segunda-feira, 23 de julho de 2007

CONTIGO

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Minha terra?

Minha terra é você!

Minha gente?

Minha gente é você!

O desterro e a morte

para mim estão onde

não esteja você...

E minha vida?

Diga, minha doce menina,

O que é, se não você?




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MIRO®2007

terça-feira, 17 de julho de 2007

A Poesia na cultura Árabe

   

Após a morte de Maomé, os califas (que eram os ‘sucessores do Profeta’) avançaram nas conquistas árabes: de 633 a 643 dominaram todo o território conhecido como Crescente Fértil (Palestina, Líbano, Síria, Mesopotâmia), além de Egito, Armênia, Irã e a Cirenaica; de 647 a 700 conquistaram o Maghreb (“Ocidente”), atual, ou seja a Argélia, Tunísia e Marrocos; de 711 a 713 conquistaram grande parte da Península Ibérica (Espanha e Portugal); de 705 a 715 conquistaram as bacias do Amu-Darya e do Syr-Darya onde hoje é o Afeganistão; e de 710 a 713, a bacia do Indo. Em menos de um século, o Islã estendeu-se ate o Marrocos e da Espanha até a Índia. Na Espanha, os árabes ficaram durante 7 séculos, até que foram expulsos em 1492. Este é o período de ouro da literatura árabe, com dois importantes centros de de influência: Bagdá (na atual Iraque) e Córdoba (na Espanha).  A literatura árabe tem, então, mais de 15 séculos de rica história. Suas obras-primas iniciaram no século V. A poesia e a prosa árabes desenvolveram-se inicialmente na Arábia Saudita, Iêmen e Kuwait.

 

Nesse período (séculos V a VII), a poesia reflete a vida social, o meio geográfico, o deserto árido porém cheio de mistério. O amor é o tema dominante, depois a coragem, a hospitalidade, a honra. A partir de 622, com o chegada do Islã, a poesia passou também a ter papel importante para a propagação da nova doutrina religiosa.

 

Os Poetas mais famosos dessa época foram:

- Amr Bnou El Quays

- Torfa

- Zouhair

- Amr Ibn Koulsoum e

- Antar Ibn Chadad

 

Devemos destacar que, na prosa, o Alcorão é a principal obra da literatura árabe desse período. Maomé era analfabeto mas seus ensinamentos, revelados pelo Arcanjo Gabriel (sim, ele mesmo!), foram memorizados por seus seguidores, e ainda, escritos em folhas de palmeiras, em pedras, em pedaços de madeira ou em couro, e depois coletados em um livro que se denominou “Al-Quran” (o Corão ou o Alcorão), a partir do terceiro califa: Otomã. “Al-Quran” significa “discurso”, “recitação”, e é também chamado de “Kitab Allah” (Livro de Alá). O Alcorão tem 114 “suras” (suratas ou capítulos), divididos em “aiat” (versículos), e sua mensagem é, genericamente: a crença em um só Deus, Alá, e a crença na ressurreição dos mortos e na felicidade eterna. O idioma do Livro Sagrado torna-se assim o árabe tradicional e clássico, utilizado na literatura até os dias atuais. Mesmo assim, os 20 países árabes da atualidade falam dialetos locais que variam de país para país, e que divergem bastante do árabe clássico. O árabe falado na Tunísia, por exemplo, se torna praticamente ininteligível para um nascido no Líbano.

 

Além do Alcorão, distinguem-se também na prosa os discursos dos primeiros sucessores de Maomé:

- Omar Ibn Al-Khattab, o 2º califa, partidário de Maomé; e

- Ali Ibn Abi Taleb, o 4º califa, que foi casado com Fathima ( ou Fátima) , filha de Maomé.

 

Arábia e Síria nos Séculos VII e VIII

A partir de 660, o califado se torna hereditário, iniciando-se a dinastia dos omíadas, com sede em Damasco, na Síria. Durante essa época, a partir de 711, os árabes dominam a Espanha e Portugal.

Nesse período, destacam-se a poesia da corte e a poesia do amor.

 

A poesia da corte destinava-se a cortejar o soberano, a enaltecer suas virtudes, como a bravura, a honra, a hospitalidade. Destacam-se os nomes de:

- Al Akhtal

- Al Farazdaq e

- Jarir

 

A poesia do amor, nesse período, era polêmica e se dividia em dois grupos: o “amor com prazer” e o “amor romântico”.

Enquanto que os poetas do “amor romântico” serão fiéis a apenas uma mulher, seja na vida real, seja na produção literária, os poetas do “amor com prazer” dedicam sua vida e sua literatura a exaltar a paixão da carne, a sensualidade, o prazer do sexo. Entre os primeiros (românticos) destaca-se Majnoun Layla e entre os que exaltam o prazer sexual destaca-se Omar Ibn Abi Rabiha.

 

 

Bagdá, e Córdoba no mundo árabe,  Séculos VIII ao XVIII

Em 750, a dinastia dos omíadas foi substituída pela dos abássidas, que iria se manter até 1258, e inicia-se o Califado de Bagdá. O último omíada expulso de Damasco se refugia em Córdoba (Espanha), e funda o Califado Omíada do Ocidente. Onde mantiveram-se por mais de 7 séculos, exatamente até 1492.

-=[Este ano é particularmente interessante, não só na historia da Espanha, como na Historia Mundial] Nele Cristóvão Colombo acaba descobrindo a América. E no outro marco: os judeus Sefardies são expulsos da Espanha=-

 

Continuando; O poderio árabe atinge seu apogeu em meados do século IX. Sua capital, Bagdá, durante 5 séculos se torna o centro político e cultural do Oriente. É a idade de ouro da literatura árabe, que incorporou a filosofia, a sociologia, a ciência, a história, as artes e o amor. Nesse período, outro centro se distingue, além de Bagdá: o califato omíada estabelecido em Córdoba na Europa. A incorporação da cultura grega enriquece ainda mais a cultura árabe, pois ela também adota as culturas dos povos conquistados, além das heranças e tradições da Mesopotâmia, da Índia e da Pérsia. Pode-se dizer que culturalmente, de certa medida, os conquistadores foram dominados pelos conquistados. Os mais famosos contos “Alf Laylah wá Laylah” (“As mil e uma noites: ) eram originalmente persas, não árabes. Os persas escreveram os mais importantes livros da “Hadith” (Tradição), que fazem parte tanto da seita xiita quanto da sunita.

 

A cultura e a literatura árabes floresceram esplendidamente durante a Idade Média, enquanto na Europa, ocorria o “período das trevas”, ocasionado pela Inquisição católica, deixando a Europa na mais profunda escuridão cultural. Por tanto, devemos aos árabes a conservação da cultura grega e muitos aspectos culturais europeus inspiraram-se nos costumes árabes. Como o conceito da cavalaria, na Europa, uma arte bélica desenvolvida com base no cavalo, foi uma noção que veio do Islã.

 

Paradoxalmente, os muçulmanos preservaram a cultura grega para o Ocidente, que mais tarde iria ser o fermento do Renascimento, quando os cruzados retornavam as sua terras, levaram aquela cultura e as ciências árabes para a Europa. Enquanto isso, os árabes permaneceram fiéis aos rígidos ensinamentos do Alcorão, sem nenhum desvio de rota.

 

Bagdá, fundada em 762 por Al-Mansur, segundo califa da dinastia abássida, era o maior centro de cientistas, tradutores, riquezas e mulheres bonitas em todo o mundo. Os califas incentivam e protegem os sábios, filósofos e poetas, construindo academias científicas, bibliotecas públicas, observatórios e instituições de estudos e pesquisas. Bagdá chegou a ter 36 bibliotecas públicas e um corpo de tradutores. A primeira tradução de Aristóteles foi paga com diamantes. Ninguém era rico sem incentivar as artes. Em nenhuma parte do mundo se manifestou tamanha paixão pelos livros. Lembremos que nesse ano: 762 a Europa não passava de um amontoado de vilas primitivas onde ninguém sabia sequer ler e menos ainda, escrever.

 

Em 1258, o mongol Hulagu (descendente de Gengis Khan) invadiu Bagdá e matou o último califa, saqueou Bagdá e destruiu completamente o Iraque, incluindo seus canais de irrigação. Em 1401 ocorre a última invasão mongol, quando o turco Tamerlão – que, também se declara descendente de Gengis Khan destrói novamente Bagdá. A partir de então, Bagdá esteve alternadamente sob domínio persa e turco, até nosso tempos, quando em 1917, foi tomada dos turcos por forças britânicas. Em 1958, um golpe de Estado faz surgir a República do Iraque. Em 1991, Bagdá é atacada pelos EUA sob pretexto de "libertar" o Kuwait, que fora invadido por tropas de Saddam Hussein.... O resto vocês já sabem...

