sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A Invenção do CD

Data: 28-02-1983::: É lançado no mercado o CD ou Compact Disc. ou seja: fazem....mais de 25 anos!..nem parece tanto tempo...nao?

CD é a abreviação de Compact Disc, (em inglês) em português, Disco Compacto. Ele Foi inventado em 1979, e  comercializado a partir do final de 1982. A sua capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil serem considerados obsoletos (mas ainda hoje, para muitas pessoas, o vinil continua firme em suas predileções visto que nos discos deste tipo o áudio é gravado como verdadeiramente é, enquanto que nos CDs o quê se escuta é apenas uma especie de 'amostragem', ainda que a uma taxa bem melhor e mais alta, criada digitalmente do som original). Com a popularização dos discos compactos, a consecutiva oferta de gravadores de CDs permitiu a qualquer usuário de Computador gravar seus próprios CDs. É ainda um dos mais populares meios de armazenamento de dados digitais, principalmente de música comercializada e software de computador, onde o CD recebe o nome de "CD-ROM". A tecnologia utilizada nos CDs é semelhante à dos DVDs. Tendo se tornado este meio um sério substituto a outros dispositivos de backup. Os CD-ROM, podem armazenar qualquer tipo de conteúdo, desde dados genéricos, video e áudio, ou até misturando ambos tipos: conteúdo misto. Os Aparelhos leitores de áudio normais, só podem interpretar um CD-ROM, caso este contenha áudio. Por falar em audio, foi uma característica de uma musica, o que definiu o tamanho dos CD's. Quando a Philips lançou a seu primeiro CD de Musica, existia a dúvida de qual poderia ser o tamanho 'padrão' e a capacidade considerada normal de um CD de audio... então os engenheiros aconselharom que PODERIA ser da duraçao e extensão da NONA SINFONIA DE BEETHOVEM, que dura, na versão mais fiel ao original, exatos 74 minutos e 33 segundos.
Em Junho de 1980 foi editado o “Red Book, ou Livro Vermelho”, onde se forneciam as especificações técnicas definitivas para o formato CD, ou o CD- Áudio, deixando-se o diâmetro dos discos em 120 mm e o seu tempo de reprodução para 74 minutos e 33 segundos, que são as características que se definiram como standard e que desde então são aceitas mundialmente.
Em Tempo: Ludwig van Beethoven compôs a Nona Sinfonia quando se encontrava já completamente surdo. A obra foi estreada em Viena no dia 7 de Maio de 1824, marcando um antes e um depois na história da música clássica. Uma revolução que chegou até os nossos dias…

No início só existia o CD-Audio. Mais tarde foi criado o chamado CD-ROM: Compact Disc Read-Only Memory (ou 'Disco Compacto-Memória Somente de Leitura'), que é largamente utilizado por computadores, e que foi desenvolvido em 1985. Quando ao nome: de "memória  apenas para leitura" deve-se ao fato do seu conteúdo poder apenas ser lido e nunca mais alterado, o termo foi herdado das Memórias de computador, 'memória ROM', que contrasta com tipos de memória R/W e tambem das memórias 'flash', onde a gravação é feita pelo fabricante. Existem outros tipos desses discos, como o CD-R e o CD-R/W, que permitem ao usuário fazer a suas próprias gravações uma, ou várias vezes, respectivamente, com o respectivo hardware e software, é claro!  

Surgiu assim os discos CD em branco ou "virgens" (CD-R), utilizados para gravação pelos computadores, e os discos que podem ser "reescritos" várias vezes(CD-R/W). A diferença principal entre estes dois é precisamente a capacidade de se poder apagar e reescrever o conteúdo no segundo tipo, característica que iria contribuir para o desaparecimento dos disquetes como meio mais comum de transporte de dados. Efetivamente, um CD é agora capaz de armazenar conteúdo equivalente a mais de 480 disquetes de 3" 1/2 (com capacidade de 1,44 MB), e por cima,  com muito maior fidelidade - uma das características negativas dos disquetes era a reduzida fidelidade destes, já que facilmente se danificavam ou corrompiam. Como exemplo, a exposição ao calor, frio e até mesmo a proximidade a aparelhos com campo magnético como imãs, caixas de som, celulares. etc.

A empresa Philips foi a principal empresa responsável pela criação/desenvolvimento do CD-ROM. Depois, outras empresas como a Sony e a TDK entraram rápidamente na nova geração digital. Para simplificar: Um CD é um disco de acrílico, sobre o qual é impressa uma longa espiral (22.188 voltas, totalizando 5,6 Km de extensão). As informações são gravadas na forma de pequenos furos nessa espiral, o que cria dois tipos de irregularidades físicas: "pontos brilhantes e pontos escuros". Estes pontos são chamados de bits, e compõem as informações carregadas pelo CD. A norma que regula os CD-ROMs, foi estabelecida em 1985, pela Sony e Philips. A leitura destas informações é feita por dispositivos especiais, que podem ser CD Players ou DVD Players. A superfície da espiral é varrida por um laser, que utiliza luz no espectro do comprimento infravermelho. Essa luz é refletida pela superfície do disco e captada por um detector. Esse detector envia ao controlador do aparelho a sequência de pontos claros e escuros, que são convertidos em "1's ou 0's", ou bits (dados binários). Ainda, para proteger a superfície do CD de sujeira, e salvaguardar essa informaço de bits, é colocada sobre ela uma camada de plástico especial.

Camadas físicas
Um CD contém quatro camadas: a primeira consiste no rótulo, conhecida como camada adesiva; a segunda é uma  camada de acrílico, que contém os dados propriamente ditos; a terceira é uma camada reflexiva composta de alumínio e, finalmente, uma quarta, chamada de camada plástica, feita de policarbonato. A cor prata que vemos no CD é o resultado da soma das camadas de gravação e o reflexo delas todas juntas. Já em um CD-R/W, a composição das camadas é diferente, para que a mídia possa ser gravada usando um sistema "doméstico".  Veja na FIGURA abaixo:
Diagrama das camadas de um CD:
[A] - camada de policarbonato onde os dados são codificados
[B] - camada  refletora que reflete o laser
[C] - camada selada para evitar oxidação
[D] - as ilustrações e outra informaçao são impressas nessa camada
[E] - o raio laser lê o disco de policarbonato, onde é refletido de volta e finalmente lido pela unidade de disco.

