domingo, 20 de julho de 2008

O filme Wall-E

Assisti finalmente, apesar de relutar bastante, pois estou firmemente convencido de que, os efeitos especiais já saturaram demais a filmografia em geral, (exceção de Monstros S.A....rsss.)  mas sou obrigado a dizer que me emocionei bastante com o filme e, encontrei no trabalho da Pixar, alguns pontos de vista  que me fazem ficar contente e acreditar que a humanidade tem  esperanças... sim!

Vejamos : tecnicamente o filme é impecável. Como sempre acontece nos filmes da Pixar, a direção consegue equilibrar ação, drama, romance e comédia em uma produção que nos faz passar por uma intensa gama sensações. A fotografia é com certeza perfeita, para não dizer impressionante!

Mas o que mais me interessa falar sobre a Pixar não é a parte técnica. Assisti a quase todos os longas feitos por esse estúdio e sempre observei com interesse os temas levantados por eles. Desde as brincadeiras com Toy Story até a diversidade de Monstros S.A, passando pela apaixonante jornada do herói em Procurando Nemo, pelo humor e redenção de Os Incríveis e chegando até o herói mais inesperado da história em Ratatouille (Remy - o rato).  Não creio que tão cedo se apagará de minha memória o discurso final do crítico culinário Anton Ego  sobre as dificuldades em aceitar as coisas que fogem a padrões pré-estabelecidos  (Filosofia pura, inserido dentro de um simples 'desenho animado'), puxa!  acho bacana essa perspicácia e sutileza de tentar fazer algo legal...num ramo que parece tao banal e simples, como o de um desenho animado!
E neste surpreendente e simpático Wall-E as coisas não são diferentes. Se as crianças se ligam ao filme a partir da ação e das piadas apresentadas e bem dosadas ao decorrer do filme, nós adultos também temos muito para ver e apreciar.
Na trama, não deixa de ser interessante que o mundo esteja destruído, reduzido á escombros  e que os humanos que sobreviveram estejam tão obesos que não consigam mais nem andar. Sim, apenas um pequeno exagero dos tempos em que vivemos. A obesidade é um problema mundial, que já preocupa até as Nações Unidas. No filme este adorável e pequeno robô parece ter reunido nele todos os nossos desejos mais secretos: a necessidade de encontrar um outro que nos complemente, a nostalgia por um tempo que passou e que parecia conter muito mais magia do que o nosso hoje.
Quero lembrar que o robozinho lembra o personagem de um outro filme de 1986: Short Circuit - O Incrível Robô. que era também um personagem doce e motivado para ser  'reconhecido'...com um nome próprio: Johnny 5...  Até,  acho que, durante uma boa parte dos anos 80, os robôs estiveram na moda, estrelando vários filmes e desenhos animados. Hoje em dia, foram substituídos por andróides e clones.  
Assim, tendo os robôs em tão alta conta, também não é de se estranhar que um dos meus filmes preferidos daquela época fosse O Incrível Robô,  ou "Um Robô em Curto Circuito" (o nome que lhe foi dado na Sessão da Tarde...heheh). Como era uma comédia familiar com um robô, comprei uma fita para assistir com as crianças; e realmente foi assistido, umas cem vezes. Tudo bem, foram só umas três, mas para uma criança isso significa um monte. né?

Mais voltemos ao nosso herói Wall-E: Os criadores juram que a inspiração veio de dois lugares diferentes (ah..tá eu vou fingir que acredito..!): o próprio logo da lampadinha saltitante da Pixar e um par de binóculos para assistir os jogos de beisebol... Afffff..
Acho que,  embora de possa ser até de maneira inconsciente, eles se inspiraram mesmo no robô Johnny 5.

No filme, nosso pequeno herói fica tentando encontrar "sua" EVA, e nessa busca ele fará tudo o que é necessário para reencontrar seu amor… opa, amor? E ele ama? Não sei. Mas a atmosfera de filme é tão bem empolgante, que você nem tem tempo de discutir isso, aliás, você chega a torcer mesmo:  Assim, o pequeno Wall-E depois de tanto tempo só, ele encontra alguém com quem pode tentar compartilhar e dividir sua solidão. E insiste. Insiste até as últimas conseqüências, doando-se para o outro e chegando à sua quase completa destruição. Quando tudo parecia perdido eis que encontramos um resquício de vida naquela pequena máquina deixado em uma terra desolada, assim como é encontrada uma pequena e frágil planta em um planeta semi-destruído.

Os diretores da Pixar parecem querer mandar um recado para nós, espectadores: Existe por aí um resquício de humanidade. Pode estar escondida em algo ou algum lugar completamente impensável… precisamos estar atentos!

O outro filme que me emociona e o faço de novo toda vez que o revejo é "Monstros S.A".

"At last I am born
Leaving the one true free life born
I once thought I had numerous reasons to cry
And I did, but I don't anymore
Because I am born, born, born"

- Morrisey - formerly The Smiths "At Last I Am Born"

3 comentários:

  1. Vi todos os filmes que você menciona, com exceção de Wall-E, este ainda não vi. O último que vi foi exatamente Ratatoullie e também fiquei impressionada com o discurso de Anton Ego. Mas sou suspeita para falar, amo desenho animado, seja da Disney, seja da Pixar!:-)
    Abraço
    Yolanda

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  2. Tudo bem, e penso que, ultimamente os 'desenhos animados' nao tem nada a perder para os filmes chamados de 'normais'.. com atores de carne e osso...
    Por tanto, recomendo mesmo assistir logo Wall-E...
    ;-)
    Abços

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  3. Assim que tiver um jeito eu vou. Minha filha foi com o pai vê-lo no domingo.
    Obrigada

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