
A importância dos monges-cientistas
Os cruzados foram vencidos e expulsos definitivamente em 1291. voltavam para suas terras de origem com um gosto pelos novos luxos e confortos descobertos durante a viagem. As cidades italianas, principalmente Veneza e Gênova, ficaram imensamente ricas com o comércio desses produtos na Europa. Desta opulência nasceu o patrocínio que possibilitou Marco Pólo fazer suas memoráveis viagens.. rumo a China..de onde (só para lembrar), trouxe para ocidente inúmeras maravilhas, dentre elas: o macarrão, a pizza, o sorvete, a pólvora.... a maconha e, uma bússola...
Ainda, dessas terras do Extremo Oriente vem o café, Mais especificamente do Iêmen, e ainda a esfija, o quibe, o iogurte, jogos como o gamão, o baralho, o xadrez (da Pérsia)!...
O grande desenvolvimento do comércio que as cruzadas propiciaram foi um dos fatores das profundas transformações que levaram do Modo de Produção Feudal ao Modo de Produção Capitalista na Europa durante os séculos seguintes; em outras palavras, aquelas grandes expedições de caráter primordialmente ou “alegadamente religioso” selaram o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.
Durante séculos, a visão dos Muçulmanos relativamente ao mundo exterior e a que tinham de si próprios pareciam bem fundamentadas. Eram também a potência economicamente mais avançada do mundo, comercializando uma grande variedade de produtos por meio de uma extensa rede de comércio e comunicações que se estendia pela Ásia, Europa e África, importando escravos e ouro de África, escravos e lã da Europa e trocando uma série de produtos alimentares, tecidos e artigos manufaturados com as regiões civilizadas da Ásia. O mundo árabe tinha alcançado o mais alto nível de desenvolvimento da história humana no que dizia respeito às artes e ciências que caracterizam a civilização. Tendo herdado os conhecimentos e as práticas do Médio Oriente antigo, da Grécia e da Pérsia, acrescentou-lhes inovações importantes de outras regiões, tal como o uso e a produção de papel, com origem na China, e a numeração decimal, com origem na Índia. É difícil imaginar a literatura ou a ciência modernas sem um ou sem a outra. Foi no Médio Oriente muçulmano que os números indianos foram pela primeira vez integrados no corpo de conhecimentos matemáticos. Do Médio Oriente foram transmitidos ao Ocidente, onde ainda hoje são conhecidos como numeração árabe (ou seja: nossos atuais e corriqueiros algarismos) , honrando, não aqueles que os inventaram, mas aqueles que, pela primeira vez, os trouxeram para a Europa. A esta herança valiosa, investigadores e cientistas do mundo islâmico juntaram uma contribuição extremamente importante com as suas próprias observações, experiências e idéias. Na maioria das artes e ciências, a Europa medieval foi aprendiz e, em certo sentido, discípula do mundo islâmico, confiando nas versões árabes de numerosas obras gregas que, de outra forma, lhe teriam sido desconhecidas.
Então, por causa das famigeradas Cruzadas, A partir de 1096, a Europa cristã teve acesso aos elementos básicos da cultura árabe, inclusive interpretações da filosofia grega clássica. Pois os árabes já tinham extensas traduções e ensaios sobre os filosofia grega, e as linhas de raciocínio e os princípios básicos da maioria das ciências modernas. Tudo era recolhido (pilhado), pelos monges que acompanhavam cada investida dos Cruzados, no intuito de recolher a maior quantidade possível de informação sobre essas culturas, Posteriormente era enviado aos diferentes mosteiros , abadias, que se alastravam pela Europa toda, para seu estudo e catalogação.
Sendo estes ‘oficiais’encarregados de selecionar a pilhagem, na grande maioria de monges beneditinos e dominicanos. Iniciou-se, assim, uma revitalização das pesquisas nos mosteiros da Europa. Era tanto o volume de conhecimento adquirido desta maneira, que foi necessário criar um outro espaço fisico e intelectual, onde temas aprendidos dos ‘hereges’ muçulmanos poderiam ser discutidos. Surgem assim as universidades, das quais as primeiras são em Bolonha (aprox. 1088) e a de Paris (aprox. 1170).
Os Árabes eram excelentes matemáticos, astrônomos, navegadores, e químicos. Já na Europa: Conhecia-se a aritmética apenas pelos estudos do livro de Euclides, que era parte do quadrivium, mas que se referia as propriedades dos números, com alguns conceitos misturando idéias místicas. Assim, a geometria de Euclides não era algo que despertava tanto interesse.
Note-se que a síntese de conhecimentos, com estilos e objetivos distintos e representando várias tradições, confluiu principalmente para os mosteiros. As preocupações tradicionais da filosofia, procurando explicar fenômenos tão presentes quanto o movimento, confundia-se com a teologia. Finalmente, graças a estes estudos, o pensamento da Idade Média culmina com a obra maior que é a Summa Theologica, de São Tomás de Aquino. A síntese de conhecimentos, que começaram a ser reconhecidos como integrando um mesmo corpo de idéias, passou a ser conhecida por uma palavra ainda um tanto indefinida: como a ciência dos cálculos e a matemática.
