quarta-feira, 29 de julho de 2009

Decameron

O Decamerão, ou simplesmente Decamerão, chamado também de: Príncipe Galeotto, vem do italiano : "Decamerone" que significa (em grego, deca = dez) 10 jornadas. É uma coleção de várias novelas (cem ao todo), escritas por Giovanni Boccaccio entre 1348 e 1353.

Esta obra é considerada um marco literário, que marca a ruptura entre a "moral" na literatura medieval, em que se valorizava o amor espiritual, e o início do que podemos chamar de realismo, mostrando em detalhes coisas mais terrenas, que posteriormente deu origem ao humanismo; nele não é mais o divino, mas a natureza, que motiva a conduta do homem. o banal, o carnal, coisas assim. A obra foi escrita no dialeto da região da toscana.

O Decamerão marca com certa nitidez o período de transição pelo que atravessava a Europa com o fim da chamada Idade Média, que ocorre após a pandemia da Peste Negra - aliás é neste período de terror que a narrativa se passa:  Dez jovens (sete moças e três rapazes) fogem das suas cidades tentando escapar da pandemia que dizimava impiedosamente o continente europeu,e para isso, se recolhem a uma casa de campo. Aconselhados por Pampinéia, a mais velha das  mulheres, estabeleceram que escolheriam um chefe para o grupo a cada dia. Sendo ela a primeira escolhida, e ela define: "...Para os que vierem depois, o processo de escolha será o seguinte: quando se vier aproximando a hora do surgimento de Vênus, no céu, à tarde, o chefe será, à vez de cada um, escolhido por aquele, ou aquela, que esteve comandando nesse dia...."

O Decamerão, rompendo com a mítica literatura medieval, é considerado como a primeira obra realista da literatura. Uma obra que conta o dia-a-dia de pessoas comuns.

Mesmo assim, as circunstâncias descritas no Decamerão contem o senso na época,  da numerologia e outros significados místicos. Por exemplo, é largamente aceito que,  as sete moças representam as Quatro Virtudes Cardinais (Prudência, Justiça, Fortaleza, Temperança) e mais as Três Virtudes Teológicas (Fé, Esperança e Caridade). E, todavia, é suposto que os três homens representam a Divisão da Alma em Três Partes (Razão, Ira e Luxúria) conforme a tradição helênica (dos gregos).

As moças tinham idade entre 18 e 28 anos, eram bonitas e de origem nobre, e seu comportamento honesto. Refugiadas (por acaso?) na igreja de Santa Maria Novela, resolvem continuar juntas e logo surgem três moços, com idade a partir dos 25 anos, agradáveis e bem educados, que procuravam suas amadas, que seriam 3 das moças ali reunidas.

Uma grande Pandemia: Esta obra, tem outro detalhe que faz dele um documento único: A narrativa oferecida por Boccaccio sobre o flagelo da Peste Negra que dizimou a Europa, ele constitui um verdadeiro documento acerca dessa pandemia e como devastou o continente. Seu relato ilustra detalhadamente a doença (com suas manifestações, evolução, sintomas, etc), bem como a reação das pessoas diante da perspectiva de uma morte horrenda, e até a ineficácia da religião católica dominante naquele momento ou de uma medicina (quase) ou totalmente ineficaz...

Essa "Peste Negra" nada mais é que a designação pela qual ficou conhecida, durante a Idade Média, a peste bubônica. Uma  pandemia que assolou a Europa durante o século XIV e dizimou 75 milhões de pessoas, ou seja, um terço da população da época. Naquele tempo,  ninguém sabia dessa conexão com os ratos, por tanto, alastrou-se com facilidade pelos vilarejos estreitos e com pouca ou nenhuma higiene, como era de praxe na Europa medieval. As pessoas chegavam a pedir benção aos padres, achando que assim estariam curadas....!  A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida ao ser humano pelos ratos (Rattus rattus) ou outros roedores. Ainda hoje existem esses surtos de peste bubônica no planalto na base dos Himalaias e na região dos Lagos Africanos.

A peste foi quase certamente disseminada pelos mongóis: no final do século XIII. Gêngis Khan com as suas hordas de nômades conquistou toda a Europa setentrional, da Ucrânia até à Manchúria. Teriam sido os mongóis que, na sua campana invadindo a China, foram infectados na região no sul dos Himalaias pela peste, já que essa região alberga um dos mais antigos reservatórios de roedores infectados endemicamente.

Os ratos pretos das cidades e do campo da Europa ocidental não eram suficientemente numerosos ou aglomerados em grandes comunidades para provocar sozinhos a peste. Logo teriam sido apenas os meios da transmissão da infecção entre, os mongóis, os roedores infectados da sua estepe, e os europeus. Como os Mongóis de Gêngis Khan invadiram também a Itália, chegando ate as portas de Roma. É muito provável que esse foi o início da infecção Deste modo explica-se que, ao contrário de qualquer época precedente, a peste tenha surgido quase que simultaneamente em toda a Europa. Outro agente da doença seriam as caravanas da  Silk Road (Rota da Seda) e explicariam o fato da peste ter atingido Europa, a China e o Médio Oriente, já que essas caravanas (sem saber disso), acabaram espalharando facilmente a doença.

Continuando com Bocaccio e sua descrição da peste, pode-se se ler logo no início da obra, (pois ela [a peste] é a verdadeira razão de todo o livro):    ...atingimos o ano ... de 1348, quando, na mui importante cidade de Florença... sobreveio a mortífera pestilência... nenhuma prevenção valeu, baldadas todas as providências dos homens... Nem conselho de médico, nem virtude   de mezinha alguma parecia trazer a cura ou proveito para o tratamento.

        A peste, em Florença, não teve o mesmo comportamento que no Oriente. Neste, quando o sangue saía pelo nariz, fosse de quem fosse, era sinal evidente de morte inevitável... apareciam no começo, tanto em homens como em mulheres, ou na virilha ou na axila, algumas inchações... a que chamava o povo de bubões... (e daí) passava a repontar e a surgir por toda a parte. Em seguida, o aspecto da doença começou a alterar-se; apareciam manchas escuras ou pálidas nos doentes. Nuns, eram grandes e espalhadas; noutros, pequenas e abundantes."

Estimando as vítimas em Florença e arredores em cem mil mortos, o autor revela também dois tipos principais de conduta perante a ameaça da Peste: um, de luxúria desenfreada (as pessoas que passavam a beber e entregar-se aos prazeres); outro, onde pessoas se   recolhiam, fechadas em grupos, orando e praticando o ascetismo – além de outros tantos que agiam entre estes dois tipos, adotando condutas intermediárias. Numerosas levas de gente saíam das cidades, vagando pelos campos, reunindo-se nas igrejas. Foi numa delas que se encontra o inusitado grupo que servem como personagens do fundo do Decamerão.

Ficou famosa a adaptação para o cinema realizada por Pier Paolo Pasolini, com música de Ennio Morricone em uma Co-produção França/Itália/Alemanha, em 1971. A obra encontra-se disponível em DVD em versão remasterizada e digitalizada.

Este foi o primeiro filme de Pasolini na sua Trilogia da Vida, que inclue 'Os Contos de Canterbury' e ainda  'Noites das Arábias'. Embora os filmes de Pasolini não são para qualquer um, pois tem uma ação meio lenta e seus personagens sao mesmo arquetipos. Mas ainda acho que é um dos diretores que melhor captura o sentido mítico das criaturas por ele mostradas na tela grande.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Nome Próprio

Quero comentar este excelente filme...de Murilo Sallles, com a atuação (espetacular por sinal), de Leandra Leal...

O filme conta a história de Camila, uma jovem empenhada em se tornar escritora. Sua própria vida é sua narrativa. Ela é intensa, corajosa e quer a sua inspiração como um ato de revelação. É um filme sobre a paixão de Camila e seu esforço para levá-la adiante. Sobre uma personagem feminina que encara abismos e retira disso a força que necessita para existir.  Ela busca criar para si uma existência complexa o suficiente para poder escrever sobre ela. Ela escreve compulsivamente em seu Blog, é, como era de esperar, nestes tempos de internet, isto faz com que também fique isolada. Camila é também uma feminista, sem fazer alarde disso, sem bandeiras, sem meias tintas...

