terça-feira, 30 de novembro de 2004

Este é nosso Trem da Vida?....


Um amigo falou-me de um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma comparação extremamente interessante,quando bem interpretada. Isso mesmo. A vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em outros:

Quando nascemos, entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que, julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco: nossos pais. Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituível. Mas isso não impede que, durante a viagem, pessoas interessantes, e que virão a ser super especiais para nós, embarquem. Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos.

Muitas pessoas tomam esse trem apenas a passeio. Outros encontrarão nessa viagem muitas tristezas. Ainda outros circularão pelo trem, prontos a ajudar a quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas, outros tantos passam por ele de uma forma que, quando desocupam seu acento, ninguém nem sequer percebe.

Curioso é constatar que alguns passageiros, que nos são tão caros, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos; assim somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles, o que não impede, é claro, que durante a viagem atravessemos, com grande dificuldade, nosso vagão e cheguemos até eles. Só que infelizmente jamais poderemos sentar ao seu lado, pois já terá alguém ocupando aquele lugar. Não importa. É assim a viagem - cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas. Porém, jamais, retornos.

Façamos essa viagem da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando, em cada um deles, o que tiverem de melhor, lembrando, sempre, que em algum momento do trajeto eles poderão fraquejar, e provavelmente precisaremos entender isso, porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá.

Amigos, façamos com que a nossa estada, nesse trem, seja tranqüila, que tenha valido à pena e que, quando chegar a hora de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem.

domingo, 28 de novembro de 2004

De minha série: "em espanhol"

Rating:★★★★★
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""Mi Lema"

Nadie puede excusarse de hacer el bien,
bajo el pretexto de que es pequeño,
pues cada cual tiene algún modo
para valorizar su destino.

La solidaridad es como un himno
que felices cantamos, cuando alguien
recibe de nosotros el bálsamo divino,
que un gesto amigo y fraternal contiene.

Es parte de un proceso social,
trabajar siempre por el bien general
constituye un sagrado deber nuestro.

Mi lema de vida lo describo así:
Si no puedo hacer todo lo que debo,
debo, al menos, hacer todo lo que puedo !!!

sábado, 27 de novembro de 2004

Some views on me...


Nice view..isn't?

These pics are recents...taken last month

SIM...SOU UM TREKKIE..!


Data Estelar 050114.1218

Sim sou um Trekkie!

Após me encantar durante anos com a presença de Spok, e sua saudação: “Vida longa e prospera” e que hoje é um dos ícones dos anos 70 e 80 e considerado como um marco do cinema e a televisão do Século XX... Temos uma nova séria do Grupo de Gene Roddenberry, o seu criador original... Estamos falando de: “Enterprise”: que cronologicamente estaria situada no ano de 2151 (um século antes do Capitão Kirk), a série mostra entre outras coisas, o primeiro contato com os Klingons, além de introduzir os primeiros passos na exploração espacial. Sendo os pioneiros a vasculhar as profundezas do espaço, a tripulação da Enterprise terá que provar que está pronta para viver além das estrelas... Bem, como ia dizendo agora temos a Oficial T`Pol e desta vez o oficial de ciencias do Comandante Archer, o novo comandante da nave Enterprise, é uma mulher vulcana....charmosa, belíssima e como sempre: compenetrada...séria... resumindo: austera e sensual; e será difícil ver o seu sorriso... assim como do seu predecessor: Senhor Spok!... o personagem é interpretado por Jolene Blalock. Ela foi designada para servir a bordo da Enterprise por insistentes pedidos do Alto Comando Vulcano, é a primeira oficial a servir por um período prolongado a bordo de uma nave estelar humana. T'Pol ira permanecer a bordo da Enterprise a pesar dos insistentes e intensos esforços dos seus superiores para retornar ao seu posto original no Planeta Vulcano. Esta decisão de T'Pol, de permanecer na Enterprise trará uma considerável e permanente vigilância do seus superiores, acerca do seu comportamento. E por outro lado, ira aumentar ainda mais o apoio do seu capitão.

Mesmo cuidadosa e defensiva em relação aos humanos, que ela considera primitivos e irracionais, ela desenvolveu um certo respeito pelo capitão Archer e se tornará um de seus mais leais e confiáveis tripulantes.

Agora já na terceira temporada, T'Pol acompanha a tripulação da Enterprise a penetrar na Expansão Délfica, um fenômeno cósmico, atrás dos Xindi, uma misteriosa raça acusada de matar milhões de humanos na Terra em 2153...

Ainda temos: Linda Park, a Alferes Hoshi Sato é Oficial de Comunicações, japonesa, tem entre 25 e 30 anos. Arrebatadora e inteligente, Hoshi tem um espírito mal-humorado que costuma testar a paciência da tripulação. Ela é responsável pelas comunicações, assim como tradutora na nave. Especialista em exolinguística, ela aprendeu a manipular suas cordas vocais para emitir uma ampla categoria de sons alienígenas que nenhum humano jamais produziu. Hoshi tem uma afinidade natural para aprender línguas, não gosta da idéia de estar presa em uma "lata de metal" (como ela mesma defina a nave) e em velocidades impossíveis. Toda vez que a nave entra em dobra ela se segura no console e fecha os olhos...



CONHEÇA MAIS....

Um dos aspectos que fazem de “Jornada nas Estrelas” o seriado com maior numero de fás, ser diferente é sua atualidade, mesmo tendo sido feita nos anos 60. Embora não teve o devido sucesso na época, deixando de ser produzido no seu terceiro ano (dois anos antes dos cinco previstos). Embora fale de viagens estelares e oponha humanos a alienígenas às vezes estranhos, “Jornada...” nos dá lições de tolerância e respeito. Pois, mesmo equipada com poderosos torpedos fotônicos e raios phaser, a nave leva tripulantes pacifistas, com missão de “pesquisar novos mundos e civilizações”, sem desprezar a aventura, “audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve”. Coloca humanos (e vulcanos, klingons...) em situações de conflito não somente com outras culturas, mas consigo mesmo. Gravada no auge da guerra fria, Star Trek já condenava o belicismo humano e o racismo, no país e na época em que Martin Luther King seria assassinado. Ainda se falava nos mísseis soviéticos retirados de Cuba, apenas quatro anos antes, quando Gene Roddenberry criador de “Jornada”, colocou um russo (!) em posição de comando na nave. E ainda: o primeiro beijo inter-racial da TV mundial foi dado em “Jornada", o que causou polêmica e ameaças de censura nos EUA. Numa época em que os EUA invadiam o Vietnã, a Frota Estelar, tinha como Primeira Diretriz a não-interferência em outras culturas e civilizações, respeitando o processo evolutivo de cada uma. O que era ficção científica pura no “Jornada” é hoje realidade: Quando o capitão Kirk pedia um relatório médico das condições de saúde dos tripulantes da Enterprise, o doutor McCoy lhe entregava um quadradinho de plástico, que era inserido numa fenda, mostrando o resultado em um dos muitos monitores coloridos que havia em qualquer parte da nave Hoje a leitura seria: um disquete colocado no drive e imediatamente reconhecido pelo hardware, um gesto corriqueiro.

E mais: todos os monitores tinham, acesso a esta informação, porque estavam em REDE! Mas estávamos em 1966! A palavra “computador” (que já era usada em “Jornada”) era pouco conhecida, e os “cérebros eletrônicos” de então, com capacidade menor que a dos primeiros PCs que conhecemos, (que um simples PC-XT de 1982) ocupavam andares inteiros de um prédio.

Star Trek sempre respeitou a inteligência do espectador. Todos os seus episódios levam a uma reflexão e utilizam as descobertas da ciência e suas perspectivas como recurso dramático e argumentativo, conduzindo à aventura e à emoção.

CRONOLOGIA:

Para assistir e curtir “Jornada nas Estrelas” hoje, é importante você se atualizar um pouco. Existem CINCO séries chamadas Star Trek. A primeira, que tem Kirk e o Sr. Spock (atenção, ele nunca foi “doutor” Spock!), é conhecida como “série clássica”, foi produzida entre 1966 e 1969, e sua ação acontece no século 23. Anos depois, em 1987, começaria a “Nova Geração” (Star Trek: The Next Generation), com uma nova Enterprise, comandada por um capitão de meia idade, calvo, francês e comedido (Jean-Luc Picard).. O seriado gerou algum ciúme no início, não só por substituir o intrépido Kirk por outro bem diferente, mas também por apresentar novos heróis e ambientar a Frota Estelar 85 anos depois da era “clássica”. Além disso, os inimigos de antes, os klingons, na “Next” se tornariam aliados, o que prova que, para Star Trek, e todos os “trekkies”nenhum ódio é eterno (que bom se o Oriente Médio fosse assim...). Mesmo com toda essa revolução, acabou arrebanhando mais trekkers no mundo todo e colecionando vários prêmios Emmy e Hugo, ficando no ar até 1994, três anos depois da morte de seu criador. Como a série “clássica”, deixaria personagens memoráveis, como o andróide Data e o klingon Worf, além do carismático capitão. Mas a saga continuaria. Em 1993 a TV exibia Emissary (“Emissário”), episódio- piloto de Star Trek: Deep Space Nine, sobre uma estação espacial alienígena administrada pela Federação, sob o comando de Benjamin Sisko e apresentando novas raças e impérios alienígenas, como os bajoranos e os cardassianos. Foi exibida até 1999, quando já era exibida a quarta temporada de uma outra série: Star Trek: Voyager, nome de nave da Federação, desta vez perdida nos confins da Galáxia. Mantendo a tradição de pioneirismo de “Jornada”, agora era uma mulher forte, decidida no comando, a capitã Kathryn Janeway. A serie Voyager terminou em 2001.
Neste ano foi criada a outra serie: a da espaçonave: Enterprise. (objeto deste nosso comentário). Ao contrário de todas as anteriores, cujo universo concentrava-se no século 24, ou mais adiante...a ação de Enterprise se passa quase um século antes da saga da série clássica, ou seja, no século 22...Ou seja: Amanha... pelo andar da carruagem... certo???

segunda-feira, 22 de novembro de 2004

SOBRE O ISLAMISMO


HISTÓRIA - Surgido no século 7º, como a última das três religiões monoteístas, o islamismo viveu um período de expansão que durou 800 anos, ultrapassando as fronteiras da península Arábica.