 

Conhecam alguns aforismos e provérbios da época:

“Se quiseres ver a glória de Deus, observe a beleza de uma rosa vermelha”.

“Não declares que as estrelas estão mortas só porque o céu está nublado”.

“Os ricos e os avaros são como as mulas: carregam ouro mas comem aveia”.

“O avaro trabalha para as três pessoas que mais detesta no mundo: o futuro esposo de sua mulher, o genro e a nora”.

“Quando tudo é destruído, o que sobra é a cultura”.

 

Os melhores Poetas famosos dessa época foram:

- Abou Tamman

- Ibn El Roumi

- Al Bohtori

- Al Moutanabbi

- Abou Nawas

- Bachar Ibn Burd

 

Na poesia filosófica distinguem-se Abou Atahia e Abou Al Alaa Maari.

Na poesia sufista ou mística sobressaem Ibn Al Arabi, Al Hallaj e Ibn al Farid.

Na prosa temos Ibn Al Moukaffah e Al Jahez, o “Voltaire” árabe.

Na filosofia destacam-se quatro gigantes do pensamento humano: Al Farabi, Avencina (Ibn Sina), Averroés e Al Ghazali. O físico e filósofo Ibn Sina recebeu estudou em Bukhara, e com a idade de dez tinha se tornado bem versado no estudo do Alcorão e das várias ciências. Começou estudar a filosofia lendo os livros dos gregos, onde aprendeu a lógica e alguns outros assuntos de Abu Abdallah Natili, um filósofo famoso de sua época. A palavra “alfarrábio”, sinônimo de livro antigo, volumoso, de conteúdo muitas vezes inútil, deriva-se de “Al Farabi”.  Já Averroés nasceu em Córdoba, em 1198, e estudou quase todas as ciências e a filosofia de seu tempo, escrevendo obras sobre medicina, física, astronomia, jurisprudência muçulmana, filosofia, teologia.

 

Principal representante da filosofia árabe, Averroés foi o precursor dos filósofos heréticos do islamismo e do cristianismo, e sua influência estendeu-se até a Renascença. Seus comentários sobre Aristóteles em “Sharh” (Grande Comentário) e “Telkhis” (Resumo), traduzidos para o latim na primeira metade do século XIII, tornaram conhecida para nós a filosofia de Aristóteles, que influiu no pensamento de Tomás de Aquino, produzindo verdadeira revolução no pensamento cristão, até então baseado no platonismo”. Para Averroés, na interpretação do Alcorão, há verdades óbvias para o povo, verdades místicas para o teólogo e outras científicas para o filósofo. Daí resulta a “idéia das duas verdades” de Averroés, segundo a qual uma proposição pode ser teologicamente falsa e filosoficamente verdadeira e vice-versa. Averroés foi expulso da Espanha pelo califa Al-Mansur, que considerou desrespeitosas suas idéias sobre o Alcorão.

 

Temos também Al-Ghazzali que escreveu “Tahafut al-falasifah” (A Incoerência dos Filósofos), obra combatida por Averroés em “”Tahafut al-tahafut” (A Incoerência da Incoerência), na qual faz defesa do neoplatonismo e do aristotelismo contra os ataques de Al-Ghazzali.

 

Na sociologia destaca-se o Historiador Ibn Khaldoun. Ele nasceu em Túnis em 1332 e faleceu no Cairo em 1406. “Considerado o primeiro escritor do mundo árabe a dar à história o caráter de ciência, sua obra só foi descoberta pela Europa no século XIX. Nos “Maqaddimah” (Prolegômenos) de sua “Kitab al-Ibar” (História Universal), propõe uma nova sociologia da civilização, estudando as condições gerais que regulam o desenvolvimento da sociedade humana a partir do “asabiyya”, ou espírito de solidariedade do grupo social, unido por laços de sangue e identidade de interesses, que é a principal força propulsora de sua evolução. Sua filosofia da história baseia-se no estudo das civilizações grega e árabe, e sobretudo em suas próprias experiências.”

 

Mesmo assim, a obra mais conhecida por nós em Ocidente é a coletânea de contos “Alf Laylah wá Laylah” (Mil e uma noites). É uma obra coletiva e anônima, cujos contos têm origem diversa. O interessante é que, Os temas, originários da Índia, chegaram aos árabes através dos persas. O núcleo da obra é constituído pelo livro “Mil contos” traduzidos do persa antes do século X. Outros são acrescidos em Bagdá no século X, e mais outros são incorporados no Cairo, por volta do século XII. No século XIII ou XIV são ainda inseridos contos didáticos, estruturando-se as “Mil e uma noites” na forma como passou a ser conhecida. O conto central de “Mil e uma noites”, a história de Xarazade, (ou Sherazade) e pasmem, é de origem indiana: “Conta ele que Chahriyar, um dos reis de Sassão, ‘rei das ilhas da Índia e da China’, desiludido com as mulheres, porque experimentou a traição da sua, ordenou ao Vizir (Ministro) que todas as noites lhe trouxesse uma donzela: após possuí-la, mandava matá-la na manhã seguinte. Até que a vez coube a Chahrazad, filha do vizir. Esta pediu ao rei para se despedir da irmã, Dinazard. O rei concede e manda chamá-la. Depois possui Chahrazad. Dinazard então pede à irmã que conte uma história para passarem os três a noite. E, com o assentimento do rei, Chahrazad começa a narrativa que ao romper do dia ainda não tinha terminado. O rei, curioso para saber o desfecho, resolve não matá-la logo. Mas as histórias se sucedem noite após noite até que o rei suspende definitivamente a condenação de Chahrazad ou Sherazade.”

 

O romance “Baibars” conta a história do sultão mameluco Baibars, que defende o Islã dos mongóis e das cruzadas.  Córdoba, já dominada pelos árabes, na Espanha, no ano 1000, era considerada a “capital do mundo Ocidental”. Suas 70 bibliotecas tinham mais de 500 mil volumes. Essa cultura ajudou a preparar a Europa para a Renascença, incluindo a ciência trazida dos gregos. Outras cidades importantes do Egito e do Marrocos contribuíam para este brilhantismo da cultura árabe.  Embora eles não doavam nada, eram os poetas e escritores árabes que faziam questão de ler, observar, aprender tudo e depois traduzir e guardar.

 

Os poetas árabes mais famosos da Península Ibérica foram Ramadi, Ibn Chuhaid, Ibn Wahbun, Moutamid, Ibn Guzman e Ibn Hazm.

 

Ibn Hazm é uma das personalidades mais eruditas da literatura árabe na Espanha. Foi político, jurista, historiador, bibliógrafo, teólogo, exegeta, metafísico, psicólogo. É autor de “Tawq al-hamama” (O Colar da pomba) e seu livro principal, amplamente divulgado na Europa, é “Kitab al-Fasl fil’l-Milal wa’l-Ahwa Wa n-nihal” (Livro das religiões e das seitas), que é um dos primeiros trabalhos sobre teologia e religião comparada.

 

Ibn Guzman é considerado o maior poeta no gênero “zadjal” (poesias de estrofes no esquema AB cccA dddA etc.). A ele se atribui influência decisiva para a origem e desenvolvimento da poesia trovadoresca na Espanha e na Provença. As cortes rivais de Córdoba eram Toledo, Granada, Sevilha e Valência. Todas na Espanha.

 

A passagem dos árabes pela Espanha e por Portugal enriqueceu nosso vocabulário, a exemplo de palavras como “fatura”, “bazar”, “xerife”. Muitas palavras que começam com “al” tem origem árabe: alface, alcaide, algarismo, álgebra, almanaque. “Alfarrábio”, já foi dito, origina-se de Al-Farabi, filósofo árabe, e tem o significado de livro antigo, volumoso. “Salamaleque”, palavra que quer dizer “excesso de reverência”, teve origem na saudação árabe “salam alikum” (a paz esteja contigo). “Intchaalá!” (significa:  se Deus quiser!), expressão utilizada em toda a conversação árabe, deu no nosso “oxalá”.

 

 

Líbano, Egito e o renascimento das letras árabes nos Séculos XIX e XX

Com a Revolução Industrial, houve o avanço do Ocidente sobre os países árabes, que foram colonizados pelos europeus, ocasionando o declínio da literatura árabe.   Eruditos libaneses tiveram destacado papel no renascimento das letras árabes. Afortunadamente, as montanhas do Líbano serviram de refúgio a muitos tesouros do idioma árabe, que escaparam, assim, da sanha persa e de outros povos conquistadores do Oriente Médio.

