
Neftalí Ricardo Reyes, conhecido como Pablo Neruda. Poeta notadamente romântico, chileno, morreu no dia 23 de Setembro de 1973 em Santiago de Chile. Foi muito culto e bem entrosado, sendo Cônsul do Chile na Espanha e no México, eleito senador em 1945, também foi embaixador na França (1970). Suas poesias da primeira fase são inspiradas por uma angústia altamente romântica. Posteriormente, passou por uma fase surrealista. E também tornou-se marxista e por cima revolucionário, sendo, primeiramente, a voz angustiada da Espanha oprimida pela ditadura de Franco e, depois, das diversas revoluções da América latina.
Esteve no Brasil em diversas oportunidades, e, numa delas, realizou uma apresentação, declamando poemas seus perante grande massa popular concentrada no estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Suas principais Obras: A canção da festa (1921), Crepusculário (1923), Vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924), Tentativa do homem infinito (1925), Residência na terra [vol. I, 1931; vol.II, 1935; vol.III,1939, que inclui Espanha no coração (1936-1937)], Ode a Stalingrado (1942), Terceira residência (1947), Canto geral (1950), Odes elementares (1954), Navegações e retornos (1959), Canção de gesta (1960), ensaios (Memorial da ilha negra, 1964) e a peça teatral Esplendor e morte de Joaquín Murieta (1967). Em 1974, um ano após a sua morte, foi publicado o volume autobiografico Confesso que vivi. (Prêmio Nobel de Literatura, 1971).
· Uma AMOSTRA em sua homenagem:
“Posso escrever os versos mais tristes esta noite”.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: “A noite está estrelada,
e piscam, azuis, os astros, ao longe”.
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu a quis, e às vezes ela também me quis...
Em noites como esta eu a tive entre os meus braços.
A beijei tantas vezes debaixo o céu infinito.
Ela me quis, às vezes eu também a queria.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Que importa que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
Minha alma não se contenta com tê-la perdido.
Como para aproximá-la meu olhar a procura.
Meu coração a procura, e ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquear as mesmas árvores.
Nós, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a quero, é verdade, mas quanto a quis.
Minha voz procurava o vento para tocar o seu ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Já não a quero, é verdade, mas talvez a quero.
É tão curto o amor, e é tão longe o esquecimento.
Porque em noites como esta eu a tive entre os meus braços,
minha alma não se contenta com tê-la perdido.
Ainda que esta seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
· E mais:
“Perambulando”
Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.
Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.
Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
Nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
Miroooo meu querido!!! Eu simplesmente adoro Neruda !!!
ResponderExcluirBela lembrança!!! :))
Amei !!!
Tô com saudadinha de você viu ?!
risos....
Beijokas,
Lila
EU tambem sou fá de Pablo Neruda..
ResponderExcluire nao podia deixar passar em branco...
adoro suas odas ao amor, esse sentimento que tanto nos afeta, nos machuca,
e por outro lado nos dá alento para viver... nos mostra a alegria de existir...
Bjks
Miro
Sem dúvida alguma um dos melhores poetas da poesia mundial dos nosso tempo. Os poemas de Neruda emocionam.
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