terça-feira, 17 de julho de 2007

A Poesia na cultura Árabe

   

Após a morte de Maomé, os califas (que eram os ‘sucessores do Profeta’) avançaram nas conquistas árabes: de 633 a 643 dominaram todo o território conhecido como Crescente Fértil (Palestina, Líbano, Síria, Mesopotâmia), além de Egito, Armênia, Irã e a Cirenaica; de 647 a 700 conquistaram o Maghreb (“Ocidente”), atual, ou seja a Argélia, Tunísia e Marrocos; de 711 a 713 conquistaram grande parte da Península Ibérica (Espanha e Portugal); de 705 a 715 conquistaram as bacias do Amu-Darya e do Syr-Darya onde hoje é o Afeganistão; e de 710 a 713, a bacia do Indo. Em menos de um século, o Islã estendeu-se ate o Marrocos e da Espanha até a Índia. Na Espanha, os árabes ficaram durante 7 séculos, até que foram expulsos em 1492. Este é o período de ouro da literatura árabe, com dois importantes centros de de influência: Bagdá (na atual Iraque) e Córdoba (na Espanha).  A literatura árabe tem, então, mais de 15 séculos de rica história. Suas obras-primas iniciaram no século V. A poesia e a prosa árabes desenvolveram-se inicialmente na Arábia Saudita, Iêmen e Kuwait.

 

Nesse período (séculos V a VII), a poesia reflete a vida social, o meio geográfico, o deserto árido porém cheio de mistério. O amor é o tema dominante, depois a coragem, a hospitalidade, a honra. A partir de 622, com o chegada do Islã, a poesia passou também a ter papel importante para a propagação da nova doutrina religiosa.

 

Os Poetas mais famosos dessa época foram:

- Amr Bnou El Quays

- Torfa

- Zouhair

- Amr Ibn Koulsoum e

- Antar Ibn Chadad

 

Devemos destacar que, na prosa, o Alcorão é a principal obra da literatura árabe desse período. Maomé era analfabeto mas seus ensinamentos, revelados pelo Arcanjo Gabriel (sim, ele mesmo!), foram memorizados por seus seguidores, e ainda, escritos em folhas de palmeiras, em pedras, em pedaços de madeira ou em couro, e depois coletados em um livro que se denominou “Al-Quran” (o Corão ou o Alcorão), a partir do terceiro califa: Otomã. “Al-Quran” significa “discurso”, “recitação”, e é também chamado de “Kitab Allah” (Livro de Alá). O Alcorão tem 114 “suras” (suratas ou capítulos), divididos em “aiat” (versículos), e sua mensagem é, genericamente: a crença em um só Deus, Alá, e a crença na ressurreição dos mortos e na felicidade eterna. O idioma do Livro Sagrado torna-se assim o árabe tradicional e clássico, utilizado na literatura até os dias atuais. Mesmo assim, os 20 países árabes da atualidade falam dialetos locais que variam de país para país, e que divergem bastante do árabe clássico. O árabe falado na Tunísia, por exemplo, se torna praticamente ininteligível para um nascido no Líbano.

 

Além do Alcorão, distinguem-se também na prosa os discursos dos primeiros sucessores de Maomé:

- Omar Ibn Al-Khattab, o 2º califa, partidário de Maomé; e

- Ali Ibn Abi Taleb, o 4º califa, que foi casado com Fathima ( ou Fátima) , filha de Maomé.

 

Arábia e Síria nos Séculos VII e VIII

A partir de 660, o califado se torna hereditário, iniciando-se a dinastia dos omíadas, com sede em Damasco, na Síria. Durante essa época, a partir de 711, os árabes dominam a Espanha e Portugal.

Nesse período, destacam-se a poesia da corte e a poesia do amor.

 

A poesia da corte destinava-se a cortejar o soberano, a enaltecer suas virtudes, como a bravura, a honra, a hospitalidade. Destacam-se os nomes de:

- Al Akhtal

- Al Farazdaq e

- Jarir

 

A poesia do amor, nesse período, era polêmica e se dividia em dois grupos: o “amor com prazer” e o “amor romântico”.

