturados com as regiões civilizadas da Ásia. O mundo árabe tinha alcançado o mais alto nível de desenvolvimento da história humana no que dizia respeito às artes e ciências que caracterizam a civilização. Tendo herdado os ­conhecimentos e as práticas do Médio Oriente antigo, da Grécia e da Pérsia, acrescentou-lhes inovações importantes de outras regiões, tal como o uso e a produção de papel, com origem na China, e a numeração decimal, com origem na Índia. É difícil imaginar a literatura ou a ciência modernas sem um ou sem a outra. Foi no Médio Oriente ­muçulmano que os números indianos foram pela primeira vez integrados no corpo de conhecimentos matemáticos. Do Médio Oriente foram transmitidos ao Ocidente, onde ainda hoje são conhecidos como numeração árabe (ou seja: nossos atuais e corriqueiros algarismos) , honrando, não aqueles que os inventaram, mas aqueles que, pela primeira vez, os trouxeram para a Europa. A esta herança valiosa, investigadores e cientistas do mundo islâmico juntaram uma contribuição extremamente importante com as suas próprias observações, experiências e idéias. Na maioria das artes e ciências, a Europa medieval foi aprendiz e, em certo sentido, discípula do mundo islâmico, confiando nas versões árabes de numerosas obras gregas que, de outra forma, lhe teriam sido desconhecidas.


Então, por causa das famigeradas Cruzadas, A partir de 1096, a Europa cristã teve acesso aos elementos básicos da cultura árabe, inclusive interpretações da filosofia grega clássica. Pois os árabes já tinham extensas traduções e ensaios sobre os filosofia grega, e as linhas de raciocínio e os princípios básicos da maioria das ciências modernas.  Tudo era recolhido (pilhado), pelos monges que acompanhavam cada investida dos Cruzados, no intuito de recolher a maior quantidade possível de informação sobre essas culturas, Posteriormente era enviado aos diferentes mosteiros , abadias, que se alastravam pela Europa toda, para seu estudo e catalogação.


Sendo estes ‘oficiais’encarregados de selecionar a pilhagem, na grande maioria de monges beneditinos e dominicanos. Iniciou-se, assim, uma revitalização das pesquisas nos mosteiros da Europa. Era tanto o volume de conhecimento adquirido desta maneira, que foi necessário criar um outro espaço fisico e intelectual, onde temas aprendidos dos ‘hereges’ muçulmanos poderiam ser discutidos. Surgem assim as universidades, das quais as primeiras são em Bolonha (aprox. 1088) e a de Paris (aprox. 1170).


Os Árabes eram excelentes matemáticos, astrônomos, navegadores, e químicos. Já na Europa: Conhecia-se a aritmética apenas pelos estudos do livro de Euclides, que era parte do quadrivium, mas que se referia as propriedades dos números, com alguns conceitos misturando idéias místicas. Assim, a geometria de Euclides não era algo que despertava tanto interesse.


Note-se que a síntese de conhecimentos, com estilos e objetivos distintos e representando várias tradições, confluiu principalmente para os mosteiros. As preocupações tradicionais da filosofia, procurando explicar fenômenos tão presentes quanto o movimento, confundia-se com a teologia. Finalmente, graças a estes estudos, o pensamento da Idade Média culmina com a obra maior que é a Summa Theologica, de São Tomás de Aquino. A síntese de conhecimentos, que começaram a ser reconhecidos como integrando um mesmo corpo de idéias, passou a ser conhecida por uma palavra ainda um tanto indefinida: como a ciência dos cálculos e a matemática.


Estava assim sendo preparadas as bases para o surgimento de uma ciência que viria a ser identificada como Matemática e que somente em época recente: o século XIX se estabeleceria como uma ciência autônoma.


A maior influência para a modernização da matemática veio de Aristóteles. (Mais uma vez extraída das traduções árabes) As reflexões sobre movimento, o fenômeno natural que mais intrigava os filósofos da época, eram intensas. Estudava-se as relações entre espaço e tempo e a aceleração. Igualmente havia uma preocupação com a ótica. O trabalho dos monges-cientistas, principalmente na Inglaterra, foi fundamental como preparação para o surgimento da mecânica newtoniana. Dentre os quais se destacam Roger Bacon (aprox. 1214-1292), Thomas Bradwardine (1290-1349) e Guilherme de Ockham (1285-1349),


A influência das reflexões (algumas equivocadas), de Aristóteles foi fundamental no desenvolvimento da matemática. Sua afirmação que quanto mais pesado o corpo, maior sua velocidade de queda, passou por contestações. São importantíssimos os estudos de Thomas Bradwardine e de seus colegas no Merton College (William Heytesbury, Richard Swineshead, John Dumbleton et al). Todos estes ‘cientistas’ eram na realidade monges.   A Lei de Bradwardine nos fala da relação entre força e resistência à velocidade na produção do movimento. Da Escola de Merton surgem alguns conceitos fundamentais, como os de movimento uniforme, aceleração uniforme e o teorema da velocidade média. Estava assim preparado o terreno para a busca de explicações para o mais fundamental dos fenômenos reconhecidos na época, o movimento. Incluídas nessas reflexões estavam as noções de espaço e tempo.