A personagem principal praticamente não se afasta de seu computador. É através dele que busca alcançar a bóia salvadora ou a âncora que lhe permita algum tipo de estabilidade. É quando o contraste surge de maneira bem clara, quando as imagens e as situações do filme colocam em cena a incômoda verdade que constata ser o progresso tecnológico inversamente proporcional ao aperfeiçoamento emocional dos indivíduos. Quando, numa de suas melhores cenas, o filme mostra a personagem procurando colocar ordem nas coisas á sua volta, do apartamento, em luta inútil contra o caos que a cerca, fica exposta toda a intensidade desse drama que flagra a protagonista tentando recuperar o perdido, procurando voltar a um mundo do qual foi expulsa.

Nome Próprio é o título, e só aparece na tela no fim do filme, sobre a imagem das Camilas. Parece que a partir daí tudo se acalma; conseguimos, enfim, resolver a crise. E então parece claro que o problema é daqueles que não cabe mais em uma pessoa só...

A definição escolástica do titulo diz: Próprio "é o que pertence ao sujeito da oração", e também "adequado, conveniente, que serve a determinado fim, apropriado". Enfim, achei um nome bem feliz para o filme, mas me suscita a curiosidade de saber se é um nome conquistado ou dado, saber o que você acha disso. Não poderia ser algo como um nome comum? Ou impróprio?

- Baseado nos livros "Máquina de Pinball" e "Vida de Gato", de Clarah Averbuck, gaúcha, escritora mordaz e muito pessoal, e em trechos de textos publicados pela autora em seu Blog pessoal.

Nome Próprio é o título, e só aparece na tela no fim do filme, sobre a imagem das Camilas. Parece que a partir daí tudo se acalma; conseguimos, enfim, resolver a crise. E então parece claro que o problema é daqueles que não cabe mais em uma pessoa só...

A definição escolástica do titulo diz: Próprio "é o que pertence ao sujeito da oração", e também "adequado, conveniente, que serve a determinado fim, apropriado". Enfim, achei um nome bem feliz para o filme, mas me suscita a curiosidade de saber se é um nome conquistado ou dado, saber o que você acha disso. Não poderia ser algo como um nome comum? Ou impróprio?

- Nome Próprio, foi vencedor do Festival de Gramado, e reafirma a preferência do realizador por personagens que, vivenciando uma solidão quase insuportável, procuram uma afirmação pela busca de ligações humanas que os salvem do desastre. Participou também na mostra Première Brasil (fora de competição), no Festival do Rio 2007.  Esta longa, foi filmado e exibido na forma digital, e confirma que o cineasta merece ser incluído no grupo de realizadores brasileiros dignos de toda a nossa atenção. Ele tem voz própria, não segue correntes e pratica um cinema urbano, voltado para setores da classe média para cima.

 
Sobre a Autora:

 Nós que não somos como as outras”. Clarah Averbuck tem o título de um livro da também escritora espanhola, Lucía Etxebarria, tatuado no corpo. Pois é, definitivamente ela é diferente: é uma mulher de personalidade forte.Talvez por isso uns a adorem e outros a detestem.  Se todos somos personagens de nós mesmos, eu diria que Clarah se diferencia por assumir esse papel. Com tudo isso, misturado com sua literatura, tal vez seja por isso, que atraiu a atenção do diretor Murilo Salles, que adaptou sua obra para o cinema. E assim surgiu  ‘Nome Próprio’ que tem na atriz Leandra Leal o seu melhor expoente.

Trechos de entrevista com a autora:

 CLARAH AVERBUCK - Quando me mudei para São Paulo (antes eu trabalhava numa agência de publicidade em Porto Alegre, mas não queria ser redatora publicitária). Meu chefe dizia que eu tinha grande potencial, mas eu não queria. Teve a ver muito com o (John) Fante isso. Tenho um ciúme do Fante! Todo muito chega falando dele como se conhecesse. Teve a ver com o (Arturo) Bandini, na verdade. Achei que estava saindo do Colorado para ser uma escritora em Los Angeles... (RISOS) Cheguei a cursar letras e jornalismo. Mas, sou vagabunda, não gosto de estudar, e menos de trabalhar... isso de horário integral não é comigo...

Repórter – Foi assim que surgiu o pseudônimo Camila?
CLARAH AVERBUCK
- Camila já meio que existia. Eu publicava com esse nome quando eu namorava. Usava o nome da Camila. Já era um alter ego meu, depois eu assumi. As pessoas que estiverem perto de mim vão sempre entrar na minha literatura... 

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Quando terminou a sessão eu não sabia muito o que pensar, talvez mesmo por essa identidade tão buscada não ter sido de forma total bem encontrada. Mas tenho uma certeza:  que a Leandra Leal é uma atriz de primeira.

No tocante ao filme propriamente dito, nada parece ser tão particular como Nome Próprio, que parece estar sempre à frente de seu tempo, em um discurso que provavelmente será inserido ao costume de cineastas brasileiros.

Para você a integra do filme:
Camila, uma garota que após o fim de um intenso relacionamento, completamente perdida, faz textos explícitos e venenosos sobre sua vida e os posta em seu Blog, dando a aba necessária para uma guerra de nervos e também para o foco dramático, vivido basicamente dentro da mente da garota. Com o livre acesso à vida alheia proporcionado pela internet, Camila que não parece administrar seus conflitos e para ultrapassá-la, é necessário tornar seus sonhos em uma realidade urgente.

Camila vive queimando seus cigarros intensamente, que parecem até palpáveis através dos jogos de câmera e os primeiros planos escolhidos para testemunhar a sua egocêntrica queda. Quando está longe do computador, a escolha é apodrecer o seu corpo, como o personagem  diz. "É uma experiência necessária para disparar sua metralhadora que são seus dedos perto de um teclado", mesmo que para isso ela tenha que destruir e seja destruída, o exercício de fazer sua mente brilhar enquanto o corpo morre.

Nessa lide inquietante, a busca nas entrelinhas é pela identidade. Qual é o verdadeiro ‘eu’ de Camila? A infantil, a birrenta ou a autodestrutiva ou a que preza pela preservação e um trabalho que é capaz de se relacionar tão intimamente que despe Camila enumeras vezes e de maneiras tão distintas? . Nome Próprio é um fiel retrato contemporâneo sobre um seleto grupo que afirma viver a vida, mostrando o gozo de uma vida perfeita, mas que parece estar procurando a real identidade, e que, na primeira ponta de esperança que aparece, apostam tudo, mesmo sabendo que essa ponta irá se apagar a qualquer momento.

Todavia, Só o desconhecimento ou a falta de memória poderia permitir que não fosse visto no filme de agora um prolongamento de outra grande obra deste Diretor: Nunca Fomos Tão Felizes. Aqui, outra vez o cenário do apartamento vazio, na segunda metade da narrativa, expressa essa solidão. Eis um ponto de ligação que merece ser melhor explorado pelo observador.

Por isso e tudo mais, Nome Próprio é um filme que não deve passar despercebido.

domingo, 26 de julho de 2009

AO Meu AMOR

Rating:★★★★★
Category:Other
O AMOR

Percorrendo a caminho,
Meu carinho nas brisas te brindava.
Teu cabelo levado pelo céfiro
era também a brisa na alma.

Eras também como brisa pela brisa.
Que claridade rumorosa minhas ânsias!
Transparência vital que acendia
Toda a minha vida como o fogo na luz branca!

Sai então minha alma silvestre
O ar fresco da madrugada.
Ai dentro, bem dentro, que pureza
A caricia amorosa do albor.

Delicadas nuvens se acendiam
por águas adiamantadas
O mundo era rumoroso
E no meu interior ecoava

sábado, 25 de julho de 2009

A Joia de Medina

Sinopse:
Aisa ou AISHA, no original árabe: A’isha Bint Abi Bakr é a filha de um abastado mercador de Meca no mundo charmoso e rude da Arábia antiga. Estamos no século VII, época em que o Islã foi fundado. Ela era uma das noivas prometidas para Maomé. E tinha somente 9 anos... Quando casou com o Profeta, tão nova assim, sem conhecer nada do que era um relacionamento, teve de confiar na sua coragem, inteligência, e intuiçào numa luta para controlar o seu próprio destino e abrir um lugar para si na comunidade, ao lutar contra perseguições religiosas, as outras esposas e irmãs ciumentas, rivais políticos, e as suas próprias tentações. À medida que cresce começa a amar o generoso marido, a sua ingenuidade, aliada á sua grande dedicação transformam-na na conselheira indispensável de Maomé. A Favorita dele.  E Finalmente acaba por se tornar numa das mulheres mais importantes da historia  da Humanidade, da historia do Islã, e uma feroz protetora da palavra e atos do marido,  bem como do seu enorme e precioso legado: Conduzir uma nação.