No século XIX, eruditos libaneses lançaram a gramática, os dicionários, as impressoras, as revistas, jornais, traduções, especialmente a cargo das famílias Boustani, Chartounny e Yazigi.

 

Líbano tem uma bela capital, Beirute, outrora a “pérola do Oriente Médio”, antes que uma guerra civil de 15 anos destruísse a cidade. Mas Beirute, com um passado de 5.000 anos, de origem cananeo-fenícia, é “a cidade que se recusa a desaparecer”. Líbano é também o país dos cedros, os mesmos cedros que foram transportados para Jerusalém, para a construção do Templo de Salomão.

 

Líbano é o país de montanhas espetaculares, cobertas de neves. É o país de castelos dos cruzados, o país dos portos de Trípoli e Byblos. É também a Terra Santa por onde peregrinou Jesus Cristo, como Tiro e Sidon. É um país amadurecido por séculos de civilizações e provações. Quando o Islã chegou ao Líbano, após o ano de 640, criou com o Cristianismo um modo de vida original de tolerância mútua. Infelizmente, desde o século passado isso mudou, trazendo a intolerância religiosa que afetou a vida nacional do Líbano, resultando em sangrenta guerra civil, que dispersou grande parte de seu povo por todos os cantos do planeta. O Brasil, país que tem por tradição acolher bem os estrangeiros, tem a maior população libanesa do mundo, maior em número ate no próprio Líbano.

 

Poetas e escritores libaneses dos séculos XIX e XX:

- Khalil Moutran

- Bechara El-Khoury

- Chbli Mallat

- Ahmed Farés Chidiac

- Omar Fakhouri

- Amin Nakhlé

- Gibran Khalil Gibran

- Michail Naoymé

- Faouzi Maalouf

 

Gibran Khalil Gibran é conhecido principalmente por sua obra “O Profeta”. Outros livros de Gibran, todos traduzidos para o Português por Mansour Challita, incluem:

- Jesus, o Filho do Homem, - O Louco,  - Areia e Espuma, - Parábolas, - Uma Lágrima e um Sorriso, - As Ninfas do Vale, - Temporais, - O Precursor, - Os Deuses da Terra, - O Jardim do Profeta, - Curiosidades e Belezas, - As Almas Rebeldes, - A Música, - O Errante, - Asas Partidas, - Gibran, esse Homem do Líbano

Há, ainda, a “Biografia de Gibran”, de Bárbara Young, também traduzido por Challita. Outras obras de Mansour Challita incluem ainda:

- Traduções de “O Alcorão”, “Kalila e Dimna”, de Ibn Al-Mukafa;

- Antologias: “As mais belas páginas da literatura árabe”, “Os mais belos pensamentos de todos os tempos”, “Os mais belos pensamentos de Gibran”, “Hinos ao prazer: os mais belos poemas de amor do Oriente desde o século I a. C. até hoje” e “As mais belas páginas da literatura libanesa”.

- Monografias: “As mil e uma noites em nossos dias”, “O Alcorão ao alcance de todos”.

 

No Egito, também nos séculos XIX e XX, o renascimento das letras árabes dá-se principalmente com estes Poetas:

- Ahmad Chaouki

- Hafez Ibrahim

 

Reformadores sociais e políticos:

- Al Afghani

- Mohamad Abdo

- Taha Hussein

 

Romancistas:

- Ismail Sabri

- Toufic Al-Hekim

- Nagib Mahfouz

 

Infelizmente, a intolerância chegou a tal ponto que; Em junho de 1992, o escritor egípcio Farag Fouda foi morto por dois extremistas no Cairo e um porta-voz da Sociedade Islâmica, grupo fundamentalista do Irã, assim se pronunciou: “Quem quer que advogue as idéias de Fouda merece ser morto de acordo com as normas do Islã”.   No dia 14 de outubro de 1994, o escritor egípcio Nobel de Literatura, Nagib Mahfouz – considerado a consciência do mundo árabe – foi esfaqueado na garganta após sofrer várias ameaças de morte por parte de fundamentalistas islâmicos. Seu romance “Filhos de Gebelawi”, pelo qual foi condenado à morte pelos zelotes islâmicos, passou a ser vendido “como tortas quentes” – conforme noticiou o jornal Al-Ahram de 29 Dez 94 – 4 Jan 95. A obra mais importante de Nagib Mahfouz é “A Trilogia do Cairo”.

 

Há importantes poetas e escritores em outros países árabes:

- Iraque: Sidki Az-Zahawi

- Síria: Khalil Mardam, Omar Abou Richa

- Marrocos: Abas Ibn Ibrahim, Alal Al-Fasi

- Argélia: Mamad Eid, Hammoud Ali

- Tunísia: Ach Chabi

- Palestina: Mahmoud Darwich, Ziad El-Kassem

- Jordânia: Hosni Fariz, Mostafa Wehbé Tell

 

Nos primórdios da literatura árabe, havia muitas mulheres dedicadas à poesia e à literatura, devido à influência que as mulheres viúvas do Profeta Maomé exerciam sobre a comunidade islâmica. Com o tempo, as mulheres muçulmanas foram praticamente proibidas de exercer essa e qualquer atividade, devido aos rígidos preceitos islâmicos. Atualmente, porém, há um renascimento dessa categoria no mundo árabe e islâmico.

 

Mesmo assim, nos dias de hoje, devido à patrulha fundamentalista islâmica, muitos autores são perseguidos, além dos egípcios já citados. O indiano Salman Rushdie, autor de “Versos Satânicos”, foi condenado pela “fatwa” (decreto religioso) islâmica e sua cabeça colocada a prêmio pelo Aiatolá Khomeini. A escritora de Bangladesh, Taslima Nasrin, fugiu de seu país para a Suécia para escapar da perseguição fundamentalista, acusada de distorcer o sentido do Alcorão, de propor direitos iguais para ambos os sexos (!!!) e de escrever temas relacionados a sexo – um tabu para as mulheres islâmicas.

 

Bem, finalmente chegamos ao fim deste pequeno trabalho, --“al hamdulilá”!-- (Graças a Deus!) Espero que o leitor tenha gostado da rápida viagem feita no tapete persa finamente enjambrado da literatura árabe.  Intchaalá! (Se Deus quiser!)

 

E, com todo meu carinho para vocês,   Chukrán! (Obrigado!)

 

A BELEZA

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Oh, divina Beleza! Visão casta
De incógnito santuário,
Estou exausto de te procurar pelo mundo
Sem ter lhe encontrado.
Nunca fostes vista pelos meus inquietos olhos,
Porém na minha alma guardo
Intuição poderosa da essência
Que anima teus encantos.
Ignoro em qual linguagem tu me falas,
Porem, em idioma vago,
Percebo tuas palavras misteriosas
E te envio meus cânticos.
Talvez sobre a Terra não te encontre,
Mas febril te aguardo,
Como o doente, na noturna sombra,
Do Sol o primeiro raio.
Eu sei que és mais branca que os cisnes,
Mais pura que os astros,
Fria como as virgens e amarga
Tal qual corrosivos ácidos.
Vem acalmar as ânsias infinitas
Que, como ressaca do mar,
Impulsionam o esquife da minha alma
rumo à um país estranho.



MIRO®2007

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Opinião no velorio

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Para minha querida amiga Jaciara Rodrigues,
na ocasião da morte da sua filha


Pobre Garotinha minha!
Nunca poderei te esquecer!
Olhai o que o mundo falava
vendo o caixão passar....

Um clérigo. Que comece o coro.
O doutor. Parou de sofrer!
O Pai. Me afoga o choro!
A Mãe. Quero morrer!
Um garoto. Que bacana ficou enfeitada!
Um rapaz. Era muito bonita!
Uma moça. Desgraçada!
Uma velha. Ela que é feliz!

—Descanse em paz!—dizem os bacanas.
—Adeus!—dizem os demais.
Um filósofo. Uma a menos!
Um poeta. Um Angel a mais!