Enquanto que os poetas do “amor romântico” serão fiéis a apenas uma mulher, seja na vida real, seja na produção literária, os poetas do “amor com prazer” dedicam sua vida e sua literatura a exaltar a paixão da carne, a sensualidade, o prazer do sexo. Entre os primeiros (românticos) destaca-se Majnoun Layla e entre os que exaltam o prazer sexual destaca-se Omar Ibn Abi Rabiha.

 

 

Bagdá, e Córdoba no mundo árabe,  Séculos VIII ao XVIII

Em 750, a dinastia dos omíadas foi substituída pela dos abássidas, que iria se manter até 1258, e inicia-se o Califado de Bagdá. O último omíada expulso de Damasco se refugia em Córdoba (Espanha), e funda o Califado Omíada do Ocidente. Onde mantiveram-se por mais de 7 séculos, exatamente até 1492.

-=[Este ano é particularmente interessante, não só na historia da Espanha, como na Historia Mundial] Nele Cristóvão Colombo acaba descobrindo a América. E no outro marco: os judeus Sefardies são expulsos da Espanha=-

 

Continuando; O poderio árabe atinge seu apogeu em meados do século IX. Sua capital, Bagdá, durante 5 séculos se torna o centro político e cultural do Oriente. É a idade de ouro da literatura árabe, que incorporou a filosofia, a sociologia, a ciência, a história, as artes e o amor. Nesse período, outro centro se distingue, além de Bagdá: o califato omíada estabelecido em Córdoba na Europa. A incorporação da cultura grega enriquece ainda mais a cultura árabe, pois ela também adota as culturas dos povos conquistados, além das heranças e tradições da Mesopotâmia, da Índia e da Pérsia. Pode-se dizer que culturalmente, de certa medida, os conquistadores foram dominados pelos conquistados. Os mais famosos contos “Alf Laylah wá Laylah” (“As mil e uma noites: ) eram originalmente persas, não árabes. Os persas escreveram os mais importantes livros da “Hadith” (Tradição), que fazem parte tanto da seita xiita quanto da sunita.

 

A cultura e a literatura árabes floresceram esplendidamente durante a Idade Média, enquanto na Europa, ocorria o “período das trevas”, ocasionado pela Inquisição católica, deixando a Europa na mais profunda escuridão cultural. Por tanto, devemos aos árabes a conservação da cultura grega e muitos aspectos culturais europeus inspiraram-se nos costumes árabes. Como o conceito da cavalaria, na Europa, uma arte bélica desenvolvida com base no cavalo, foi uma noção que veio do Islã.

 

Paradoxalmente, os muçulmanos preservaram a cultura grega para o Ocidente, que mais tarde iria ser o fermento do Renascimento, quando os cruzados retornavam as sua terras, levaram aquela cultura e as ciências árabes para a Europa. Enquanto isso, os árabes permaneceram fiéis aos rígidos ensinamentos do Alcorão, sem nenhum desvio de rota.

 

Bagdá, fundada em 762 por Al-Mansur, segundo califa da dinastia abássida, era o maior centro de cientistas, tradutores, riquezas e mulheres bonitas em todo o mundo. Os califas incentivam e protegem os sábios, filósofos e poetas, construindo academias científicas, bibliotecas públicas, observatórios e instituições de estudos e pesquisas. Bagdá chegou a ter 36 bibliotecas públicas e um corpo de tradutores. A primeira tradução de Aristóteles foi paga com diamantes. Ninguém era rico sem incentivar as artes. Em nenhuma parte do mundo se manifestou tamanha paixão pelos livros. Lembremos que nesse ano: 762 a Europa não passava de um amontoado de vilas primitivas onde ninguém sabia sequer ler e menos ainda, escrever.

 

Em 1258, o mongol Hulagu (descendente de Gengis Khan) invadiu Bagdá e matou o último califa, saqueou Bagdá e destruiu completamente o Iraque, incluindo seus canais de irrigação. Em 1401 ocorre a última invasão mongol, quando o turco Tamerlão – que, também se declara descendente de Gengis Khan destrói novamente Bagdá. A partir de então, Bagdá esteve alternadamente sob domínio persa e turco, até nosso tempos, quando em 1917, foi tomada dos turcos por forças britânicas. Em 1958, um golpe de Estado faz surgir a República do Iraque. Em 1991, Bagdá é atacada pelos EUA sob pretexto de "libertar" o Kuwait, que fora invadido por tropas de Saddam Hussein.... O resto vocês já sabem...