CD-TEXT:
É uma extensão da norma de gravação de audio digital em CDs que permite a gravação de informações adicionais nos CDs de áudio, como o nome do artista, do álbum e de cada faixa. Tais informações são armazenadas numa área do CD conhecida como lead-in, que na prática são os 2 segundos presentes nos CDs de áudio antes da primeira faixa. Tal espaço permite armazenar cerca de 5 mil caracteres.

Este formato CD-Text é compatível com a norma "Red Book" que especifica o formato de gravação de áudio digital em CD — o padrão CD-Text é na verdade uma extensão da especificação do Red Book. Assim, o áudio presente num CD com CD-Text pode ser lido por qualquer leitor de CD comum. O que nao acontece geralmente com o texto nele incluído.
A especificação CD-Text foi lançada em 1996, no entanto, poucos são os leitores de CDs de áudio que suportam esta norma. Além disso, a maioria dos CDs de áudio lançados pelas editoras discográficas não incluí qualquer informação CD-Text.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Lixo espacial e o Hubble ...

O Lixo espacial é ameaça para o telescópio Hubble

Existe hoje em dia muito  "lixo"  acumulado no espaço, em órbita sobre o planeta... A nuvem de detritos representa um risco a muitas missões científicas e pode significar principalmente o fim do Telescópio Hubble.
Pelo fato de termos hoje em dia inúmeros satélites em orbita, muitos deles (a grande maioria, na verdade), nao funcionam mais, e ficam em orbitas aleatórias, ameaçando outros novos satélites. Só para ter uma ideia, existem aparelhos em orbita que datam da década do 70...e não trasmitem mais nada, simplesmente esgotou-se a sua bateria e ainda estão lá, abandonados e como um ameaça constante para novos equipamentos.

Esse o motivo para que, hoje em dia exista uma nuvem de lixo em órbita, na verdade detritos, que se espalham pela órbita inferior da Terra. Uma das mais utilizadas! E desde a semana passada isso aumentou após a colisão de dois satélites, e representa um novo risco a muitas missões científicas e pode significar o fim do Telescópio Espacial Hubble. A Nasa está monitorando atentamente a ameaça crescente, e se ela for tão ruim quanto alguns temem, agência terá que cancelar a missão de manutenção regular do telescópio planejada para este ano. Sem essa missão, os dias do telescópio estarão contados, mesmo se nenhum dos fragmentos do lixo espacial atingi-lo.

Em 10 de fevereiro, sendo ás 4h56, horário de Greenwich, um satélite de telecomunicações ativo da firma Iridium Satellite, de Bethesda, Maryland, e um satélite militar russo desativado colidiram a cerca de 800 km sobre a Sibéria, a mais de 10 km por segundo. A nuvem de detritos inicialmente continha 600 objetos grandes o bastante para serem rastreados pela rede de vigilância espacial dos EUA, mas especialistas esperam que o número de fragmentos aumente para mais de mil nas próximas semanas. Simulações computadorizadas sugerem que haverá milhões de outros pedaços pequenos demais para serem rastreados.

Uma análise preliminar dos pesquisadores da Universidade de Southampton na Grã-Bretanha mostra que a colisão frontal entre os satélites teria liberado cerca de 50 quilojoules de energia por grama, cerca de 10 vezes a energia da dinamite e talvez centenas de vezes maior que a energia liberada no teste chinês de uma arma anti-satélite em 2007. Esse teste acabou danificando um satélite e agravou o problema dos detritos, que já afetou outros satélites.

"Isso não tem precedentes", disse Graham Swinerd, professor-adjunto de Astronáutica de Southampton. Entretanto, se a explosão foi apenas aparente - no caso do satélite Iridium ter se chocado contra a parte posterior do satélite russo, ao invés do corpo principal - a situação pode não ser tão grave.

A Iridium, que opera uma grupo enorme de satélites na chamada 'órbita inferior 66'   fornece serviços de telefonia, e diz que monitora regularmente os dados sobre detritos espaciais, mas não recebeu nenhum aviso prévio da colisão. Não houve comentários oficiais do governo russo.

O choque aconteceu em uma setor (chamado de 'banda') do espaço usada por diversos   satélites de observação da Terra, tanto metereológicos como de comunicaçoes (telefonia, Internet, TV a cabo, etc), e as agências espaciais estão agora monitorando de perto os fragmentos que estão se espalhando. A constelação "A-Train" da Nasa e a missão Envisat da Agência Espacial Européia orbitam em altitudes muito similares à do acidente, e correm risco especial.
"No momento, estamos fazendo uma análise estatística de qual será o aumento da probabilidade de colisão", disse Heiner Klinkrad, que lidera o escritório de lixo e detritos espaciais da Agência Espacial Européia em Darmstadt, Alemanha.

  O risco a astronautas da Estação Espacial Internacional parece ser "relativamente baixo", segundo Mark Matney, especialista em detritos orbitais do Centro Espacial Johnson em Houston, Texas. Mas a colisão compromete a missão de manutenção do Telescópio Espacial Hubble em maio. A nave espacial Atlantis é a que deverá levar os astronautas da manutençao do Telescópio. Estima-se que, a cada vez que um astronauta sai da nave para experienciais científicas corre o risco de impacto com algum desses fragmentos de lixo espacial. Para uma missão até a Estação Espacial Internacional é de UM em 300, mas para missões em altitudes maiores e em órbitas mais inclinadas como a do Hubble, o risco é maior. Mesmo antes da recente colisão, os detritos do teste chinês de 2007 haviam elevado o risco de impacto catastrófico da missão para UM em 185.

O limite considerado usual pela Nasa para esses riscos é de UM em 200, por isso Matney descreve a situação antes da colisão como já "desconfortavelmente próxima de níveis inaceitáveis". "Isso só agravou a situação anterior", ele disse. Matney acredita que a agência saberá em breve se a missão poderá prosseguir.

O jogo da culpa
Logo após a colisão, não houve consenso entre especialistas sobre se a Iridium deveria ter previsto o ocorrido. "Isso nunca deveria ter acontecido", dissem os analistas espaciais do Instituto de Tecnologia de Massachusetts em Cambridge. Já com bastante antecedência, dados fornecidos pelas Forças Armadas americanas mostraram que os dois satélites poderiam chegar perto, até meio Km um do outro. "Os donos do satélite ativo, deveriam ter manobrado o Iridium para longe", dissem os analistas.

Mas a previsão de colisões entre satélites é algo complicado, disse Richard Crowther, chefe da delegação do Reino Unido no Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço Sideral (Uncopuos na sigla em inglês). "É algo complexo que consome muito tempo", ele disse. Mesmo as melhores previsões são apenas de probabilidades, e a manobra de mudança de curso de uma nave pode envolver custos e riscos que pesam mais que a chance de colisão.  Liz DeCastro, porta-voz da Iridium, neste caso, claramente a culpada pela colissão, disse não ter certeza se a companhia moverá uma ação legal contra o governo russo (!!?).

