sexta-feira, 8 de julho de 2005

TV A CORES, FELIZ ANIVERSÁRIO!



Sim, ela faz ANIVERSÁRIO!


 


Em 7 de Julho de 1950 começou nos EUA, a transmissão de Televisão em cores.  Embora, as transmissões regulares em cores, só foram “oficiais “ a partir do ano de 1954.   Mais esta engenhoca data desde 1929 que foi quando Hebert Eugene Ives realizou (em Nova Iorque), as primeiras imagens coloridas com somente 50 linhas de definição por fio!. O invento mecânico foi aperfeiçoado por Peter Goldmark, que fez demonstrações com 343 linhas de resolução em 1940. Ate então surgiram vários sistemas, mas nenhum explicava o que fazer com os antigos aparelhos preto e branco, que já eram cerca de 10 milhões no início dos anos 50. Foi assim que nasceu nos Estados Unidos o National Television System Committee (ou National Television Standards Committee), um comitê para, literalmente, colocar cor no sistema preto e branco. As iniciais desse comitê deram nome ao novo sistema, NTSC, que acrescentava a crominância ©, ou seja a cor, aos níveis de luminância (Y) do padrão preto e branco. Mais ele tinha um defeito, as imagens cintilavam demais.  Isto é medido pela quantidade de linhas que são recriadas para mostrar a imagem. Na Europa, a Alemanha colocou em funcionamento, em 1967, uma variação do sistema americano, e muito melhorado que recebeu o nome de Phase Alternation Line, dando as iniciais para o sistema PAL; resolvendo algumas debilidades do primeiro sistema. Com 626 linhas de resolução! Nesse mesmo ano, entrou na França o SECAM (Séquentielle Couleur à Mémoire), que não era compatível com o sistema antigo, de preto e branco francês.  Atualmente, são três os sistemas para transmissão de TV em cores: NTSC,  PAL e SECAM, além de diversas variações e sub-sistemas: PAL-M, PAL-N, NTSC4.43, SECAM D/K/L, MESECAM e outros, que são na realidade, adaptações para o padrão de transmissão de TV já em uso no país ou região. (PAL-M: emitindo 525 linhas de resolução; utilizado aqui).


E no Brasil?


Em nosso país, a TV Tupi de São Paulo fez diversas experiências a partir de 1963, com documentários, episódios da série americana "Bonanza" e até um discurso do presidente João Goulart. No mesmo ano, a TV Excelsior também fez transmissões em cores, experimentalmente. A Globo e a Bandeirantes iniciaram seus testes nos anos seguintes.  Mas a primeira transmissão oficial em cores no Brasil ocorreu em 19 de fevereiro de 1972, com a cobertura da "Festa da Uva", na cidade gaúcha de Caxias do Sul, autorizada pelo Ministério das Comunicações. Em 31 de março de 1972, as principais emissoras brasileiras inauguraram oficialmente suas programações coloridas


Muito do que se condena na televisão brasileira como sendo obtuso, reacionário ou malfeito é apenas popular, ate demasiadamente popular. A televisão foi implantada no Brasil em 1950, mas durante muito tempo aparelhos de TV foram privilégio das classes alta e média. No início da década de 60, no interior do país, então predominantemente rural, apenas os mais ricos possuíam um televisor. Nas salas de visita, os enormes aparelhos ocupavam lugar de honra, ao lado da vitrola, e vizinhos e parentes menos favorecidos eram convidados a compartilhar parte da programação noturna com o vaidoso dono de uma TV.   As salas de visita eram arranjadas como pequenos cinemas domésticos da classe média (algumas cidades interioranas, nos anos 60, tinham um ou até dois cinemas, que em breve iriam fechar as portas). E, nas salas provincianas, seguindo o sistema colonial, as empregadas costumavam sentar ao fundo, em cadeiras ou bancos, enquanto os patrões e seus convidados se ajeitavam para assistir aos programas em poltronas de plástico (o plástico se espalhara como moda no Brasil, e houve até casos de famílias que trocaram todo o seu mobiliário tradicional por peças plastificadas).


Nesse tempo, os pobres dormiam cedo, depois de ouvirem o rádio. E nos domingos se arrumavam com esmero para o passeio na praça e a missa, para eles os principais programas de fim-de-semana no país de estrondosa maioria católica.  Em 1970, quando se fez a primeira transmissão de TV em cores no Brasil, uma nova divisão social surgiu entre os que podiam trocar seu velho aparelho pelo colorido e os que tiveram que manter a relíquia em preto-e-branco. Já ia então à larga o “milagre brasileiro’’, e os jogos da Copa do Mundo no México -primeiro programa a ser exibido em cores - foram também o primeiro congraçamento patriótico da raça feito pela TV.   Prefeitos demagógicos mandaram instalar televisores nas praças públicas - e alguns deles chegaram mesmo a comprar TVs coloridas, o que levou às ruas todos aqueles que não possuíam uma, curiosos com a surpreendente imagem em cores. Mesmo com o novo aparelho, de vez em quando as transmissões “caíam’’, e os lugares passavam sem TV, ou faltando alguns dos canais, por longos dias.