Vários fatores contribuíram para essa rápida propagação. Entre eles as disputas que levaram o fundador da religião, o profeta Maomé, a ser expulso de Meca, (na Arábia Saudita), hoje centro de peregrinação onde se encontra a Caaba ou “santuário” o local mais sagrado do islamismo.

Refugiado na cidade de Medina, Maomé consegui a traves da sua pregação aglutinar todo o povo árabe, organizou seus seguidores num exército que no ano de sua morte, 632, já dominava a maior parte da península Arábica. Os seus sucessores, chamados de califas, que o sucederam continuaram a conquista, aproveitando-se do enfraquecimento do Império Romano e, ao leste, dos últimos estertores do Império Persa.

No ano 711, os chefes muçulmanos atravessaram o estreito de Gibraltar e dominaram boa parte da Espanha. No Oriente, ao lado da atuação de guerreiros e missionários, a atividade de comerciantes muçulmanos ajudou a propagar o islamismo na Índia e até as regiões das atuais Indonésia e Malásia. Atualmente, dos 6 bilhões de habitantes do planeta, cerca de 1,3 bilhão são muçulmanos, divididos em diversas correntes e presentes em quase todos os países. 20 milhões estão na Europa. A maioria, porém, se encontra na Ásia e no Oriente Médio. A Indonésia é o país com o maior número de muçulmanos: cerca de 200 milhões. No Brasil, há mais de um milhão de muçulmanos. Atualmente, esta é a religião que mais cresce no mundo todo!....SEGUNDO ESTIMATIVAS, UM DE CADA QUATRO HABITANTES DO PLANETA SERÁ MUÇULMANO POR VOLTA DE 2020.

Embora a religião esteja historicamente ligada aos árabes, pois nasceu nessa região, atualmente a maioria dos muçulmanos é de povos não-árabes.

Donos das maiores reservas de petróleo do planeta, os árabes também são, em sua maioria, moderados, embora estejam concentrados no Oriente Médio, onde o radicalismo religioso tem sua origem e seu braço mais forte focalizado em Israel, sendo este o maior ponto de conflito. Cercado por estados islâmicos, Israel vem recebendo apoio militar e econômico dos EUA desde sua fundação e é considerado, por todos os povos vizinhos, um país hostil e invasor.

Que são os Fundamentalistas?: são grupos religiosos que pregam pela “pureza”dos ensinamentos do profeta, alavancados pelas diferenças internas, aliadas à miséria e à carência de educação, que contribuíram para o surgimento destes grupos chamados de “fundamentalistas” no seio do islamismo. Movidos pelo fanatismo e interpretação ao pé da letra de textos sagrados, eles vêem Israel e o Ocidente como o inimigo,. O “infiel” (que são todos aqueles que não seguem a Maomé) o seja: “grande satã”. Dentro desta minoria radical, existe ainda uma outra minoria que estaria disposta até a matar e morrer, convicta de que um “devoto fiel e ate suicida” garante um lugar de honra no paraíso.

A traves da Historia ocidente e o islamismo nunca conviveram bem...Depois dos embates das Cruzadas, que na verdade tinham, como único objetivo pilhar todos os tesouros árabes, para recuperar as fortunas feudais já falidas na época e ainda fortalecer o poderio econômico do papado; e não contente com roubar cada cidade e povoado atacado, ainda “em nome da Fé cristã” barbarizaram todo o povo árabe, matando e massacrando qualquer ser vivo no caminho das cruzadas, sem perdoar nem crianças, nem mulheres, ate os cachorros os cruzados matavam. o Segundo choque dos muçulmanos com a Europa veio com a expansão colonial sobre a África, a Ásia e o Oriente Médio. A força militar, econômica e cultural das potências européias lançou os países, de maioria islâmica, numa onda de choque.

No entanto, não é possível falar em um só mundo islâmico, assim como não existe um mundo cristão homogêneo. Associar os supostos autores dos atentados nos EE.UU a todos os muçulmanos é o mesmo que relacionar os radicais evangélicos (chamados genericamente de protestantes) e que atacam crianças, colocam bombas nas escolas, etc.na Irlanda do Norte e dizer que todos os evangélicos, ou pior todo o cristianismo é terrorista. E AQUI NÃO HÁ NENHUM EXAGERO. POIS ESSA É EXATAMEMTE A LINHA DE RACIOCINIO.

A palavra árabe Jihad é traduzida freqüentemente como “guerra santa”, mas a tradução mais literal seria “esforçar-se” ou “estar empenhado” no benefício da comunidade ou para evitar os pecados pessoais. A Jihad é uma obrigação religiosa. Assim como os evangélicos ou católicos tem “obrigação” de visitar os enfermos, e de ensinar o catecismo, ensinar a Bíblia a todos aqueles que não a conhecem.

Só que no islamismo esta responsabilidade de ensinar a religião é mais profunda: Se a Jihad é convocada para proteger a fé contra terceiros, podem-se usar meios legais, diplomáticos, econômicos ou políticos. Se a alternativa pacífica não for possível, o islamismo permite o uso da força. MAS HÁ regras rígidas a serem seguidas: inocentes, como mulheres, crianças ou inválidos, não devem ser feridos e qualquer iniciativa de paz do inimigo deve ser aceita. Dessa forma, a “ação militar” é apenas um dos modos de levar adiante a Jihad, e um dos modos mais raros de fazê-lo!. O conceito de Jihad foi desvirtuado por grupos políticos e religiosos ao longo da história a fim de justificar as várias formas de violência.
Vale notar que o Alcorão refere-se especificamente a judeus e a cristãos como “pessoas do livro” (uma analogia á Bíblia) e que adoram o mesmo Deus. Portanto, eles devem ser protegidos e respeitados.

A palavra “islam” vem de “aslama” (submeter)

a palavra “muslin” quer dizer “submisso”. (daí deriva muçulmano) Assim, quem segue o islamismo é chamado de muçulmano. Mas nem todo árabe, como freqüentemente se pensa, é muçulmano e nem todo muçulmano é árabe. Os muçulmanos consideram Maomé o último e o mais importante de uma série de profetas (Depois de Adão, Abraão, Moisés, Jesus....). Afirmam também que somente a mensagem a ele transmitida por Deus se conservou intacta, sem deteriorações e mutilações, como aconteceu com outros livros sagrados.

O preceito “Alá é o único Deus e Maomé é seu profeta” é um dos cinco pilares do islamismo, junto com: a oração, a esmola, o jejum e a peregrinação à Meca. E como todas as grandes religiões do mundo, o islamismo também prega a paz e o amor ao próximo.
A palavra “islam” vem de “aslama” (submeter)

a palavra “muslin” quer dizer “submisso”. (daí deriva muçulmano) Assim, quem segue o islamismo é chamado de muçulmano. Mas nem todo árabe, como freqüentemente se pensa, é muçulmano e nem todo muçulmano é árabe. Os muçulmanos consideram Maomé o último e o mais importante de uma série de profetas (Depois de Adão, Abraão, Moisés, Jesus....). Afirmam também que somente a mensagem a ele transmitida por Deus se conservou intacta, sem deteriorações e mutilações, como aconteceu com outros livros sagrados.

O preceito “Alá é o único Deus e Maomé é seu profeta” é um dos cinco pilares do islamismo, junto com: a oração, a esmola, o jejum e a peregrinação à Meca. E como todas as grandes religiões do mundo, o islamismo também prega a paz e o amor ao próximo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2004

CUIDA DE MINHA MAQUININHA....TA?


Oração

Todas as noites eu me deito,

e agradecido pelo dia que recebi,
rezo em minha mente:
"Deus, abençoe a Humanidade ...

Proteja sempre meus amigos
que tanta alegria me trazem ...

Deus, ainda só um favor
eu gostaria de pedir ao Senhor -
caso a isso não se oponha -
abençõe meu computador...
Eu sei que não é normal
abençoar engenhocas de aço
mas caso o senhor me ouça
já¡ lhe explico sem embaraço:

Veja, essa caixinha metálica
não encerra apenas essa barafunda de dados ...
Dentro de cada um desses componentes diminutos
está um amigo que aprecio muito.
É verdade que alguns eu nunca mais vi ...
E alguns deles nem conheço pessoalmente ...
Nunca nos olhos nos olhamos ou
Um abraço demos, mas enfim......
Eu sei do carinho deles por mim e o meu por eles
pelo afeto que trocamos,

E é por meio dessa maquininha de metal
que eu chego até onde eles estão ...
Da mesma forma como conheço ao Senhor
a eles conheço... - pela fé.
Portanto, Deus, estando ok com o Senhor
Reserva um minutinho a mais
para abençoar essa torrezinha de lata
mas cujo recheio é puro amor.

--Deus! Abençoa o meu computador mas especialmente
as pessoas queridas
com as quais me encontro através dele!--
Amém."

A HISTORIA DO Neoqeav : MEUS AVÓS...


