Gostaria de lhes falar sobre o homem que praticamente inventou a que podemos chamar de “fantasia do época medieval”: o ilustre J. R. R. Tolkien.
Tolkien nasceu em Janeiro de 1892, na cidade de Bloemfointein no sul da África. Seu pai trabalhava em um banco que tinha acabado de abrir uma filial no local, e fora designado para trabalhar lá. Quando Tolkien tinha 3 anos de idade, seu pai faleceu, e sua mãe decidiu voltar com a família para a Inglaterra. Tolkien passou grande parte de sua vida ensinando filologia inglesa medieval, entre os muros da Universidade de Oxford (onde se tornou professor de literatura). A pesar da nacionalidade inglesa, a origem de seu nome é alemã. Como grande estudioso das línguas antigas e fã ardoroso de mitologia, se ressentia de que seu país, a Inglaterra, não possuía uma mitologia como a encontrada nas culturas escandinava, celta, alemã e grega. Nos intervalos de suas aulas, pesquisava sobre diversos contos da Inglaterra, como os que falavam sobre fadas e dragões, e escrevia "O Livro dos Contos Perdidos", onde começava a descrever todo o universo criado por ele, a partir dessas leituras, o que mais tarde, serviria de base para o livro "O Silmarillion", uma de suas mais famosas obras.
Toda esta "mitologia inglesa" poderia nunca ter saído da gaveta se não fosse a influência dos pequenos filhos de Tolkien. Ele gostava de contar pequenas histórias para os filhos, e estes um dia o pediram para que lhes escrevesse um livro. Ele adorou a idéia e, em 1925, escreveu "O Hobbit", o livro que deu origem a toda a Terra-Média, e criou a fantasia medieval como a conhecemos hoje.
"O Hobbit" foi publicado no ano de 1937. Não foi um sucesso instantâneo, mas os altos números de vendas fizeram com que o dono da editora pedisse a Tolkien uma continuação. Empolgado com a idéia de finalmente poder criar toda uma mitologia, Tolkien acabou por escrever as mais de 1800 páginas de "O Senhor dos Anéis", publicado em 1954, sem dúvida seu mais famoso livro. Ele teve também muita influência da obra de Richard Wagner: a ópera conhecida como ‘O Anel dos Nibelungos’...
Tolkien chamou seu universo de Terra-Média (em inglês, Middle-Earth) porque Middelerd era a palavra utilizada no inglés antigo, na gíria arcaica para designar 'o mundo dos homens', em oposição ao Céu, ao Inferno, e a outros mundos fantásticos, tais como Arcadia, o mundo das fadas. As histórias da Terra-Média, ao contrário do que muitos pensam, não acontecem em um outro planeta, mas sim em nosso próprio mundo, em uma era mitológica, exatamente como acontecia na mitologia grega. Além de "juntar" vários seres do folclore inglês, como dragões, fadas, elfos; alguns germânicos e escandinavos, como gigantes e anões; e mais algumas referências claramente medievais, como reis, guerreiros e magos no estilo Merlin, Tolkien também inventou os hobbits, seres nunca antes encontrados em qualquer mitologia, e que, de certa forma, são alter egos do próprio Tolkien, pois seu amor pelas árvores e pela natureza (assim como por cachimbos e por fumar) não diferem em nada do comportamento verdadeiro do próprio Tolkien.
Não contente em criar todo este universo, Tolkien ainda criou os idiomas que considerava necessários para a veracidade de sua história, o mais notável sendo o Quenya, o idioma dos elfos, que possui alfabeto e regras gramaticais, dando como resultado que, até mesmo alguns fãs mais fervorosos resolveram ‘aprendê-lo’ e ficar conversando em idioma élfico!
Tolkien faleceu em 28 de agosto de 1973, mas sua obra permanece viva até hoje, tendo inspirado inúmeros autores e inúmeras histórias até os dias atuais.
Mas, voltando a nosso ‘mestre’ e inspiração:
Para quem deseja conhecer melhor a obra de Tolkien, evidentemente recomendo a leitura de "O Hobbit" e de "O Senhor dos Anéis". É claro que o livro é mais rico que os filmes. Muita gente já me falou que é um pouco difícil ler estes livros, e em parte eu concordo, pois a narrativa é muito mais detalhada e descritiva, o que pode tornar as coisas com excesso de detalhes e até um pouco cansativas para quem não é um ardoroso fã do tema como eu. Mas façam um pequeno esforço, vale a pena! são mesmo histórias de aventura, amizade e auto-conhecimento do tipo que anda em falta hoje em dia, recomendado mesmo...
Sem dúvida, mesmo que você não goste de elfos e anões, mesmo que não tenha paciência para ler uma serie de livros como o Senhor dos Anéis da vida, devemos reconhecer a importância de Tolkien (e de outros autores deste estilo, como Robert E. Howard, que inventou a conhecida ‘Era Hiboriana’ da saga de Conan para a literatura mundial. Além de conseguir seu objetivo de dar uma mitologia para a Inglaterra, Tolkien acabou por criar um estilo amplamente difundido e popular.
Sem falar da influência exercida sobre dois jovens de nome Gary Gygax e Dave Arneson, que na década de 70 inventaram um certo tipo de contos atrelados a jogos chamados de RPG...
Em Tempo: Os Role-playing games RPG (traduzido como "jogo de interpretação de papéis") é um tipo de jogo em que os jogadores assumem os papeis de personagens e criam narrativas no modo colaborativo. O progresso de um jogo se dá de acordo com umas regras predeterminados, dentro das quais os jogadores podem improvisar livremente. As escolhas dos jogadores determinam a direção que o jogo irá tomar.
Os RPGs são tipicamente mais colaborativos e sociais do que competitivos. Um jogo típico une os seus participantes em um único time que se aventura em uma ação como um grupo. Um RPG raramente tem ganhadores ou perdedores. Isso o torna fundamentalmente diferente de outros jogos como de tabuleiro, de cartas, esportes, ou qualquer outro tipo de jogo. Como romances ou filmes, RPGs agradam porque eles alimentam a imaginação, sem no entanto limitar o comportamento do jogador a um enredo específico.
Posteriormente, com a chegada do computador, eles se desdobrarom para os RPG eletrônico, existe uma enorme variedade de jogos que se encaixam nessa classificação. Existem também os MMORPG (Massive Multiplayer Online RPG - Jogos de RPG Online Massivos), jogos aonde diversas pessoas se conectam e jogam simultaneamente em um mesmo mundo. No Brasil, encontramos Ragnarok; Runescape; Priston Tale; Mu online; Ultima Online (UO); World of Warcraft; Tibia; Neverwinter Nights (NWN),Tales of Pirates, With Your Destiny (WYD), Hero Online, Perfect World, RF Online, Cabal Online, Maple Story, além de inúmeras comunidades menores em praticamente todos os MMORPGs de sucesso.
Definitivamente, Tolkien foi um ‘iluminado’
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