Resumindo: No auge da cultura árabe, um homem com mais de 50 anos pede em casamento uma menina de nove. Mesmo contra a vontade dela, os dois se unem e passam a enfrentar as intrigas e as acusações de uma religião que acabava de nascer -o islamismo-. Esse é o ponto de partida do livro "A Jóia de Medina" (Editora Record), da jornalista americana Sherry Jones. Ele já seria incomum, mas a importância dos protagonistas torna a trama ainda mais excepcional.

Com uma pesquisa exaustiva e elegantemente escrito, "A Jóia de Medina" evoca a beleza e as duras realidades da vida numa era há muito passada, durante um tempo de guerra, aprendizagem e iluminação. Simultaneamente uma história de amor, uma lição de História e uma fábula de amadurecimento, "A Jóia de Medina" apresenta aos leitores uma amostra do turbilhão que cercou o nascimento da fé islâmica através dos olhos de uma menina, uma heroína verdadeiramente inesquecível.

Os amores de Maomé
O livro conta essa história, belíssima e cheia de nuances de afeto, compreensão e inspiração religiosa e, infelizmente provoca a ira dos radicais islâmicos

Pois o homem em questão, a grande amor de Aisha é ninguém menos que o profeta Maomé (570-632), fundador do Islã. A menina escolhida, que se casou apaixonada por outro pretendente, e que sabe aprender com os fatos da vida, e com o tempo passou a amá-lo. Por sua coragem, valentia e grande admiração pelo esposo, torna-se excelente guerreira e também conselheira do profeta. Foi por meio de seus relatos que a jornalista resolveu contar esse momento marcante da história da humanidade - uma escolha que lhe rendeu a reação negativa de seguidores do islamismo, para quem as mulheres devem ocupar posição secundária.

A Historia é emocionante, e fez também as editoras tremerem.  O que no início parecia apenas um lançamento editorial, com a reação de algumas editoras, que se afastavam como o diabo foge da cruz. Fez atiçar a curiosidade pelo excelente livro:  depois de assinar um contrato de US$ 100 mil, a conceituada editora americana Random House recusou-se a publicar o livro. Na Inglaterra, outra casa editorial teve o prédio atacado após anunciar que lançaria a obra. "A Joia de Medina" acabou indo para as estantes sob a uma outra editora, a Beaufort Books. Tornou-se best-seller e chega agora às livrarias brasileiras pela Editora Record.

Para os radicais muçulmanos, há diversos pontos delicados no livro: eles não aceitam o fato de a criação do Islã ser contada por uma mulher nem a afirmação de que uma das esposas de Maomé estivesse desejando outro homem. Mas talvez o principal motivo de protesto tenham sido as passagens em que A'isha descreve seus jogos de menina que está despertando para sua sensualidade, com o profeta: "Fui à porta receber Maomé usando apenas minha roupa de dormir, sem nada por baixo, a não ser a pele.
Quando ele entrasse, eu deixaria a túnica cair ao chão e ficaria em pé diante dele, completamente nua." 

Convidada pela Random House para fazer uma avaliação do romance, Denise Spellberg, professora de história do Oriente Médio na Universidade do Texas, o reprovou de forma taxativa: "Não se pode pegar a história sagrada e transformá- la em uma historia do dia-a-dia, meio banal e corriqueira."
A professora Denise afirmou que o texto é corriqueiro demais para os muçulmanos e a trajetória de seu povo.

Uma reação diferente - e, sobretudo, insuspeita - teve o editor-chefe do site islâmico altmuslim.com, Shahed Amanullah. "A melhor resposta a um discurso livre é simplesmente outro discurso."

Os defensores da obra também protestaram e a polêmica teve a participação de Salman Rushdie, o escritor anglo-indiano que passou a ser perseguido por religiosos iranianos depois de escrever outro livro conhecido, também sobre o Islã: "Os Versos Satânicos". Ele declarou: "É censura causada pelo medo e cria um precedente muito ruim." De sua parte, a Random House não nega o temor de represálias. Ela justificou-se dizendo que não queria incitar "atos de violência de segmentos radicais" e se disse preocupada com a segurança da autora, dos empregados, dos vendedores e de todos os envolvidos no processo de distribuição desse romance histórico.

"A Joia de Medina" é um livro bem escrito, que desde a primeira página consegue envolver o leitor e transportá-lo no tempo até a região onde nasceu o Islã. Apesar do fôlego jornalístico impresso à saga de A'isha, a autora não se furta a um tom lírico que, geralmente, está ausente em obras do gênero. Ela começou a pesquisa em 2002, atiçada sua curiosidade pela quantidade de reportagens sobre os muçulmanos publicadas depois dos ataques terroristas do dia 11 de setembro.

Ela mesmo, como mulher, acabou impressionada com a submissão das mulheres nos países islâmicos. A biografia de A'isha, uma das 12 mulheres e concubinas de Maomé, é simbólica, já que ela enfrentou suas limitações. Ainda, antes de morrer, Maomé entregou sua espada sagrada, toda coberta de pedras preciosas, conhecida como   " al-Ma'thur "  para a sua amada Aisha para ela usá-la na guerra santa que estava por vir, na jidah.  Mais o que aconteceria se a jidah em questão fosse contra seu próprio povo?. Após 20 anos de luta e sacrifícios, caberia a Aisha preservar a fé e o futuro do seu povo. E isso ela fez, e muito bem! Por amor o seu generoso esposo. mais tarde, foi de espada em punho ao campo de batalha enfrentar os inimigos e chegou a ser conhecida como Mãe dos Pobres. Em uma das raras ilustrações que retratam Maomé com suas esposas, A'isha aparece em um plano inferior a Fátima, a filha de Maomé com sua primeira mulher, Khadija.

O curioso é que tanto ela como o profeta estão com o rosto coberto por véus - ao mostrá-los assim, os artistas muçulmanos evitavam que a representação do criador do islamismo pudesse parecer inexata ou sacrílega. O que dá um indicativo da importância dessa menina-mulher nas origens da religião Islámica  

"É grande a força dessa mulher - a sua inteligência e a coragem, e mais, o seu senso de humor me atraiu imediatamente", disse a autora em uma de suas entrevistas. As cenas de alcova talvez sejam excessivas tratando-se de uma narrativa com tantos outros atrativos, mas diante da opressão feminina da época compreende-se a sua opção. Trata-se daquele tipo de livro em que é inevitável entender e torcer pela solidariedade que o autor mostra para com os personagens.

Para saber: Medina É uma das cidades sagradas do islamismo. Até 622, quando o profeta Maomé entrou na cidade e passou a morar nela, era conhecida como Yathrib também chamada de Iatreb. No ponto de vista histórico do Islã, esta foi a primeira cidade regida pelos princípios teocráticos do profeta Maomé.

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Uma história de amor censurada. Uma obra tão polemica e controversa quanto os «Versos Satânicos»- Washington Post

A tradução portuguesa de Portugal, está a partir de 1º de Julho nas livrarias portuguesas. Edição da Casa das Letras.

 

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A “Santa” Inquisição

A “Santa” Inquisição

No Século XIII, o Papa, e por conseguinte, o papado achava-se no auge de seu domínio secular; era independente de todos os reinos; governava com uma influência jamais vista ou possuída antes por ser humano algum; era o soberano dos corpos e das almas; para todos os propósitos humanos, tinha um poder nada mensurável para o bem e para o mal. Era literalmente, o  dono da verdade, qualquer que seja, imposta pelos interesses políticos e pessoais do Papa de plantão... Foi neste contexto que surgiram os tribunais da Santa Inquisição.

A história da Igreja Católica e o papado tem fornecido um grande horror durante mil quinhentos anos por causa disso. Ela simplesmente determinava a morte das pessoas, apenas por causa das opiniões religiosas que essas pessoas possuíam! Precisamos ficar alertas sobre os atos do papado no passado de tal forma que esse horror em que a humanidade foi mergulhada nunca seja esquecida.

