segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Holofernes

Holofernes (em hebreu: הולופרנס) foi o maior general das tropas assirias de Nabucodonossor, ele aparece nos livros Bíblicos dos chamados deuterocanónicos de Judith ( Ou Judite), e na Bíblia dos Ortodoxos
 (Judite 3,1)   "Então os reis e os príncipes de todas as cidades e de todas as províncias, da Síria, da Mesopotâmia, da Síria de Sobal, da Líbia e da Cilícia, enviaram seus delegados a Holofernes para lhe dizerem.... "

Conta a lenda que, o Rei Nabucodonossor enviou Holofernes para arrasar as nações ao Oeste do seu reinado pois mostravam-se rebeldes e negavam-se a prestar obediência ao seu reino. O General deixou sitiados os exércitos israelitas, na vila de Bethulia, reconhecida como sendo a atual Meselieh, logo a cidade estava prestes a render-se, e só foi salva de ser queimada e arrasada por uma bela mulher judia de nome Judith, quem foi ate o acampamento do general e ofereceu-se a Holofernes para festejar a sua vitória, e após embebedá-lo decepou a sua cabeça enquanto ele dormia embriagado. Então ela retornou a Bethulia com a cabeça dele em um saco, e assim os Hebreus venceram o inimigo.

Desde então, Holofernes aparece em várias citações na Literatura e na Pintura, ao longo da história, Nos Contos de Canterbury ele está no The Monk's Tale, e na Divina Comedia de Dante aparece no Canto do Purgatorio (onde Holofernes pode ser encontrado no Terraço do Orgulho). Na pintura abaixo vemos o contraste entre o corpo decepado e as jóias, da bela mulher, inclinado sobre a sua vítima, Existe também um paralelo entre a figura do Velho Testamento:  Salomé que foi quem pediu a cabeça de João o Baptista.

Essa pintura: “Judith Beheading Holofernes”  ou (Judith e Holophernes), foi completada em 1599, é  realizada pelo pintor Italiano Caravaggio. Ela encontra-se na galeria do Palazzo Barberini, em Roma.

Essa foi a primeira vez que o pintor Caravaggio escolheu um tema altamente dramático. Na pintura original Judith estava com os peitos nus de fora, os quais foram posteriormente cobertos por uma túnica semi-transparente.  Os detalhes e a presição realística (perto dos mais finos detalhes de um livro de Anatomia), levou a muitos críticos á pensar  que a pintura era sobre as execuções dos Romanos de ‘infiéis” realizados no tempo de Giordano Bruno e de Beatrice Cenci em 1599.

A modelo que faz Judith é Fillide Melandroni, uma cortesã muito conhecida naquela  época, e quem Caravaggio chamou mais de uma vez para usar como modelo em várias pinturas na mesma época. Algumas notáveis são:  “Santa Catharina” e   “Martha e Maria Magdalena”. E também os desenhos de Leonardo da Vinci para o “Study for a Caricature” inspiradas nessa mulher.

Outras Obras:

A decapitação de  Holofernes nas mãos de Judith foram inspiração para vários trabalhos de artistas de nomes como Donatello, Sandro Botticelli, Andrea Mantegna, Giorgione, e até Lucas Cranach o ‘Elder’.  Na obra de Caravaggio a pintura é fúnebre, dramática, e ela representa fielmente a tendência do Barroco. As figuras surgem teatralmente do lado, e ficam paradas de frente, em um fundo preto.. Judith e sua auxiliar “Abra” permanecem á esquerda, parcialmente debruçadas sobre Holofernes, o qual permanece vulnerável de costas..

Aqui mostramos também uma outra versão de Artemisia Gentileschi: Ela foi pintada perto de 1620


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