terça-feira, 22 de novembro de 2011

Somos mesmo analfabetos


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Cenas que podemos assistir diariamente nas faculdades: vários alunos que mal conseguem escrever uma frase e expor um pensamento claro. O que eles falam: "Eu sei, mas não sei dizer nem escrever isso" é uma desculpa pobre. Não precisa ser intelectual, mas tem que poder redigir ao menos um breve texto decente e claro. Só que, para que isso aconteça, o aluno, o cidadão, o votante, precisa estar bem alfabetizado, isto é, saber usar meu instrumento de expressão completo, falado e escrito, dentro do seu nível de vida e do nível de vida de qualquer grupo.
Segundo pesquisa do IBGE, estamos num vergonhoso lugar entre os países da América Latina, no que diz respeito à alfabetização. O que nos faltou e tanto nos falta ainda? Posso dizer que tem sobrado ufanismo. Não somos os melhores, não somos invulneráveis, somos um país emergente, com riquezas ainda nem descobertas, outras mal administradas. Somos um povo resistente e forte, que nem os mensaleiros, as quadrilhas de narcotráfico conseguem tirar suas alegrias. Um povo com uma rara capacidade de improvisação positiva, esperança e honradez. O sonho de morar fora daqui para fugir dessa situação lamentável não vale. Na velha e sisuda Europa não há um sol como este. Sem falar da crise econômica que está se estabelecendo entre eles. Na primeira estada por lá, num verão, vendo o sol oblíquo e pálido, senti falta mesmo do calorzinho daqui, e tem mais: Lá não se rí, não se abraça a toda hora, não existe solidariedade como aqui. Eles trabalham muito mais e ganham mais, é verdade. A pobreza por lá é menos pobre porque, se fosse miserável (tipo com gente debaixo da ponte, etc) , morreriam todos de frio na primeira nevasca do ano. O seguro-desemprego é tão bom que, infelizmente, muitos decidem viver só com ele: o mercado de trabalho lá também é cruel, não adianta camuflar o seu Curriculum, ou inventar que sabe fazer isso e aquilo, vão botar voce para fazer tudo aquilo que você disse que sabia, e ficará somente dois a três dias “em teste”, se não dar conta do recado..rua! e com os estrangeiros, nem se fala. Em muitas coisas somos mesmo muito melhores e mais acolhedores.
Mas somos um país analfabeto. E aos que vão reclamar. Esclareço: Alfabetizado não é, já disse freqüentemente, aquele que assina seu nome, nada disso: é quem assina um documento que leu e compreendeu. A verdadeira democracia tem de oferecer a todos esse direito, pois ler e escrever, significa também saber pensar, questionar e escolher, é um direito. É questão de dignidade. Para isso, é essencial uma boa escola desde os primeiros anos, dever inarredável do estado. Não me digam que todas as comunidades têm escolas e que estas têm o necessário para um ensino razoável, para que até o mais pobre e esquecido no mais esquecido e pobre recanto possa se tornar um cidadão inteiro e digno, com acesso à leitura e à escrita, isto é, À INFORMAÇÃO. Formar pessoas capaz de fazer boas escolhas de vida, pronto para se sustentar e que, na grave hora de votar, saiba o que está fazendo.
Enquanto alardeamos façanhas, descobertas, ganhos e crescimento econômico, a situação nesse campo está cada vez pior. Muito menos pessoas se alfabetizam de verdade; dos poucos que chegam ao 2º grau e dos pouquíssimos que vão à universidade, muitos não saem de lá realmente formados. Entram na profissão incapazes de produzir um breve e sucinto texto claro e minimamente redigido. São desinteressados da leitura, mal falam direito. E com o crescimento da Internet, a “preguiça mental” toma conta de todos os setores. Não sabem filtrar uma informação., não sabem diferenciar verdades de boatos, noticias plantadas, de noticias com objetividade. Não conseguem se informar nem questionar o mundo. Pouco lhes foi dado, pouquíssimo lhes foi exigido.
A única saída para tamanha calamidade está no maior interesse pelo que há de mais importante num país: A EDUCAÇÃO. E fico triste com isso, pois a cada ano o ENEM mostra exclusivamente o descaso e o interesse apenas financeiro dos responsáveis, quanto vão poder embolsar, começando pelo Ministro em pessoa!. Assim não se mudará o Brasil, o resto é conversa fiada. Investir nisso significa criar mais oportunidades de trabalho: muito mais gente capacitada a obter salário decente. Significa saúde: gente mais bem informada que não adoece por ignorância, isolamento e falta de higiene. Se ao estado cabe nos ajudar a ser capazes de saber, entender, questionar e escolher nossa vida, é nas famílias, quando podem comprar livros, que tudo começa. "Quantos livros você tem em casa, quantos leu este mês? E jornal?", pergunto, quando me dizem que os filhos não gostam de ler. Família tem a ver com moralidade, atenção e afeto, mas também com a necessária instrumentação para o filho assumir um lugar decente neste mundo, neste pais, nesta cidade. Nascemos nela, nela vivemos. Mas com ela também fazemos parte de um país que nos deve, a todos, uma educação ótima. Ela trará consigo muito de tudo aquilo que nos falta.
(Trechos de Lya Luft).




quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dia de Lutero

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Dia 31 de outubro pode ter sido Halloween em várias partes do mundo, mas na Alemanha foi dia de comemorar os 497 anos da Reforma Protestante de Martinho Lutero, com direito a feriado e tudo Foi nesse dia, no ano de 1517, que Lutero publicou as 95 Teses que protestavam contra todos os dogmas e tradições da Igreja Católica. A Igreja da cidade de Wittenberg foi palco para seu ato revolucionário, que dividiu a Igreja e criou o protestanismo.
Para quem não sabe, foi ai que nasceu o que alguns estudiosos chamam de O Cisma Religioso, ou seja o momento em que a Igreja Católica ficou dividida e deu lugar ao “Protestanismo”, ou o aparecimento dos Evangélicos, das igrejas conhecidas como “Evangélicas”, que de lá pra cá se disseminaram com inúmeras denominações, de tal maneira que hoje existem centenas delas, centenas de “vertentes”, centenas de grupos onde cada um se autodenomina a “verdadeira igreja”
Mas vamos ao que interessa, basicamente As Teses de Lutero diziam ao respeito da autoridade do Papa, o dízimo, a crença em Deus como única forma de garantir uma vaga no céu e tantas outras convenções, todas foram questionadas. Enquanto ele era julgado e excomungado da Igreja Católica, ele recebia apoio do povo por meio da propaganda boca a boca da época.
Assim, sem o seu conhecimento e sem o seu consentimento, suas “ 95 Teses” foram copiadas, impressas e espalhadas pelo país. Daí alcançaram o Mundo todo...Depois, ele aproveitou a onda e escreveu uma versão resumida, ou seja: “para leigos” das teses. O qual virou “bestseller”. Isso em 1518. E essas versões para leigos se espalharam tanto que deram lugar as varias versões das Bíblias protestantes, ou bíblias evangélicas, como vocês prefiram chamá-las.
Por aqui, percebo que os fieis da igreja Luterana têm uma opinião bem radical sobre católicos! Um dia me perguntaram como eu podia ter um filho sem ser casado. “Mas não é proibido?”, perguntou uma curiosa.
Proibido é, né? Mas quem está aí para isso? Tem até um eufemismo para o “pecador”: católico “não praticante”. As pessoas só querem mesmo o ritual, as chamadas cerimônias, algo palpável para poder seguir com suas vidas.
Martinho Lutero colou os papéis da sua Tese no portal da Igreja do Castelo de Wittenberg naquele dia 31 de outubro de 1517. O que realizou foi de uma rebeldia sem precedentes. Deixou marcas na história para sempre, e mudou o rumos do poder religioso, e com razão, a figura deste monge e professor de teologia é celebrada até hoje como se fosse algum tipo de, digamos... Che Guevara.
Alguém topa substituir as camisas do Che pelas de Lutero?

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Inspiração para campanha: "Lula no SUS"

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Lula serve de inspiração para campanha: "Lula no SUS"

Além do câncer, Lula enfrenta um ataque que se propaga como uma metástase nos comentários de blogs e nas redes sociais. Alastra-se pela internet uma campanha para que o ex-soberano realize no SUS o tratamento contra o câncer de laringe diagnosticado no sábado.