Só para lembrar: Na página 766, volume XIV, da atual Enciclopédia Católica, que ainda está em uso,  pode-se leer: "A Igreja verdadeira não pode tolerar nenhuma igreja estranha a ela". O décimo quarto artigo do decreto do Papa Pio IV, que é uma forma abreviada dos decretos do Conselho de Trento, é citado na página 768 do volume XIV da Enciclopédia Católica, afirma que "os heréticos não devem ser só excomungados como também justamente executados". Por causa disso, A espada, a tocha e a roda de torturas têm sido os instrumentos da Igreja Católica há séculos na chamada evangelização e disciplina...

Em 1231, no Concílio de Toulouse, sob a liderança de Papa Gregório IX, foi oficialmente criada a Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício, um tribunal eclesiástico que julgava os hereges e as pessoas suspeitas de se desviarem da fé católica.

Em 1252, o Papa Inocêncio IV um dos mais ferozes e sanguinários governantes de qualquer época conhecida, publicou o documento "Ad Exstirpanda"  (“Sobre a Extirpação”),  autorizando a tortura e declarando que "os hereges devem ser esmagados como serpentes venenosas".

A inquisição tinha como um dos seus mais eficientes instrumentos, para conseguir confissões [não interessando se eram culpados ou inocentes], a tortura!: homens e mulheres, novos e velhos, jovens ou anciãos sofreram os mais cruéis suplícios já imaginados ou registrados na história.  Em muitas cidades e vilarejos, a castração mental que os homens sofriam por parte do Papado, fez deles ferozes e insistentes perseguidores de toda e qualquer mulher quer aparecia na frente deles, quanto mais nova e bonita fosse ela, mais ‘culpada’ e sempre acabavam mandando-a para a fogueira...

O processo da inquisição era sumário. Aos réus não era concedido o direito de apelação da sentença. Os advogados nomeados eram fiéis papistas: defendiam menos os direitos dos acusados e mais dos  interesses de Roma.

Qualquer pessoa, até anônimos e crianças, podiam acusar alguém de heresia, qualquer um mesmo: se um moleque era destratado pelo vizinho por roubar frutas, ou tirar pedras na janela dele, o mesmo moleque podia  ‘denunciar’  o desafeto como herege...pronto!..estava iniciada a serie de torturas e cárcere á que ele era submetido, para finalmente perder a vida e suas propriedades, pois não respeitava-se nem as viúvas, ou filhos, eles perdiam tudo!. A denúncia era a prova. O julgamento era secreto e particular. Se o réu confessasse podia se beneficiar com a absolvição dada por um padre (coisa rara de acontecer!), para “livrar-se do inferno”.

As testemunhas poderiam ser submetidas a tortura, se entre elas houvesse o menor, por mínimo que seja, de indícios de contradições. As vezes o ‘réu’ tremia e balbuciava, por medo e pavor... e isso bastava para ser considerado pelos ‘julgadores’...como prova de sua culpa...

Tão logo recebiam a denúncia, os inquisidores providenciavam a prisão do acusado. A partir daí ele ficava preso e incomunicável por um tempo indeterminado.

Qualquer tentativa da família ou de amigos e vizinhos de mostrar interesse pelo livramento do herege, poderia ser arriscada, pois amigos de herege também eram hereges.

As penas aplicadas variavam entre:

- A reclusão carcerária, temporária ou perpétua; normalmente era perpétua mesmo, pois embora não fosse esclarecido ate quando seria a pena, eram esquecidos pelos juizes inquisidores.

- Trabalhos forçados nas galés; onde ficam acorrentados nos navios, sendo a partir de então marinheiros vitalícios, pois nunca mais eram soltos. 

 -E finalmente: Excomunhão e entrega ao Clero para serem levados à fogueira.  Esta ultima era a mais comum de acontecer.

O confisco total dos bens e a flagelação das vítimas eram de praxe em todos os casos.

A “legislação” do Tribunal do Santo Ofício
O terceiro Concílio de Latrão, em 1179, decretou a perseguição permanente aos hereges.

Os leigos eram obrigados a prestar informações para o bom desempenho do trabalho, ainda que fosse uma simples suspeita.  Por isso, sempre acontecia das pessoas se desvencilharem do seus desafetos “denunciando-os” . Imagem o clima de terror e opressão que isso tudo causava na população toda!

Esclarecendo ainda, que nada disso é, ou foi divulgado adequadamente, pois existem fortes interesses religiosos em manter essa face negra da historia longe do grande público.

Continuando: Em 1184, o Concílio de Verona, convocado pelo Papa Lúcio III (1181-1185), ordenou aos arcebispos e bispos visitarem ou mandarem visitar, em seu nome as paróquias suspeitas de heresia, e estabeleceu severas penas contra os heréticos, tais como banimento, confisco, demolição de casas, declaração de infâmia e perda de direitos civis. 

Nesse encontro estabeleceram-se definitivamente as bases da Inquisição que seria oficializada mais tarde:
O quarto Concílio de Latrão, convocado em 1215 pelo Papa Inocêncio III, determinou que os condenados por heresia deviam ser entregues às autoridades seculares para serem castigados.

Quanto aos bens dos ‘acusados’, todos e cada dos seus pertences seriam confiscados.
Nota-se aqui uma da fontes de enriquecimento que o Papado teve. E ainda, que muitas das vezes, uma paróquia, ou uma determinada pessoa, era ‘denunciada ’  apenas por ser uma pessoa de poses....

Uma das deliberações do Concílio foi a condenação de todos os hereges sob qualquer denominação com que se apresentassem. Uma clara amostra da tentativa (bem sucedida), de calar todas as vozes discordantes do Papado

De 1200 a 1500 desdobrou-se uma longa lista de ordenanças pontifícias acerca da inquisição.  Essas ordenações se foram agravando cada vez mais, em dureza e crueldade. Cada papa, ao subir ao trono, ratificava as disposições de seus antecessores, e acrescentava mais um andar ao edifício de perseguições e torturas.
Todas as palavras dessa legislação convergiam a um só intento: extirpar absolutamente “qualquer desvio contra a fé”. Qualquer voz dissonante, qualquer outra religião.

E Assim, oficialmente, a Inquisição aterrorizou á humanidade por mais de cinco séculos.

O que o papado fez mais tarde, acerca disso tudo?
Em 1908, na reforma da Cúria realizada por Pio X, O famigerado e sinistro Tribunal do Santo Ofício transformou-se na Congregação do Santo Ofício e, mais tarde, (demorou!)..já em 1965, após a reforma de Paulo VI, trocou de nome para Congregação para a Doutrina da Fé, e quem dirigia o mesmo  era  um certo Cardeal Ratzsinger desde 1981, ate 2005 quando foi nomeado Papa Bento XVI. Sim, foi ele mesmo!... durante o tempo em que ele ficou encarregado desse "Tribunal" entre outras coisas, ele ordenou que o  frade Leonardo Boff, brasileiro, seja excomungado e obrigado ao voto de silêncio, imposto por Ratzinger em 1985. Boff é um dos expoentes da Teologia da Libertação, e foi perseguido e anulado pelo papado devido às suas posições políticas e ideologia religiosa, e que, na época foi rotulada pelo Cardeal Ratzinger de ‘marxista’

Então que fique claro: esse Papa atual é o herdeiro dos séculos de terror e obscurantismo. E pelo visto continua com a mesma visão obtusa. (a qual,  pasmem...está ainda em vigor!).


A Massacre de Beziers

Lá nos idus de 1200, em uma data como hoje, ocorreu uma matança na cidade de Beziers, localizada em Languedoc, no sul da França, também conhecida pelos romanos como Gallia Narbonensis (daqui que vem a legendas de Asterix, que foi imortalizado pelos quadrinhos)

Beziers foi alvo dos Cruzados Albigenses que saquearam a cidade para acabar com um grupo de cristãos gnósticos, mais conhecidos como Os Cátaros  Foi uma das primeiras matanças invocadas pelo Papa visando se fortalecer e aumentar o seu Império papal pelo terror e medo, então mandou os Cruzados para  “acabar com a heresia”,  pois o grito de guerra deles era: “Matem todos eles!.Deus sabe dos Porquês” esta massacre levou diretamente ao início da Inquisição e o obscurantismo que,  pelos próximos cinco (5) séculos mergulhou á  Europa no terror, enquanto o poder e a hegemonia do Papado crescia...  Assim, como marcou também o início da hegemonia e  poder da Ordem dos frades Dominicanos.

No início do século XII, a Igreja Católica presenciava a difusão dos cátaros (kataroi, puro em grego) ou albigenses (nome derivado da cidade de Albi, na qual vivia um grande números de cristãos agnósticos, rotulado como 'heréticos' pelo papado.) e que, se propagou por todo o território do Languedoc, sul da França.