No início da década de 80, antenas começaram a se espalhar no teto das favelas. Os jornais e revistas reproduziam a imagem em fotos repetitivamente artísticas, diante das quais havia sempre alguém que entoava, moralista: “Veja só. Eles não têm o que comer, mas têm televisão’’.
A TV já não era regalia social no Brasil. E os mais pobres passavam a ser espectadores daquelas imagens que durante as últimas décadas visaram satisfazer sobretudo a classe média brasileira - a mesma que fora o sustentáculo moral do governo militar em seus 20 anos.
Com o Plano Real, em 1994, ocorreu a explosão das vendas de aparelhos de TV, agora com o controle remoto, ampliando largamente o consumo televisivo das classes D e E e pondo em crise um certo modelo de representação e exibição. Só no ano de 1996, foram vendidos 8 milhões de televisores no Brasil.  A popularização dos programas foi inevitável, a fim de agradar a nova maioria estatística. As classes economicamente superiores, por seu lado, migraram para as TVs pagas (as TV por assinatura), colocando-se num outro patamar de distinção social. E as emissoras abertas ficaram entregues ao “povão’’.   Hoje, os programas populares dão a medida do Ibope - e, nesses casos, saem à frente na audiência as emissoras que conseguem ter maior empatia com a emoção ordinária. Vejam,os um exemplo: A guerra de audiência entre Gugu e Faustão, por exemplo, espelha esses conflitos - não apenas diante dos espectadores, mas nos bastidores das emissoras- entre a maior e a menor empatia popular. Aqui, o vitorioso poderá ser Gugu, e a derrotada, a Globo.


No período histórico descrito, a Rede Globo se fez a emissora hegemônica no Brasil. E recebeu uma função, do ponto de vista social, mais ou menos equivalente à do cinema hollywoodiano nos EUA (entre os anos 1910 á 1950): a de propagar nacionalmente representações de vida e comportamento de classe média que iriam constituir o imaginário dominante do homem comum.


Diferente do caso norte-americano, contudo, no Brasil esta idealização se fez sem a contrapartida concreta de incorporação das classes baixas aos benefícios da democracia e da riqueza nacional. A dificuldade da Globo, hoje, em relação aos programas “populares’’ é a mesma que ela tem de aceitar que o seu projeto audiovisual não adquiriu a dimensão “civilizatória’’ pretendida: foi muito mais um instrumento ideológico a serviço das sucessivas formas de segregação social no país.
Hoje, a emissora luta bravamente contra o seu sucateamento e o populismo que predomina na maior parte das demais emissoras. Mas na maioria das vezes sua reação ao “popular’’ não passa de arrogância remanescente e de preconceito “classe média’’ em relação aquele público que durante décadas assistiu TV desde o fundo da sala de visitas do Brasil


 


Aspectos Técnicos: a tela da TV é 4:3 (proporção das dimensões horizontal x vertical). Isso é conhecido como proporção da imagem: o formato (aspect ratio).  No novo padrão HDTV a proporção é mais parecida com as utilizadas em cinema, (é de 16:9) . Para exibição de filmes na proporção original com que foram captados (OAR - Original Aspect Ratio) é utilizado um novo processo de TV, este processo é denominado widescreen.


Os anúncios insistem: "widescreen, a TV com tela de cinema". Para você, a associação é imediata, afinal, a maioria de nós está acostumada a ir ao cinema e assistir imagens proporcionalmente bem mais largas do que as que vemos a partir do sofá da sala. Além disso, ainda que você não tenha um aparelho de TV do tipo tela larga, provavelmente já alugou algum DVD ou mesmo fita de vídeo com imagens deste tipo, que são exibidas com duas barras pretas, acima e abaixo da imagem. A idéia, com a chegada da TV de alta definição, é aproximar o formato dos aparelhos atuais, algo 'quadrado', para algo próximo ao formato dos filmes que vemos no cinema. Mas... de onde surgiram esses padrões de formatos?   O cinema é anterior à televisão. Quando esta surgiu, já existia uma quantidade enorme de filmes, registrados todos eles em películas nas quais a proporção da imagem no fotograma era 4:3 (quatro unidades de largura por três de altura). Esta proporção, criada por Thomas Edson ainda na época do cinema mudo, e foi adotada como padrão em 1932 pela Academy of Motion Pictures Arts and Sciences e passou a ser conhecida como Academy Aspect Ratio. Quando a TV foi criada, definiu-se que o tamanho de sua tela deveria ser também 4:3, para que pudesse exibir os filmes até então existentes: nascia assim o formato atual 'quase quadrado' das TVs das nossas salas.   Mas esse 'casamento' entre cinema e TV iria terminar a partir da década de 50. No ano de 1953 a 20th Century Fox lançava uma revolucionária técnica denominada CinemaScope. (era no filme O Manto Sagrado). A imagem exibida nas telas dos cinemas aumentava em largura. Uma lente especial, denominada anamórfica (que quer dizer 'sem forma', ou 'deformado'), encolhia a imagem, comprimindo-a horizontalmente no negativo de 35mm durante a filmagem. Posteriormente, no momento da exibição, uma lente inversa fazia a descompressão. A sensação para quem estava dentro do cinema era próxima a de estar também 'dentro' da imagem: via-se muito mais paisagem, cenários e pessoas do que no antigo e acanhado formato 4:3. O nome anamórfico, derivado do tipo de lente utilizado, passou a ser utilizado também para denominar este processo de obtenção de imagens.  Como você percebeu, filmes e mais filmes são captados utilizando uma variação grande de proporção de tela. Quando as imagens desses filmes são mostradas na tela de uma TV tradicional, desejando-se manter a mesma proporção com que foram captadas para cinema, torna-se necessário reduzi-las para que caibam na tela. Através de um processo denominado Widescreen ou Letterbox (já viu isso escrito na capa de um DVD ou fita de vídeo?), a parte superior e inferior da tela deixam de ser utilizadas; em seu lugar, são colocadas faixas, na cor preta (para melhor contraste) chamadas black bars. Muitas vezes a faixa inferior é aproveitada para a colocação das legendas. O tamanho das faixas varia com o tamanho da imagem: quando mais larga a imagem no fotograma maiores serão as dimensões das barras pretas e menor será a altura da imagem (em outras palavras, a imagem estará menos ampliada).