Evitar acidentes com mais facilidade exige dados e recursos. Enquanto a Rússia possui seu próprio sistema de rastreamento de objetos espaciais, o resto do mundo depende mais ou menos dos dados divulgados pela Rede de Vigilância Espacial do Departamento de Defesa americano. Os militares americanos possuem análises muito melhores de seus dados do que aquelas divulgadas ao público, segundo Brian Weeden, ex-analista do Comando Estratégico dos EUA, que supervisiona a rede de sensoriamento do Pentágono.

Essas análises são usadas para antever ameaças a satélites das Forças Armadas e da Inteligência, bem como a missões civis de especial importância como a Estação Espacial Internacional. Esses dados deveriam ser divulgados em "benefício do público", disse Jonathan McDowell, astrônomo da Universidade Harvard que rastreia lançamentos de satélites como passatempo. McDowell acredita que os países deveriam estudar a criação de um "controle de tráfego espacial" multinacional para alertar sobre colisões desse tipo.

Mais medidas devem ser tomadas para evitar o aumento de detritos orbitais, acrescenta David Wright, pesquisador do Union of Concerned Scientists, um grupo sem fins lucrativos com sede em Cambridge, Massachusetts. Até o momento, o Uncopuos estabeleceu as diretrizes para limitar o número de detritos espaciais, que incluem a medida de expelir restos de propelente para prevenir explosões. Mas Wright acredita que deveriam existir regras a serem obedecidas por todas as nações que lançarem naves na região de tráfego denso em que o acidente ocorreu. Os fragmentos resultantes de cada colisão aumentam o risco de uma próxima, e se medidas não forem tomadas, o número de acidentes deverá crescer dramaticamente - possivelmente inutilizando por completo a órbita inferior da Terra.

No momento, o único respaldo legal para tal ação parece ser o Tratado do Espaço da ONU (1967), que determina que uma nação pode ser responsabilizada pelos danos causados ao satélite de outra nação. Mas o texto do tratado é muito vago para ser de grande ajuda nesse caso, segundo McDowell. "De quem é a culpa? Será que um deles bateu no outro por trás?" ele disse. "Não acho que as regras de trânsito das estradas se aplicam aqui."

McDowell não chega a reivindicar um tratado internacional que governe a órbita inferior da Terra, mas acredita que "regras de trânsito" deveriam ser estabelecidas para tentar esclarecer as questões legais em torno dessa colisão e de outras futuras.

A decisão da continuação ou do encerramento da missão de manutenção do nobre telescópio, será divulgada em duas semanas. Se aprovada, a nave Atlantis deverá chegar ao Hubble em Maio deste ano.  Por falar nisso: O telescópio Hubble foi lançado ao espaço em 1990, e vem produzindo uma série de conteúdo de extrema importância para a Astronomia mundial. Há alguns anos, quase foi desativado, mas após um enorme abaixo assinado que circulou e fez furor na internet, permitiu ele continuar na ativa. Nao existe na Terra nenhum outro telescópio que consiga chegar nem a 20% das possibilidades do Hubble.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Quem Quer ser Um Milionário?

Rating:
Category:Movies
Genre: Horror
Quem Quer ser Um Milionário? ou "Slumdog Millionaire" saiu da festa do Oscar premiado com 8 (oito!) estatuetas...

Ate ai tudo bem.. ao final trata-se do Oscar, a premiação mais significativa e cheia de simbolismo, no mundo do entretenimento.
Por tal motivo, preparei a pipoca, disposto a assistir o filme, esperando vários momentos de pura emoção...
Que nada!. para início de conversa o filme é 100% apelativo, uma tremenda decepção: já na primeira cena vemos o rapaz sendo “interrogado” pela policia local, na verdade, uma sessão de tortura mesmo... e não era para esperar menos dele, pois o pano de fundo e a historia propriamente dita é a saga de um favelado e como ele vive, coisas absurdas tal como quando ele decide mergulhar em detritos humanos (sim!..merda mesmo!), para conseguir o que deseja: um mero autógrafo, e, já que ele é um pivete, não é uma surpresa isso. Coisa de Favelado! não? as desventuras da vida dele, ficam cada vez mais bizarras, sempre em meio á violência, e ás necessidades de uma vida paupérrima, Ao final, não é a toa que na Índia, as classes mais desvalidas sobrevivem com menos de 2 Dólares por dia (dados da Unesco).
As cenas gratuitas de violência e baixaria ficam mais e mais excessivas e achei-las todas meramente recorrentes..
Parece que o Diretor, quer chegar ate o âmago do espectador, extraindo dele a simpatia e o sentimento de pena pelos pivetes protagonistas, Salim e Jamal. Só que para isso, podia lançar mão de uma boa historia, e não de cenas de violência gratuita, que ficaram parecendo nada mais que pura apelação!. Como na ocasião da morte da mãe deles... vitima de pauladas de um grupo religioso cheio de intolerância....
Neste momento não pude evitar um sentimento de revolta: onde é que a Academia achou 'arte' suficiente para sequer premiar essa coisa horrível ?, tudo de gosto duvidoso!, e por cima... pasmem!...com vários Oscars?.. Ele está mais na categoria de filme de terror, e dos ruins,. daqueles Classe ‘B’ mesmo. Junto com Freddy Kruger, Jason e toda essa turma, que tem mesmo seus fãs ARDOROSOS. E, portanto, só o fato do filme estar na lista dos Indicados ao prêmio já era mais que suficiente... Não acham?...Pelo amor de deus!..porque então encher essa coisa absurda e nojenta de nada mais e nada menos que de 8 estatuetas?...

O filme ''O lutador", uma história verídica e realmente humana, com Mickey Rourke nem sequer leva alguma.. e, simplesmente acho Rourke um excelente ator, nunca houve um ‘vilão’ das telas que eu odiasse tanto! E que falar do emocionante e belíssimo filme "O Leitor (The Reader)", de Stephen Daldry?, apenas 1 Oscar...

Ultimamente, tem escutado muitas criticas relativas ao 'bom senso' nas escolhas da Academia de Artes, e de como cada vez mais, e talvez a pedido da própria industria, se fazem e premiam filmes 100% apelativos, que contenham muitas cenas sejam de sexo explícito, violência gratuita, ou os tais 'efeitos especiais' onde o mocinho, com uma única arma, derruba 101 bandidos,..e sem trocar de pente!...Afff!!!