Os cátaros organizaram uma Igreja e seus membros estavam divididos em Crentes, Perfeitos e Bispos. As pessoas se tornavam Perfeitos (homens bons), pelo ritual do consolament (cerimonia que consistia na oração do pai nosso; troca de vestes, preta no início, depois azul, e que, mais tarde foi substituída por um cordão (no tempo da perseguição). Tocava-se a cabeça do iniciante com o Evangelho de João , o ritual terminava com o beijo da paz, faziam voto de castidade, cabendo-lhes a guarda, a transmissão e a vivência desta fé cátara.

  Devido a propagação da fé cátara (chamada insistentemente pelo catolicismo de “heresia”) a partir de 1140, a Igreja Católica começa a tomar medidas para combatê-la, sendo que no início tentava converter os heréticos a fé católica por meio da pregação,

Então a Igreja Católica decidiu abolir permanentemente essa ‘ameaça’ á seu poder, estabeleceu a repressão as heresias por meio de concílios, exigindo que o poder secular participasse do processo. Desta forma, através do III Concílio de Latrão (1179) e do posterior IV Concílio de Latrão (1215),  foi ‘criada’as bases da Igreja Católica para reprimir a doutrina cátara. Embora o conteúdo desses cânones não tenham sido inteiramente obedecidos, percebe-se a necessidade que a Igreja Católica tinha de eliminar de vez a concorrência (no caso, a “heresia” cátara), pois esta ameaçava seu poder. A Igreja só poderia manter-se no poder com a certeza de que era a única e verdadeira herdeira de Cristo e de que passavam por ela todos caminhos que levavam a salvação.

Sul da França
A maior parte desta “heresia” pertencia á província de Narbona, somente a região de Albi estava ligada a província de Bourges. O Languedoc é anexado a França em 1229 pelo Tratado de Meaux.

O êxito da propagação dos cataros em Languedoc, pode ser explicado pela situação política da região, que era independente do reino da França, as autoridades nessa região eram os grandes senhores feudais, o conde de Toulouse e o visconde de Béziers, ambos simpatizantes do cátarismo.

O arcebispo Berengário de Narbona, da família real de Aragão, descuidava os assuntos espirituais em favor de questões políticas. Isto propiciou a difusão do catarismo, que repelia a autoridade papal, o culto às imagens e ao sacramento. Censuravam os poderes públicos e o direito de julgar e ordenar. Possuíam um ideal de Igreja Santa, com um sacerdócio purificado, vivendo em pobreza evangélica.

O movimento cátaro foi desencadeado pelas pregações do monge Henrique, embora este não fosse cátaro, muitos fiéis após ouvir suas palavras deixaram de pagar os dízimos e de comparecer as igrejas, seus ensinamentos foram combatidos por Bernardo de Clairvaux (depois São Bernardo). Henrique foi preso, porém , as maiores ameaças a Igreja se situavam em outras esferas. Os maiores aliados dos ”heréticos” pareciam ser os cavaleiros, Sabe-se também que esses cavalheiros eram os últimos Templários que foram se refugiar nessa parte da França, e eram os que protegiam os cátaros contra os ataques, da mesma forma agiam a maioria das casas nobres da região. A expansão deles fazia-se de um domus (casa) a outra, através da palavra falada. A palavra escrita era o meio mais elitista portanto de alcance reduzido.

Repressão da Igreja Católica
No início da repressão a Igreja lançava a excomunhão (pena espiritual que a Igreja aplicava e levava ao  ‘pecado mortal’  da contumácia e da desobediência), não sendo isso bastante,  passou a recorrer mais tarde ao uso da violência, instituindo o Tribunal da Inquisição, baseando-se justamente nos Concílios convocados para este fim específico e mencionados mais acima.... Os cátaros foram acusados de “abalarem a ordem social existente, e de aspirarem a destruição da sociedade e da humanidade”.
Isto porque: Os padres não eram necessários, qualquer leigo poderia realizar um batismo. Acreditavam na existência de dois deuses (um do Bem, outro do Mal), sendo que a Igreja Católica era monoteísta (lembrando que, todas as Mitologias antigas falavam em dois deuses mesmo). Renunciavam aos bens materiais, pregando o retorno ao cristianismo primitivo, estas divergências levaram a Igreja Católica a combater os cátaros.

A repressão foi estabelecida através de concílios, o III Concílio de Latrão (1179), e o IV Concílio de Latrão (1215), pois ambos excomungaram os cátaros. O III Concílio de Latrão, foi convocado pelo papa Alexandre III, tendo como objetivo principal por fim a dissidência dentro da Igreja e a briga entre o imperador Frederico I (Barbarossa) e o papado. O acordo firmado em Veneza (1177), finalizou o conflito que durou quase 20 anos. Este concílio surgiu após a morte do papa Adriano IV (1159), pois os cardeais haviam nomeado dois papas (Alexandre III e Victor IV). O imperador Frederico I, apoiou o papa Victor IV, declarando guerra aos estados italianos e especialmente a Igreja Romana que desfrutava de grande autoridade. Alexandre III, acabou vencendo o conflito e convoca um concílio para estabelecer a conclusão da paz. Além de resolver a dissidência entre o papado e o imperador, o concílio também reforçou a unidade e o poder da Igreja. O cânone 27 desse concílio excomunga os “hereges”  chamados de cátaros, patarinos e publicanos e faz um apelo aos príncipes para que defendam a fé cristã. Os cátaros e seus seguidores estavam oficialmente perseguidos,  ninguém poderia ajudá-los ou abrigá-los em suas terras, embora alguns senhores feudais os protegiam.  Os bens dos “hereges” seriam confiscados. Porém os hereges que se arrependessem obteriam o perdão e a recompensa eterna, sendo concedido indulgências para quem colaborasse na descoberta de hereges (comprar pessoas para serem dedos-duro!).   Os bispos e padres que não combaterem os hereges e seus erros, seriam punidos com a perda de seus cargos, até obterem o perdão. Neste concílio, também são excomungados no mesmo cânone os bandidos e mercenários que devastavam a província de Narbona, desrespeitando igrejas, maltratando crianças, viúvas e órfãos, como se fossem pagãos!. Mesmo que este concílio não tivesse a intenção da repressão armada contra os heréticos, ele são excomungados mesmo, e deveriam receber igual tratamento dispensado aos mercenários, pois ambos interferiam no poder da Igreja. Contudo, as decisões tomadas durante no concílio não seriam aplicadas a menos que, os legados do papa conseguissem impedir os progressos do catarismo no Languedoc. Com a queda de Jerusalém em 1187, que passou as mãos dos árabes, a heresia no Languedoc foi um pouco esquecida. Contudo, quando Inocêncio III assume em 1198 o trono pontificial enviaria novos legados a província de Narbona, recomeçando a repressão. Em 1215, realiza-se então o IV Concílio de Latrão, presidido pelo papa Inocêncio III. Neste concílio, -são anatematizados novamente todos os hereges, os condenados serão entregues as regras seculares, e confiscadas suas propriedades. Os suspeitos de heresias a menos que provassem sua inocência através de uma defesa, serão anatematizados e evitados por todos até se justificarem, mas se estiverem sob excomunhão por um ano serão condenados como hereges. Autoridades seculares (ou seja os Bispos, e Padres) deveriam combater a heresia, caso contrário poderiam ser excomungados pelo bispo da província e se não se justificassem no prazo de um ano, o problema passaria ao supremo pontífice, que poderá oferecer o território para ser administrado por católicos fiéis. Os acusados de heresia não poderão tomar parte da vida pública, nem julgar ou herdar, nem eleger pessoas ou dar testemunhos em um tribunal de justiça.-  Este concílio acabará confirmando o que já havia sido proposto no III Concílio de Latrão, que, tentara repreender os hereges, através da exclusão da sociedade, instigando seus membros a participarem da repressão em nome da fé cristã, a excomunhão seria o princípio de um processo que se tornaria cada vez mais e mais violento. Um processo que visava eliminar qualquer tentativa de “fé” que seja diferente dos dogmas instituídos pela Igreja Católica.  (Isso me lembra uma Ditadura!...poque será?)