Resultado da criação destas ‘Universidades’ deve-se destacar os importantes estudos do português Álvaro Tomáz (outro monge beneditino) , afirmando que todos os corpos de qualquer dimensão e composição material caem com igual velocidade no vácuo.


As pesquisas de Álvaro Tomáz seriam retomadas, mais de cem anos depois, por Galileo Galilei (1564-1642) no seu Discurso sobre Duas Novas Ciências (1638). Teria Galileo conhecimento dos estudos e resultados de Tomáz?


Igualmente importante foram as investigações sobre o sistema planetário. Nicolau Copérnico, estudou teologia, matemática, medicina e astronomia nas fontes trazidas anos antes do oriente, pelos cruzados e seus monges-cientistas. Posteriormente, por insistência do Papa Clemente VII, escreveu o De Revolutionibus orbium celestium, onde propõs o sistema heliocêntrico.


A partir daí...  bem, é apenas historia conhecida... pois surge de vez a Europa moderna....


Tudo graças a uma empreitada sangrenta e baseada no fanatismo religioso: as Cruzadas...

sexta-feira, 13 de maio de 2005

Olhaaa!


Ja vou ate reservar meu exemplar..!


Quem sabe ate passo a assinar a revistinha..! nao?


(Mais: falando sério, ela respondeu que esta pensando. e mesmo que não aceite: "faz um bem ao ego!".... concordo Daine. apesar de pequenininha..você é jeitosinha!


 


 

Palhaçada!


OU devo dizer:


"ronaldada"?  ou melhor  "cicarelada"?...


Só sei que a turma já definiu, senao veja as fotos!!!

quarta-feira, 11 de maio de 2005

AS CRUZADAS: O OUTRO LADO DA HISTORIA, PARTE II



Para a maior parte dos povos árabes do medievo, a cristandade significava da mesma forma que as terras africanas — como um lugar longínquo de escuridão, barbarismo e descrença, do qual, com exceção dos escravos e das matérias‑primas, pouco havia a aprender e ainda menos a aproveitar.


É verdade que as Cruzadas dos cristãos foram capazes de promover massacres sangrentas contra árabes, turcos, judeus e até mesmo contra outros cristãos, ortodoxos, e também é certo que os árabes muçulmanos não eram um povo ignorante como acreditava a maioria dos europeus na época. Muito pelo contrário, nessa época os árabes já haviam atingido grande desenvolvimento em áreas como a matemática, a astronomia, a medicina e a química.


Os franj  da época das Cruzadas se mostram muito atrasados em relação aos árabes em todos os domínios científicos e técnicos, mas é sobretudo na medicina que o afastamento entre o Oriente desenvolvido e o Ocidente primitivo é maior. O historiador Ussama observa e nos brinda com este relato:


"Um dia", ele conta,  o líder franc de Muneitra, perto do Líbano, escreveu a meu tio o Sultan, emir de Chayzar, para lhe pedir que lhe enviasse um médico para cuidar de alguns casos urgentes. Meu tio escolheu um médico cristão francés chamado Thabet. Este se ausentou apenas por poucos dias, depois voltou. Todos estávamos bastante curiosos para saber como ele tinha podido assim tão rapidamente obter a cura dos doentes, e o crivamos de perguntas. Thabet respondeu: 'Fizeram vir à minha presença um cavaleiro que tinha um abscesso na perna e a outra paciente era uma mulher desnutrida e definhada. Coloquei um emplastro no cavaleiro, o tumor abriu e melhorou. Para a mulher, prescrevi uma dieta para refrescar-lhe o temperamento'. Mas o homem piorou e então disse: ' O que você prefere, viver com uma só perna ou morrer com as duas?'. O paciente tendo respondido que preferia viver com uma só perna, ordenei: "Tragam-me um cavaleiro forte com um machado bem afiado'. Logo chega o cavaleiro e o machado. O médico colocou a perna do paciente num cepo e disse ao recém-chegado: 'Dê uma boa machadada para cortá-la de uma só vez!' . Sob meus olhos, o homem descarregou um primeiro golpe na perna, depois, como ela continuasse presa, bateu uma Segunda vez. O tutano da perna esguichou e o ferido morreu no mesmo instante. Quanto à mulher, o médico franc a examinou e disse: 'Ela tem na cabeça um demônio que está apaixonado por ela. Cortem-lhe os cabelos!'. Eles foram cortados. A mulher então recomeçou uma dieta de alimentos com alho e mostarda, o que agravou o seu definhamento. 'Foi o diabo que lhe entrou na cabeça', afirmou o médico. E, pegando uma navalha, fez-lhe uma incisão em forma de cruz, deixando aparecer o osso da cabeça', que ele esfregou com sal..! A mulher morreu imediatamente. Então perguntei: 'Vocês ainda precisam de mim?'. Disseram-me que não, e eu retornei. ....E assim eu aprendi muitas coisas que ignorava a respeito da medicina dos ‘franj'