Com este filme, tenho essa certeza, o Oscar hoje em dia é nada mais que um pretexto para incentivar os filmes apelativos e promover a horror gratuito, afinal a morbosidade é o sentimento mais exacerbado pela mídia hoje em dia, seja nos filmes, na televisao, jornais impresso, etc.. em qualquer meio. o negocio é atiçar a morbosidade humana, pois isso é o que vende ... segundo o povo da 'Academia de Hollywood'...

Lamentável...
Não percam seu tempo com essa porcaria chamada ‘filme’ e, aconselho melhor escutar uma boa musica, falando nisso acabei de botar ‘ The Carpenters’ para relaxar um pouco...

Ahh.. em tempo: coloquei o 'Genero" acima propositalmente como sendo Filme de Horror!

sábado, 21 de fevereiro de 2009

OS PERSAS

Durante quase mil anos, O centro do mundo árabe foi a Persia, dela saíram incríveis estadistas e pensadores, tal como Xerxes, Ataxerxes, Nabucodonosor, e chegando até á epoca de Dario e finalmente Alexandre o Grande (entre outras coisas, rei do maior império á época, pois ele simplesmente chegou a ter o controle e domínio de todo o mundo conhecido naquele tempo. …. De quebra, ele foi também fundador da Maçonaria) ... tudo isso na região que hoje é conhecida como o Iraque, ou Irak. Desta nobre região do mundo conhecido, saíram as maiores forças militares da época, os melhores navegadores e colonizadores de nossa História. 

Eles representavam a maior potência militar à face da Terra — os seus exércitos dominavam e/ou invadiam, literalmente ao mesmo tempo, a Europa, a África, a Índia e a China. Era também a potência economicamente mais avançada do mundo, comercializando uma grande variedade de produtos por meio de uma extensa rede de comércio e comunicações que se estendia por toda a Ásia, Europa e África, negociando e importando escravos e ouro de África, escravos e lã da Europa e trocando uma série de produtos alimentícios, tecidos e artigos manufaturados com a maior parte das regiões da Ásia. Os persas tinham alcançado na sua época,  o mais alto nível de desenvolvimento da história humana no que dizia respeito às artes e ciências, e tudo aquilo que caracterizam uma civilização. Dominavam a Matemática, Astronomia, Geografia, Navegação. Tendo herdado o melhor do conhecimento e as práticas do Médio Oriente antigo, especialmente da Grécia, e sem esquecer da Pérsia propriamente dita.

Ainda, acrescentava-lhes inovações importantes trazidas de outras culturas e de outras regiões, tal como o uso e a produção de papel, com origem na China, e a numeração Base10, chamada por nós de decimal, com origem na Índia. Por falar nisso, é difícil imaginar a literatura e a ciência modernas sem uma ou sem a outra. Foi no Médio Oriente ­muçulmano que os números indianos foram pela primeira vez integrados no corpo de conhecimentos matemáticos. E, a partir do Médio Oriente, esses conhecimentos foram transmitidos ao Ocidente, onde ainda hoje são conhecidos como “numeração árabe”, (que são os que todos nós HOJE em dia usamos!) honrando, não aqueles que os inventaram, mas aqueles que, pela primeira vez, os desenvolveram e trouxeram para ocidente, para a Europa.

Aqui, faço um parénteses e vale um esclarecimento: para quem estranhou que esse povo fazia escravos e os comercializava por todo o mundo conhecido, devo lembrar que nessa época, os povos vencidos eram mesmo escravizados, e não foi diferente do que a Europa faria centenas de anos mais tarde. Durante a colonização das Americas, onde os europeus fizeram pior: exterminaram os índios nativos e os que restavam era usados como mão de obra barata e escrava... é logico!  Sem falar da maciça introduçao dos escravos africanos por toda a América, especialmente naquelas colónias dos portugueses. A diferença com o mundo árabe era que eles se integravam aos povos e a cultura local, e nao impunham nada, nem a sua religiao, o que trouxe somente avanços nessas culturas.

Vale esclarecer que, por extensão e similaridade de culturas, todo esse conhecimento dos persas, foi repassado paulatinamente, tanto o saber, poder e conhecimento para os árabes, o que acabou dando para o mundo árabe o empurrão que faltava para garantir o seu domínio no mundo pelo próximo milénio….

A esta herança valiosa, investigadores e cientistas do mundo islâmico juntaram uma contribuição extremamente importante, produto das suas próprias observações, experiências e idéias. O que acabou influenciando a maioria das artes e ciências básicas da civilização. Naquele momento,  a Europa medieval era um continente de bárbaros, (Idus de 900 dC) se comparado com a cultura e conhecimentos dos árabes daquela época, e deles foram aprendizes e, assim, desta maneira, a Europa toda foi discípula do mundo islâmico, até porque passou a confiar na fidelidade e correta tradução das versões árabes das numerosas obras dos pensadores e filósofos gregos que eles já estudavam e possuiam fazia muito tempo, e que, de outra forma, jamais teriam chegado ate nós, obras estas que, para os árabes eram ha muito tempo conhecidas. Graças ao zelo pela cultura universal que os árabes tinham, hoje podemos nos considerar sortudos, pois conhecemos o pensamento de Aristóteles, Pitágoras, Heráclito, Homero, Demóstenes, Sófocles e tantos outros que enriqueceram nossas ideias e pensamentos. 

E assim, avançamos os primeiros mil anos da Historia Ocidental:

Normalmente, as lições de História são ensinadas de forma mais aguda e inequívoca no campo de batalha, mas pode haver alguma demora até a lição ser realmente compreendida e aplicada. Na cristiandade, a derrota final dos Mouros (como eram chamados os árabes) na Espanha, em 1492, e a libertação da Rússia em relação aos tártaros islamizados foram compreensivelmente vistas como vitórias decisivas. À semelhança dos Espanhóis e dos Portugueses, também os Russos perseguiram os seus anteriores senhores até às suas terras de origem, só que com um grau de sucesso muito maior e mais durável. Com a conquista de Astracã, em 1554, os Russos alcançaram as costas do mar Cáspio; no século seguinte foi a vez da margem norte do mar Negro, tendo assim início o longo processo de conquista e colonização que integrou vastos territórios antigamente dominadas pelos muçulmanos e agora recuperadas pelo Império Russo.