A Cruzada Albigense - Beziers
Em 1206, chegaram ao Languedoc os bispos enviados pelo Papa, estes pretendiam instruir as massas ignorantes no catolicismo através da pregação. Obtiveram alguns êxitos, porém o assassinato de Pierre de Casstelnau (um ouvidor do papa), em 1208, precipitou uma mudança na condução política da Igreja.

O conde Raimundo de Toulouse, era suspeito do assassinato, sendo excomungado pelo papa Inocêncio III, que escreveu ao rei da França, Filipe Augusto, para expulsar o acusado dos Estados do Languedoc, ordenando uma cruzada contra Raimundo VI.

O novo enviado do papa, Amaury, anunciou a cruzada contra os cátaros e contra os senhores que os protegiam. Um exército mercenário comandado por Simão de Montfort, declarou guerra ao vice-condado de Trencavel, que estava sob proteção de Raimundo VI e Rogério de Trencavel. mais conhecido como Raimundo VI, teve que se humilhar ante a Igreja, e acabou perdendo tudo!

 Na primeira fase da cruzada, foi destruída Béziers (1209), onde mais de 60.000 pessoas morreram. Destruída a cidade, os “cruzados”, que nada mais eram que mercenários, marcham papa Carcassone, onde Raimundo VI foi preso, acabando por morrer na prisão. Simão de Montfort, se apropria dos condados de Trencavel (Carcassone, Béziers), conquistando também Alzonne, Franjeaux, Castres, Mirepoix, Pamiera e Albi. Minerve, todas sitiadas em 1210, sendo executadas queimadas 140 pessoas. A próxima conquista seria Corbiéres, chegando até a cidade de Puivert.

O conde de Toulouse, tinha como aliado o conde de Foix, o conde de Comminges e o visconde de Béarn.  O IV Concílio de Latrão, confirmou as apropriações de Montfort, além de propiciar a conciliação dos senhores do Sul com a Igreja, com o compromisso de perseguirem a heresia.  Em 1216, a Provença subleva-se e Montfort trava nova batalha contra os hereges. Com a morte de Inocêncio III, coube ao novo Papa  Honório III, lançar uma nova cruzada. Raimundo VII, filho de Raimundo VI, obteve vitória sobre Montfort, na batalha de Beaucaire. Simão morre em 1218, acabando também a cruzada, sem entretanto extinguir a heresia. Amaury, filho de Montfort, oferece as terras conquistadas por seu pai a Filipe, rei da França que as recusa, seu filho Luís VIII acabará aceitando as terras.

Porém, Raimundo VII, entra em luta com Amaury, para retomar o seu feudo no Languedoc. Em 1224, Luís VIII, liderando os barões do Norte, empreendeu uma nova cruzada que durou cerca de três anos alcançando muitas conquistas até chegar a Avignon, onde termina o cerco contra os hereges. O resultado dessa disputa foi um acordo entre o rei da França e Raimundo VII, pelo qual a filha de Raimundo se casaria com um irmão do rei, consequentemente os domínios disputados passariam para a Coroa da França (tratado de Meaux, 1229). Raimundo VII, teve que se submeter ao rei da França, sendo coagido a reconhecer a vontade da Igreja e atacar a heresia.

A partir de 1240, verifica-se novas revoltas no Midi. Numa revolta em Avignoret, alguns inquisidores são assassinados, como consequência a cidade foi conquistada, e retomada a “cruzada”, que,  no esqueçamos eram composta exclusivamente de mercenários. Todos eles pagos pelo papado. (voltei a me lembrar de uma Ditadura...hummm ...porque sera?...)

Montségur, o grande reduto dos cátaros
Ele é atacado e tomado de assalto em 1243. Durante o ataque os cátaros, conseguiram retirar seu "tesouro" do castelo e escondê-lo (alguns acreditam que se tratava do Santo Graal, ou riquezas, outros que o tesouro eram livros antigos da sabidoria grega). Nao podemos esquecer que foi em Montségur que se refugiaram os últimos Cavaleiros Templários.  A queda de Montségur marca o fim da Igreja Cátara organizada. Alguns sobreviventes que conseguiram fugir e se refugiaram na Catalunha e na Itália. Uma outra fortaleza dos cátaros, a de Quéribus, caíra em 1255.

Pierre Authié, adepto do catarismo, continua a divulgar a doutrina, sendo preso em 1310, quando se dirigia a Castelnaudary e condenado a morte na fogueira. Guillaume Bélibaste e Philippe d’Alayrac, ambos cátaros, fogem da prisão em Carcassone. Philippe acaba sendo capturado e queimado. Bélibaste refugia-se em Mosella, nas montanhas de Valença, e acaba sendo traído por Arnaud Sicre (de família cátara), que tentava reconquistar os bens de sua família, espionando para a Inquisição. Não conseguiu reaver nada do papado...O último ministro cátaro, fora queimado em Villerouge-Termenès, em Corbiéres, por ordem do arcebispo de Narbone, em 1321.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Romario lanca livro

Romário lança livro com suas histórias

Depois de viver problemas durante a última semana, Romário voltou a aparecer nesta segunda-feira por seus grandes feitos. Em parceria com o jornalista Marcus Vinicius Rezende de Moraes, o Baixinho lançou o livro que leva seu nome, em uma livraria no Leblon, Zona Sul do Rio. Nele, conta algumas das principais histórias de sua vitoriosa e polêmica carreira.

Este simples ato, teve lances muito bonitos, e que demostram a solidariedade do carioca, e tambem o tamanho da torcida do baixinho. Joel Santama, que está de passagem no Rio, foi á Livraria para cumprimentar pessoalmente nosso Romario. Pela tarde, uma multidão enchia a loja e as ruas em volta, fazendo fila para comprar o livro!  Apenas para dar ao baixinho uma amostra do carinho e comprar seu livro. A grande maioria o fez com o intuito de ajudar mesmo ao nosso Romário... Muito bacana!

"Meu relacionamento com o jornalista Marcus sempre foi muito bom. E o livro vem em boa hora, por tudo que eu estou passando."
Estes são os principais assuntos comentados pelo craque:

Ausência de ídolos - "Existe uma carência de ídolos muito grande no Rio. Hoje o grande ídolo de todo mundo é o Ronaldo. Mas falta identificação dos jogadores com os clubes. Ninguem mais tem amor verdadeiro pelo seu Clube"
América - "A emoção de estar no América é diferente. É algo que aprendi com meu pai. Minhas primeiras idas ao Maracanã foram quando ainda pequeno, meu pai me levava para ver jogar o América."
Nova trabalho - "Acho que encontrei meu futuro nessa função de "Coordenador' que faço no América. Só que mais tarde preciso ganhar algum dinheiro com isso, né?."
Relação com os filhos - "Apesar de todos esses problemas que estou passando, a relação com meus filhos nunca foi abalada. Sempre existiu confiança entre nós. Amo eles, e eles me amam"

A verdade é que o baixinho está cheio de Dívidas
Mas como um jogador tão bem sucedido ficou completamente atolado em dívidas?

“O baixinho é desligado. Ele, por exemplo, tem o IPVA para pagar. Ah, deixa pra lá. poh.. cuidado!  Está tendo um problema no seu apartamento?. Deixa... Tudo empurra com a barriga. Ele acha que nunca vai acontecer nada. E as coisas às vezes não são bem assim. Uma hora estoura. Infelizmente para ele, veio uma bola de neve, tudo ao mesmo tempo agora”, diz Renato Gaúcho.  Algumas vezes, fica a mercê de vigaristas mesmo, senão vejamos: Ele até entrou recentemente em um esquema conhecido como  'pirámide' conclusão: ficou sem a grana e sem poder reaver seu 'investimento'... Uma pena!

A ex-mulher que cobrou essa pensao, e levou ele para a cadeia, age como  vigarista:  não paga o Condominio do apartamento onde mora faz 6 anos, e não declarou ao Imposto de Renda as pensões dos filhos, gasta o dinheiro com ela mesmo... e a Receita está cobrando essa falha na Declaração, mais a Monica Santoro chega ao absurdo de afirmar que isso, é de responsabilidade do Romario mesmo...pode?

O vinil de volta

O vinil de volta?

Essa foi a melhor e maior piada que já escutei nos últimos tempos...!!....kkkkk

Por trás disso, esta um grito de desespero das gravadoras, que estão lançando mão de tudo ...para não perder um mercado que está encolhendo sistematicamente.