Meus avós já estavam casados há mais de cinqüenta anos e continuavam jogando um jogo que haviam iniciado quando começaram a namorar. A regra do jogo era que um tinha que escrever a palavra "Neoqeav" num lugar inesperado para o outro encontrar e assim que a encontrasse deveria escrevê-la em outro lugar e assim sucessivamente. Eles se revezavam deixando "Neoqeav" escrita por toda a casa, e assim que um a encontrava era sua vez de escondê-la em outro local para o outro achar: Eles escreviam "Neoqeav" com os dedos no açúcar dentro do açucareiro ou no pote de farinha para que o próximo que fosse cozinhar a achasse. Escreviam na janela embaçada pelo sereno que dava para o pátio onde minha avó nos dava pudim que ela fazia com tanto carinho. "Neoqeav" era escrita no vapor deixado no espelho depois de um banho quente, onde a palavra iria reaparecer depois do próximo banho. Uma vez, minha avó até desenrolou um rolo inteiro de papel higiênico para deixar "Neoqeav" na última folha e enrolou tudo de novo.Não havia limites para onde "Neoqeav" pudesse surgir. Pedacinhos de papel com "Neoqeav" rabiscado apareciam grudados no volante do carro que eles dividiam. Os bilhetes eram enfiados dentro dos sapatos e deixados debaixo dos travesseiros. "Neoqeav" era escrita com os dedos na poeira sobre as prateleiras e nas cinzas da lareira. Esta misteriosa palavra tanto fazia parte da casa de meus avós quanto da mobília. Levou bastante tempo para eu passar a entender completamente e gostar deste jogo que eles jogavam. Meu ceticismo nunca me deixou acreditar em um único e verdadeiro amor, que possa ser realmente puro e duradouro. Porém, eu nunca duvidei do amor entre meus avós. Este amor era profundo. Era mais do que um jogo de diversão, era um modo de vida. Seu relacionamento era baseado em devoção e uma afeição apaixonada, igual as quais nem todo mundo tem a sorte de experimentar. O vovô e a vovó ficavam de mãos dadas sempre que podiam. Roubavam beijos um do outro sempre que se batiam um contra outro naquela cozinha tão pequena. Eles conseguiam terminar a frase incompleta do outro e todo dia resolviam juntos as palavras cruzadas do jornal. Minha avó cochichava para mim dizendo o quanto meu avô era bonito, como ele havia se tornado um velho bonito e charmoso. Ela se gabava de dizer que sabia como pegar os namorados mais bonitos. Antes de cada refeição eles se reverenciavam e davam graças a Deus e bênçãos aos presentes por sermos uma família maravilhosa, para continuarmos sempre unidos e com boa sorte. Mas uma nuvem escura surgiu na vida de meus avós: minha avó tinha câncer de mama. A doença tinha primeiro aparecido dez anos antes. Como sempre, vovô estava com ela a cada momento. Ele a confortava no quarto amarelo deles, que ele havia pintado dessa cor para que ela ficasse sempre rodeada da luz do sol, mesmo quando ela não tivesse forças para sair. O câncer agora estava de novo atacando seu corpo. Com a ajuda de uma bengala e a mão firme do meu avô, eles iam à igreja toda manhã. E minha avó foi ficando cada vez mais fraca, até que, finalmente, ela não mais podia sair de casa. Por algum tempo, meu avô resolveu ir à igreja sozinho, rezando a Deus para zelar por sua esposa. E então, o que todos nós temíamos aconteceu. Vovó partiu."Neoqeav" foi gravada em amarelo nas fitas cor-de-rosa dos buquês de flores do funeral da vovó. Quando os amigos começaram a ir embora, minhas tias, tios, primos e outras pessoas da família se juntaram e ficaram ao redor da vovó pela última vez. Vovô ficou bem junto do caixão da vovó e, num suspiro bem profundo, começou a cantar para ela. Através de suas lágrimas e pesar, a música surgiu como uma canção de ninar que vinha bem de dentro de seu ser. Sentindo-me muito triste, nunca vou me esquecer daquele momento. Porque eu sabia que mesmo sem ainda poder entender completamente a profundeza daquele amor, eu tinha tido o privilégio de testemunhar a beleza sem igual que aquilo representava. Seguramente, você a esta altura você deve estar se perguntando: "Mas o que Neoqeav ao final significa?" Não está entendendo?
"NEOQEAV" = NUNCA ESQUEÇA O QUANTO EU AMO VOCÊ!

EU QUERIA TE DIZER....


Um pedido Especial....!

Eu queria que o tempo voltasse atrás
para reviver os momentos mais felizes da minha vida.

Eu queria controlar meus sentimentos
e hoje não ter tanto querer.

Eu queria te sentir bem de pertinho
pois estando ao teu lado, todo meu ser
se embriagaria de tanta paz.

Eu queria te fazer um carinho
e com as minhas mãos, em teu rosto,
sentir a suavidade do teu olhar.

Eu queria ouvir a tua voz
e em cada palavra, sentir o tom do teu desejo.

Eu queria me envolver em teus braços
e sentir num abraço, teu corpo todo me querer.
Eu queria sentir os teus lábios
e em deliciosos beijos roubados, perder a conta
dos inúmeros beijos trocados.

Eu queria te sentir só minha
pois quando se ama, é difícil aprender a dividir.

Eu queria ver o teu sorriso
pois saberia avaliar a intensidade da tua felicidade.

Eu queria ser teu companheiro
para juntos, construirmos um futuro de amor e paz.

Eu queria dormir em teus braços
e ao despertar, sentir a suavidade de tuas mãos
a me afagar.

Eu queria te dar o meu colo
e te sentir Menina, a procura do meu aconchego.

Eu queria enxugar as tuas lágrimas
para não deixar em teu rosto, vestígios de tristeza e dor.

Eu queria para mim a tua dor
para sentir a intensidade de tudo o que te fizer sofrer.
Eu queria ao teu lado estar
pois palavras seriam dispensáveis, bastaria apenas
um simples olhar.

Eu queria não ser só um sonho ou fantasia
pois para mim, você é a mais linda realidade.

Eu queria ser a tua felicidade
pois a minha felicidade já é você.

Eu queria te dizer palavras doces
para te alimentar de paixão.

Eu queria transmitir para você a serenidade
quando em teu peito o coração se sentir apertado.

Eu queria te dar o "Meu Coração".
Mas ele..... já é "Seu"!

Então, eu queria o "Seu Coração".
Ah!!! ... Este pedido vai muito além, é bem Especial !
Preciso esperar para conversar a sós, com "Deus",
nas minhas Orações.


Amor...
Muitos o julgam como palavra fácil...
Fácil de pronunciar...
Pois muitos a sabem dizer...
E poucos sabem amar...
Os que sabem não querem provar...
Têm medo de se apaixonar...
Outros muitos amam o poder...
Mas poucos têm o poder de amar...
O que não é o meu caso...
Pois amo...
Mas tenho medo...
Não de me apaixonar...
Pois...
Já estou ha muito tempo apaixonado!
Assim apenas tenho fôlego e sinto medo para dizer:
Te amo...!!!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2004

Minha ultima inspiração: em espanhol:....Estoy Libre!

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ESTOY LIBRE!
Cuando me recuerdo de ti
Una tristeza inmensa
Mi corazón invade, y,
Como un velo oscuro
Empaña mis ojos.

Las lágrimas, en mi rostro,
Son un rosário de perlas
Que caen, una a una, a mis pies
y con febril deseo busco en mi vida,
restos de tu amor.

Soy un pájaro herido sin tus cariños,
Soy una nave sin rincón, sin ruta,
Esperanzado de hallar
El puerto seguro de tu brazos
En este mar de desengaños...

Tu ausencia es un azote
Que a mi corazón golpea...
Desgraciado yo, que
Por tus cariños me perdí
Y, hechizado, no supe
De ti alejarme...

La borrasca se calma,
No es tarde para alcanzar
La orilla del mar tranquilo.
Un rayo de luz brilla
en el Horizonte de mi vida,
Estoy olvidándome de tus besos...

Y cuando en ti no piense más,
Ni sienta falta de tus cariños
Quiero, como un corcel sin freno,
Correr por el universo y
A todos los vientos gritar:
¡Estoy libre...!

quinta-feira, 11 de novembro de 2004

Mais um Poema....

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O SONHO

Foi naquela noite chuvosa,
que contigo sonhei
O meu amor perdido,
aquele por quem eu tanto desesperei

Fiquei a perceber
que o amor não tem sentido
pois por ti tanto lutei
para acabar por te perder.

Onde errei eu não sei
Mas sei que cada dia sem te ter
Da me vontade de morrer,
Pois a tua mera visão

Da me a volta a cabeça
E faz parar o meu coração.
O meu coração ficou destroçado
Pois percebeu que tinha sido enganado

Pela mulher que eu considerava a mais bela
Mulher essa Que nem o Da Vinci reproduziu na tela
Depois disto tudo ainda me vieste culpar
E chegas-te a dizer que eu
não te sabia amar.

Foi nesse momento
Que fiquei chocado
Pois foi ai que percebi
Que tu nunca me tinhas amado

Se tu me pedisses
Eu para ti voltava
E sabes bem que por ti
Eu tudo mudava

Mas não podia viver nesse sufoco
Pois viver assim
Faria de mim um louco
Mas louco do que eu pelo teu amor

Não pode haver, pois por ti eu faria tudo
Apenas para sentir o teu calor.
Voltar a ter aquele sentimento
Que com o passar do tempo

Foi caindo em esquecimento.
Com a madrugada a chegar
E eu ainda a sonhar
Com o amor da minha vida

Amor esse que deixou uma ferida.
Agora que a manhã chegou
Terei de me levantar
Para trabalhar tenho de ir

Para com os amigos estar
Mas não sem antes me despedir
Do amor que me fez sonhar...
Voce!

RAGNAROK - A batalha do Fim do Mundo


Esta é uma lenda nórdica, e Ragnarok significa: "o destino fatal dos deuses" também conhecido como “Gotterdammerung"
A mitologia escandinava é um reflexo do rude ambiente subpolar em que os audazes nórdicos viviam. É um mundo em que homens e mulheres desempenham papéis secundários e no qual o drama se desenrola num conflito entre deuses e gigantes, conflito esse no qual os deuses aparecem em franca desvantagem. Os deuses enfrentam os "gigantes de gelo" (uma alusão aos longos e cruéis invernos escandinavos) e eles são invencíveis. A natureza impera e decide todos os ciclos de vida do homem.