Em meio à polêmica, o ministro petê Alexandre Padilha (Saúde) veio à boca do palco para enaltecer a "qualidade" da assistência oncológica provida pelo SUS. Gabou-se de ter elevado em 22% o investimento no combate ao câncer. Em 2010, a pasta da Saúde aplicara R$ 1,8 bilhão. Vai fechar 2011 com R$ 2,2 bilhões.

Em texto veiculado no blog do Ministério, Padilha disse que cresce o número de procedimentos oncológicos realizados na rede hospitalar pública.
Referiu-se à reação emocional que o câncer costuma atear nas pessoas. Não falou do 'pé atrás' do molusco, que o levou a tomar distância dos leitos públicos: “O presidente Lula, que já enfrentou tantos outros preconceitos, da forma como ele está lidando com o tratamento, vai superar mais um preconceito, sobre o cancer. Às vezes, as pessoas têm até medo de falar o nome da doença. O câncer tem cura.” diz ele...

No miolo da notícia que a assessoria de Padilha pendurou no blog da Saúde, anotou-se: “O tratamento ao qual o ex-presidente está sendo submetido também pode ser realizado pela população em geral no SUS.” Será?

O TCU - TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO realizou inspeção no sistema público de tratamento oncológico. O resultado fulmina o lero-lero do ministro e ajuda a compreender as razões que levam Lula a fugir do SUS!

O TCU diagnósticou assim: no SUS, o tratamento de câncer chega tarde e é ineficiente. Verificou-se que, em 2010, pelo menos 58 mil pacientes pobres foram privados de sessões de radioterapia na rede pública. Cerca de 80 mil pessoas deixaram de realizar cirurgias oncológicas requeridas pelos médicos.

Nos hospitais públicos, a fila da quimioterapia sujeitou a clientela a UMA ESPERA média de 76 dias. Apenas 35% dos pacientes foram atendidos no prazo mínimo estipulado pelo Ministério da Saúde: que é de 30 dias. Na fila da radioterapia, o suplício é maior: passa dos 100 dias, e espera é de 113,4 dias em média. Registraram-se escassos 16% de atendimentos no primeiro
mês após o diagnóstico.

Conclusão do TCU: o SUS "não está suficientemente estruturado para assegurar atenção oncológica adequada para toda a população que dela necessita." Como se vê, a campanha inaugurada contra Lula na web, é " injusta". Pois e ex-soberano revela-se um sábio ao correr do SUS e tentar melhor sorte no Sírio Libanês. Nenhum brasileiro com a saúde financeira e mental em dia faria diferente.

Ironicamente, deve-se a Lula a inspiração que embala a nefasta cruzada anti-Lula que contagia a tela dos computadores. Na Presidência, Lula disse que o SUS estava muito próximo da “perfeição”. Ao inaugurar uma unidade de pronto atendimento (UPA) em Pernambuco, queixou-se de rouquidão. Disse que falaria pouco, para não se tornar o "primeiro paciente" do posto. Na sequência, entregou-se à chacota: Declarou que as instalações eram tão
convidativas que dava vontade de ficar doente.

Já fora do cargo, Lula permitiu-se, de novo, brincar com a mãe de Caetano Veloso, que havia se internado num hospital privado de Salvador para tratar-se de uma crise respiratória. Em visita a dona Canô, Lula disse, entre risos, que ela deveria ter chamado o SAMU, serviço de atendimento emergencial móvel do SUS.
Abalroado pelo câncer, Lula esqueceu a “perfeição” do sistema público. e nem quis saber de telefonar para o SAMU!..né? Nem pensar. Melhor correr para o Hospital Sírio Libanês, um dos mais bem aparelhados da América Latina.
Há três meses, Dilma Rousseff, outra paciente ilustre do Sírio, rebatizou o nome de um hospital público de São Paulo. O Instituto Nacional de Câncer, que passou a chamar-se José Alencar. Homenagem ao ex-vice-presidente e ex-cliente do mesmo Sírio.

Declarações como as do Lula pré-câncer e gestos como o de Dilma pós-linfoma, combinados Á TRAVA QUE O GOVERNO IMPÕE no Congresso ao projeto que regula os investimentos no SUS, movem a turma da internet. A rapaziada sente-se como que autorizada a gritar: “Se é tão bom, se beira a 'perfeição', se serve de pretexto para homenagear o Alencar, queremos o Lula no SUS!”
Eles estao certos!...nao acham?