Começa assim: A Gravadora Sony está lançando uma serie de discos de vinil chamada “Meu primeiro disco”, com musicas antigas de cantores famosos... Ate ai...tudo bem. saudosismo aparte, a intenção parece ate boa...mais adivinhem o preço desses discos LP’s varia de 80R$ o mais baratão,  ate 150R$... me poupe!...né?

Já li e assisti ‘reportagens’ pela TV de gente afirmando que o som do vinil é melhor! E, isso é porque ele é analógico, o que deixa ele o muuuito melhor! ..Ta bom, vou fingir que acredito. Apenas queria saber onde ficou o famoso chiado dos LP’s?..e porque a tal de agulha, um item que sofre desgaste com o uso, ainda é a mesma coisa?... Oras!...todo e qualquer material que trabalha em atrito um com outro, depois de um tempo, um eles, fatalmente vai sofrer desgaste, e ainda, com o tempo ambos acabam sofrendo do desgaste. Simples:  Leis da Física.. só que, pelo raciocínio desses depoimentos (duvidosos, é claro!), feitos até por gente que quando morreu o vinil, quando os LP’s deixaram de ser produzidos, com certeza eles, nem eram nascidos.... hauhuahuha..

Bem seguindo a idéia de que o analógico é melhor,  vamos então jogar fora nosso DVD e voltar á Fita VHS,  assistir nossos vídeos todos trêmulos e cheios de riscos e linhas na tela, deixar de lado a TV Digital e voltar ao sistema antigo, analógico também e que, trará de volta (que bom!) o velho problema de transmissões nos Sistemas PAL-M, PAL-N, PAL-B, SECAM, NTSC...onde a cor pega, não-pega.. os fantasminhas na tela são bacanas,  o som esta bom, não está mais ..e etc...lindo! não acham??

Todavia, se tem uma coisa que a era do Computador trouxe,  pela natureza própria dos Bits e Bytes é a facilidade de lidar com números, fazer contas,  e apenas por isso, o som gerado por um computador é,  e será sempre mais fiel, mais nítido...sem chiados, nem falsetes. Quem tem um pouco de entendimento de Música, e sabe da notação musical sempre soube que ela está intimamente ligada á matemática. Não é a toa  então que, os primeiros CD’s produzidos eram todos de obras clássica: Sinfonias , Operas, Ballets...exatamente para atestar a fidelidade e nitidez musical!

A notícia da gravadora Sony, desse lançamento contendo o primeiro LP de um determinado artista - é isso mesmo, um LP em vinil, lembra disso? -, em edições limitadas a duas mil cópias de cada álbum, com som remasterizado e mais um CD ‘de brinde’, com faixas extras e um novo projeto gráfico. - Pêra ae!..CD’s de brinde?... ë claro, se o usuário começar a achar que o LP’s tem muitos chiados, basta colocar o CD para tocar!... E onde ficou o lance de que o tal LP de vinil por ser analógico é melhor?  Tremenda contradição...não acham? .

 Todavia,  ficou claro que a multinacional pegou carona no suposto "retorno" desse tipo de... "produto", assunto que vem sendo exaustivamente debatida em matéria nos cadernos culturais dos mais importantes jornais do país e até mesmo em reportagens especiais nas TVs. É claro que a maioria das matérias foi feita por gente "fora do ramo", que muitas vezes nem era nascida na época do auge dos LPs.

Independente de ser ou não uma estratégia equivocada - o mercado de LPs se restringe somente a alguns saudosistas, que aceita inocentemente a tese de o som analógico dos LP’s de vinis ser melhor do que aqueles registrados digitalmente em CDs -, a iniciativa pelo menos revelava a disposição da Sony em sacudir o marasmo de suas vendas, já que nem mesmo o CD é visto como um produto desejável nos dias de hoje, principalmente pelo alto preço cobrado nas lojas. Só que a julgar pelo primeiro pacote anunciado pela gravadora, já podemos esperar que o lance está fadado ao naufrágio...

Escrevo isso, porque é inacreditável que os executivos da Sony pensem que o consumidor vai desembolsar mais de R$ 80 para comprar um "lançamento" que pode ser encontrado a R$ 1 em qualquer sebo de qualquer cidade. Para piorar ainda mais, nem mesmo a promessa de lançar trinta álbuns de diferentes artistas de seu elenco, incluindo os arquivos da RCA, que foram incorporados quando o grupo se uniu com a BMG, vai fazer com que a Sony tire o seu departamento de vendas da lama. Por quê? Eu já explico.

As pessoas politicamente corretas - uma manada bovina de gente disposta a engolir qualquer coisa em nome da "liberdade de escolha" - certamente não vão levantar a voz contra aquilo que eu chamo de "verdadeiro desperdício de oportunidade", mas é inadmissível que, logo de cara, o primeiro lote inclua itens absurdos, como os primeiros discos do - pasmem! - Inimigos do Rei (Inimigos do Rei, de 1986), Vinicius Cantuária (Vinicius Cantuária, de 1982) e Engenheiros do Hawaii (Longe Demais das Capitais, de 1986), três verdadeiras "bombas" em termos de qualidade artística. E a gravadora ainda ameaça lançar as primeiras "obras" de mais uma dezena de outras barbaridades! Até pode-se dar um desconto pela inclusão dos primeiros LPs de João Bosco (João Bosco, de 1973) e Chico Science & Nação Zumbi (Da Lama ao Caos, de 1994), mas, que diabos, não seria o ideal a gravadora pinçar os discos mais significativos da carreira desse pessoal? Qualquer Zé mané que conheça minimamente o mercado musical brasileiro apostaria no lançamento de discos importantes e relevantes desses artistas, mas como esse tipo de gente é coisa rara dentro dos escritórios luxuosos e refrigerados dos executivos das gravadoras, e assim, a coisa vai continuar indo de mal a pior.

Ah! E para dar um toque ainda mais bizarro, o rótulo do disco dos Engenheiros do Hawaii foi trocado com o dos Inimigos do Rei, ou seja, os discos foram embalados nas capas erradas!!! E isso custa mais de R$ 80!!! ... Me segura que eu vou ter um troço...

É inacreditável continuar a ver a indústria do disco correndo em total descompasso com a realidade. Depois esse pessoal fica reclamando que as pessoas não querem mais desembolsar uma grana para comprar música.

E tem outros lançamentos, que não são da Gravadora Sony, que vão acontecer aqui no Brasil...pelo preço de 150,00R$

Que coisa!!!

Pode ler sobre os outros lançamentos, Clique neste LINK AQUI.

Chegada do homem à Lua ?

Após 40 anos, chegada do homem à Lua ainda alimenta teorias conspiratórias

Dizer que esse foi grande passo para a humanidade, não ha dúvidas; mas, para alguns, a famosa marca do pequeno passo que Neil Armstrong deu há 40 anos não passou de uma fraude, a maior do século XX.

Não é nova a teoria de que o primeiro passo do homem no satélite natural da Terra foi forjado num estúdio de cinema, sob a direção de ninguém mais, ninguém menos que o diretor Stanley Kubrick ("2001 - Uma Odisséia no Espaço").  Como ele já é falecido, não tem mais como ele confirmar ou desfazer essa idéia... Segundo os defensores dessa tese conspiratória, amplamente difundida em livros, documentários e na internet, a chegada do homem à Lua foi uma montagem orquestrada pelo então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon.

O objetivo dele seria: em tempos de Guerra Fria, alardear da supremacia dos americanos frente aos avanços avasalhadores da extinta União Soviética (URSS) na corrida espacial e, em segundo lugar, elevar o moral da nação, que estava muito ruim após a traumática derrota deles na guerra de Vietnã. 

O principal responsável pela ‘noticia’ de que o homem nunca pisou na Lua é Bill Kaysing. Para ele, o Programa Apolo, desenvolvido nos anos 1960 e considerado um marco da tecnologia moderna por ter levado 12 astronautas à superfície lunar, em ao todo, seis missões, não passou de uma fraude.  Um truque da famosa Guerra Fria.

"We Never Went to the Moon" ("Nunca fomos à Lua", 1974) foi o livro que catapultou Kaysing como escritor e o elevou à categoria de "pai" da teoria da mentira lunar. Na obra (ele é Engenheiro de formação) reúne uma série de argumentos, todos usados até hoje pelos defensores da teoria.

