sexta-feira, 4 de julho de 2008

- Sobre estar sozinho-

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio.

As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver  melhor consigo mesmas. 

Esse nosso mundo atual e tecnológico, ate favorece o fato de ficar sozinho,
Temos aparelhos para tudo!, microondas, freezer, lava-louças, internet, celular....
Nem sequer existe o pretexto de ter alguém.... porque não sei fazer isto ou aquilo....

Mas, e principalmente: O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo está fadada a desaparecer neste novo século.                                                

O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.

Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização, o outro (Ele ou Ela) anula-se em prol da convivência harmoniosa, e que, historicamente, tem atingido mais a mulher.   Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.

A teoria da ligação entre os pólos opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que..... eu não sei (!).                                                                 
Se sou manso, ele deve ser agressivo, coisa contrária mesmo, e assim por diante.

Uma idéia “prática” de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria.
Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.

Eu gosto e desejo da sua companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração.

Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro  de viagem.

O homem é um animal que tem a mania de ir mudando o mundo onde habita,
e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou!.

Estamos entrando na era da individualidade, o vamos aproveitar para esclarecer:
não tem nada a ver com egoísmo.

O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro,
seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.
Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.

E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.

A solidão chega a ser boa, ficar sozinho não é vergonhoso.                                               
Ao contrário, dá dignidade à pessoa.

As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho,
ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.

Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.
Cada cérebro é único. Cada um de nos tem uma personalidade própria,
Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.

Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade,
o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.

Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.

Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.

Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes
você tem de aprender a perdoar a si mesmo...

Quando chegar nesse ponto: o de saber Respeitar ao parceiro (a), é muito mais fácil
e, até reconfortante, ficar ciente disso.... pois nos dá mais segurança em nós mesmos....

6 comentários:

  1. Amei esse texto!!!

    Parabens!! E viva o amor de desejo, a individualidade e os inteiros!!

    bjs

    ResponderExcluir
  2. Oi Marcia...estavas sumida....

    Estas de volta no Brasil?

    :-)


    E....Viva!!

    ResponderExcluir
  3. Sim!!!!!

    Estou no brasil desde finalzinho do ano.... mas cheguei nem deu tempo direito pra desfazer as malas e ja estava trabalhando... .e muito...
    Agora que voltei a ter uma "rotina"....
    Agora vou aparecer mais vezes!!! :)

    beijos

    ResponderExcluir