MIRO®2007

CÁNTICO

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CANTICO

Ai! Ai!
Mais perto de mím te sinto
enquanto mais fujo de ti,
pois tua imagen é em mím,
... é em mím,
sombra do meu pensamento,
sombra dos meus sonhos,

Ai!... Volta a me dizer,
Volta a me dizer
pues ontem embabascado que estava

Escutava sem ouvir

e te olhava sem olhar
apenas me refletia ...no teu olhar

Ai!


domingo, 15 de julho de 2007

Gente Madura

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Sonhos de gente madura

Maduro não é aquele que teve tempo suficiente na vida; é quem tem vivencias, e que não precisam estar necessariamente associadas com a idade física.
Quando ingressamos na adolescência, tudo na vida é um encanto. Todos os sonhos são possíveis, tudo e festa e o paraíso parece estar ao alcance de nossas mãos.
Ate achamos que o nosso primeiro amor é o que vai durar para sempre, que vamos a evoluir no trabalho, que as pessoas com as quais convivemos serão sempre sinceras e amáveis

Um belo dia, somos colocados diante dos primeiros obstáculos: perdemos nosso amor, anoitece no paraíso, descobrimos que precisamos competir e trabalhar duro para chegar a algum lugar e que nem todas as pessoas querem nosso bem. Nossos sonhos estilhaçam e adquirimos experiências, viramos adultos, amadurecemos. E dói. Nos mesmo's nos doemos, doe o nosso ser, dói a vida.

Algumas pessoas desistem, se cansam das decepções e de deixam levar. Porem, nunca crescem, nunca constroem nada. Ficam descrentes dos sonhos e do seu poder mágico. Envelhecem prematuramente, viram resmungonas e mau- humoradas. O mundo está cheio delas.

Mesmo assim, existem pessoas maduras que ainda sonham. Apenas é um sonho diferente. Jovens sonham construir, começar, conquistar. Estas sonham reconstruir, recomeçar, reconquistar.

Pessoas maduras sonham após suas vivencias, após ter quebrado a cara, mesmo após as decepções, de ter tido pesadelos, mesmo que não tenham enfrentado a dura realidade de que nem todos os sonhos se realizam. Mas elas sabem que vale a pena sonhar. E ainda assim sonham... conscientemente!

Amam novamente, e de novo, e de novo!...

Tombam, recomeçam e recomeçam a cada vez que tombam.

Acreditam sempre,... que na próxima vez tudo vai ser diferente.

Colocam seus sonhos nas mãos e não os largam! Geralmente, essas pessoas vivem mais tempo e, o tempo que vivem é bem mais aproveitado. São idealistas e... abençoadas!

As pessoas maduras que ainda sonham, são o sonho da vida, são a projeção dos melhores desejos de Deus para conosco, aqui mesmo, bem nesta terra.


sábado, 14 de julho de 2007

A Revolução Francesa e o REI Lula

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Hoje lembramos de um marco na História: A Revolução Francesa: O lema dos revolucionários era " Liberdade, Igualdade e Fraternidade ", pois ele resumia muito bem os desejos do povo em geral.....
A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI.
(Se nos mudássemos o texto acima poderia tranquilamente dizer algo assim: ...
“....arrancar do governo o REI Luiz Inácio Lula da Silva”.

Ontem fiquei emocionado com a Cerimônia de Abertura dos Jogos Pan-americanos, ver tamanho espetáculo, com tantos recursos, parafernália e efeitos , realizados (e muito bem, diga-se de passagem) aqui mesmo, por brasileiros, com maestria e grande pompa... sinceramente? fiquei mesmo com os olhos anuviados...

Mais o que me deixou mesmo emocionado, lavou a alma e finalmente me encheu o coração de esperança , que me fez acreditar que ainda tem uma luz no fim do túnel..foi o episódio das vaias ...MUITAS VAIAS para o Lula... em alto e bom tom.. sim!.para ele mesmo!.
A cada vez que era mencionado a palavra “Presidente”.... lá vinham as vaias... Tinha horas que parecia ate hilário, pois estavam falando do Presidente do Comitê Olímpico, ou o Presidente do ODEPA (Organização Desportiva Panamericana). Mais o povo (a voz de deus), não queria saber: e TOME VAIA!!!!!

Agora me pergunto: Onde estão essas pesquisas que indicam que o índice de Popularidade dele é de 80%?, e ainda, este mês indicavam que o tal de “Índice” aumentou mais ainda!!?
Oras!..pesquisa fajutas!!... e, na certa, encomendadas e realizadas (se é que realmente ocorreram) apenas na zona da mata nordestina... não é?

E o lavagem de alma não parou por ai.. o tal de Governador do Rio Sergio Cabral também foi vaiado!!.. Pois para quem não sabe: alem de ‘apoiar’ ao Lula, ele anda pintando o sete no Estado do Rio de Janeiro: acabou com muitas obras sociais, acabou com o vale transporte gratuito para estudantes e idosos, acabou com os restaurantes populares, acabou, acabou, e não para de acabar: fechando escolas, dispensando Professores, fechando Hospitais, dispensando pessoal medico e enfermeiras... enfim...acho que ele quer “enxugar” as suas despesas..para pagar as enormes dívidas assumidas durante a sua Campanha.

Mais voltando as vaias... elas começaram mais cedo: ao meio dia para sermos mais exatos: durante um almoço oferecido ao presidente com os atletas e grupos de voluntários na Vila do Pan. Pois bem os atletas responderam que não iriam sentar na mesma mesa com o Lula, e não arredaram o pé... Alertado, ele desconversou: “é cedo para almoçar”..e deixou o recinto com o rabo entre as pernas....

UHhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

O tal de Carlos Arthur Nuzman, teve que atropelar o Cerimonial, pois a vaias na certa iam ficar bem piores..... ai tirou o senhor Dirigente do Comitê Olímpico Panamericano do microfone e berrou: “Declaro abertos os XV Jogos Panamericanos”....
Foi a primeira vez na historia de todos os Jogos Olímpicos Panamericanos que o presidente do pais sede, não declara a abertura oficial dos jogos.
Huuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

Mais uma vez!!!!

A descontentamento geral encontrou assim, na irreverência dos cariocas uma maneira de se manifestar: começou se mostrando do lado de fora do Maracanã, nos protestos isolados que satirizavam o mascote Cauê (chamado de “Cão”, que significa mentira, na gíria carioquês) e quando rebatizavam o evento todo com o nome de “Pandemônio”.
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Vejam no YouTube:

http://www.youtube.com/watch?v=3frmS-NvfpI (português)

http://www.youtube.com/watch?v=ZFuNvW80L00 (English version)

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quinta-feira, 12 de julho de 2007

A Questão Dreyfus

Em 12 de Julho recordamos 101 anos da Questão Dreyfus

 

Em 1894, o capitão Alfred Dreyfus, de origem judeu, foi acusado de passar informações secretas aos alemães. Um rápido julgamento, conduzido por um tribunal militar, condenou-o à prisão perpétua na “Ilha do Diabo”, localizada na Guiana Francesa. O processo contra Dreyfus havia utilizado como principais peças de acusação laudos periciais que asseguravam a semelhança entre a letra do acusado e aquela encontrada nos documentos de espionagem enviados à Alemanha.

Na verdade, o caso forneceu o pretexto para uma campanha anti-semita, liderada por Edouard Drumont, editor de “La Libre Parole”, um jornal que liderava toda e qualquer campanha contra os iudeus. A condenação de Dreyfus passara a ser a “condenação de um judeu” no lugar de ser a de um traidor.       

 

Concretamente, a acusação era de ser o autor de um certo bordereaux (“lista” em francés) com uma relação de documentos militares secretos do governo francês, que pretendia entregar á embaixada alemã em Paris.  O General Mercier, Ministro da Guerra naquela ocasião, foi informado da situação e enviou aos peritos a lista em questão com amostras da escritura de Dreyfus. Determinou-se que existiam demasiadas diferenças entre ambos documentos questionados (O bordereaux) e os padrões de comparação, alem de que,  parecia não ser obra de uma só pessoa. Foi chamado a declarar Bertillon perito judicial, porem desconhecedor confesso da técnica pericial baseado na escrita, mesmo assim deu a sua opinião em contrario.  Então, em 15 de Outubro o ministro de Guerra ordenou a prisão de Dreyfus, dando assim inicio a uma das manchas mais terríveis e negras da França na historia dos direitos humanos e especialmente das ciências forenses em geral; Mais três peritos foram chamados, um determinou que Dreyfus não podia ser o autor do bilhete, porém, como costuma acontecer na política, a suposta “proteção do bom nome” de Bertillon fizeram os outros peritos a declarar-se contra Dreyfus (“afinal, ele era apenas um judeu”), segundo as palavras de um deles.