 

Conhecam alguns aforismos e provérbios da época:

“Se quiseres ver a glória de Deus, observe a beleza de uma rosa vermelha”.

“Não declares que as estrelas estão mortas só porque o céu está nublado”.

“Os ricos e os avaros são como as mulas: carregam ouro mas comem aveia”.

“O avaro trabalha para as três pessoas que mais detesta no mundo: o futuro esposo de sua mulher, o genro e a nora”.

“Quando tudo é destruído, o que sobra é a cultura”.

 

Os melhores Poetas famosos dessa época foram:

- Abou Tamman

- Ibn El Roumi

- Al Bohtori

- Al Moutanabbi

- Abou Nawas

- Bachar Ibn Burd

 

Na poesia filosófica distinguem-se Abou Atahia e Abou Al Alaa Maari.

Na poesia sufista ou mística sobressaem Ibn Al Arabi, Al Hallaj e Ibn al Farid.

Na prosa temos Ibn Al Moukaffah e Al Jahez, o “Voltaire” árabe.

Na filosofia destacam-se quatro gigantes do pensamento humano: Al Farabi, Avencina (Ibn Sina), Averroés e Al Ghazali. O físico e filósofo Ibn Sina recebeu estudou em Bukhara, e com a idade de dez tinha se tornado bem versado no estudo do Alcorão e das várias ciências. Começou estudar a filosofia lendo os livros dos gregos, onde aprendeu a lógica e alguns outros assuntos de Abu Abdallah Natili, um filósofo famoso de sua época. A palavra “alfarrábio”, sinônimo de livro antigo, volumoso, de conteúdo muitas vezes inútil, deriva-se de “Al Farabi”.  Já Averroés nasceu em Córdoba, em 1198, e estudou quase todas as ciências e a filosofia de seu tempo, escrevendo obras sobre medicina, física, astronomia, jurisprudência muçulmana, filosofia, teologia.

 

Principal representante da filosofia árabe, Averroés foi o precursor dos filósofos heréticos do islamismo e do cristianismo, e sua influência estendeu-se até a Renascença. Seus comentários sobre Aristóteles em “Sharh” (Grande Comentário) e “Telkhis” (Resumo), traduzidos para o latim na primeira metade do século XIII, tornaram conhecida para nós a filosofia de Aristóteles, que influiu no pensamento de Tomás de Aquino, produzindo verdadeira revolução no pensamento cristão, até então baseado no platonismo”. Para Averroés, na interpretação do Alcorão, há verdades óbvias para o povo, verdades místicas para o teólogo e outras científicas para o filósofo. Daí resulta a “idéia das duas verdades” de Averroés, segundo a qual uma proposição pode ser teologicamente falsa e filosoficamente verdadeira e vice-versa. Averroés foi expulso da Espanha pelo califa Al-Mansur, que considerou desrespeitosas suas idéias sobre o Alcorão.

 

Temos também Al-Ghazzali que escreveu “Tahafut al-falasifah” (A Incoerência dos Filósofos), obra combatida por Averroés em “”Tahafut al-tahafut” (A Incoerência da Incoerência), na qual faz defesa do neoplatonismo e do aristotelismo contra os ataques de Al-Ghazzali.

 

Na sociologia destaca-se o Historiador Ibn Khaldoun. Ele nasceu em Túnis em 1332 e faleceu no Cairo em 1406. “Considerado o primeiro escritor do mundo árabe a dar à história o caráter de ciência, sua obra só foi descoberta pela Europa no século XIX. Nos “Maqaddimah” (Prolegômenos) de sua “Kitab al-Ibar” (História Universal), propõe uma nova sociologia da civilização, estudando as condições gerais que regulam o desenvolvimento da sociedade humana a partir do “asabiyya”, ou espírito de solidariedade do grupo social, unido por laços de sangue e identidade de interesses, que é a principal força propulsora de sua evolução. Sua filosofia da história baseia-se no estudo das civilizações grega e árabe, e sobretudo em suas próprias experiências.”