Ragnarok é a batalha final entre os deuses e seus inimigos. Seus oponentes são gigantes e monstros de natureza cruel, liderados pelo malvado Loki (o renegado, a personificação do Mal). Um por um os deuses caem, embora os monstros e gigantes - inclusive Loki - também morram. Na luta, a Terra e o universo perecem. O Sol e a Lua são caçados pelos “lobos”, e finalmente engolidos por Fenrir o lobo (filho de Loki o Renegado) que os perseguiam desde a criação . A Terra pega fogo, arde e se fragmenta, num holocausto universal. E finalmente é engolido pela águas Quase como um detalhe insignificante da grande batalha, a vida e a humanidade são extintas. E esse, dramaticamente, deveria ser o fim
-- mas não é--

De algum modo , uma segunda chance ocorre é um mundo novo emerge das ondas. Outro Sol e outra Lua passam a existir, uma nova Terra surge, um novo par humano vem a existência. Um anticlimax feliz se opõe à grande tragédia da destruição.

A lenda de Ragnarok chegou ate nós extraída por um historiador islandês, Snorri Sturluson (estamos no ano de 1230). Naquela época, a região nórdica já tinha sido cristianizada e esta lenda do fim de um reino e seus deuses parece ter sofrido forte influencia cristã Havia lendas cristãs sobre a morte e regeneração do universo que há muito precediam a lenda islandesa de Ragnarok; que pela sua vez, essas lendas cristãs eram influenciadas pelas lendas dos povos judeus. .

Vejamos com cuidado:
Expectativas messiânicas
Enquanto o reino davidico de Judá existiu, antes de 586 a.C., os judeus estavam convictos de que Deus era o divino juiz que atribuia recompensas e punições aos indivíduos de acordo com seus méritos. As recompensas e punições eram aplicadas nesta vida. Esta certeza foi anulada em certo momento: Após o reino de Judá ter sido arrasado pelos caldeus sob Nabucodonosor, seu Templo destruído e milhares de judeus levados para o exílio em Babilônia. Depois deste fatos começou a crescer, entre os exilados, um desejo da volta do reino e de um rei da velha dinastia de Davi.

Na medida em que tais desejos representavam uma espécie de traição para com os novos dirigentes (não-judeus), na verdade:persas. Surgiu o hábito de apenas fazer-se alusões à volta do rei. Uns falavam do "Messias"; (quer dizer "o ungido", já que o rei era ungido com óleo como parte do ritual de entronização). A imagem do rei que retornava era idealizada como algo que prenunciava uma maravilhosa época dourada e, realmente, as recompensas da virtude eram removidas do presente (onde manifestamente não estavam ocorrendo) e transferidas para um futuro dourado.

Alguns versos descrevendo essa época dourada foram incluídos no livro de Isaias, que propagou as palavras de um profeta já atuante em 740 a.C :

"E ele (Deus) julgará as nações e convencerá de erro a muitos povos: os quais de suas espadas forjarão relhas de arados e de suas lanças, foices, uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem daí por diante se adestrarão mais para a guerra" (Isa.11,4).

"...mas julgará os pobres com justiça e tomará com eqüidade a defesa dos humildes da terra e ferirá a terra com a vara da sua boca e matará o ímpio com o sopro dos seus lábios" (Isa. 11,4).

O tempo passou e os judeus retornaram do exílio, mas isso não trouxe alívio. Havia hostilidade de seus vizinhos não-judeus mais próximos e eles se sentiam indefesos em face do poder avassalador dos persas, então dominadores de todo o país. Os profetas judeus tornaram-se mais incisivos, portanto, em seus escritos sobre a idade dourada vindoura e, particularmente, sobre a condenação que aguardava seus inimigos.

"Juntarei todas as gentes e conduzi-las-ei ao vale de Josafá e ali entrarei com elas em juízo acerca de Israel, meu povo e minha herança..." (Joel 3,2) .Esta foi a primeira expressão literária de um "Dia do Juizo Final". UM momento desejado do tempo em que Deus poria fim à presente situação do mundo. Tal noção se tornou mais forte e extremada no século II a.C., quando os selêucidas, dirigentes gregos que haviam sucedido na dominação persa depois de Alexandre Magno, tentaram suprimir o judaísmo.

Os judeus, sob os macabeus, se rebelaram e o Livro de Daniel foi escrito para apoiar a rebelião e prometer um futuro brilhante. O livro baseava-se, parcialmente em antigas tradições relativas a um certo profeta Daniel. Da boca de Daniel vieram descrições de visões apocalípticas. Deus (chamado como "o Ancião dos dias") faz sua aparição para punir os perversos.

"Eu estava, pois, observando estas coisas durante a visão noturna e eis que vi um personagem que parecia o Filho do homem, que vinha com as nuvens do céu...e Ele deu-lhe o poder, a honra e o reino; e todos os povos, tribos e línguas o serviram; o seu poder é um poder eterno que não será tirado; e o seu reino não será jamais destruído" (Dan. 7, 13-14).

Este "ser semelhante ao Filho do homem" se refere a alguém de forma humana, em contraposição aos inimigos de Judá, que haviam sido previamente representados sob a forma de diversas feras. A forma humana pode ser interpretada como representando Judá em abstrato, ou o Messias em particular (o ungido).

A rebelião macabéia foi bem sucedida e um reino judeu foi restabelecido, mas isto também não trouxe a idade de ouro. Entretanto, os escritos proféticos mantiveram vivas as expectativas dos judeus durante os dois séculos seguintes. O Dia do Juizo Final permaneceu sempre como eminente; o Messias estava sempre para chegar; o reino da justiça estava sempre a ponto de ser estabelecido.

Então, os romanos sucederam os macabeus e, no reinado do imperador Tibério, houve um pregador muito popular na Judéia, chamado João Batista, cuja mensagem continha a seguinte temática:

"Fazei penitência porque está próximo o reino dos céus" (Mat. 3,2).

Com a expectativa universal assim constantemente reforçada qualquer um que se proclamasse o Messias certamente teria seguidores; sob os romanos houve muitos pretendentes que, politicamente, conduziram a nada. Dentre esses, contudo, figurava Jesus de Nazaré, a quem alguns judeus humildes seguiram e se mantiveram fiéis mesmo depois de Jesus ter sido morto crucificado sem que uma mão se erguesse para salvá-lo.

Assim, aqueles que acreditaram em Jesus como o Messias poderiam ter sido chamados de "messiânicos". Todavia, a língua dos seguidores de Jesus veio a ser o grego, na medida em que mais e mais gentios se convertiam e, em grego, a palavra para Messias é "Christos". Deste modo, os seguidores de Jesus passaram a ser denominados "cristãos".

O sucesso inicial na conversão de gentios deveu-se às pregações missionárias carismáticas de Paulo de Tarso (o apostolo Paulo, que foi prolífico com suas Epistolas) e, começando com ele, o cristianismo iniciou um caminho de expansão que trouxe para a sua bandeira primeiro Roma, depois a Europa, depois grande parte do mundo. Os primeiros cristãos acreditavam que a chegada de Jesus o Messias ( isto é "Jesus Cristo") significava que o Dia do Juízo Final estava prestes a vir.

Ao próprio Jesus são atribuídas predições do iminente fim do mundo:

"Mas naqueles dias, depois daquela tribulação , o Sol se escurecerá., a Lua não dará seu resplendor ; e as estrelas do céu cairão e se comoverão as potestades que estão nos céus. Então verão o Filho do homem vir sobre as nuvens com grande poder e glória . . . Em verdade vos digo que não passará esta geração, sem que se cumpram todas estas coisas. O céu e a terra passarão ... A respeito, porém , daquele dia ou daquela hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem mesmo o Filho, mas só o Pai" (Mat. 13,24-27, 30-32).

Em aproximadamente 50d.C., vinte anos após a morte de Jesus, o apóstolo Paulo ainda aguardava o Dia do Juízo Final de um momento para o outro:

"Nós, pois, vos dizem isto, segundo a palavra do Senhor, que nós, não passaremos adiante daqueles que adormeceram . Porque o mesmo Senhor, ao manto de Deus, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, descerá do Céu e os que morreram em Cristo ressucitarão primeiro. Depois nós, os que vivemos, os que ficamos, seremos arrebatados justamente com eles sobre as nuvens ao encontro de Cristo nos ares e assim estaremos para sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras. Quanto ao tempo e ao momento (desta segunda vinda de Jesus Cristo) não tendes necessidade, irmãos que nós escrevamos. Porque vós sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como um ladrão durante a noite" (I Tess. 4,15,5,2).

Jesus fazia notar que o Dia do Juizo Final viria logo, mas tinha o cuidado de não estabelecer uma data exata. O que ocorreu é que o Dia do Juizo Final não veio; os maus não foram punidos, o reino ideal não foi estabelecido e aqueles que acreditavam que Jesus era o Messias tiveram que se contentar com a crença de que o Messias teria que vir uma segunda vez (a Parusia ou "Segunda Vinda") e que então tudo que havia sido previsto ocorreria.

Os cristãos foram perseguidos em Roma, sob Nero e, em maior escala, mais tarde, sob o imperador Domiciano. Exatamente como a perseguição selêucida tinha gerado as promessas apocalípticas (Apocalíptico: vem do grego e significa "revelação"). Assim, qualquer coisa que é apocalíptica revela um futuro normalmente oculto aos olhos dos homens.
O Apocalipse foi provavelmente escrito em 95 d.C., durante o reinado de Domiciniano. Neste livro, de forma confusa e detalhadamente, o Dia do Juizo Final é descrito. Narra-se uma batalha final entre todas as forças do mal e as do bem, num lugar chamado Har-Margedon, (ou Harmaggedon) contudo os detalhes não são claros (Apoc. 16:14-16). Finalmente, porém, "Eu vi um novo céu e uma nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra desapareceram..."(Apoc. 21,1).