 

Dois anos depois, em 1896, o recém nomeado chefe da contra-espionagem do Exército francês, tenente-coronel Picquart, notou a perfeita igualdade da letra do comandante Esterhazy, um oficial viciado em jogo e endividado, com a dos documentos atribuídos a Dreyfus. Encontrou, além disso, outros indícios de que aquele oficial era o espião.   A denuncia do erro judiciário rendeu a Picquart uma série de retaliações, que culminaram com sua prisão. O país dividiu-se em dois campos. De um lado estavam os que acreditavam na culpa de Dreyfus, consideravam justa sua condenação e, portanto, se opunham à revisão do processo. De outro, os convencidos da inocência do condenado, que denunciavam as irregularidades do julgamento e lutavam pela revisão imediata do processo. Entre estes, destacava-se o escritor Émile Zola, autor de J’accuse (Eu acuso), um forte libelo contra a intolerância e a prepotência.

 

Em 1898, o caso Dreyfus estava em plena efervescência. O próprio diretor do Instituto Pasteur, Émile Duclaux, promovia manifestações em favor de Picquart que á estas alturas já estava  preso, e aguardava julgamento. Pelas ruas da cidade, o nosso Oswaldo Cruz presenciou cenas que deixaram revoltado. Numa das cartas a Salles Guerra, externou sua indignação com a "gentalha" que insultava Zola todas as vezes em que este deixava o Palácio da Justiça, onde respondia por crime de ‘injúrias ao Exército’. Mal sabia Oswaldo Cruz que, alguns anos depois, veria erguer-se contra si próprio a fúria de uma outra multidão, na capital brasileira, quando fosse aplicar lá o que aprendia agora na França. Durante sua estada em Paris Oswaldo Cruz acompanhou de perto o desenrolar da Questão Dreyfus, posteriormente definida por Salles Guerra como "um desses violentos acessos de intolerância político-religiosa, que não são raros na história da humanidade".

 

Naquele mesmo ano, Dreyfus foi levado a Paris para novo julgamento, que confirmou a sentença anterior, fazendo multiplicarem-se as manifestações de indignação entre os ‘dreyfusards’. Na tentativa de pacificar o país, o presidente francês, Émile Loubet, concedeu um indulto a  Dreyfus. O perdão devolveu-lhe a liberdade mas não tirou o estigma de ser culpado, e portanto, continuava sem dignidade.  Somente em 1906, quando Clemenceau, um dos defensores de Dreyfus, assumiu a presidência da França, fez-se justiça em relação ao caso. O militar judeu foi reintegrado ao Exército francês e até promovido, e Picquart foi nomeado ministro da Guerra. Esterhazy, que havia sido antes absolvido do crime por um tribunal militar, fugiu, indo morar na Inglaterra.

 

Esse foi o mais famoso erro judiciário de todos os tempos, sobre o qual talvez se tenha escrito mais que sobre o processo de condenação de Jesus ou até de Sócrates. Alfred Dreyfus, capitão de origem judeu, e por ter nascido na França, servia no exército francês, ele foi acusado de ser o autor de uma carta oferecendo documentos militares aos alemães, encontrada pelo serviço de contra-espionagem da França. Condenado em 1894 como traidor, sofreu a deportação e a degradação militar. Começou então uma campanha de enormes proporções pela revisão do processo e que dividiu famílias, dividiu amigos e finalmente toda a França em dois partidos, tal como o havia feito anos atrás a Revolução Francesa. Os mais diversos interesses coligaram-se a favor ou contra o acusado, fazendo dele uma bandeira de luta. A nobreza, o clero, os anti-semitas, os reacionários de todo tipo, os militares, eram contra a revisão, achando que ela colocava em jogo a honra do exército francês caso as autoridades reconhecessem ter errado na condenação de Dreyfus, pois fui julgado por um conselho militar de guerra, de cuja seriedade “não se podia duvidar”. A esquerda, os liberais, os progressistas, eram pela revisão e que, finalmente conseguiram levar a julgamento o verdadeiro culpado, o comandante Esterhazy, que até acabou absolvido. Foi aqui que Zolá escreve então a sua famosa carta ao presidente da França, Loubert, fato pelo qual ele mesmo foi condenado (tendo que se exilar na Inglaterra), em que acusava ao conselho de guerra que absolveu Esterhazy de ter agido assim "por ordem superior".

 

 

Rui Barbosa, seguindo a paixão que envolveu o mundo todo pelo assunto, escreveu notável artigo a favor de Dreyfus. A Corte de Cassação em 1899 realizou um novo conselho de guerra, onde novamente foi condenado. Em 1902 novo pedido de revisão é feito até que em 1906 a Corte de Cassação reconhece definitivamente a inocência de Dreyfus, sem enviá-lo a novo julgamento. Então ele foi reintegrado no exército, e ainda conseguiu lutar na I Guerra Mundial de 1914 e morreu em 1935. Na luta a favor do acusado salientaram-se Clemenceau e os advogados Labori e Demange. O processo revelou o grande senso de justiça do povo francês e ficou conhecido como "l'affaire" (o caso) por excelência. Por incrível que pareça, este homem pelo qual todo o planeta se interessou, era ainda arrogante e totalmente a favor do militarismo. foi procurado pelo extraordinário jornalista Pierre Van Paassen para fazer uma entrevista e teve a pior das impressões dele...ao final, era um homem pelo qual a França esteve à beira de uma guerra civil ou uma revolução, como nota o jornalista: Porem um personagem muito pequeno para tão grandes acontecimentos. O próprio Clemenceau, comentou quando esse episódio lhe foi relatado, dizendo: "Era um militarista dos mais arrogantes que já conheci”.

 

Como moral podemos dizer: Esse episodio foi um dos mas relevantes no processo de estabelecimento das sociedades ocidentais modernas, pois aglutina uma serie de elementos chave que vão desde o papel dos intelectuais e  a imprensa, até  o triunfo do Estado de Direito sobre a razão de Estado.

Acabou celebrando a vitória dos valores democráticos e instigou  ao seus compatriotas a serem “extremadamente vigilantes frente as forças tendenciosas e escuras”.

domingo, 8 de julho de 2007

La Fontaine e suas Fábulas

O escritor Jean de La Fontaine nascido em 8 de Julho (1621-1695) revitalizou as fábulas, dando-lhes um sentido humorístico refinado, com belas imagens poéticas. La Fontaine tornou-se conhecido com suas fábulas inspiradas nas tradições clássicas e oriental.

De origem burguesa, estudou Teologia e Direito e acabou assumindo o mesmo emprego do seu pai: Inspector de Águas e Florestas.
Admirador e íntimo de poetas e literatos como Racine, Molière, Boileau e outros. Largou tudo para dedicar-se á literatura. É considerado um classicista, no sentido de que o classicismo é o núcleo da poesia lírica. Sendo que, no classicismo os géneros poéticos mais cultivados são o satírico e o didáctico, e em ambos se destaca Jean de la Fontaine.  

Os temas das suas Fábulas não são novos, mas sim herdados da tradição popular, inpirados no filósofo Grego Esopo, ao mesmo tempo são originais nos comentários e as digressões, que formam, em palavras da sua autoria, «uma ampla comédia em cem actos diferentes». Além da interessante moralidade didáctica das suas fábulas, apreciamos a sua delicada sátira, expressa com métrica variada, segurança linguística e notável perfeição na composição. Em resumo otima leitura para todos, especialmente para crianças, pois desenvolve interesse pelo hábito da leitura, ao mesmo tempo que educa e ensina de maneira totalmente didáctica: Os personagens são na maioria animais que se comportam como seres humanos e representam hábitos e vícios de sua classe.
Escritas em versos, incluem histórias mundialmente conhecidas como "A Cigarra e a Formiga", "O Corvo e a Raposa" e "O Lobo e o Cordeiro", "O pavão queixando-se a Juno". etc. Alem do seu valor literário suas obras são mesmo um tesouro para o ensino, pois neles, sempre estão presentes elementos de comédia e drama.

Trechos:
A Cigarra e a Formiga:::::
Vendo a cigarra o fim do verão,
Apavorou-se com o frio da próxima estação.
Sem nada para se alimentar,
Com fome, foi ver a formiga, sua vizinha,
pedindo-lhe alguns grãos para agüentar
Até vir uma época mais quentinha!
-"Eu lhe pagarei", disse ela,
"Antes do verão, palavra de animal,
A formiga perguntou:
"O que você fazia no calor do verão?"
"Noite e dia, eu cantava no alto da árvore
Sem querer dar-lhe desgosto."
"Você cantava? responde a formiga: Que beleza!
Pois, então, dance agora!"
Depois, com pena da cigarra, falou:   Puxa vida! Então era você que ficava alegrando nossas vidas enquanto trabalhávamos? - disse a formiga. - Sim, era eu mesma - disse chorando, a cigarra.  Então está bem, fique morando aqui até o tempo ficar bom.

