Os sefardíes ou Sefarad (que em hebreu significa: 'España') são os descendentes dos judeus que se instalaram na Península Ibérica (Espanha e Portugal) e viveram por lá até 1492, os mesmos estão ligados á cultura hispânica por meio da tradição e a língua. Calcula-se que atualmente, a comunidade sefardí chega aos dois milhões de integrantes, a maior parte deles residem em Israel, os Estados Unidos da América e na Turquia.
Caracterizam-se também os sefardíes pela sua tradicional língua vernácula, o "ladino", e pela sua fidelidade aos rituais da tradição babilônica, em contraposição ás tradições palestinas e a língua "yiddish" conservadas pelos askenazis.
Lembremos que a primeira Comunidade de judeus, relevante no tamanho e força na sua fé eram os judeus que moravam nas terras babilônicas sob o domínio de Nabucodonosor. Aproximadamente no ano de
Estes judeus desenvolveram prósperas comunidades na maior parte das cidades espanholas (exceção do "País Vasco"). Com destaque nas comunidades de Toledo, Sevilha, Córdoba, Ávila, Granada, Seguia, Soria e Calahorra. Na região conhecida como o Reino de Aragão as comunidades (também conhecidas como Calls) de Zaragoza, Gironda, Barcelona, Tarragona, Valencia e Palma de Malhorca encontram-se entre as mais prósperas. Algumas cidades , como Lucena, Ribadavia, Ocaña e Guadalajara eram habitadas principalmente, por judeus. Em Portugal, de onde muitas ilustres famílias Sefardíes são originarias, desenvolveram-se comunidades ativas nas cidades de Lisboa, Évora, Beja e na região de Trás-os-Montes.
Enquanto viveram nos reinos cristãos da península Ibérica, al igual que os que moravam perto de áreas muçulmanas, sofreram grandes perseguições, porem viveram também por longos períodos de prosperidade e tolerância, seja debaixo da proteção dos reis cristãos como dos "taifas" muçulmanos. Os judeus espanhóis era normalmente aceitos pelos monarcas, não exatamente por carinho ou desinteresse, mais pelos grandes benefícios que representavam ás coroas baixo das quais procuravam proteção. Estabelecia-se assim uma relação simbiótica entre a autoridade real e as "aljamas". As comunidades destes judeus serviam para aumentara a população dos territórios que, após os ataques e avanços militares, ficavam desertas, sem ocupantes, também forneciam lucros e conselheiros ao rei, pois eram médicos, mercadores e outros profissionais qualificados e, que tinham conhecimentos de matemáticas, arquitetura e outras ciências que faziam florescer a economia do lugar onde se assentavam.
O ano de 1492 é uma data fatídica para os judeus espanhóis, que estavam na Península Ibérica desde o início do cristianismo, embora é um consenso entre os historiadores de afirmar que os primeiros assentamentos ocorreram apos a a primeira dispersão realizada por Nabucodonosor II, rei de Babilônia, (atual Irã) no ano de
Conversão ou expulsão, não era possível outra opção. Alguns viraram Cristãos, porem outros tantos optaram pelo exílio, segundo o historiador judeu Yitzak Baer cerca de 170.000 sefardíes marcharam em amarga caminhada atravessando toda a Espanha, de tal forma, que no tinha cristão que no sentisse dor pela triste caravana –conta-nos o Padre Bernáldez nas suas crônicas- em direção dos portos marítimos e rumo á Portugal, de onde seriam expulsos também, em pouco tempo.
Já nos portos embarcaram para o norte da África e os territórios orientais do Império Otomano (hoje a Turquia); más tarde conseguiram ser aceitos e se assentar na França, Holanda, Inglaterra, Itália, os Bálcãs e outros países europeus.
Atualmente os sefardíes compõem em 60% a população dos judeus no mundo, entre as que cabe destacar a comunidade estabelecida em Marrocos e nas cidades espanholas do norte de África: Ceuta e Melilla.

Os sefardíes adquiriram especial renome pelos seus logros intelectuais,. seu aporte a música espanhola em geral é enorme e reconhecida ate os dias de hoje, e, já dentro do contexto da cultura judaica, basta mencionar o pensador R. Moshe ben Maimón, também conhecido como Maimónides ou pelo apelido de: Ramban. Ele é considerado como o maior pensador judeu da Idade Média. Controverso, criou polemica infinita entre os seus seguidores e opositores. A contribuição de Maimónides na evolução do judaísmo proporciono-lhe o mote do segundo Moisés. Sua grande obra no campo da legislação judaica é o Mishneh Torah, desenvolvida em 14 livros e escrita em hebreu (1170-1180). Alem disso, formulou os Treze Artigos de Fé, que nada mais é que um dos diversos credos aos quais os numerosos judeus ortodoxos ainda hoje prezam pela adesão nesses Artigos.
É considerado o filósofo judeu mais importante da idade media.
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