 

Mesmo assim, a obra mais conhecida por nós em Ocidente é a coletânea de contos “Alf Laylah wá Laylah” (Mil e uma noites). É uma obra coletiva e anônima, cujos contos têm origem diversa. O interessante é que, Os temas, originários da Índia, chegaram aos árabes através dos persas. O núcleo da obra é constituído pelo livro “Mil contos” traduzidos do persa antes do século X. Outros são acrescidos em Bagdá no século X, e mais outros são incorporados no Cairo, por volta do século XII. No século XIII ou XIV são ainda inseridos contos didáticos, estruturando-se as “Mil e uma noites” na forma como passou a ser conhecida. O conto central de “Mil e uma noites”, a história de Xarazade, (ou Sherazade) e pasmem, é de origem indiana: “Conta ele que Chahriyar, um dos reis de Sassão, ‘rei das ilhas da Índia e da China’, desiludido com as mulheres, porque experimentou a traição da sua, ordenou ao Vizir (Ministro) que todas as noites lhe trouxesse uma donzela: após possuí-la, mandava matá-la na manhã seguinte. Até que a vez coube a Chahrazad, filha do vizir. Esta pediu ao rei para se despedir da irmã, Dinazard. O rei concede e manda chamá-la. Depois possui Chahrazad. Dinazard então pede à irmã que conte uma história para passarem os três a noite. E, com o assentimento do rei, Chahrazad começa a narrativa que ao romper do dia ainda não tinha terminado. O rei, curioso para saber o desfecho, resolve não matá-la logo. Mas as histórias se sucedem noite após noite até que o rei suspende definitivamente a condenação de Chahrazad ou Sherazade.”

 

O romance “Baibars” conta a história do sultão mameluco Baibars, que defende o Islã dos mongóis e das cruzadas.  Córdoba, já dominada pelos árabes, na Espanha, no ano 1000, era considerada a “capital do mundo Ocidental”. Suas 70 bibliotecas tinham mais de 500 mil volumes. Essa cultura ajudou a preparar a Europa para a Renascença, incluindo a ciência trazida dos gregos. Outras cidades importantes do Egito e do Marrocos contribuíam para este brilhantismo da cultura árabe.  Embora eles não doavam nada, eram os poetas e escritores árabes que faziam questão de ler, observar, aprender tudo e depois traduzir e guardar.

 

Os poetas árabes mais famosos da Península Ibérica foram Ramadi, Ibn Chuhaid, Ibn Wahbun, Moutamid, Ibn Guzman e Ibn Hazm.

 

Ibn Hazm é uma das personalidades mais eruditas da literatura árabe na Espanha. Foi político, jurista, historiador, bibliógrafo, teólogo, exegeta, metafísico, psicólogo. É autor de “Tawq al-hamama” (O Colar da pomba) e seu livro principal, amplamente divulgado na Europa, é “Kitab al-Fasl fil’l-Milal wa’l-Ahwa Wa n-nihal” (Livro das religiões e das seitas), que é um dos primeiros trabalhos sobre teologia e religião comparada.

 

Ibn Guzman é considerado o maior poeta no gênero “zadjal” (poesias de estrofes no esquema AB cccA dddA etc.). A ele se atribui influência decisiva para a origem e desenvolvimento da poesia trovadoresca na Espanha e na Provença. As cortes rivais de Córdoba eram Toledo, Granada, Sevilha e Valência. Todas na Espanha.

 

A passagem dos árabes pela Espanha e por Portugal enriqueceu nosso vocabulário, a exemplo de palavras como “fatura”, “bazar”, “xerife”. Muitas palavras que começam com “al” tem origem árabe: alface, alcaide, algarismo, álgebra, almanaque. “Alfarrábio”, já foi dito, origina-se de Al-Farabi, filósofo árabe, e tem o significado de livro antigo, volumoso. “Salamaleque”, palavra que quer dizer “excesso de reverência”, teve origem na saudação árabe “salam alikum” (a paz esteja contigo). “Intchaalá!” (significa:  se Deus quiser!), expressão utilizada em toda a conversação árabe, deu no nosso “oxalá”.