.... Quanto mais aprende por conta própria, mais Ussama faz uma idéia terrível a respeito dos ocidentais. Neles, só admira as qualidades guerreiras. Compreende-se, assim, porque, no dia em um dos "amigos" que fez entre eles, um cavaleiro do exército do rei Fulque, lhe propôs levar seu jovem filho à Europa para o iniciar das regras da cavalaria, o emir declina polidamente o convite, dizendo para si mesmo que prefere ver seu filho ir "para a prisão do que ao país dos franj".


Durante muitos séculos, o mundo árabe esteve na dianteira da civilização humana e das suas conquistas. Por muito tempo, eles mantiveram-se alheios ­desta nova realidade. Eles possuíam o melhor da tradição clássica grega, indiana e chinesa. O enorme movimento de tradução, que séculos antes havia colocado muitas obras em grego, persa e siríaco ao alcance de todo leitores do árabe, tinha chegado ao fim e a nova literatura científica europeia era-lhes praticamente desconhecida. E este estado de coisa perdurou por muito tempo: Até aos finais do século xvii apenas um livro de medicina havia sido traduzido de uma língua européia para uma língua do Médio Oriente — um tratado sobre a sífilis. Esta doença, tinha chegado ao mundo islâmico a partir da ­Europa, e de fato ainda é conhecida em árabe, persa, turco e outras línguas como «a doença dos Franc». Obviamente, parecia tão apropriado quanto legítimo adotar um remédio «franc» para uma doença «franc», vistos como bárbaros obscuros, muito inferiores relativamente aos asiáticos, que eram os mais sofisticados. Estes tinham competências úteis e inventos para partilhar; os Europeus nada tinham. Esta era uma avaliação que havia sido razoavelmente correta por muito tempo.

No período compreendido entre o declínio da Antiguidade e o ­advento da Idade Moderna, ou seja, nos séculos designados na história européia como Idade Média. Os povos árabes estavam sem dúvida cientes do fato de existirem outros modelos de sociedade mais ou menos civilizados: na China, na Índia, na cristandade. Mas a China ficava longe e era pouco conhecida; a Índia vivia um processo de subjugação. Já o mundo cristão merecia especial atenção, visto que, pela sua fé com aspirações universalistas, era visto como o único verdadeiro rival. Em 864 d. C. uma expedição naval árabe oriunda da Sicília chegou a subir o rio Tiber e forças árabes atingiram Óstia e Roma. Isto levou às primeiras tentativas para organizar um contra-ataque cristão eficaz.   Mais tarde elas viriam a resultar numa série de campanhas para “recuperar a Terra Santa”, conhecidas como As Cruzadas, que terminaram com a derrota e expulsão definitiva dos cristãos do Extremo Oriente.

terça-feira, 3 de maio de 2005

Chefe..quero uma folga!



Você quer pedir o dia ao seu Chefe, por estar... ‘doente’?


Pois bem,  ele responde assim:


“mais alguma coisa que o Sr. precisa?”


e continua: “Vejamos:  o ano tem 365 dias,  dividido em: 52 semanas, a cada semana você descansa 2 dias = total de dias descansando: 104 dias, e deste modo restam para trabalhar mesmo: um total de 261 dias...”


Para cada dia trabalhado (já que tua carga horária é de 8 horas) você tem 16 horas fora do trabalho, o que fazem um total de 170 dias, ou seja, restam apenas 91 dias para trabalhar....


A cada dia você gasta 30 minutos entre um cafezinho e outro, isso faz um total de 23 dias, ou seja restam para trabalhar só 68 dias....


Diariamente você gosta uma hora para almoço, o que faz um total de menos 46 dias. Você só restou a estar conosco apenas 22 dias....


Normalmente você fica dois dias por ano em casa, por motivo de doença, Então só restam 20 dias......


A cada ano tiramos um mínimo de 5 feriados, então só fica agora 15 dias trabalhando.....


Por motivo de Ferias anuais, você fica em casa um mínimo de 14 dias... Então só restou 1 dia de trabalho....!


E ainda assim você me pede o dia livre?? !!!!!!!!!!!!!!!

Oras!