Todavia, nos países do Islão, estes acontecimentos nas fronteiras remotas da sua civilização pareciam pouco importantes e, de qualquer forma, eram ofuscados por vitórias que aos olhos dos Muçulmanos pareciam ser bastante mais importantes, fundamentais mesmo: a expulsão das ignominiosas cruzadas do Levante no século xiii, a tomada de Constantinopla, em 1453, e a marcha triunfante das forças turcas através dos Balcãs em direção à outra cidade imperial cristã, e que ainda resistia heroicamente: Viena, no que parecia ser um avanço incomparável do Islão ­perante as sucessivas derrotas da cristiandade.

(Nesta alturas da Historia os árabes eram mais conhecidos pelos nomes de ‘turcos’ ou ‘otomanos’). Com algumas variações, como os ‘mamelucos’ que nada mais eram os egípcios de hoje em dia…

O sultão otomano, tal como o seu par e rival, o sacro imperador romano-germânico, tinha de se confrontar com estados rivais e com dissidências religiosas militantes no seio do próprio Islão. (Aqui, sem dúvida nenhuma deu-se o início da tendência fundamentalista da religião do mundo islámico). Mas, dos dois, o sultão foi sem dúvida o mais bem sucedido ao lidar com estes desafios. Na viragem do século xv para o século xvi, os Otomanos tinham dois estados vizinhos muçulmanos. O mais antigo dos dois era o sultanato mameluco do Egipto, com a sua capital no Cairo, que governava toda a região da Síria e a Palestina e, sobretudo, controlava os lugares santos do Islão na Arábia ocidental. O outro era a Pérsia, recém-reunificada por uma nova dinastia, com uma militância religiosa renovada. O fundador da dinastia, xá Isma “‘§l Safav§  (que reinou de 1501 a 1524), com origem numa tribo xiita do Azerbaijão, e que na verdade falava um dialecto turco, pela primeira vez desde a conquista árabe no século vii conseguiu submeter todas as terras do Irã a um único governante. Sendo tanto (ou mais) um líder religioso, que um gover­nante político e militar, o xá Isma “‘§l Safav§ elegeu o xiismo como a religião oficial do estado, e, assim, diferenciou de forma marcante  o reino muçulmano do Irão dos seus vizinhos sunitas — a oriente, na Ásia central e na Índia; e ao ocidente, no Império Otomano.

Por algum tempo, ele e os seus sucessores, os xás da dinastia safávida, desafiaram a reivindicação dos sultões otomanos, não só relativamente à supremacia política, mas também à liderança religiosa. O sultão otomano Selim I, o Taciturno, que reinou entre 1512 e 1520, organizou ­campanhas militares contra os dois vizinhos. Conseguiu um sucesso substancial, mas incompleto, contra o xá, mas alcançou uma vitória total e ­definitiva sobre o sultão mameluco do Egipto. O Egipto e as regiões circun­dantes foram integrados nos territórios otomanos; a Pérsia manteve-se como Estado independente, rival e, a maior parte do tempo, hostil. Busbecq, o embaixador europeu imperial em Istambul, foi ao ponto de dizer que:  « só a existência da Pérsia salvava a Europa da eminente conquista turca. Porém, a Pérsia apenas pode adiar tal destino, não pode nos salvar. Quando os Turcos alcançarem um entendimento com a Pérsia, saltarão sobre os nossos pescoços apoiados pelo poderio de todo o Oriente. Nem me atrevo a dizer o quanto estamos desprotegidos perante essa eventualidade.»

 Observadores ocidentais, em tempos mais recentes, referiram-se em termos semelhantes à União Soviética, e a China veio a provar que estavam igualmente enganados.

Logo a seguir, a Pérsia ficou paralisada  sob as ordens do sucessor de Selim, Soleimão, o Magnífico (que reinou entre 1520 e 1566). Assim, os Otomanos estavam prontos a embarcar numa nova fase de expansão na Europa.   A grande batalha dos Mohacs na Hungria, em Agosto de 1526, foi para os Turcos uma vitória decisiva e abriu o caminho ao primeiro cerco a Viena, em 1529. O fracasso desta tentativa de captura de Viena foi visto por ambos os lados como um adiamento, não como uma derrota definitiva, e resultou numa longa luta pela supremacia entre os dois impérios no coração da Europa.

Aqui e além, as potências cristãs conseguiram alcançar alguns suces­sos e até mesmo uma vitória notável: na grande batalha naval de Lepanto, porto localizado, no estreito de igual nome, que liga o Golfo de Patras ao de Corinto. na Grécia, em 1571. Na Europa, essa vitória foi aclamada como um enorme triunfo. E, que todo o mundo cristão exultou,  com esta vitória e o rei James VI da Escócia, mais tarde James I de Inglaterra, sentiu-se mesmo inspirado a compor um longo e extático poema de celebração. Os arquivos turcos preservaram o relatório de Kapudan Pashã, o almirante que comandava a armada, cuja descrição da batalha de Lepanto ocupa apenas duas linhas: «A armada do Império, divinamente guiada, confrontou-se com a armada dos miseráveis ­infiéis e a vontade de Alá foi-nos desfavorável.» Como relatório mili­tar, pode ate ser considerado algo pobre em detalhes, mas não em franqueza. Nos livros de história otomanos, esta epopeia é simplesmente conhecida como a batalha de Singin, uma pala­vra turca que significa debandada ou derrota esmagadora. Aqui é importante destacar que, a História é testemunha de que a lenta decadência do poderio naval dos otomanos começou com a jornada de Lepanto. Vale lembrar que essa foi a maior batalha naval que a História jamais registrara.

Porém, que diferença fez Lepanto? A resposta tem de ser muito pequena. Se olharmos para a questão na perspectiva mais ampla do poderio naval — para não falar da questão de longe mais importante da relação de forças ao nível militar no conjunto da região —, Lepanto não foi mais do que um revés menor para os Otomanos, que rapidamente foi ultrapassado. A situação é exemplarmente documentada numa conversa registada por um cronista otomano que relata que, quando o sultão Selim II perguntou ao grão-vizir Sokollu Mehmed Pasha quais os custos de reconstrução da armada depois da sua destruição em Lepanto, o grão-vizir respondeu: «O poder e a riqueza do nosso Império são tais que, se desejarmos equipar a armada inteira com âncoras de prata, equipagem de seda e velas de cetim, poderemos fazê-lo.» Trata-se evidentemente de uma liberdade poética, mas também de uma reflexão bastante precisa relativamente ao verdadeiro significado de Lepanto — um grande triunfo para Ocidente, uma pequena agitação das águas para Oriente. A verdade é que a ameaça principal se manteve viva. No século xvii havia ainda paxás turcos em Budapeste e Belgrado e corsá­rios berberes (*) do Norte de África faziam incursões nas costas da Inglaterra e da Irlanda e mesmo, em 1627, da Islândia, trazendo cativos para vendé-los  nos mercados de escravos de Argel.