Moral da História: Deve-se prever sempre o dia de amanhã.

O corvo e a raposa:::::
Um corvo pousou em uma árvore, segurando um queijo no bico; ele queria comê-lo. Foi quando chegou uma raposa, atraída pelo cheiro do queijo.
"Ah, bom dia , senhor corvo!" exclamou a raposa. Puxa, o senhor está com ótima aparência. Se seu canto for tão belo como sua plumagem, então o senhor é o mais belo de todos aqui na floresta".
Isto deixou o corvo cheio de orgulho e seu coração bateu, mais alto do que antes, de tanta alegria. Então, para mostrar a ela que tinha uma bela voz também, ele escancarou o bico. E o queijo caiu lá embaixo.
A raposa o apanhou e disse:
Meu bom homem, agora você aprendeu por si mesmo: um manipulador vive às custas de quem o escuta – pagar um queijo por esta lição, até que não é caro."
O corvo até tremeu de vergonha, jurou pra si mesmo que não se aproximaria novamente da raposa. Porém, já era um pouquinho tarde...

Moral da História: Desconfia dos aduladores (os conhecidos como puxa-sacos); eles abusam da sua credulidade, e se preparam para tirar algo seu valioso, pelos seus elogios.

O Lobo e o Cabrito:::::
Um cordeiro estava bebendo água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma correnteza forte. Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo, também bebendo da água.
- Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo - disse o lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome.
- Senhor - respondeu o cordeiro - não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está falando.
- Você agita a água - continuou o lobo ameaçador - e sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
- Não pode - respondeu o cordeiro - no ano passado eu ainda não tinha nascido.
O lobo pensou um pouco e disse:
- se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo.
- Eu não tenho irmão - disse o cordeiro - sou filho único.
- Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue.
Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro,a garrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado.

Moral da História: A razão do mais forte é sempre a que fica.

O pavão queixando-se a Juno::::
Certa vez, o pavão foi falar a Juno --na mitologia romana, ela é a esposa de Júpiter e musa das mulheres, do casamento, da fecundidade-- Muito nervoso, o bicho começou a reclamar:  -Ó deusa celeste, eu protesto contra você pela péssima voz que me deu! Sou sua ave e, como quero te elogiar bem alto, causo um barulhão nos campos em torno daqui com minha voz destemperada! O rouxinol, que é tão esmirriadinho, tem uma voz encantadora. A primavera tem sorte de poder ouvi-lo cantar. O mundo se encanta com aquele infeliz-!
Juno ficou irada, com muita raiva, e disse:
-- Cale a boca, seu estúpido invejoso! Por que você deseja a voz do rouxinol sonoroso? Você tem a beleza ornada na sua cauda, brilhantes listras em seu pescoço. Nunca vi uma ave que se pareça tão bem como você quando está passeando! Ninguém nunca poderá reunir todos as qualidades que quiser. A natureza dividiu seus dons com todos: deu coragem às águias, ligeireza aos falcões. Por sinal, o corvo grasna, a coruja -- pia, a gralha pressente coisas ruins que estão para acontecer. Todos eles se contentam com o que são. E se você voltar a se queixar comigo, lhe darei voz de Filomena, mas hei de tirar as plumas que lhe dei!

Moral da História: o invejoso pavão não quis a troca. Porque é fácil invejarmos sempre o que os outros possuem, mas sem querer largar o que é nosso...

 

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Tudo vai acabar em 2012 ...?

Segundo o Calendario Maya (ou Maia), o fim do “quarto sol” (nossa era) terminaria em 21 de Dezembro de 2012 e essa data coincide também com o fim desta nossa era segundo o calendário egípcio... curioso não ?  Lembrando que os maias registraram todos os eclipses solares até 2012 inclusive. Só no último eclipse eles erraram (o de 2008), detalhe: com 4 segundos de erro.

Um carrossel de dados expostos que vão desde o Calendário Maia, as pirâmides Astecas, as pirâmides Egípcias, a numerologia, wormholes, Bíblia, tarot, manchas solares,.... Afinal esta tudo ligado!  Na mitologia norueguesa, o Ragnarok, ou "crepúsculo dos deuses", começa quando a Terra é vítima de uma terrível era de gelo. O próprio céu congela, e os deuses perecem em grandes batalhas travadas contra serpentes malignas e lobos assassinos. A escuridão eterna cai sobre a Terra exposta e congelada, enquanto o Sol e a Lua são devorados. Odin, o pai de todos os deuses, finalmente cai moribundo, e o próprio tempo pára.

A verdade ninguém conhece. A ciência tampouco pode se atrever a tecer garantias para a sobrevivência da espécie humana.

No entanto, o livro “O Código de Orion” escrito pelo belga Patrick Geryl, 52, químico e astrônomo amador há mais de 35 anos, arrepia até mesmo os esotéricos de plantão. Em outubro passado, Geryl esteve no Brasil quando falou de três outros livros seus durante um congresso de ufologia.

Catástrofes
Segundo ele, em 21 ou 22 de dezembro de 2012 a Terra enfrentará uma enorme catástrofe, pois seu campo magnético inverterá totalmente. Isso causará imediatamente uma era de Gelo (mais uma, conforme registros históricos de povos antigos), e que seria, mais exatamente, a quarta dessas eras, conforme os Maias....Terremotos e ondas gigantes aniquilarão nossa civilização.  A Europa e a América do Norte sofrerão um deslocamento de milhares de quilômetros em direção ao Norte e seu clima se tornará polar. Essas previsões foram legadas pelos maias e posteriormente confirmadas pelos egípcios.  

Em suas escrituras há, segundo o pesquisador, códigos e dados concretos e bem escondidos, a respeito da estrela de Orion e da passagem de Vênus pelo céu. O astrônomo descobriu que Vênus fez um giro retrógrado por trás de Gêmeos e sobre Órion, no final do ano 9792 antes de Cristo, dizimando um continente, que seria a Atlântida, e, que está submersa sob o Pólo Sul. Órion, Vênus e alguns outros planetas e estrelas ocuparam naquela época posições determinadas, classificadas e confirmadas.

Em 2012 as estrelas estarão exatamente na mesma posição que estavam no último cataclismo, avisa. Para o pesquisador, a catástrofe global é iminente.

Pirâmides escondem segredo

Patrick Geryl é um cientista e não um místico. Ele crê, assim como Einstein, que tudo no universo é matemático. Assim ficou em choque quando descobriu que o zodíaco previu a data do próximo fim da Terra. Parece que os criadores do zodíaco queriam compartilhar parte do que sabiam: o dia do fim de Atlântida e ate a data do próximo cataclismo.  O pesquisador descobriu aí uma correlação entre certas constelações estelares e a localização dos templos antigos, como as pirâmides de Gizé, no Egito, por exemplo.

Patrick Geryl continua seu relato: após exaustivas pesquisas fiquei sabendo que o arqueo-astrônomo Gino Ratinckx havia feito um estudo sobre o templo de Dendera, no Egito, e o procurei. Juntos, descobrimos que os sumos sacerdotes que escaparam do cataclismo de Atlântida levaram seus conhecimentos para o Egito e os guardaram num labirinto, no interior mais profundo da pirâmide, no chamado  “círculo de ouro”, analisa o astrônomo.

A partir daí os dois pesquisadores intensificaram suas leituras e descobriram uma conexão entre a Via Láctea e várias pirâmides e templos do Egito.

Um relevo nas paredes do Templo de Dendera. Mostrava partes desse zodíaco: Ele foi descoberto pelas tropas de Napoleão e removido por Sebastien Saulnierin em 1820. Na mesma época (1822) que foi finalmente traduzida a Pedra de Rosetta. O  que permitiu entender claramente a escrita egipcia, nesses hieróglifos ficou determinado que, o templo de Dendera parecia corresponder à estrela Deneb, da constelação Cygnus (do cisne). Ainda, no curso do rio Nilo, uma das curvas deste rio, na área de Dendera, corresponde exatamente à Via Láctea. Ainda, a disposição das pirâmides corresponde a posição das estrelas da Constelação de Orion em 2012,  e a que tinham no ano de 9792 antes de Cristo.

