O escritor Jean de La Fontaine nascido em 8 de Julho (1621-1695) revitalizou as fábulas, dando-lhes um sentido humorístico refinado, com belas imagens poéticas. La Fontaine tornou-se conhecido com suas fábulas inspiradas nas tradições clássicas e oriental.
De origem burguesa, estudou Teologia e Direito e acabou assumindo o mesmo emprego do seu pai: Inspector de Águas e Florestas.
Admirador e íntimo de poetas e literatos como Racine, Molière, Boileau e outros. Largou tudo para dedicar-se á literatura. É considerado um classicista, no sentido de que o classicismo é o núcleo da poesia lírica. Sendo que, no classicismo os géneros poéticos mais cultivados são o satírico e o didáctico, e em ambos se destaca Jean de la Fontaine.
Os temas das suas Fábulas não são novos, mas sim herdados da tradição popular, inpirados no filósofo Grego Esopo, ao mesmo tempo são originais nos comentários e as digressões, que formam, em palavras da sua autoria, «uma ampla comédia em cem actos diferentes». Além da interessante moralidade didáctica das suas fábulas, apreciamos a sua delicada sátira, expressa com métrica variada, segurança linguística e notável perfeição na composição. Em resumo otima leitura para todos, especialmente para crianças, pois desenvolve interesse pelo hábito da leitura, ao mesmo tempo que educa e ensina de maneira totalmente didáctica: Os personagens são na maioria animais que se comportam como seres humanos e representam hábitos e vícios de sua classe.
Escritas em versos, incluem histórias mundialmente conhecidas como "A Cigarra e a Formiga", "O Corvo e a Raposa" e "O Lobo e o Cordeiro", "O pavão queixando-se a Juno". etc. Alem do seu valor literário suas obras são mesmo um tesouro para o ensino, pois neles, sempre estão presentes elementos de comédia e drama.
Trechos:
A Cigarra e a Formiga:::::
Vendo a cigarra o fim do verão,
Apavorou-se com o frio da próxima estação.
Sem nada para se alimentar,
Com fome, foi ver a formiga, sua vizinha,
pedindo-lhe alguns grãos para agüentar
Até vir uma época mais quentinha!
-"Eu lhe pagarei", disse ela,
"Antes do verão, palavra de animal,
A formiga perguntou:
"O que você fazia no calor do verão?"
"Noite e dia, eu cantava no alto da árvore
Sem querer dar-lhe desgosto."
"Você cantava? responde a formiga: Que beleza!
Pois, então, dance agora!"
Depois, com pena da cigarra, falou: Puxa vida! Então era você que ficava alegrando nossas vidas enquanto trabalhávamos? - disse a formiga. - Sim, era eu mesma - disse chorando, a cigarra. Então está bem, fique morando aqui até o tempo ficar bom.
Moral da História: Deve-se prever sempre o dia de amanhã.
O corvo e a raposa:::::
Um corvo pousou em uma árvore, segurando um queijo no bico; ele queria comê-lo. Foi quando chegou uma raposa, atraída pelo cheiro do queijo.
"Ah, bom dia , senhor corvo!" exclamou a raposa. Puxa, o senhor está com ótima aparência. Se seu canto for tão belo como sua plumagem, então o senhor é o mais belo de todos aqui na floresta".
Isto deixou o corvo cheio de orgulho e seu coração bateu, mais alto do que antes, de tanta alegria. Então, para mostrar a ela que tinha uma bela voz também, ele escancarou o bico. E o queijo caiu lá embaixo.
A raposa o apanhou e disse:
Meu bom homem, agora você aprendeu por si mesmo: um manipulador vive às custas de quem o escuta – pagar um queijo por esta lição, até que não é caro."
O corvo até tremeu de vergonha, jurou pra si mesmo que não se aproximaria novamente da raposa. Porém, já era um pouquinho tarde...
Moral da História: Desconfia dos aduladores (os conhecidos como puxa-sacos); eles abusam da sua credulidade, e se preparam para tirar algo seu valioso, pelos seus elogios.
O Lobo e o Cabrito:::::
Um cordeiro estava bebendo água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma correnteza forte. Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo, também bebendo da água.
- Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo - disse o lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome.
- Senhor - respondeu o cordeiro - não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está falando.
- Você agita a água - continuou o lobo ameaçador - e sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
- Não pode - respondeu o cordeiro - no ano passado eu ainda não tinha nascido.
O lobo pensou um pouco e disse:
- se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo.
- Eu não tenho irmão - disse o cordeiro - sou filho único.
- Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue.
Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro,a garrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado.
Moral da História: A razão do mais forte é sempre a que fica.
O pavão queixando-se a Juno::::
Certa vez, o pavão foi falar a Juno --na mitologia romana, ela é a esposa de Júpiter e musa das mulheres, do casamento, da fecundidade-- Muito nervoso, o bicho começou a reclamar: -Ó deusa celeste, eu protesto contra você pela péssima voz que me deu! Sou sua ave e, como quero te elogiar bem alto, causo um barulhão nos campos em torno daqui com minha voz destemperada! O rouxinol, que é tão esmirriadinho, tem uma voz encantadora. A primavera tem sorte de poder ouvi-lo cantar. O mundo se encanta com aquele infeliz-!
Juno ficou irada, com muita raiva, e disse:
-- Cale a boca, seu estúpido invejoso! Por que você deseja a voz do rouxinol sonoroso? Você tem a beleza ornada na sua cauda, brilhantes listras em seu pescoço. Nunca vi uma ave que se pareça tão bem como você quando está passeando! Ninguém nunca poderá reunir todos as qualidades que quiser. A natureza dividiu seus dons com todos: deu coragem às águias, ligeireza aos falcões. Por sinal, o corvo grasna, a coruja -- pia, a gralha pressente coisas ruins que estão para acontecer. Todos eles se contentam com o que são. E se você voltar a se queixar comigo, lhe darei voz de Filomena, mas hei de tirar as plumas que lhe dei!
Moral da História: o invejoso pavão não quis a troca. Porque é fácil invejarmos sempre o que os outros possuem, mas sem querer largar o que é nosso...
Puxa, sté que enfim, algo dinâmico, agradavel de se ler. Leitura para qualquer leitor!Adultos e crianças.Bjk.
ResponderExcluirBom dia!Leitura agradável, dinâmica e que passa ensinamentos!De leitura bancária este mundo está cheio! Deve ser questionadora e com a intenção de formar e não acumular informações!OK?
ResponderExcluirBom dia!Leitura agradável e dinâmica!Tem a intenção de realmente formar e não somente acumular informações. De leitura bancária este mundo está cheio!Bom!
ResponderExcluirBjk.