RESUMO:
É bem possível, portanto, que qualquer que tenha sido a origem do mito nórdico de Ragnarok, a versão que chegou até nós esta claramente espelhada na batalha de Har-Magedon do Apocalipse, com sua visão de um universo renovado. E o Apocalipse, por sua vez , foi idealizado e deve muito ao Livro de Daniel.

terça-feira, 9 de novembro de 2004

MONNA GOSTANZA (Vó Gostanza) : Uma historia da Inquisição


No final do século 16, na cidade italiana de Bagno a Acqua, atual Casciana Terme, no coração da Toscana, vive Gostanza da Libbiano, uma camponesa de 60 anos de idade, viúva, que divide a casa com duas velhas amigas, também viúvas, e a neta Diadora, de apenas sete anos de idade.

Gostanza exerce, desde jovem, a prática da medicina popular para a cura de doenças, utilizando-se de ervas e óleos aromáticos, ajudando desta forma, os camponeses que a procuram. Uma das práticas que utiliza para diagnosticar doenças, é o de misturar miolo de pão aos doentes. Tais práticas põem em polvorosa as autoridades aclesiásticas locais... Estamos situados em plena Contrareforma Católica, e o fato de ser mulher, muito bela e carismática, fazia a sua existéncia ainda mais intolerável aos olhos dos (fervorosos..?) cristãos.

Mesmo a medicina oficial era, nos tempos de Gostanza, baseada em um terreno bastante empírico. Imaginem então a medicina popular, que faz parte de uma cultura milenar, praticada desde muitos séculos antes do nascimento do cristianismo, de forma que, ao longo dos anos, foram misturadas noções de medicina popular derivadas de conhecimentos práticos e junto com rituais mágicos. Infelizmente, na Idade Média, tudo o que ainda sobrevivia dos velhos cultos e ritos pagãos era considerado pelos cristãos e protestantes, como culto ao Demónio.

LEMBREMOS:
Em 1231 o papa Gregório IX edita a bula "Excommunicamus", na qual há procedimentos pelos quais inquisidores profissionais seriam enviados para localizar hereges e persuadi-los a se retratar. Em abril de 1233, o mesmo papa edita duas bulas que marcam o início da Inquisição, instituição da Igreja Apostólica Católica Romana que perseguiu, torturou e matou milhares dos seus "inimigos", ou quem quer ela entendesse como inimigo, acusando-os de heresia, isto aconteceu por vários Séculos. A bula "Licet ad capiendos", a qual definitivamente marca o início da Inquisição, era dirigida aos dominicanos, cruéis inquisidores, e tinha o seguinte teor: "Onde quer que os ocorra pregar estais facultados, se os pecadores persistem em defender a heresia apesar das adverténcias, a privá-los para sempre de seus benefícios espirituais e proceder contra eles e todos os outros, sem apelação, solicitando em caso necessário a ajuda das autoridades seculares e vencendo sua oposição, se isto for necessário, por meio de censuras eclesiáticas inapeláveis".

A Inquisição atuou barbaramente durante mais de SEIS séculos da nossa era, atingindo o nível político, económico, social, psicológico e cultural de toda a sociedade, atuando com mais força e eficácia na Espanha, Portugal, França, Alemanha e Itália. O Santo Ofício, durante toda a sua história, torturou e executou, principalmente na fogueira, mais de um milhão de pessoas, essencialmente mulheres, judeus e muçulmanos convertidos, e ainda com o agravante que, todos os bens das vítimas eram tomados pela Igreja. A inquisição queimou também milhares de cientistas e intelectuais, desde que houvesse uma oportunidade. Tudo mo intuito de "apagar" quaisquer ideias que tenham um nínimo de polémica com a 'fe'. Foram todos vítimas das autoridades eclesiásticas, de personalidades católicas que eram guiados exclusivamente pela vontade de ganhar notoriedade e poder (ou seja de 'aparecer'), ou ainda pior: movidos pela ignoráncia e o fanatismo popular.

Em 1252, o papa Inocéncio IV, através da bula "Ad extirpanda", autoriza o Tribunal da Inquisição a praticar a tortura nos acusados para quebrar-lhes a resisténcia. A prática de queimar hereges nos chamados "autos-de-fé" eram verdadeiras festas, onde os membros da Igreja e da Corte se vestiam de grande pompa, e geralmente a faziam em homenagem ao rei. Graças a esta brilhante idéia cristá, a obtenção das confissões de culpa era enormemente facilitada. Esta bula papal seria confirmada pelo papa Urbano IV em 1261. Em 1258 já havia acontecido o primeiro processo contra uma "bruxa", e a primeira vítima oficial seria queimada em Toulouse, em 1275.

Continuando a nossa Historia:
Na manhã do dia 4 de novembro de 1594, provavelmente depois de uma denúncia anónima (o Santo Ofício acolhia denúncias de quem quer que fosse, inclusive através de cartas anónimas), Gostanza da Libbiano é convocada pelo Monsenhor Roffia, vigário da igreja de San Miniato al Tedesco, por ordem do bispo da Repubblica di Lucca.

A primeira parte do processo contra Gostanza é realizada sob a responsabilidade do Monsenhor Roffia, um homem com quase 50 anos de idade, estimado e respeitado, e que pertencia a uma das famílias mais ricas da Toscana, e gozava de um poder civil e religioso - um poder praticamente sem limites para a época. No dia 4 de novembro de 1594, acompanhado pelo notário Viviani, Monsenhor Roffia interroga, no Palazzo dei Vicari, na pequena cidade de Lari, alguns testemunhos, e ordena imediatamente a prisão de Gostanza. No dia seguinte, já na cárcere eclesiástico de Lari, Gostanza é submetida ao primeiro interrogatório, onde é acusada de bruxaria!

Nos processos do Santo Ofício, a denúncia (mesmo sendo anónima) era prova de culpabilidade, cabendo ao acusado a prova de sua inocéncia. O acusado era mantido na cárcere, incomunicável, e ninguém, a não ser os agentes da Inquisição, tinha permissão de falar com o reu, e nenhum parente podia visitá-lo. Geralmente o acusado ficava acorrentado, e pasmem: era responsável por todos os gastos referentes a sua prisão. O julgamento era secreto e particular, e o acusado tinha de jurar nunca revelar qualquer fato a respeito dele, no caso de ser solto. Nenhuma testemunha era apresentada contra ele, nenhuma lhe era nomeada, pois os inquisidores afirmavam que tal procedimento era necessário para "proteger" seus informantes.

Monsenhor Roffia segue até a cidade onde vivia Gostanza, Bagno a Acqua, e interroga outras testemunhas, entre elas a pequena Diadora, neta de Gostanza, de apenas sete anos de idade. Em 7 de novembro o processo continua, em sede definitiva, a San Miniato.

Depois dos primeiros interrogatários exclusivamente verbais, Gostanza é "afetuosamente examinada", para a averiguação de uma possível "marca de bruxa", que poderia ser desde um mamilo excessivamente grande até uma simples pinta, mancha, uma verruga, ou uma outra anomalia física. O exame era sempre muito bem acurado, e frequentemente a prova era encontrada nas partes íntimas da vítima. Depois de examinada, Gostanza é submetida á "tortura da corda" (nua, pendurada ao teto da sala inquisitária, com os braços puxados por detrás das costas, através de uma uma corda amarrada firmemente aos pulsos). O corpo desta forma fica imobilizado numa posição dolorosa, enquanto o padre inquisidor faz as perguntas, que devem ser respondidas de acordo com o interesse do Santo Ofício.

Em 1376, o inquisidor Nicolau Eymerich publica o "Directorium Inquisitorum". Este é um verdadeiro Manual dos Inquisidores, é revisto e ampliado por Francisco de La Peña, onde encontram-se conceitos e normas processuais a serem utilizadas pelos cruéis inquisidores. Tanto Eymerich como La Peña são monges dominicanos, e fazem uma grandiosa codificação das práticas e das justificativas acerca do controle das doutrinas da Igreja que culminaram na instituição da Inquisição. O Manual ensina, de forma prática e direta, o bom exercício do ofício de inquisidor. Sua importáncia é tão grande para a Igreja que, depois da Bíblia, foi um dos primeiros textos a serem impressos, em 1503, em Barcelona.

A Santa Igreja dava uma certa autonomia para os seus representantes inquisidores. A inquisição espanhola, por exemplo, era conhecida pela crueldade e obscurantismo. Em 1483, Tomás de Torquemada é nomeado Grande Inquisidor de Castela, e esse monge dominicano faz uma ampla utilização da tortura e do confisco dos bens das vítimas, e estima-se em 20 mil o número de pessoas barbaramente torturadas e queimadas durante o seu mandato.

Em 1484, o Papa Inocêncio VIII torna pública sua bula contra as bruxas, "Summis desiderantes affectibus", na qual qualifica as bruxas como adoradoras de Satanás, e solicita uma ação mais enérgica contra as mulheres, através da tortura para obter confissões. Em 1487, os monges dominicanos alemães, Jacob Sprenger e Heinrich Institoris Kramer publicam o "Malleus Malleficarum" ou, Martelo das Bruxas, um livro de 400 páginas, que será o guia, aprovado pela hierarquia eclesiástica, de caça às bruxas. Neste guia, existem instruções para identificar as bruxas, a torturá-las para as fazer confessar, e como os inquisidores podem se absolver mutuamente, depois de uma cessão de tortura. Durante dois séculos e meio, na Alemanha, depois da publicação do "Malleus Malleficarum", negar a bruxaria podia levar à fogueira. A histeria criada pelos monges se espandiu por toda a Europa.