Na verdade, o dilúvio bíblico foi mesmo a destruição de Atlântida. Mas onde fica o labirinto? E que segredo ele esconde?  Ele pode ate estar mesmo localizado na pirâmide de Hawara, do Egito. Mas até agora, as escavações foram superficiais. É preciso escavar mais profundamente. Os atlantes dominavam a astronomia, a geologia, as matemáticas, a geografia, navegavam pelos oceanos, tinham calendários incrivelmente precisos. Essas evidências estão reunidas no labirinto. Eles calculavam as órbitas exatas dos planetas com 4.000 anos de antecedência, algo que só recentemente descobrimos como fazer. Quando os computadores chegaram á nossas vidas.... Tinham uma exatidão maior do que a nossa para calcular o movimento da Terra em torno do Sol, eles consideravam 365,24219074074 dias para um ano solar, Inacreditável!..nao?.  Pois bem, eles calcularam então o dia final, e da destruição desta Era. 

Inversão do pólo magnético e uma nova era glacial
Em janeiro de 1969, o cientista Allan Cox publicou o artigo Reversões Geomagnéticas, na revista Science em que sentenciava: Há uma falta incomoda de teorias que expliquem o atual campo magnético. Os geólogos comprovam a ocorrência de mudanças e inversões de polaridade. Elas acontecem mais ou menos a cada 11.500 anos, mas ninguém sabe por quê. Não houve uma explicação plausível ate agora.

Assim como a Terra, o Sol gira também, e o faz muito rapidamente, a mais de 6.400 quilômetros por hora na sua superfície, criando milhões de campos magnéticos que aquecem sua coroa a mais de um milhão de graus. Uma única "labareda" solar, provocada por um curto-circuito num campo magnético, produz tanta energia quanto dois bilhões de bombas de hidrogênio, explica Patrick Geryl.   No livro “The Path of the Pole” (O Caminho do Pólo), o professor Charles Hapgood escreve: Encontrei evidências de três posições diferentes do Pólo Norte, em tempos recentes. Durante a última glaciação da América do Norte, parece que o pólo ficava bem na baía de Hudson, a uns 60º de latitude Norte e 83º de longitude Oeste. Também parece que ele se deslocou para a sua localização atual, bem no meio do  Oceano Ártico, faz uns 12 mil anos. É inegável que existe um vínculo entre as eras glaciais e as inversões magnéticas.

Até pouco tempo atrás, menos de cem anos, as pessoas se assombravam com a idéia de grandes placas de gelo, com cerca de 1,6 quilômetros de espessura, terem se depositado certa vez sobre as terras amenas da América e ate da Europa.  Mas logo aceitaram a idéia não apenas de uma era glacial, mas de várias. Com o tempo, surgiram evidências de eras glaciais em todos os continentes, até mesmo nos trópicos. Placas de gelo já cobriram grandes áreas da Índia tropical e da África equatorial. Hoje com os desastres climáticos causados pelo “aquecimento global”, já não há mais nenhuma dúvida sobre isso.

O futuro repete o passado

Esse ciclo se repete aproximadamente a cada 11.500 anos. Que na realidade é nada mais que o tempo que leva um giro do Sol sobre sua própria orbita.  Talvez mais civilizações do que pensamos foram destruídas no passado. Na Índia e na China a mitologia menciona mais de dez. E isso acontecerá mais ou menos assim: O Sol enviará uma onda de choque de partículas para a Terra durante vários dias, afetando de forma irreversível a sua rotação. Acontecerão terremotos, vulcões, tsunamis, poderão causar o nosso fim. Na verdade,  a vida é muito frágil. Nosso ecosistema todo é muito vulnerável a mudanças climáticas. Ela pode ser eliminada em um instante. É um milagre que ainda existamos,  afirmam os cientistas mais radicais.   Segundo os maias, haverá uma mudança nos pólos magnéticos causado pelo Sol no ano 2012. Então, esse mesmo Sol, irá liberar enormes forças eletromagnéticas, as famosas 'tormentas solares'  com poder desconhecido. As labaredas gigantescas do Sol, na realidade sào ondas descomunais de partículas rumo à Terra.  Recentemente, esse fenômeno foi observado e confirmado em outros dois Sóis fora no nosso Sistema. Durante algumas horas, eles mostraram uma enorme atividade explosiva, depois, voltaram ao normal.

"Os astrônomos se perguntaram se esse seria um acontecimento único ou se poderia ocorrer outras vezes. Podem estar certos de que voltará a ocorrer. Nosso Sol também mostra esse tipo de padrão” , alerta Geryl.

O “armagedon” vai superar a ficção

As pesquisas sobre o que ainda estava velado nos códigos dos maias e egípcios tendem a mostrar que:  O cataclismo tem início com o Sol.  “As partículas expulsas farão com que a atmosfera da Terra fique inflamada com um efeito verdadeiramente destrutivo nos Cinturões de Van Allen (cinturões de radiação descobertos pelo físico norte-americano de mesmo nome). Eles pegarão fogo literalmente, e como consequencia disso, devido ao fluxo contínuo de eletromagnetismo, haverá sobrecarga em todo o campo magnético da Terra, bilhões de partículas atingirão os pólos e serão geradas forças elétricas desconhecidas. Um pesadelo para todo o mundo, Quando os pólos ficarem saturados das partículas que caem, o inevitável acontecerá: no interior da Terra, o campo eletromagnético ficará sobrecarregado e rachará, num mega curto-circuito de efeitos letais. Sem proteção magnética, a atmosfera do planeta será bombardeada pelas partículas que caem, gerando uma intensa radiação, tanto em luminosidade quanto em radioatividade”, descreve o astrônomo. E acrescenta: “Haverá gigantescos abalos sísmicos. As placas terrestres se moverão, haverá muitas erupções vulcânicas. O mais horrível dos pesadelos não se igualará a essa destruição”. Finalmente o Sol acalmará, e teremos uma nova Era Glacial, em que somente muitos poucos sobreviverão. E darão início (de zero), a uma nova tentativa de civilização (Talvez a quinta? Ou a décima primeira?), isso depende de qual Mitologia você prefere acreditar....

Este quadro catastrófico; foi deduzido exclusivamente de dados astronômicos e arqueológicos.... porem a lembrança e comparação com o Livro do Apocalipse é inevitável...!!!  Todavia, esta data está claramente marcado no Calendário Azteca, que diga-se de pasagem eram excelentes Matemáticos e Astrónomos, nesse mesmo calendário estão mostradas as datas dos Eclipses de Sol... que aconteceram desde o ano 5200...ate nosso dias, com uma margem de erro, (que deu-se somente nos ultimos 80 anos),  erro  de 0,03 segundos!!! 

Pois entao....

Como foi falado no início: Tudo esta ligado.....

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Meu sonho

Rating:★★★★★
Category:Other
Meu sonho despertou, sem fazer barulho
deixando um pedaço de desvelo,
meu sonho, cabisbaixo, foi-se aos céus
na tarde de um agosto dolorido.

Testemunha de uma farsa, emudecido
Guardião de tanta angustia, fiel lenço
Onde verti a tua ausência e meu receio...
Hospede de uma ocasião, destituído

Lar da verdade, tremulo anseio
Pele da solidão, envelhecido
Pranto que se confunde com meu luto.

Isso foi meu sonho, isso o que perdi,
e procurar outros sonhos, me rebelo;
me sobra coração para o esquecimento...


Simon Bolívar

Quem era Simon Bolívar?.. voce sabe responder fácilmente?..Oras!  voce DEVERIA SIM, afinal moramos na America do Sul, e ele foi uma das figuras mais marcantes da Historia do Continente, e talvez da Historia Mundial......

Simon Bolívar foi uma das figuras mais proeminentes e poderosas da historia política mundial, ele sozinho liderou a luta e conseguiu a independência de 5 nações  (com uma extensão do tamanho da Europa atual) e, com uma historia pessoal que beira o melhor dos dramas de ficção. Ainda assim, a até os dias de hoje, e quase um desconhecido fora da América Latina, onde em alguns paises passa por um simples figurante da historia, e com nome quase desconhecido... Uma total a lastimosa injustiça!!!

 Simon Bolívar nasceu no dia 24 de julho de 1783 em Caracas, na Venezuela. De família

aristocrata, descendente de espanhóis, ficou órfão aos 9 anos. Aos 16, Bolívar foi enviado á Espanha para completar a sua educação, seu navio fez uma parada no porto de Vera Cruz. Durante uma audiência com o governador local, ele audaciosamente citou a Revolução francesa (1789) e ate a Independência Americana (1776), ambos assuntos deixaram as autoridades embaraçadas. Já na Espanha, aos 18 anos, Bolívar casou com Maria Teresa del Toro e, retornou a Caracas, apenas para assistir, menos de um ano após, a morte da sua esposa, atacada pela febre amarela. Para manter sua mente longe do sofrimento, ele retorna á Europa e mergulha no mundo político e intelectual. Em  Paris, ele conhece o grande naturalista Alexander von Humboldt, quem estava de volta em Paris após passar cinco anos nas florestas da América do Sul. Conforme Humboldt falava das maravilhas e os enormes recursos naturais do imenso continente , Bolívar respondia, "Na realidade, é uma desejo brilhante--desse Novo Mundo, se seu povo fosse liberado dos seus algozes."