(*) Os tais corsários berberes eram navegantes sarracenos, da região do Norte da Africa. Principalmente de Algéria, O líder mais importante do norte de África foi Barbarossa . Já em 1609, Marrocos tornou-se um novo centro para estes corsários e piratas.

No final do século xvi e início do século xvii, a Pérsia tornou-se mais uma vez mais um fator importante. O xá ‘Abba“s I, o Grande, foi em muitos sentidos o mais bem sucedido dos governantes da sua dinastia. Em 1598, de regresso à sua capital, depois de uma vitória contra os Usbeques da Ásia Central, foi contactado por um grupo de europeus comandados por dois irmãos ingleses, Sir Anthony e Sir Robert Sherley. Provavelmente por sugestão destes, enviou cartas de amizade ao papa, ao sacro imperador romano-germânico e a vários monarcas e governan­tes europeus, incluindo a rainha de Inglaterra e o ‘doge’ Rei de Veneza. Estas missivas produziram escassos resultados. Maior importância tiveram a reorganização e o rearmamento das suas forças armadas, levados a cabo com a ajuda dos Sherleys e de outros europeus. Entre 1602 e 1612, e também entre 1616 e 1627, a Pérsia e a Turquia estiveram em guerra e os Persas alcançaram um número significativo de vitórias. Com a sua atenção voltada para a guerra a leste, os Turcos viram-se forçados, em 1606, a fazer a paz com os Austríacos.

O resultado foi o Tratado de Sitvatorok, tendo sido assinado nesse ano, e é notável por várias razões. Todos os tratados anteriores haviam sido ditados pelos Turcos na sua capital, Istambul. Este foi negociado em solo neutro, numa ilha do Danúbio que marcava a fronteira entre os dois lados. Talvez ainda mais significativo foi o reconhecimento do imperador como padishah. Até então tinha sido prática normal dos Otomanos designar os governantes europeus ou por títulos otomanos inferiores, como bei, ou, mais vulgarmente, pelo que eles consideravam serem títulos europeus. Assim, por exemplo, nas cartas otomanas para a rainha Isabel I, de Inglaterra, lia-se no título «Rainha (Kiraliçe) do Vilayet [provín­cia] de Inglaterra», enquanto nas que se destinavam ao imperador figurava «Rei (Kiral) de Viena». Kiral e Kiraliçe são naturalmente termos europeus, e não de origem turca, e eram usados pelos Otomanos da mesma forma que a Grã-Bretanha imperial utilizava títulos locais para designar os príncipes nativos na Índia. Dirigir-se ao imperador como padishah, título que os sultões otomanos reservavam para eles pró­prios, equivalia a um reconhecimento formal de igualdade.

Ainda que geralmente desdenhosos do Ocidente infiel, os Muçulmanos não ignoravam as capacidades ocidentais no campo do armamento e das estratégias militares. Os sucessos iniciais das cruzadas no ­Levante causaram a impressão nos responsáveis militares muçulmanos de que, pelo menos em algumas áreas, os exércitos ocidentais eram superiores, e desta constatação foram rapidamente deduzidas e postas em prática as naturais consequências. Prisioneiros de guerra ocidentais foram postos a trabalhar na construção de fortificações; mercenários e aventureiros ocidentais foram contratados e iniciou-se um tráfico de armas e outros materiais de guerra que continuou a crescer continuamente nos séculos seguintes. Mesmo quando os Turcos Otomanos prosseguiam no avanço em direcção ao Sudeste europeu, puderam continuar a comprar muito do equipamento necessário para as suas armadas e para os seus exércitos de fornecedores cristãos europeus, a recrutar especialistas europeus e até a obter cobertura financeira para estas operações em bancos europeus. Aquilo que actualmente é designado como «relacionamento construtivo»  e «Corporações» tem uma longa história.

Tudo isto, no entanto, teve pouca ou nenhuma influência sobre as percepções e atitudes  muçulmanas, já que os exércitos do Islão continua­vam vitoriosos em regiões críticas. Os sultões compravam material de guerra e conhecimentos militares a troco de dinheiro e viam este fato como nada mais do que uma transação comercial. Em particular, os Turcos adoptaram invenções europeias, tais como pistolas e espingardas, ou a artilharia, e usavam-nas com inegável sucesso, sem por isso modificarem a sua visão dos Bárbaros e infiéis, de quem haviam adquirido estas armas.

Começaram a surgir, no entanto, algumas vozes dissonantes. Logo no século xvi, um grão-vizir otomano retirado da vida pública observava que, enquanto as forças muçulmanas eram soberanas em terra, os infiéis estavam a tornar-se cada vez mais fortes no mar. «Temos de os ultrapassar.» Ninguém ligou para ele, e a sua mensagem teve pouco eco. No início do século xvii, um outro responsável otomano deu conta da presença alarmante de mercadores portugueses, alemães e ingleses nas águas asiáticas e alertou para um possível perigo nessa região. E foi ignorado do mesmo jeito….

O perigo era real e não deixou de aumentar. Chegamos então á época quando o navegador português Vasco da Gama contornou o continente africano pelo Cabo de Boa Esperança em direção ao oceano Índico, no final do século xv, e abriu assim uma nova rota marítima entre a Europa e a Ásia, com consequências de longo alcance para o Médio Oriente, primeiro comerciais, porem, mais tarde, também estratégicas. Logo em 1502, a República de Veneza, o principal comerciante europeu das especiarias orientais, enviou um emissário ao Cairo para prevenir o sultão do Egipto ao respeito do perigo que esta nova rota marítima representava para o comércio bilateral entre Veneza e Egipto. No início, o sultão prestou pouca atenção à questão, mas um declínio acentuado dos rendimentos provenientes das taxas alfandegárias levou-o a centrar a sua atenção mais decididamente neste novo problema. As expedições navais egípcias contra os Portugueses em águas orientais foram, no entanto, um fracasso e sem dúvida contribuíram para a queda do poder do  sultanato egípcio em 1516-1517 e para a incorporação de todos os seus domínios pelo Império Otomano.