O manual dos dominicanos foi um verdadeiro guia de caça às bruxas. Tudo surgiu do medo que as mulheres que provocavam à Igreja. No "Malleus Malleficarum", se podem ler coisas como: "a bruxaria brota do apetite carnal, que nas mulheres é insaciável"; "quando uma mulher pensa por si mesma, pensa no mal"; "as mulheres intelectualmente são como crianças, pois são mentirosas, fracas de mente e necessitam do controle masculino"; "elas são responsáveis da impotência do homem, nos seduz e destroem a alma". Outras e muitas obras deixam claro o caráter misógino da Igreja Católica.

Durante muitos séculos uma forte aversão dos cristãos e protestantes contra as mulheres, nas quais sempre viam uma bruxa em potencial, assombrou a Europa. Foi uma época em que o terror dominou durante séculos. O resultado deste ódio foi que quase um milhão de pessoas foram brutalmente torturadas e executadas, sendo 85% mulheres. A maior parte das torturas que eram aplicadas às mulheres tinha caráter sexual, sempre encobertas pelo "sagrado". Alguns fanáticos inquisidores, reprimidos sexualmente pelo voto da castidade, eram obcecados pela agressão sexual, transformando alguns julgamentos em repugnantes depravações sadomasoquistas.

Muitas vezes a tortura era decretada e adiada na esperança de que o medo levasse à confissão. A confissão podia dar direito a uma penalidade mais leve e se fosse condenado à morte apesar de confesso, o sentenciado podia "beneficiar-se" com a absolvição de um padre para salvá-lo do Inferno. A tortura também podia ser aplicada para que o acusado indicasse nomes de companheiros de heresia. As testemunhas que se contradiziam podiam ser torturadas para descobrir qual delas estava dizendo a verdade.

Não havia limites de idade para a tortura; meninas de 10 anos e mulheres de 80 anos eram sujeitas à tortura. As penas impostas pela Inquisição iam desde simples censuras (leves ou humilhantes), passando pela reclusão carcerária (temporária ou perpétua) e trabalhos forçados nas galeras, até a excomunhão do preso e sua morte na fogueira. Estes castigos eram normalmente acompanhados de flagelação do condenado e confiscação de seus bens em favor da Igreja.

E nossa heroína?:
A dor e a humilhação é tanta, que após várias seções de torturas, Gostanza, que até então havia negado toda a acusação, desiste de proclamar a sua inocência, e finalmente, para o delírio da pequena platéia inquisidora, confessa de haver praticado feitiçaria.

"A verdade é que sou uma bruxa". Pensa que, com esta declaração, poderá por fim a toda a dor que estava sentindo. Talvez Gostanza espera obter, com a condenação - já que a morte pelas mãos da Inquisição era para ela, naquele momento, um fato mais do que certo - o status oficial de uma mulher dotada de poderes extraordinários, atestado pelos representantes do poder eclesiástico.

A Santa Igreja sempre teve medo daquele infinito poder, existente nos gestos mais simples e naturais, que toda mulher carrega, e Gostanza da Libbiano é apenas uma das ameaças para esta ordem religiosa. Monsenhor Roffia interroga Gostanza em tom severo, após sucessivas seções de torturas e humilhações. Ele acredita piamente que somente através da punição do corpo a alma pode ser salva.

Induzida pelo inquisidor, Gostanza começa a confessar as práticas diabólicas, construindo um seu mundo metafísico, entalhado em fortes fantasias, como feitiçarias, delitos macabros, práticas de vampirismo, metamorfoses, vôos noturnos e bacanais realizados na Cidade do Diabo, confissões estas fomentadas por uma inesgotável riqueza, oriunda do rico imaginário popular e fruto da fértil imaginação daquela velha senhora.

Para auxiliar Monsenhor Roffia no processo, a Igreja encaminha um representante do Santo Ofício, o franciscano Mario Porcacchi da Castiglione, doutor em teologia e guardião do convento de San Francesco. Porcacchi tem apenas 31 anos de idade, e apesar da pouca experiência num processo inquisitório, ele se convencerá rapidamente da culpa de Gostanza.
Quando não estava sendo torturada ou interrogada, Gostanza permanecia presa no porão do eclesiástico palácio, numa pequena, escura e fria sala, onde não podia nem ao menos ficar em pé. A pobre velha têm amarradas aos punhos grossas correntes que a prendem à parede. A única visita que lhe é permitida é a dos inquisidores. Gostanza não quer mais ser torturada, e confirma, fora da sala dos tormentos, tudo o que confessa durante os interrogatórios.

Nos dias sucessivos, os inquisidores voltam a fazer as mesmas perguntas dos dias anteriores, para se certificarem dos depoimentos, através das coincidências e contradições. As perguntas são repetitivas, e as seções duram horas, entre interrogatório, tortura e pausas para a higiene pessoal e alimentação dos inquisidores. A cada interrogatório Gostanza, no desespero e estresse de tanta dor e humilhação, inclui novos particulares e variações das suas fantasias, alimentando a tara dos inquisidores. Desta forma o interrogatório segue o percurso de uma espiral.

Gostanza encontra-se em condições de inferioridade perante os dois inquisidores, pois não possui fortes argumentos para a sua autodefesa, e desesperada, começa a contra-atacar os seus agressores. Age de forma diferente para com cada inquisidor, comportando-se de forma humilde e submissa em alguns casos, e em outros de maneira ameaçadora e insinuante. O tom de voz que usa ao falar com o jovem e curioso teólogo Porcacchi é quase que sedutor, para talvez conseguir obter deste um reconhecimento da sua importância como uma mulher com dons divinos. Porcacchi, embora possua um aspecto moderado, é intimamente agitado pelas obscuras questões às quais se encontra atado, e não se interessa pela Gostanza curandeira ou adivinhadora, mas pela bruxa Gostanza e seu envolvimento com o Demônio.

Monsenhor Roffia tenta fazer com que Gostanza se arrependa e salve ao menos a sua alma. - "O cristianismo é a corrupção das almas através dos conceitos de culpa, punição e imortalidade", escreveria um dia Nietzsche - Já o franciscano Porcacchi representa para Gostanza o perigo mais insidioso pois, diferente de Roffia, é inclinado a acreditar em todas as fantasias que no desespero da tortura Gostanza havia confessado. As perguntas que saem da sua boca, proferidas com voz melíflua, abrem as portas para as anedotas mirabolantes da velha, um imaginário populado daquelas belas figuras monstruosas, que deixou seus traços nas pinturas de Bosch e Bruegel.

Este rico imaginário, por sua vez objeto do interrogatório, na Idade Média era difuso não apenas entre as pessoas incultas, mas também entre muitas pessoas instruídas. Dos interrogatórios do processo se percebe como tal imaginário, no qual se juntam diabos e bruxas, não se limitasse a criar apenas a fantasia dos artistas ou nutrir as páginas dos livros especializados no assunto, mas penetrasse profundamente na vida das pessoas, condicionando a cada dia os seus comportamentos.

Os depoimentos fantasiosos de Gostanza passam por reuniões das bruxas sob uma imensa nogueira, vôos noturnos em galope sobre o dorso de estranhos animais, inúmeras visitas à Cidade do Diabo, descrita como o "jardim das delícias", até as suas relações carnais com o Grande Diabo, descrito como "um belíssimo jovem, bem vestido, com um rosto artisticamente esculpido e de cor avermelhada". Quando começa a contar das suas profanações às hóstias consagradas, é imediatamente interrompida por Roffia: "Quem lhe ensinou a fazer estes nefastos sacrilégios?" - grita o vigário, bastante irritado.

No dia 19 de novembro, chega de Firenze o inquisidor geral para o território do Granducato, o franciscano Dionigi da Costacciaro, que participará das audiências do processo até 24 novembro. Costacciaro era um homem bastante velho, e já havia sido ministro provincial da região da Umbria, inquisidor em Siena e, desde 1578 era inquisidor geral de Firenze. Nos últimos anos de sua vida, participará como juiz no processo de Giordano Bruno, em Roma.

Depois de oito anos de processo conduzido pela Santa Inquisição, em Roma, durante os quais lhe são arrancadas confissões, sob tortura, o filósofo italiano Giordano Bruno é condenado à morte como "herege obstinado e ímpio", e queimado vivo numa fogueira, na Piazza dei Fiori, em Roma, no dia 17 de fevereiro de 1600. Bruno havia ousado definir o Universo como infinito, e admitia a hipótese da existência de formas de vida fora da Terra. Tudo isso era demais para a Igreja. Bruno se defende, tentando mostrar que as suas idéias não estão em contradição com as doutrinas cristãs, mas tudo em vão. Conhecido como o filósofo da liberdade e da tolerância, firme defensor das teorias copérnicas e impulsionador da lei da Natureza, rejeitou a hipótese de se retratar, o que o teria livrado da morte. Tiveram o cuidado de lhe cortar a língua antes de enviá-lo ao local da execução, para evitar o risco de que as suas palavras pudessem emocionar a multidão que foi assistir ao espetáculo (segundo o papa Inocêncio IV, era "de fundamental importância cortar a língua dos condenados ou amordaçá-los antes de acender o fogo, porque, se têm possibilidade de falar, podem ferir, com suas blasfêmias, a devoção de quem assiste a execução"). O principal acusador de Bruno, o cardeal Bellarmino, será mais tarde canonizado e, em 1930, proclamado "Doutor da Igreja", enquanto que Bruno deixou para a humanidade 309 obras filosóficas, trabalhos de cosmologia, matemática e ciência, além de um maravilhoso exemplo de vida.

Costacciaro era um homem inteligente e eqüilibrado, conhecedor da cultura de seu tempo e muito respeitado no Vaticano. Chegando em San Miniato, procura imediatamente ignorar os dois juízes, que estavam mergulhados num mundo de medo e suspeitas alimentadas por invejas, mágoas e rancores, típicas dos pequenos borgos provincianos da Itália medieval. Nada destas particularidades poderia interferir no raciocínio pleno da ortodoxia teológica, colocada naqueles últimos anos em risco pela heresia que vagava por toda a Europa.