 

 

Líbano, Egito e o renascimento das letras árabes nos Séculos XIX e XX

Com a Revolução Industrial, houve o avanço do Ocidente sobre os países árabes, que foram colonizados pelos europeus, ocasionando o declínio da literatura árabe.   Eruditos libaneses tiveram destacado papel no renascimento das letras árabes. Afortunadamente, as montanhas do Líbano serviram de refúgio a muitos tesouros do idioma árabe, que escaparam, assim, da sanha persa e de outros povos conquistadores do Oriente Médio.

No século XIX, eruditos libaneses lançaram a gramática, os dicionários, as impressoras, as revistas, jornais, traduções, especialmente a cargo das famílias Boustani, Chartounny e Yazigi.

 

Líbano tem uma bela capital, Beirute, outrora a “pérola do Oriente Médio”, antes que uma guerra civil de 15 anos destruísse a cidade. Mas Beirute, com um passado de 5.000 anos, de origem cananeo-fenícia, é “a cidade que se recusa a desaparecer”. Líbano é também o país dos cedros, os mesmos cedros que foram transportados para Jerusalém, para a construção do Templo de Salomão.

 

Líbano é o país de montanhas espetaculares, cobertas de neves. É o país de castelos dos cruzados, o país dos portos de Trípoli e Byblos. É também a Terra Santa por onde peregrinou Jesus Cristo, como Tiro e Sidon. É um país amadurecido por séculos de civilizações e provações. Quando o Islã chegou ao Líbano, após o ano de 640, criou com o Cristianismo um modo de vida original de tolerância mútua. Infelizmente, desde o século passado isso mudou, trazendo a intolerância religiosa que afetou a vida nacional do Líbano, resultando em sangrenta guerra civil, que dispersou grande parte de seu povo por todos os cantos do planeta. O Brasil, país que tem por tradição acolher bem os estrangeiros, tem a maior população libanesa do mundo, maior em número ate no próprio Líbano.

 

Poetas e escritores libaneses dos séculos XIX e XX:

- Khalil Moutran

- Bechara El-Khoury

- Chbli Mallat

- Ahmed Farés Chidiac

- Omar Fakhouri

- Amin Nakhlé

- Gibran Khalil Gibran

- Michail Naoymé

- Faouzi Maalouf

 

Gibran Khalil Gibran é conhecido principalmente por sua obra “O Profeta”. Outros livros de Gibran, todos traduzidos para o Português por Mansour Challita, incluem:

- Jesus, o Filho do Homem, - O Louco,  - Areia e Espuma, - Parábolas, - Uma Lágrima e um Sorriso, - As Ninfas do Vale, - Temporais, - O Precursor, - Os Deuses da Terra, - O Jardim do Profeta, - Curiosidades e Belezas, - As Almas Rebeldes, - A Música, - O Errante, - Asas Partidas, - Gibran, esse Homem do Líbano

Há, ainda, a “Biografia de Gibran”, de Bárbara Young, também traduzido por Challita. Outras obras de Mansour Challita incluem ainda:

- Traduções de “O Alcorão”, “Kalila e Dimna”, de Ibn Al-Mukafa;

- Antologias: “As mais belas páginas da literatura árabe”, “Os mais belos pensamentos de todos os tempos”, “Os mais belos pensamentos de Gibran”, “Hinos ao prazer: os mais belos poemas de amor do Oriente desde o século I a. C. até hoje” e “As mais belas páginas da literatura libanesa”.

- Monografias: “As mil e uma noites em nossos dias”, “O Alcorão ao alcance de todos”.

 

No Egito, também nos séculos XIX e XX, o renascimento das letras árabes dá-se principalmente com estes Poetas:

- Ahmad Chaouki

- Hafez Ibrahim

 

Reformadores sociais e políticos:

- Al Afghani

- Mohamad Abdo

- Taha Hussein

 

Romancistas:

- Ismail Sabri

- Toufic Al-Hekim

- Nagib Mahfouz

 