Os Otomanos passaram, a partir de então, a ter a seu cargo essa tarefa, mas os resultados foram poucos. Os seus esforços para conter os Portugueses na África e no Mar Vermelho foram, quando muito, inconclusivos. A falta de interesse otomano nestes desenvolvimentos é perfeitamente ilustrada pela resposta a um apelo de ajuda de Atjeh, na Sumatra. Em 1563 o governante muçulmano de Atjeh enviou uma embaixada a Istambul a pedir ajuda contra os Portugueses e acrescentando, como incentivo, que vários dos governantes não muçulmanos da região tinham concordado em se tornar muçulmanos se os Otomanos viessem em sua ajuda. Mas os Otomanos estavam ocupados com assuntos mais urgentes — os cercos de Malta e de Sziget­var na Hungria e a morte do sultão Soleimão, o Magnífico. Só dois anos depois conseguiram finalmente reunir uma armada de 19 galeras e alguns outros navios transportando armas e provisões para ajudar os sitiados atjehneses.

A maioria dos navios, no entanto, nunca chegou ao destino. A maior parte da expedição foi desviada para resta­belecer e reforçar a autoridade otomana no Iémen e, na realidade, apenas dois navios, transportando fabricantes de canhões, artilheiros e engenheiros, assim como espingardas e outro material de guerra, ­alcançaram realmente Atjeh, sendo colocados ao serviço do governante local e utilizados nas suas tentativas fracassadas para expulsar os Portugueses. O incidente parece ter passado despercebido históricamente. E, ele é apenas é conhecido a partir de documentos dos arquivos turcos. Fruto de negligência ou de vontade consciente, os Otomanos foram ­afortunados em não terem procurado desafiar excessivamente o poderio naval português nos mares orientais; as suas armadas, compostas por galés de estilo mediterrâneo, tinham grandes desvantagens em relação às naus e galeões portugueses, construídos para o Atlântico e, consequentemente, maiores, mais pesados, com melhor armamento e mais manobráveis.  Não era por nada que a Escolas de Navegação portuguesas eram as melhores possíveis á época. O caso da mítica Escola de Sagres, criada pelo Infante D. Henrique

A verdade é que o impacto da nova rota oceânica entre a Europa e a Ásia no tráfego comercial do Médio Oriente foi menor do que a certa altura se pensou. Ao longo do século xvi, as rotas comerciais do Médio Oriente de especiarias e de outras mercadorias entre o Sul e o Sudeste asiático, por um lado, e a Europa do mediterrâneo, por outro, continuaram a florescer. Porém, com o aproximar do século xvii surgiria uma nova situação e — para o Médio Oriente — bastante mais perigosa. Nessa altura, os Portugueses, os Holandeses, os Ingleses  e outros europeus começa­ram cada vez mais a instalar-se na Ásia como algo mais do que simples mercadores. Começaram a estabelecer bases que, com o tempo, se tor­nariam dependências coloniais. À medida que o seu poder se estendia do mar para os portos e para o interior, os novos impérios europeus na Ásia, ao controlarem quer os pontos de partida, quer os pontos de chegada, no comércio entre o Oriente e o Ocidente, começam efetiva­mente a estabelecer um cerco ao Médio Oriente. É somente neste momento histórico que começa o declínio do poderio árabe sobre o resto do mundo conhecido….

O perigo não estava confinado à expansão do Ocidente europeu no Sul da Ásia. Havia também ao Norte a expansão russa, onde, uma vez mais, os governantes muçulmanos se voltaram para a maior potência muçulmana daquele tempo, o Império Otomano (Para Esclarecer vocês: O Império Otomano foi um Estado que existiu entre 1299 e 1922. Fundado por Osman I (em árabe Uthmān, de onde deriva o nome "otomano"), então, quando os muçulmanos foram ate os otomanos em busca de ajuda. neste caso houve alguma resposta: Em 1568, os Otomanos traçaram um plano para escavar um canal que atravessasse o istmo do Suez desde o Mediterrâneo até ao mar Vermelho; no ano seguinte começaram a construir um canal entre o rio Don e o rio Volga. O seu propósito era claramente o de estender o seu poderio naval para além do Mediterrâneo, por um lado para o mar Vermelho e o oceano Índico, por outro para o mar Negro e o mar Cáspio. Mas ambas as operações, pelo menos assim parece, foram no final, vistas pelos Otomanos como irrelevantes e marginais e acabaram por ser abandonadas quando se mostrarom ser excessivamente trabalhosas. No final do século xvi, os Otomanos deixaram de ser participantes ativos em ambas as frentes — contra os Russos no Norte da Ásia e na Ásia central, contra os europeus ocidentais no Sul e no Sudeste asiáticos. Em vez disso, concentraram os seus esforços na sua luta na Europa, que eles viam, não sem razão, como o principal campo de batalha entre o Islão e a cristandade, ambas religiões rivais na competição pela iluminação — e domínio — do mundo.

Os sucessos ocidentais no campo de batalha e no alto-mar eram acompanhados por outras menos efusivas, porém mais incisivas e, posterior­mente, mais perigosas, vitórias ao nível do mercado. Nestas alturas, A descoberta e exploração do Novo Mundo (as Américas) fez que, pela primeira vez, a Europa cristã se encontrasse beneficiada de abundantes remessas de ouro e prata. As terras férteis das suas novas possessões coloniais permitiam o cultivo de novos produtos agrícolas, incluindo alguns que antes eram exclusivamente encontrados e importados do Médio Oriente, como o café e o açúcar, e mesmo a exportação para países que antes eram fornecedores desses mesmos artigos. A presença crescente da Europa no Sul e no Sudeste asiáticos acelerou e expandiu este processo e certas atividades há muito estabelecidas enfrentaram o duplo desafio do choque com a mão-de-obra barata asiática e com a capacidade comercial europeia. As companhias comerciais ocidentais, contando com a colaboração dos respectivos governos animados de espírito mercantilista, representavam uma nova força no Médio Oriente. Mais uma vez, algumas vozes, ocasionalmente, exprimiram uma certa preocupação, mas suscitaram pouca atenção.

Não obstante, estes desenvolvimentos e as mudanças deles resultantes, seja ao nível dos assuntos internos, seja ao nível das questões externas, agravaram problemas antigos e criaram novos, de uma amplitude e complexidade crescentes — como ser: monetários, fiscais, financeiros e, finalmente, económicos, sociais e culturais.

Durante a maior parte do século xvii não houve mudanças significativas no equilíbrio das forças militares. Até quase meados do século, a Europa esteve absorvida pela chamada Guerra dos Trinta Anos e pelo seu rescaldo, enquanto os Otomanos se preocupavam com problemas internos na sua fronteira oriental. Uma guerra com a República de Veneza, a partir de 1645, foi no início desastrosa para os Turcos. Em 1656, os Venezianos, que durante anos bloquearam os estreitos, mostraram-se  capazes de enviar a sua armada na direção dos Dardanelos e de obter uma vitória naval nesse estreito fundamental.