Quando se apresenta ao inquisidor geral, Gostanza muda de estratégia, vendo em Costacciaro uma última chance de escapar da morte na fogueira. Diz ao inquisidor fiorentino que havia fantasiado as suas declarações perante os dois juízes, que com várias seções de tortura, a haviam forçado a se autoacusar de horríveis crimes que jamais havia cometido.

É aterrorizada da idéia de que se iniciem novas seções de tortura: "pelo medo da corda e a dor que sentia ao ser torturada, juraria até que Cristo não vivesse no Céu", diz Gostanza a Costacciaro. Queria talvez blasfemar, diante daquele grosso crucifixo de ouro e ébano pregado na parede da sala, e talvez dizer, em alta voz, que a concepção de Deus é uma das coisas mais corruptas que apareceram no mundo, mas Gostanza fazia claramente o seu jogo, e parecia conhecer bem o campo em que estava jogando. Age de maneira instintiva, sem haver elaborado um verdadeiro plano de ação.

No âmbito de uma cultura prevalentemente oral, Gostanza é mestre no uso da palavra falada, e sabe muito bem que pode contar com alguns elementos que jogam a seu favor. Encontra na credulidade de Porcacchi, as quais as dúvidas de Roffia opõem uma fraca resistência, um terreno sobre o qual pode haver uma possibilidade de reação. A credulidade dos dois primeiros juízes lhe concede uma considerável vantagem, pois são os mesmos exageros contados durante as suas confissões que proporcionam ao terceiro juiz a possibilidade de inverter a rota do processo. Costacciaro não acredita nas fantasiosas palavras de Gostanza, e decididamente a situação muda, quando este experiente inquisidor entra em cena. Um fato bastante importante a se observar, é que Costacciaro é de Firenze, capital do Granducato no qual o território transgride a diocese de Lucca, capital por sua vez de um Estado independente e limítrofe. Uma situação como esta, particularmente propicia o surgimento de conflitos de todos os gêneros.

Costacciaro não encontra dificuldades, através de válidos argumentos teológicos, em desmontar o grande cenário criado pelos incompetentes e fanáticos juízes locais, com a colaboração ativa de Gostanza. "os Diabos" diz o inquisidor "vivem no fogo eterno e em contínuo tormento. Não como a imputada declarou, em tantas exaltações, festas e bacanais. No Inferno, não existe nada mais do que cruzes, tormento e fogo eterno; onde existem contínuas e eternas penas; onde não se desfruta nada, não se luxúria, não se faz bacanais de alegria. O Demônio é apenas um anjo caído. E todos os anjos, Deus criou incorpóreos, sem os órgãos efetivos para a procriação, como os fez aos homens. Tudo isto para mim é bastante claro, que você, Gostanza, depôs em falso".

A partir deste episódio, Costacciaro deixa bem claro que o verdadeiro processo é aquele por ele conduzido. As duas partes do processo correspondem a lógicas diferentes. Enquanto a primeira parte, conduzida pelo Monsenhor Roffia e padre Porcacchi segue uma lógica do tipo medieval, a segunda é animada de um espírito que pode ser definido como moderno.

Estamos no ponto de confluência entre duas épocas. Os tratados sobre os quais é formado Porcacchi estão para ser substituídos por novas tomadas de posições. O poder eclesiástico, adequando-se a nova visão do mundo, que se evolve graças às descobertas geográficas e aos progressos da ciência, muda de estratégia. Os autos-de-fé preparados para as bruxas, no obscuro período medieval, não se adequam mais às novas exigências, porém esta mudança será muito lenta, e muitas mulheres ainda continuarão, por muito tempo, a serem queimadas nas fogueiras, seja na Europa Católica como na Europa Protestante. A última "bruxa" será queimada em Poznan, em 1793, e em 1826 o último herege é queimado vivo pela inquisição espanhola.

Monsenhor Roffia e padre Porcacchi seguramente haveriam queimado Gostanza, pois reconheciam e temiam o poder feminino iluminado por aquela velha senhora. Cortacciaro, porém, é mais sutil e representa uma nova política do Santo Ofício. Aquela que, apesar de absolver as mulheres da acusação de bruxaria, impedia contudo que estas continuassem a exercer qualquer tipo de profissão e, tirando-lhes os instrumentos de trabalho, comprometia a autonomia econômica das condenadas, conseguindo desta forma negar a sua identidade.

Gostanza termina por contar a história da sua vida, deixando as suas fantasias de lado, que já não lhe servem mais. "Eu não sou uma camponesa como vocês acreditam que eu seja - diz Gostanza ao inquisitor geral, - eu sou filha de messer Lotto Niccolini, um nobre fiorentino. Minha mãe, monna Aquiletta, que era a sua serva, ficou grávida de mim". A partir deste dado anagráfico parte um reconhecimento das circunstâncias, entretecido de superações e violências, que caracterizaram, desde o início, a vida da acusada. "Um dia" prossegue Gostanza, - quando eu era apenas uma menina de oito anos de idade, e vivia em Fratta, na vila onde morava meu pai, enquanto eu estava sozinha em frente à nossa casa, três pastores que passavam por ali me raptaram, e me levaram até a casa de Francesco di Lorenzo, onde fui violentada por Lenzo, seu filho. Vós não imaginais o tormento que era dormir com este Lenzo, sendo eu de pouca idade".

Absolvida da acusação de bruxaria, Gostanza é contudo condenada a "não tornar mais a sua casa, nem ao menos se aproximar da região onde vivia, sob ameaça de prisão e castigo. Não poderá entrar mais em contato com parentes e amigos. É proibida de medicar homens, mulheres e animais, e deverá dizer aonde irá morar, para que possa ser observada de perto". Diferente do poder arcaico, que sentia a necessidade de ostentar a própria força praticando penas espetaculares, o poder moderno age de maneira mais eficaz, excluindo da sociedade a pessoa considerada perigosa, portadora de uma cultura diferente.

No final do processo, Gostanza é uma pessoa derrotada e humilhada, ferida na sua mais profunda intimidade. A sua individualidade, as características que a faziam uma mulher especial, são frutos de um conjunto de relações interpessoais, estabelecidas ao interno do grupo ao qual ela pertencia. Que esperança poderia ter Gostanza, que vivia em meio à uma sociedade misógina e falocrática, que considerava a mulher como um ser inferior? Ainda havia a pobre velha a tipologia clássica da bruxa: pobre, analfabeta, viúva, independente, pertencente ao mundo rural, e depositária de um conhecimento empírico da cura através das ervas. Era sem dúvida uma mulher diferente, e por isso era, de alguma forma, uma ameaça aos interesses nefastos da Igreja.

Gostanza havia criado, na região onde vivia, um tipo de associação de viúvas, junto às quais havia viabilizado uma verdadeira empresa herborística, que era a única via de sustento daquelas pobres senhoras. O faturamento de anos de trabalho era bastante considerável, e a Igreja, como de fato sempre fazia, seqüestrará o bom montante de fiorini das pobres viúvas.

Há quem afirme que ainda hoje o fantasma de monna Gostanza, inquieto de não haver encontrado a morte como devia de ser, percorre pelas noites adentro as grandes salas de tormento da igreja de San Miniato.

segunda-feira, 8 de novembro de 2004

Watching my Favorites in TV.....


Hoje é dia de coisa boa na TV: humor negro..! Adoro isso! Resquícios da minha avó?, por ser ela inglesa?... talvez.. heheh!

Como vocês sabem fui educado por ela.. ate a idade de 7 anos... foi a única pessoa que me ouvia... cuidava e me ensinava... muita coisa...não? e depois sempre foi uma presença constante na minha vida... Chelsea(U.K.).. adoro essa cidade.! Embora era pequenininho mais é incrível a quantidade de lembranças que tenho.

Mais voltemos ao Humor Negro (heheheh!). Assim, não perco a série “Death Like Me” no Canal Sony.. . e uma lástima que quase não tenha mais seriados desse tipo: os de humor negro.. Alem desse, so conheço o “Six Feet Under”, da Warner.. e acho ele meio fraquinho. A atriz Ellen Muth diferente, um achado! e seu jeitinho? Bem debochada mesmo... Em Tempo: Ellen ganhou o 'Best Newcomer' e o seriado Dead Like Me ganhou o 'Best New Series' no 2004 SFX Readers Choice Awards em Londres

Ellen tambem foi indicada na categoria de: 'Best Actress in a TV Series' no 2004 Saturn Awards…

Quer saber mais?:

BREVE RESENHA: Georgia "George" Lass (ELLEN MUTH) ié o membro mais novo de um grupo de mortos-vivos de “ceifadores”. Jovem, brilhante, E com um senso de humor ácido, ela esta prendendo a ajustar se a sua nova vida-após-a-morte. Sua morte serve como um despertar, e uma oportunidade única para reconhecer o amor, e a sua irmá caçula, e aprender mais a entender a vida como quando ela mesma era viva... pela primeira vez! Ela insiste em conectar-se com a sua ex-familia, especialmente sua mãe Joy, de um jeito que nunca o faz quando em vida, e a entender seu papel e seu lugar entre os ceifadores....

Outro Seriado que sou fá é a 2a Temporada de Smalville.. (por causa da LANA LANG (Kristin Kreuk) já viram menina mais doce que ela?
Ah!... Sem esquecer das pérolas de ficção: Andrômeda, e Enterprise.. sempre fui fá e sou um Trekkie, então como poderia deixar de assistir estas pérolas da Sci-Fi?

