sábado, 4 de outubro de 2008

Ciúmes somente ou TOC?

Compulsão é um comportamento consciente e repetitivo, como contar, verificar ou evitar um pensamento que serve para anular uma obsessão. Outros exemplos de compulsão são o ato de lavar as mãos de 10 em 10 minutos, ou tomar banho repetidamente, conferir reiteradamente se esqueceu algo como uma torneira aberta ou a porta de casa sem trancar. Deve-se deixar claro porém que para que esses comportamentos sejam considerados compulsivos, devem ocorrer em uma freqüência bem acima do necessário diante de qualquer padrão de avaliação

Você conhece algum amiga que chega a “se morder de ciúmes”?, Já assistiu alguém fazer cenas horríveis levado pelos ciúmes? E que, sofre de idéias e/ou comportamentos que podem  parecer absurdas ou ridículas para a própria pessoa e para os outros e mesmo assim são incontroláveis, repetitivas e persistentes. A pessoa é dominada por pensamentos desagradáveis que podem possuir conteúdo sexual, ou trágico, entre outros que são difíceis de afastar de sua mente, parecem sem sentido e somente são aliviados temporariamente por determinados comportamentos.
Bem, amigos, O Excesso de ciúmes tem nome: Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) Trata-se de uma reação, uma preocupação infundada, irracional e totalmente fora do contexto, e que precisa de tratamento. 

Quem nunca sentiu uma pontinha de ciúmes que atire a primeira pedra. Ele é um sentimento comum e certamente já surpreendeu a maioria das pessoas. Diferente do que muita gente imagina, esse sentimento é comum em todos os tipos de relações: sejam amorosas, existe nas amizades e até nas relações familiares. E quando ele acontece ( e certamente acontece!),  de maneira controlada e saudável não oferece nenhum risco.

Porém existem pessoas que levam este sentimento ao extremo e se  descontrolam. De acordo com a psicóloga clinica Karen Camargo, os ciúmes podem ser entendidos como um conjunto de pensamentos, emoções e ações que são desencadeados por algum tipo de ameaça ao relacionamento. Essa palavrinha: ‘ameaça’ e como ele poderia ser, varia nas pessoas.  As definições de ciúmes geralmente têm em comum três elementos: a sensação de ameaça; a existência de um rival real ou imaginário; a defesa em relação aos riscos de perda do amor.

O sentimento pode estar se transformando em doença quando preocupações infundadas começam a ter recorrência. Enquanto o ciúme normal se caracteriza por ser transitório, específico e baseado em fatos reais, na realidade, o ciúme excessivo seria uma preocupação infundada, irracional e descontextualizada , afirma Karen Camargo

Muitos ciumentos podem ainda apresentar o que se chama de ‘comportamentos de verificação’, como ligar constantemente, fazer perguntas  excessivas para verificar se o parceiro estava falando a verdade, checar e-mails ou ligações e recados no celular, entre outros. Tais comportamentos são próximos dos sintomas compulsivos, presentes no Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Eles servem para diminuir a ansiedade presente no episódio ciumento, explica a psicóloga.

E, achando tudo isso normal, muitos ciumentos sofrem em silêncio. Poucos deles sabem que o ciúme pode fazer parte de um quadro de "excesso comportamental" e geralmente não sabem que precisam de tratamento ou o procuram quando o relacionamento chega ao fim, quando não tem mais como reparar certos ‘danos’.

 
Que tratamentos existem para o TOC

Os tratamentos mais efetivos no momento incluem o uso de certos medicamentos, inicialmente utilizados no tratamento da depressão, que posteriormente se comprovou serem efetivos também do TOC, e algumas técnicas de psicoterapia chamadas de cognitivas e comportamentais. Os medicamentos são efetivos para 40% a 60% dos pacientes e são a primeira escolha, principalmente quando, além do TOC, existem outros problemas associados juntamente com ele, tais como depressão, ansiedade, o que é muito comum. Ela acomete 6% da população geral. A idade média de início costuma ser por volta dos 20 anos e chega facilmente ate a velhice, sendo suas vitimas tanto homens como mulheres.

O tratamento farmacológico do TOC
Descobriu-se que alguns dos medicamentos utilizados como antidepressivos também possuíam também uma ação anti-obsessiva. São os seguintes: Clomipramina, Paroxetina, Fluvoxamina, Fluoxetina, Sertralina (Zoloft, Tolrest), Citalopram.  As doses , em geral, são mais elevadas do que as utilizadas nos casos de depressão. Não se assuste se o médico lhe recomendar doses aparentemente muito altas.  A resposta ao medicamento não é imediata podendo demorar até 12 semanas, razão pela qual o medicamento não deve ser interrompido se não sentir nenhum benefício depois das primeiras semanas de uso. O médico, em geral, procura usar inicialmente uma dose média e, caso não haja nenhuma resposta em 4 a 8 semanas ou uma resposta parcial em 5 a 9 semanas, poderá elevar as doses para os seus níveis máximos, pois alguns pacientes só respondem com níveis bastante elevadas. É importante salientar que 20 % dos que não respondem a uma droga poderão responder a uma segunda. Por este motivo é possível que o médico queira experimentar uma segunda droga depois de algum tempo. Também é comum a associação com outras drogas quando a resposta não é satisfatória.

O desaparecimento dos sintomas em geral é gradual, podendo ser progressivo ao longo de vários meses e não rapidamente como ocorre em outras doenças como a depressão ou o pânico. Embora 40% a 60% dos pacientes obtenham um redução significativa na sua quantidade e intensidade.

 

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