No mesmo ano, Mehmed Köprülü, um paxá albanês, foi nomeado grão-vizir. Durante o período em que exerceu o seu governo (1656-1661), assim como durante a do seu filho e sucessor Ahmed Köprülü (1661-1678), o estado otomano sofreu uma transformação importante. Estes governantes competentes, enérgicos e implacáveis con­seguiram reorganizar as forças armadas do Império, estabilizar as ­finanças e retomar a iniciativa na luta contra a Europa cristã. Uma área de actividade intensa foi a Polónia e a Ucrânia, sendo que foi aqui que, pela primeira vez, os Otomanos entraram em conflito com a Rússia. Com o Tratado de Radzin de 1681, os Turcos desistiram das suas reivindicações a respeito da Ucrânia e concordaram em conceder aos Cossacos direitos de comércio no mar Negro. Este fato repre­sentou uma mudança cheia de consequências, marcando o ressurgir de um novo e mais perigoso inimigo e o início de uma longa, difícil e amarga luta: contra a Russia Imperial.

Entretanto, um novo grão-vizir sentiu que era seu dever recuperar a glória da «dinastia» Köprülü de vizires. Em 1682 deu início a uma nova guerra contra a Áustria, culminando num segundo cerco de Viena, entre 17 de Julho e 12 de Setembro de 1683. Esta segunda tentativa mal sucedida para tomar a cidade é bem descrita nas palavras de Silihdar, um cronista otomano contemporâneo dos eventos. «Esta foi uma derrota calamitosa, tão grande que nada semelhante havia ocorrido desde o surgimento do estado otomano.» Temos de admirar a franqueza com que os árabes encaravam as realidades desa­gradáveis.

Bem, a partir deste momento a Historia mostra que as novas rotas exploradas pelos portugueses e espanhóis, o comercio dos ingleses com as suas colónias nas Américas, deu tanto vigor económico aos europeus que acabaram se assentando também na Índia, na África, e reconquistando o território europeu integralmente, deixando os árabes confinados ao Norte da Africa e e parte do Extremo Oriente, onde atualmente se encontram….

Este povo, o árabe, embora possam para alguns parecer como um bando de fanáticos, não devemos generalizar, pois toda cultura tem seus mocinhos e seus bandidos..

Para terminar, tente aqui, lembrar apenas como ao longo da Historia, povos e culturas aparecem e desaparecem, em uma incessante repetição dos eventos. Talvez seja por isso que costuma-se dizer: “A Historia se repete”  

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Me preocupa saber dos filhos do pastor Moisés

Navegando pelo Twitter encontrei o link do blog do "pastor Moisés". http://blogpastormoises.blogspot.com/
....
Eu li vários posts, rezando que fosse FAKE. Mais NÃO É. O blog é uma apologia da xenofobia, homofobia, misoginia (pra quem nao sabe o que é isso: Aversão às mulheres; perversão do sentido sexual, caracterizado pela aversão de certos homens às relações sexuais), putzzz!!... e nao termina ai: ele inclue nisso todas as ias malignas que você pode imaginar. Também há paranóia, intolerância e falta de senso de humor.

Porem, o que me assustou mesmo, entretanto, foi o primeiro post, onde o tal pastor conta que foi parado na rua por uma funcionária de um posto de saúde que estava panfletando e que o alertou de uma campanha de vacinação.

Vejam o que o tal de "pastor" achou dessa Campanha:

    ...(!?) O Governo ao invés de gastar dinheiro para prender os bandidos por aí ou arrumar recursos para aparelhar os hospitais apenas armam uma operação de mentira no qual pinga gotas inócuas na boca das crianças e diz que assim elas estarão saudáveis sem doença.

(Calma que piora:)

    E ele continúa assim: Ótimo, então que eles fechem todos os hospitais públicos e fiquem curando o povo com essas gotas já que são tão milagrosas, é muita canalhice dessa corja que brinca com a saúde da população. Eu simplesmente não levei criança nenhuma para vacinar, eles que fiquem pensando que vão mandar nos meus filhos, meus garotos não vão servir de cobaias para as "experiências científicas deles". Jesus e seus 12 apóstolos nunca tomaram uma vacina que seja, e todos chegaram ao fim da vida sem paralisia...

Voces não precisam adivinhar: a tal gotinhas inócuas, que ele fala, são nada mais e  nada menos que a vacina contra Poliomielite ... só.

Eu Até Concordo, é MUITA canalhice brincar com a saúde da população,  E não há canalhice maior do que  não vacinar uma criança. Doenças horríveis como a varíola foram ERRADICADAS graças à vacinação. Hoje não há mais crianças vivendo em pulmões de aço pelo resto da vida, sofrendo de paralisia infantil. Aliás não se vê mais praticamente casos de paralisia infantil, ao contrário da primeira metade do Século XX, quando era comum crianças usando muletas e aquelas próteses horriveis de couro e botinhas de aço.

Vacinas são "gotinhas inócuas", sem contar as seqüelas pós-poliomielite (spp) , E AINDA, é por isso as ruas vivem cheias de gente com varíola, caxumba e sarampo...né?

Pois é.. Isso é o que chamam de 'religião'
Esse pastor está completamente CEGO por seu fanatismo, infelizmente repassa, contamina seus "fiéis" com essa retórica totalmente fora de proposito e furada.
O único consolo aqui é o que DARWIN está vendo:
Ao não vacinar seus filhos ele está gerando chances de que eles sejam contaminados, que contraiam uma série de doenças sérias, aumentando a possibilidade de que não cheguem a uma idade adulta e se reproduzam. Se os fiéis da região onde o pastor prega seguirem as mesmas indicações, o potencial genético humano será levemente aprimorado, livrando o mundo de descendentes de gente burra o bastante pra acreditar no tal de "pastor Moisés".

Curioso é que as tais “gotinhas  inócuas” também livraram o mundo de Raiva Canina. Será que o pastor Moisés também não vacina seus cachorros? ... QUE PERIGO PARA A SOCIEDADE como um TODO!

Acho que no vacina ninguem... e eu, e todos nós, temos que aturar gente como ele.

...infelizmente o mundo está cada vez mais cheio dessas pessoas cegas e desinformadas, que querem 'inventar' moda para  continuar no controle da sua freguesia, ou seja, seus 'fíeis'...