Meu Poema do dia

Rating:★★★★★
Category:Other
Palavras que choram

são lágrimas que caem
são sentimentos que no coração moram
são sentimentos que do coração saem.
é dor que sai do nosso coração
é paz que alivia a nossa alma
é o fim de um furacão
e o começar da calma.
é sossego que invade o nosso ser
é vazio que se sente no peito
são lágrimas pelo rosto a escorrer
por algum mal que nos foi feito.
lágrimas que caem
são sentimentos que no coração moram
e que quando do coração saem
são palavras que choram.

About Me


These are my 'tools'... the complete set!

General overview pics.
Later will post anothers...

domingo, 7 de novembro de 2004

Astrologia: podemos considerar uma ciencia?


PORQUE A ASTROLOGIA NÃO PODE SER CONSIDERADA UMA “CIENCIA”?

A Astrologia, que a Mídia e os Astrólogos divulgam para o Hemisfério Sul não é verdadeira, portanto a astrologia não pode mais ser considerada uma “ciencia”

Eu vou explicar, aqui e agora, de forma clara e definitiva, por que os Signos são diferentes para as pessoas dos dois hemisférios, que nascem na mesma data, e por que se pensa erroneamente, que eles sejam iguais...

"Se você nasceu no Hemisfério Sul da Terra, e acha que o seu Signo é igual ao de quem nasceu no Hemisfério Norte, na mesma data do seu nascimento, considere-se uma pessoa "enganada", pela Mídia e pelos Astrólogos."
A Mídia e os Astrólogos estão mentindo, descaradamente (por omissão?, por comodidade?, por desconhecimento mesmo?), estão enganando a todas as pessoas que nascem no hemisfério sul da terra, quando dizem que os Signos do Zodíaco são os mesmos para quem nasce acima e abaixo da linha do equador, nas mesmas datas do Calendário.
O ‘SIGNO’ DE QUEM NASCE NO HEMISFÉRIO SUL DA TERRA NÃO É, NUNCA FOI E NUNCA SERÁ O MESMO DE QUEM NASCE NO HEMISFÉRIO NORTE.
Dizer que as pessoas que nascem no Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul pertencem aos mesmos Signos, apenas porque nasceram nas mesmas datas do Calendário, é demonstrar total desconhecimento do movimento celeste.

ANTES UMA PEQUENA AULA DE HISTORIA:

Foi a partir do ano 2000 A.C., quando os babilônios descobriram as quatro estações do ano, que a Astrologia começou a ser concebida e desenvolvida, nos moldes que se conhece atualmente (início do século XXI).
Os primeiros Astrólogos, que viviam no Hemisfério Norte, achavam que a Terra ERA UMA SUPERFÍCIE PLANA, indefinida e passiva; e o espaço celeste era uma abóbada iluminada e variável, sob a qual brilhava e fecundava a luz.
Na abóbada iluminada, os primeiros Astrólogos identificaram doze constelações e sete corpos celestes.
Os sete corpos celestes eram a Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno; as doze constelações eram Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes.
A partir de então, as estações do ano foram relacionadas com as constelações, e ficou estabelecido um Signo para cada período das estações; Áries para o início da primavera, Touro para o meio, e Gêmeos para o fim; Câncer para o início do verão, Leão para o meio, e Virgem para o fim; Libra para o início do outono, Escorpião para o meio, e Sagitário para o fim; Capricórnio para o início do inverno, Aquário para o meio, e Peixes para o fim.
Os primeiros astrólogos conceberam a astrologia para toda a superfície plana, indefinida e passiva, como achavam que era a Terra.
No século IV A.C., quando chegou na Grécia, os Astrólogos gregos aperfeiçoaram a Astrologia e deram a ela os contornos individuais que se conhece atualmente.
Posteriormente, no século II D.C., nasceu em Alexandria Cláudio Ptolomeu e se tornou astrônomo, matemático e geógrafo. Ele inventou um Sistema Cosmológico, e estabeleceu o princípio das influências cósmicas, que são a parte fundamental da atual prática astrológica.
Ptolomeu, que viveu até 180 D.C., achava que a Terra ERA O CENTRO DO UNIVERSO, QUE ERA P[LANA e que os planetas giravam ao redor dela, dentro de uma esfera sólida, à qual se fixavam as estrelas.
Desde a invenção desse Sistema Cosmológico, os Astrólogos sempre acharam que as influências cósmicas atingiam toda a extensão da superfície terrestre, de modo igual. (porque achavam que a Terra era PLANA, lembram?)
Até o século XVI a Astrologia só era conhecida no Hemisfério Norte.
Quando a Astrologia chegou no Hemisfério Sul, trazida pelos colonizadores, a Terra ainda era considerada plana e o centro do Universo.
Na época em que a Astrologia veio para o Hemisfério Sul (século XVI), já se discutia a teoria de Nicolau Copérnico, que dizia ser o Sol, e não a Terra, o centro do Universo. Embora, muito antes de Copérnico (ano de 1473), outro estudioso e matemático: Aristarco de Samos (290 A.C.), já dizia que o Sol era o centro do Universo.
Mas, foi somente (quase cem anos depois) no século XVII que Galileu Galilei, nascido em 1564, provou que a teoria de Copérnico estava correta; o que depois foi confirmado por Isaac Newton (que, por coincidência nasceu no ano da morte de Galileu, em l642).
Com a comprovação de que era o Sol o centro do Universo, e de que a Terra girava ao seu redor, inclusive com movimento de rotação, o Sistema Cosmológico de Ptolomeu PERDEU completamente a razão de existir (A Terra não era plana, a Terra não era o centro do universo, a Terra tinha SIM movimento de rotação no seu próprio eixo)...

E caberia aos Astrólogos então a tarefa de adaptar a Astrologia à nova realidade do Universo.

Mas, mesmo tendo sido comprovado que a Terra girava em torno do Sol (não era mais o CENTRO do Universo); que ela girava sobre si mesma; que o seu eixo de rotação apresentava uma inclinação de 23°5; que ela era dividida em dois hemisférios; que as estações do ano eram opostas nos dois hemisférios; mesmo assim, os Astrólogos resolveram rejeitar, ignorar a nova realidade, porque derrubava tabelas de mais de 3500 anos.
Ao invés de adaptarem a Astrologia à nova realidade, os Astrólogos decidiram que o obsoleto, totalmente errado Sistema Cosmológico de Ptolomeu (que dizia a Terra ser plana e outras absurdas afirmações), e insistirem que isso estava certo, e optaram pela continuidade do seu uso, contrariando toda a lógica e o bom-senso.


Para justificar a continuidade do uso do Sistema Cosmológico de Ptolomeu, os Astrólogos diziam o seguinte:
- "Tanto faz se a Terra gira em torno do Sol, ou se o Sol gira em torno da Terra; porque os efeitos comprovados da verdade astronômica, que admite que é a Terra que gira em torno do Sol, continuam sendo os mesmos para a Astrologia, seja deste ou daquele jeito que as coisas se passem..."
Isso podia até ser considerado válido para o Hemisfério Norte, porque, de uma

ou de outra forma, acima da linha do equador, as estações do ano continuavam acontecendo nas mesmas datas do Calendário... mas somente isso acontecia no Hemisfério Norte.
E por causa dessa ridícula e absurda decisão, os Astrólogos jamais reconheceram a existência do Hemisfério Sul, que é, em tudo, oposto ao Hemisfério Norte.
Se tivessem adaptado a Astrologia à nova realidade cosmológica, os Astrólogos já teriam entendido que os Signos produzem efeitos opostos nos dois hemisférios terrestres, da mesma forma que o Sol produz as estações do ano opostas nos dois; teriam entendido que, por serem opostas as estações, e por cada Signo representar um período de uma estação, que os Signos seriam opostos nos dois hemisférios.
Mas, por não terem adaptado a Astrologia à nova realidade cosmológica, os Astrólogos continuaram entendendo que os dois hemisférios terrestres são uma coisa só, e que os Signos são iguais em toda a superfície terrestre.
Quem já viu uma Mandala Zodiacal (chamado também de Mapa Astrológico), sabe que é exatamente assim que os Astrólogos vêem a Terra, até a época atual (início do século XXI).
A Mandala Zodiacal é uma reprodução do Sistema Cosmológico que Ptolomeu inventou: um desenho que mostra doze constelações, alinhadas em círculo, representando a esfera sólida; as constelações são identificadas pelos símbolos dos doze Signos, que representam as quatro estações do ano; no ponto central da Mandala, a Terra aparece, na forma de um círculo, representando a superfície plana; entre a Terra e as constelações, estão os planetas: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno (depois foram incluídos Urano, Netuno e Plutão) – é o pior de tudo: o Sol e a Lua eram considerados "planetas".

A Astrologia que a Mídia divulga diariamente para o Hemisfério Sul, é apenas uma tradução literal da Astrologia que é feita no Hemisfério Norte; e essa Astrologia não sabe sequer da existência do Hemisfério Sul (pode??).

Mas, ao contrário do que a Mídia e os Astrólogos insistem em divulgar, os Signos do Zodíaco são diferentes e opostos nos dois hemisférios da Terra; eles são diferentes e opostos, porque cada Signo representa um período de uma estação do ano; eles são diferentes e opostos, PORQUE AS ESTAÇÕES DO ANO SÃO DIFERENTES E OPOSTAS NOS DOIS HEMISFÉRIOS DO PLANETA TERRA...!!!!!

E tudo isso está de pleno acordo com a nova realidade cosmológica, que passou a ser conhecida a partir do século XVI (e não de acordo com o Sistema Cosmológico de Ptolomeu, que os Astrólogos insistem em usar).
Pelo Sistema Cosmológico de Ptolomeu, os Signos são iguais nos dois hemisférios da Terra, porque tal Sistema não reconhece a existência do Hemisfério Sul.
Pelo Sistema Cosmológico de Copérnico, os Signos são diferentes e opostos nos dois hemisférios da Terra.


Cabe a você, decidir qual é o Sistema correto e qual é o seu verdadeiro Signo.