sexta-feira, 6 de junho de 2008

Velasquez, o Mestre do BARROCO

Para aqueles que abriram o Google hoje, e repararam a homenagem feita ao pintor espanhol Diego Velasquez....

Este interesante, brilhante, e muito analizado e comentado pintor, Diego Velasquez (1599-1660) nasceu em Sevilha.  Foi discípulo, e posteriormente casou com a filha dele, ficando então genro, de Francisco Pacheco (1564-1654 - um pintor, filósofo, poeta e teórico de arte). Por volta de 1600, Velásquez mal completava um ano de idade, Rembrandt, o gênio holandês, nasceria seis anos após, todavia, um ano depois, na França, nasceria Luiz XIII. Surgiu o escândalo na arte provocado pelo italiano Caravaggio, de quem o seu mestre era um admirador. Este pintor retratava quadros muito dantescos, sanguinolentos, fúnebres. O estilo dele dá lugar ao movimento (subterraneamente desencadeado pelo Renascentismo), ou melhor dizendo, a sua conseqüência, o estilo Barroco.

Velásquez adotou esse estilo, porem com seu inconfundível toque pessoal fez ele ficar mais iluminado, mais detalhista, mais caloroso e prazeroso de se admirar...pintou As Meninas (mostrado lá encima) em 1656, uma das obras mais emblemática da cultura européia frequentemente comentada e analisada. Nela, mostra o realismo, as ricas cores, a luz, a sombra, (o estilo de iluminação é uma característica peculiar de Velásquez), assim como sua capacidade para localizar seus assuntos no espaço, com uma qualidade quase fotográfica.Ele também introduziu o auto-retrato e sua técnica de quadro dentro do quadro. Em seus primeiros trabalhos é possível notar contraste entre zonas escuras e zonas iluminadas por um único foco de luz, uma tentativa de ressaltar volumes e relevos. Esta técnica era característica do tenebrismo e tinha como inspiração e principal artista o italiano Caravaggio, muito conhecido pelo seu sarcasmo.

Comentário de Michel Foucault, escrito em As Palavras e as Coisas. (Michel Foucault  filósofo e professor da cátedra de História dos Sistemas de Pensamento no Collège de France e criador da Filosofia do Conhecimento). «O Pintor, ligeiramente afastado do quadro, contempla o modelo; talvez se trate de dar um último toque, mas também é possível que ainda não tenha aplicado a primeira pincelada. O braço com que segura o pincel está voltado para a esquerda, na direção da paleta, e detém-se, um instante entre a tela e as cores.....»

Ele pintou ao tudo 53 pinturas, todas extremamente realísticas, quase fotográficas...tanto que, é um prazer observar elas.

O realismo de Velásquez faz sua fama:  Em suas tarefas cotidianas surpreendidos pela presença súbita de uma divindade qualquer, um menino trazendo nas mãos uma garrafa e uma abóbora enquanto a sua mãe frita ovos, no maravilhoso quadro intitulado “A Refeição”, aqui embaixo:

A luz, antes tão bem utilizada para destacar as expressões da plebe, possui agora outra utilidade. Os modelos são gente da corte, senhoras, damas, cortesãos, infantas,  eclesiásticos e que obrigatoriamente deveriam possuir traços finos mesmo se a natureza lhes foi cruel (como é o caso de Inocêncio X, onde Velásquez não podendo evitar o físico grotesco do Papa, apela para seu quase esquecido claro-escuro, ressuscitando-o de forma magistral, fazendo com que o espectador esqueça a fealdade do pontífice).

Entre 1649 e 1651 esteve na Itália onde pintou o retrato do papa Inocêncio X, algumas paisagens e o seu famoso quadro da Vênus no Espelho , o único nu feminino que lhe é atribuído.  Neste quadro “Vênus Olhando-se no Espelho”  foi tão detalhista e usou muito bem a luz,  que até gerou uma certa polêmica na época, pois não era comum retratar nu feminino, nem mesmo de uma figura mitológica:

Observe também a municiosidade dos detalhes, e a riqueza dos mesmos, especialmente, quando retratava algums membros da fidalgia da corte espanhola, copmo pode apreciar-se no quadro da “Infanta Margarita de Áustria”, logo aqui:

 

Um comentário:

  1. Grande pintor! Não conhecia a sua história! Obrigada por adicionar-me um pouco mais de conhecimento com este belo post.

    ResponderExcluir