E as TVs de tela larga? Convencionou-se que elas seriam fabricadas na proporção 16:9 porque esta é a proporção a ser utilizada nos futuros sistemas de TV de alta definição, a chamada HDTV. Quando esses filmes são mostrados na tela dessas TVs, ainda assim, conforme o formato utilizado, serão necessárias faixas pretas horizontais. Mas estes aparelhos são 'espertos' e possuem uma opção chamada stretch, (ou seja: encaixar a imagem na tela toda!) que distorce levemente a imagem e que, normalmente nem dá para perceber. .. em alguns casos você pode até não perceber se não comparar com a original, esticando-a verticalmente para que preencha a tela. Alguns filmes no formato próprio de cinema: 1,85:1 / 1,66:1 são distribuídos em DVD já artificialmente deformados (esticados) para a proporção 16:9, processo denominado "16:9 Enhanced".  Assim, na realidade as TVs de tela larga não possuem "formato de cinema", uma vez que são vários os formatos utilizados em cinema e nenhum deles na proporção 16:9 (Jurassic Park e Batman Forever, por exemplo, utilizam a proporção 1,85:1 - padrão americano - e Terminator 2 e Stargate utilizam 2,35:1 ou CinemaScope).


E finalmente, a chegada da informática resolveu tudo de uma vez: Sistemas de cor: NTSC, PAL, SECAM;  formatos de tela: Box e WideScreen, padrões de transmissão: Standard ou HDTV (TV de Alta Definição)...tudo, mais tudo isso acima ficou resolvido graças a chegada da informática, pequenos microchips (processadores que chegam a ser verdadeiros computadores dedicados, só para essa função), fazem a conversão entre todos essas variações e conseguimos ver na nossa tela da TV sem maiores problemas, fitas de diversos sistemas: NTSC, PAL, ou DVD’s em formatos de diversos tamanhos, etc.etc.


Em tempo: lembram que a TV atualmente transmite com resolução de 525 linhas?, pois bem, o padrão HDTV tem uma resolução de 1050 linhas, ou seja o dobro de resolução atual, por tanto: maior nitidez, maior fidelidade nas cores.   Daí vem então a tendência a fabricar-se e vender-se cada vez mais TV enormes, pois não importa o tamanho da tela, ela sempre irá mostrar uma imagem impecável.


 Que nos espera no futuro?. Sim!. Os boatos são verdadeiros, TV na Internet, onde poderemos escolher a nosso gosto a programação que queremos assistir, os horários e os dias, ou seja, a Novela poderá ser adiada, para passar somente após as 23:00, aquele filme que nós tanto esperamos, poderá ser exibido como for conveniente para nós, após nosso almoço, as 15:00 e assim sucessivamente. 

4 comentários:

  1. Excelente artigo, uma verdadeira aula :)

    ResponderExcluir
  2. Ola!
    Que bom que voce conseguiu pegar o 'espirito da coisa'!
    Temos tantas informaçoes sobre este tema, e os vendedores desses aparelhos, geralmente mal sabem onde fica o fio da tomada...
    Heeeeeee!
    [ ]
    Miro

    ResponderExcluir
  3. Que aula heim amigo Miro !!! Parabéns !!!
    Gostei !!!

    Beijos com meu carinho,
    Lila

    ResponderExcluir
  4. OI doce Lila,
    fico feliz que voce gostou. . .
    é bom relembrar alguns fatos, nao?
    BJKS
    Miro

    ResponderExcluir