Humboldt respondeu então, "Eu acredito que o continente esta pronto para sua  independência.  Mas, não enxergo um homem capaz de fazer isso." Foi este comentário que Bolívar relembrava vividamente pelo resto da sua vida.

 

Ele também presenciou a coroação de Napoleão como imperador em 2 de Dezembro 1804. Bolívar ficou abatido e pasmo pelo que ele considerava uma traição aos princípios da  Revolução, todavia, ele tomou nota de como a habilidade de um único homem poder mudar o curso da história. Mais tarde, Quando Bolívar foi a Roma, fez seu famoso juramento, no Monte Sacro, de libertar a América do Sul.

 

Simon Bolívar é freqüentemente chamado em meios mais acadêmicos do o "George Washington" da América Latina. Por ser considerado o responsável direto pela libertação de cinco países sul-americanos do domínio espanhol: Venezuela, Colômbia, Bolívia, Peru e Equador. e ainda influenciar abertamente na libertação de Chile pois era muito amigo de Bernardo O'Higgins.

 

Por essas ironias da historia, em 1808, Napoleão Bonaparte invadiu a Espanha, depôs a dinastia Bourbon e nomeou seu irmão José como rei espanhol. Todas as colônias espanholas recusaram-se a reconhecer a autoridade de Bonaparte. Alguns continuaram aderindo à família real espanhola, enquanto outros decidiram perseguir a independência. Nessa onda, o sonho pela independência chegou finalmente até a América:

Essa revolução contra o domínio espanhol teve início na Venezuela, em 1810, com a deposição do governante espanhol. Uma declaração formal de independência foi feita em 1811, e no mesmo ano, Bolívar tornou-se oficial do exército revolucionário. Porém, em 1812, tropas espanholas retomaram os portos na Venezuela. O líder local da revolução venezuelana, Francisco Miranda, foi preso e Bolívar deixou o país. Passando a combater os espanhois, desde os paises vizinhos.

 

Nos anos seguintes ocorreram diversas guerras. As vitórias venezuelanas eram seguidas por derrotas esmagadoras, mas Bolívar nunca desistiu. Finalmente, em 1819, Bolívar liderou seu pequeno exército ao longo de rios e vales, e passando pelas trilhas geladas dos Andes, atacou as tropas espanholas na Colômbia. Ele venceu a importante Batalha de Boyacá, em 7 de agosto de 1819, e a República da Colômbia foi proclamada em dezembro do mesmo ano. Dois anos depois, em 1821, Bolívar finalmente libertou a Venezuela na Batalha de Carabobo e um de seus mais talentosos oficiais, e fiel seguidor das suas ordens, Antonio José de Sucre, libertou o Equador na

Batalha de Pichincha, em maio de 1822. Enquanto isso, o patriota argentino José de San Martin libertava a Argentina e juntamente com O'Higgins faziam o mesmo no Chile, e iniciava a libertação do Peru. Simon Bolívar e José de San Martin se reuniram na cidade de Guayaquil, no Equador, no verão de 1822, mas não chegaram a um acordo sobre unir suas forças para combater os espanhóis. San Martin não queria se envolver numa luta política pelo poder com Bolívar, pois isso beneficiaria a Espanha. Portanto, ele renunciou à sua posição como Protetor do Peru, deixando o poder para Bolívar e emigrou para a Europa. Bolívar chegou ao Peru em 1823 e prevaleceu sobre o governo real espanhol na Batalha de Junin, em agosto de 1824. Mas foi Sucre que assegurou uma vitória total, ao esmagar as tropas espanholas em Ayacucho, em dezembro de 1824. A guerra pela independência estava vencida!

 

Após as vitórias militares, Simon Bolívar encontrava-se em uma posição extraordinária. Ele era presidente da Colômbia, um presidente-ditador do Peru e presidente da recém-formada Bolívia, região que havia sido chamada de Alto Peru nos tempos coloniais. O novo país levou esse nome na sua homenagem.     Após realizar seu sonho de libertar seu país e outras nações sul-americanas do controle espanhol, o objetivo seguinte de Simon Bolívar foi de o de se tornar um líder e estadista sul-americano. Bastante impressionado com os Estados Unidos da América, onde diversos estados haviam se unido para formar um único país, Bolívar planejou realizar uma federação das nações da América do Sul. De fato, Venezuela, Colômbia e Equador já constituíam a República da Grande Colômbia, sob a presidência de Bolívar. Mas diferentemente dos Estados Unidos, as tendências de independência dos vilarejos locais lutavam para não ser ignoradas. Assim, quando Bolívar convocou o Congresso das Nações da América Hispânica, em 1826, apenas quatro países compareceram.

Desta maneira, ao invés de mais países se unirem à Grande Colômbia, o oposto ocorreu: a república começou a se dividir. Para agravar a situação, uma guerra civil irrompeu na Colômbia em 1826. Bolívar tentou evitar uma separação definitiva das regiões em conflito. Ele conseguiu que ocorresse uma reconciliação temporária e convocou uma nova assembléia constituinte em 1828, mas não concordou com as deliberações do corpo legislativo e assumiu poderes ditatoriais temporariamente. Repentinamente, a oposição a Bolívar começou a crescer e, em 25 de setembro de 1828, ele escapou por pouco de uma tentativa de assassinato. Eram os "coronéis" regionais que queriam mais e mais poder sobre suas populações locais..ao invés de pensar em algo mais grandioso, tal qual o sonho de Bolívar. Assim, Bolívar não conseguiu manter a confederação dos países da América do Sul. Por volta de 1830, Venezuela e Equador já haviam deixado a união, e Bolívar, percebendo que suas ambições políticas eram uma ameaça à paz regional, renunciou em abril do mesmo ano. Quando faleceu, em 17 de dezembro de 1830, ele estava deprimido, pobre, e havia sido exilado de seu país de origem, a Venezuela. Ele morreu doente de tuberculose em Santa Marta, na Colômbia.

 

Por ironia, Simon Bolívar morreu odiado por seus inimigos e ate conterrâneos, e pior: exilado de seu próprio país. Todavia, após sua morte, sua reputação foi restaurada e ele obteve finalmente a merecida fama de proporções quase mitológicas. Foi, sem dúvida, um líder marcante. Um homem de pensamento totalmente direcionado para o bem comum, ambicioso, às vezes assumia posturas de ditador; porém, ele esteve sempre mais preocupado em preservar a democracia e assegurar o bem-estar de seu povo do que com suas ambições pessoais. O trono lhe foi oferecido, mas ele o recusou. Presume-se que ele considerava seu título de "El Libertador" maior que qualquer título real.

 

Para encerrar, não há dúvidas de que Bolívar foi o principal líder na libertação das colônias espanholas na América do Sul. Mesmo antes de iniciar sua campanha militar, ele já havia escrito cartas, publicações em jornais e feito discursos a favor da independência. Posteriormente, ele arrecadou fundos para financiar as guerras, e foi o principal líder das forças revolucionárias

 

 

Não obstante, ele não pode ser considerado um grande general. Os exércitos que ele derrotou não eram poderosos. Bolívar não foi um estrategista militar, porém possuía algo extremamente valioso: sua firme determinação a despeito de qualquer obstáculo. Mesmo após sofrer tantas derrotas contra os espanhóis, ele reagrupou suas tropas e continuou a lutar. Outros provavelmente teriam desistido. Em algumas maneiras, Simon Bolívar foi ainda mais notável que o pai da independência norte-americana, George Washington. Diferente de Washington, Bolívar libertou qualquer escravo que encontrava durante suas batalhas e tentou abolir a escravidão em todo território que ele libertou. Não obstante, mesmo após sua morte, a escravidão continuou existindo nas ex-colônias espanholas na América Latina. 

 

Simon Bolívar era um romântico e um idealista, com grandes ambições políticas. Mas ele não dava muita importância ao dinheiro; entrou na política como um homem rico e faleceu muito pobre.  Hoje, Bolívar já é reconhecido como sendo um dos maiores heróis na história da América do Sul