Estava assim sendo preparadas as bases para o surgimento de uma ciência que viria a ser identificada como Matemática e que somente em época recente: o século XIX se estabeleceria como uma ciência autônoma.
A maior influência para a modernização da matemática veio de Aristóteles. (Mais uma vez extraída das traduções árabes) As reflexões sobre movimento, o fenômeno natural que mais intrigava os filósofos da época, eram intensas. Estudava-se as relações entre espaço e tempo e a aceleração. Igualmente havia uma preocupação com a ótica. O trabalho dos monges-cientistas, principalmente na Inglaterra, foi fundamental como preparação para o surgimento da mecânica newtoniana. Dentre os quais se destacam Roger Bacon (aprox. 1214-1292), Thomas Bradwardine (1290-1349) e Guilherme de Ockham (1285-1349),
A influência das reflexões (algumas equivocadas), de Aristóteles foi fundamental no desenvolvimento da matemática. Sua afirmação que quanto mais pesado o corpo, maior sua velocidade de queda, passou por contestações. São importantíssimos os estudos de Thomas Bradwardine e de seus colegas no Merton College (William Heytesbury, Richard Swineshead, John Dumbleton et al). Todos estes ‘cientistas’ eram na realidade monges. A Lei de Bradwardine nos fala da relação entre força e resistência à velocidade na produção do movimento. Da Escola de Merton surgem alguns conceitos fundamentais, como os de movimento uniforme, aceleração uniforme e o teorema da velocidade média. Estava assim preparado o terreno para a busca de explicações para o mais fundamental dos fenômenos reconhecidos na época, o movimento. Incluídas nessas reflexões estavam as noções de espaço e tempo.
Resultado da criação destas ‘Universidades’ deve-se destacar os importantes estudos do português Álvaro Tomáz (outro monge beneditino) , afirmando que todos os corpos de qualquer dimensão e composição material caem com igual velocidade no vácuo.
As pesquisas de Álvaro Tomáz seriam retomadas, mais de cem anos depois, por Galileo Galilei (1564-1642) no seu Discurso sobre Duas Novas Ciências (1638). Teria Galileo conhecimento dos estudos e resultados de Tomáz?
Igualmente importante foram as investigações sobre o sistema planetário. Nicolau Copérnico, estudou teologia, matemática, medicina e astronomia nas fontes trazidas anos antes do oriente, pelos cruzados e seus monges-cientistas. Posteriormente, por insistência do Papa Clemente VII, escreveu o De Revolutionibus orbium celestium, onde propõs o sistema heliocêntrico.
A partir daí... bem, é apenas historia conhecida... pois surge de vez a Europa moderna....
Tudo graças a uma empreitada sangrenta e baseada no fanatismo religioso: as Cruzadas...
manda este texto pra mim?..mas juntando o um,dois e tres? beijussssssssssss imensussssss
ResponderExcluirEstive lendo Cruzadas I,II E III
ResponderExcluirAchei bem interessante.
Ei isso de cozinhar pagãos e assar as criancinhas nao pode ser verdade né?
acho que é verdade sim!!!!...assavam criancinhas e ainda criaram um molho para acompanhar!!!!
ResponderExcluirbeijocassssss linda...rs
A questão é tão chocante, que gera mesmo um mar de dúvidas!
ResponderExcluirMais alem de estar nos relatos de vários historiadores árabes, está também presente na saga dos próprios historiadores FRANCESES.....
Acontece que, ate agora nos tínhamos apenas como disponível a e sendo a versão dominante: a nossa própria versão dos fatos: Basta remetermos a nossa época escolar, onde nunca nos foi sequer cogitada qualquer dívida da ‘nobreza’ e do ‘comportamento politicamente correto’ dos cruzados, sendo que na realidade, todas as investidas deles não passavam de hordas de fanáticos, motivados por uma sede de ‘vingança’ pela morte e cruxifição do Cristo, como se aqueles habitantes de aqueles povos fossem culpados de alguma coisa.
Alias para qualquer pesquisador honesto hoje em dia a MATANZA em Maara é um dos pontos mais negros dessa época. E ninguém consegue negar este fato!!!!
Matavam e matavam sim.
ResponderExcluirO povo pagão e as crianças foram vítimas mais que reais de tudo isso.
Acho que por isso o assunto me deixa tão indignada
Em nome de Deus a Igreja já fez os maiores absurdos e matou muita gente. Inclusive dissidentes da própria Igreja que tentaram criar seu próprio caminho por ter outra visão como os Cátaros, protestantes e outros.
ResponderExcluirAs Cruzadas foram apenas um de vários desses momentos.
Não podemos esquecer a Inquisição, que ao meu ver foi a mais absurda e infame de todas.
Tao infame que um dos mais sanguinarios inquissidores foi canonizado em 1929!! cujo único "aporte" a humanidade foi promover matanzas indiscriminadas...
ResponderExcluirEntre suas várias vítimas encontra-se a maior filósofo, matemático, astrónomo, e pensador da sua epoca: estou falando de Giordano Brunno.
Estou com o O Martelo das Feiticeiras (Malleus Maleficarum) aqui pra ler. Já dei umas folheadas. É tão surreal na concepção que se não lembrarmos do real propósito podemos até achar que é ficção pura e delirante, e não um instrumento de ensino corrompido.
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