Infelizmente, a intolerância chegou a tal ponto que; Em junho de 1992, o escritor egípcio Farag Fouda foi morto por dois extremistas no Cairo e um porta-voz da Sociedade Islâmica, grupo fundamentalista do Irã, assim se pronunciou: “Quem quer que advogue as idéias de Fouda merece ser morto de acordo com as normas do Islã”.   No dia 14 de outubro de 1994, o escritor egípcio Nobel de Literatura, Nagib Mahfouz – considerado a consciência do mundo árabe – foi esfaqueado na garganta após sofrer várias ameaças de morte por parte de fundamentalistas islâmicos. Seu romance “Filhos de Gebelawi”, pelo qual foi condenado à morte pelos zelotes islâmicos, passou a ser vendido “como tortas quentes” – conforme noticiou o jornal Al-Ahram de 29 Dez 94 – 4 Jan 95. A obra mais importante de Nagib Mahfouz é “A Trilogia do Cairo”.

 

Há importantes poetas e escritores em outros países árabes:

- Iraque: Sidki Az-Zahawi

- Síria: Khalil Mardam, Omar Abou Richa

- Marrocos: Abas Ibn Ibrahim, Alal Al-Fasi

- Argélia: Mamad Eid, Hammoud Ali

- Tunísia: Ach Chabi

- Palestina: Mahmoud Darwich, Ziad El-Kassem

- Jordânia: Hosni Fariz, Mostafa Wehbé Tell

 

Nos primórdios da literatura árabe, havia muitas mulheres dedicadas à poesia e à literatura, devido à influência que as mulheres viúvas do Profeta Maomé exerciam sobre a comunidade islâmica. Com o tempo, as mulheres muçulmanas foram praticamente proibidas de exercer essa e qualquer atividade, devido aos rígidos preceitos islâmicos. Atualmente, porém, há um renascimento dessa categoria no mundo árabe e islâmico.

 

Mesmo assim, nos dias de hoje, devido à patrulha fundamentalista islâmica, muitos autores são perseguidos, além dos egípcios já citados. O indiano Salman Rushdie, autor de “Versos Satânicos”, foi condenado pela “fatwa” (decreto religioso) islâmica e sua cabeça colocada a prêmio pelo Aiatolá Khomeini. A escritora de Bangladesh, Taslima Nasrin, fugiu de seu país para a Suécia para escapar da perseguição fundamentalista, acusada de distorcer o sentido do Alcorão, de propor direitos iguais para ambos os sexos (!!!) e de escrever temas relacionados a sexo – um tabu para as mulheres islâmicas.

 

Bem, finalmente chegamos ao fim deste pequeno trabalho, --“al hamdulilá”!-- (Graças a Deus!) Espero que o leitor tenha gostado da rápida viagem feita no tapete persa finamente enjambrado da literatura árabe.  Intchaalá! (Se Deus quiser!)

 

E, com todo meu carinho para vocês,   Chukrán! (Obrigado!)

 

8 comentários:

  1. Há controvérsias.
    O Xá era do Irã, e não do Iraque, por exemplo. Mas está ótima a informação da literatura,e cultura.
    abraços
    elo

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  2. 'Lapsus calami'
    quiz mencionar o Rei Faiçal

    Já ajeitei..rsss...

    Grato!

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  3. Hei, não quis dar uma de correto. Mas gostei do "lapso calami", rsrs.
    Tem um livro que sempre estou lendo uma passagem ou outra, e me conduziu a uma postura mais secular diante do munda árabe:
    A História dos Povos Árabes.
    abraços
    elo

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  4. É interessante haver esses provérbios sobre avareza. Minha parca experiência com os libaneses os mostram sempre como pessoas generosas. Mas, comentando um desses, o que fala que o avaro trabalha para quem mais detesta.. e se for solteirão? nem isso! terra, cupim, barata, governo!!

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  5. Gostei dos seus comentarios, quando moço morei em Buenos Aires e justamento no Bairro dos libaneses, Av.Independencia Entre San Juan e Boedo....eles eram mesmo generosos... embora tinha tambem os carinhas 'mao de vaca'...mais ..onde não tem???

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  6. i fenk this is amazing... i love POESIA and the texts is fantastics...tanks for this site briliant and so beautiful..its emocionant...by by... try post mor fenks abaut árabes...because i love this culture!

    kisses
    l

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  7. Nice to see.. that you liked visiting mi corner...

    Please, feel free to come back at any time, and also, ask... any thing

    Kisses 'n' hugs!

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