Entre eles:
O céu sem estrelas, as sombras convergentes que aparecem em algumas fotos, e em outras não, a bandeira tremulando (na atmosfera da lua não tem nem oxigênio, então de onde veio o vento?), a pegada perfeita da bota de Armstrong e a falta de uma cratera (observando as fotografias, não dá para ver no horizonte nenhum ‘cume’ de cratera) bem ali, no local após a aterrissagem do módulo espacial... são algumas das "anomalias" apontadas por Kaysing e repetidas por seus discípulos, entre eles Ralph Rene.

Cientista, Inventor e autodidata e jornalista, Rene se aprofundou nesses detalhes aparentemente "chocantes" no livro "Nasa mooned America" (A Nasa expôs a América, 1992), em que diz que a agência espacial americana, em 1969 não tinha a tecnologia capaz para levar um homem à Lua e menos de trazê-lo de volta à Terra são e salvo.

Além desses dois livros, um filme, um programa de TV e um documentário ajudaram a manter viva nestes 40 anos a teoria de que a ida do homem à Lua foi um embuste.

Esse filme era um longa de ficção científica "Capricórnio Um" (1978), na trama, o cineasta Peter Hyams mostra a Nasa forjando uma missão e obrigando astronautas a serem cúmplices da farsa montada em torno de uma viagem espacial, embora e destino no filme era Marte, não ao satélite da Terra.....  ( e agora José?)

Mas foi o programa "Conspiracy Theory: Did We Land on the Moon? ("Teoria de Conspiração: Nós Aterrissamos na Lua?"), exibido pela rede de TV "Fox" em 2001, que ressuscitou a polêmica e a fez ser intensamente debatida em milhares de foros na internet.

Um ano depois, o documentário de ficção "Opération Lune", produzido por  William Karel, jogou mais lenha na fogueira (era de ficção mesmo?).

Com imagens de arquivo reais tiradas de seu contexto original, Karel analisou de forma paródica a tese de que Nixon armou uma complexa trama para fazer o mundo acreditar que o "Apolo 11" aterrissou na Lua.
O curioso é que, apesar de o fim do filme deixar claro o caráter delirante e fictício dos argumentos, muitos espectadores acham que foi apenas para ‘aliviar’ e responsabilidade, caso uma enxurrada de ações legais ocorresse sobre os autores... mesmo assim, muitos espectadores, acabaram convencidos, e endosaram a ‘documentário’.

Para esses, as imagens em preto e branco do primeiro astronauta andando no satélite natural da Terra, vistas pela TV por um quinto da população mundial em 20 de julho de 1969, são parte de mais uma superprodução hollywoodiana.

E de nada adiantou que, mais tarde uma leva de cientistas, e outros interessados na história da exploração do espaço ser verdadeira, tenham refutado, os argumentos dos "conspiradores". Na crença de muitíssima gente, Armstrong e Aldrin  jamais puseram os pés na Lua.

 

Eu concordo!




segunda-feira, 20 de julho de 2009

EU IA CONTIGO

EU IA CONTIGO


Eu ia contigo, tú com olhos tristes
parecias uma tarde, pela manhã
Meu amor, ao te ver triste, entardecia
Entardecia, porem estava no alvorecer.

Pois eu te amei mais, Para alegrar te,
a luz do mundo acendi, mais larga.
E minha alma então, exalou o perfume
agreste e fresco da madrugada que canta

Como o canário oprime sua garganta
onde toca uma experiência etérea,
ouviam-se ninar, liras, vozes.
atabaques, venturas, violas, harpas.

E o mundo era o som não vivenciado
que no meu interior morava e ecoava

 


Miro®2009

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Derrame - Uma agulha pode salvar uma vida!

SUPER ÚTIL!!

* Derrame - Uma agulha pode salvar a vida! *

Uma agulha pode  salvar a vida de uma pessoa - dito por uma professora chinesa:

Guarde sempre uma seringa ou uma agulha de seringa.  Este não é um método convencional para recuperar alguém de um derrame, porém, certamente um dia você  pode ajudar alguém.

     'Meu pai morreu de um derrame; gostaria de ter sabido sobre este método de primeiros socorros antes.  Quando o derrame acontece, as finas veias capilares no cérebro, vão se rompendo, gradualmente’  -  (palavras da Dra. Irene Liu)

     Quando um derrame estiver ocorrendo fique  calmo. Independentemente de onde a vítima estiver, não a mova do lugar, porque se a pessoa for movida acelera o processo do rompimento dos  capilares

    Ajude a vítima a se erguer e, especialmente evite que volte a cair, pois se cair, o derrame pode  recomeçar. 

Se tiver uma seringa na sua casa seria o  melhor, se não tiver, pode usar uma agulha de costura  ou um alfinete fino.  Faça assim:

     1. Aqueça a agulha / alfinete  para esterilizar e depois dê uma picada na ponta de  todos os dedos das mãos da pessoa.

     2. Não há pontos específicos nos dedos (segundo esta “acupuntura” de emergência), mas  pode picar á 1 milímetro perto da unha.

     3. Pique até o  sangue começar a sair.

     4. Se o sangue não sair, aperte a ponta dos dedos da pessoa com os seus dedos.

     5. Quando todos os 10 dedos começarem a sangrar, espere alguns minutos

e a seguir, puxe apertando as orelhas do paciente até ficarem vermelhas.

     7. Depois pique cada um dos lóbulos das orelhas até

     começar a sair uma gota de sangue de cada um deles.

 Se puder tirar DUAS gotas de cada orelha, bem melhor!

Depois de alguns minutos a vítima começará a recuperar os sentidos.
Espere até que recupere o seu estado normal e só quando já não tiver nenhum
sintoma anormal, leve-a para um hospital.

De outra maneira,  se for levada as pressas para um hospital, a turbulência da viagem, fará com que os vasos capilares no seu  cérebro se rompam.

       Aprendi sobre tirar gotas de sangue para salvar vidas através de um médico da medicina  tradicional chinesa.

     Ele chama-se Ha Bu Ting e vivia na região de  Sun Juke. Mais para frente, tive uma experiência prática e pessoal sobre o assunto.. Daí eu poder dizer que este método  é 100% eficaz:

     Em 1979, era professora no colégio de  Fung Gaap em Tai Chung.  Uma tarde, estava dando aula,  quando um outro professor veio correndo para a minha sala
e disse ofegante, 'Sra. Liu, venha rápido, o nosso Supervisor teve um derrame!'
     Fui imediatamente para o 3º andar e vi o Sr. Chen Fu Tien;
ele estava pálido e falava através de sussurros, a boca dele estava torta –
todos os sintomas de um derrame-. Imediatamente pedi a um dos estudantes para ir a uma farmácia comprar uma seringa, que eu usei para picar o Sr. Chen em todos os seus 10 dedos.
Alguns minutos depois,  quando todos os dedos estavam sangrando (cada um dos dedos   com uma gota de sangue do tamanho de uma ervilha), o Sr. Chen começou a recuperar a sua cor e o sua respiração ofegante acabou, e, ele  também voltou. Mas a sua boca continuava torta. Então, puxei as orelhas dele para enchê-las de  sangue.  Quando as orelhas começaram a ficar vermelhas,  piquei o lóbulo da sua orelha direita por 2 vezes para saírem duas gotas de sangue..

Quando de cada lóbulo estavam saindo 2 gotas de sangue, algo aconteceu, algo que poderíamos chamar de milagre mesmoNo lapso de 3-5 minutos o formato da boca voltou ao normal e a sua maneira de falar tornou-se clara. Nós o  deixamos descansar por um tempinho e depois demos para beber uma xícara de chá quente, depois o ajudamos a descer as escadas e o  levamos para o hospital de Wei Wah. 

 Ele ficou lá em observação, descansando por uma noite e no dia seguinte deram alta para  ir a escola dar aulas....

O derrame é a segunda maior causa de morte.
Os que têm sorte de sobreviver, podem ficar paralíticos para toda a vida.
È uma coisa horrível de acontecer na vida de alguém.

Se  conseguirmos nos lembrar deste método de pingar sangue e se começarmos o processo de salvamento de imediato, em pouco tempo a vítima vai começar a reagir e voltar rapidamente  a sua normalidade.    

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Poderá salvar alguém de ter um derrame.

 
Lembrei-me também que, na Idade Média, não existem registros de falecimentos por ‘derrame’...e querem saber de uma coisa?. A medicina da época, achava que qualquer tipo de doença podia ser curada por sangramento..Sim!..eles sangravam os pulsos e as costas da pessoa.  Daí que ninguém morria por ‘derrame’...

Coincidência?... de qualquer maneira achei interessante!...