sábado, 3 de outubro de 2009

A marionete de Chávez

O marionete de Chávez

O que podemos pensar... que seja pior?

Acreditar que Lula fico mesmo  “surpreendido” com a chegada à embaixada do Brasil em Tegucigalpa do presidente deposto Manoel Zelaya?

Ou imaginar que a volta de Zelaya ao seu país foi uma operação do consórcio Brasil-Venezuela? Coube a Hugo Chávez despejar a carga nos jardins da embaixada. E a Lula abrigá-la e lidar com o pepino  Ajeita daqui, ajeita dali, desmente hoje, confirma mais tarde... e ficou assim a história oficial da mixórdia contada com pequenas diferenças por figuras como Chávez, Zelaya e porta-vozes informais de Lula.

Na manhã da última segunda-feira, Xiomara Castro, mulher de Zelaya, procurou Francisco Catunda, o encarregado de negócios da embaixada do Brasil em Honduras e única autoridade ali presente.  Falando desse senhor, por escolha pessoal, Catunda é um diplomata de terceiro escalão que está perto de se aposentar. Poderia ter sido embaixador. O poeta João Cabral de Melo Neto, por exemplo, foi embaixador em Honduras.   Catunda, porém, truncou sua própria carreira ao recusar cargos que o levariam a servir em paises muito longe do Ceará, onde nasceu. É fissurado na ‘sua terrinha’... Fortaleza. 

Para genuíno espanto de Catunda, Xiomara lhe disse que Zelaya estava dentro de um carro a poucos metros da sede da embaixada.Em seguida, orientou-o a consultar seus superiores sobre o desejo de Zelaya de obter “refúgio”.  Catunda telefonou para Brasília, que por sua vez alcançou Lula voando para Nova Iorque. Depois do aparente ‘susto’, Lula respondeu: “tudo bem”.

Pelo desenrolar da história oficial, portanto, Chávez armou direitinho para cima de Lula.

Com meios fornecidos por ele, Zelaya tentara antes duas vezes regressar a Honduras.

Da primeira, só conseguiu sobrevoar o aeroporto de Tegucigalpa em avião cedido por Chávez. Da segunda, foi barrado na fronteira com El Salvador. Fez uma graçejo, tomou uns tragos e foi embora.

E agora, o melhor: quem anunciou triunfante o paradeiro de Zelaya, quando ele já estava instalado na embaixada do Brasil? Chávez, oras!.

De duas, uma: ou faltou coragem a Lula para dizer algo do tipo “ninguém empurra nada goela abaixo do Brasil” e negar hospedagem a Zelaya, ou ele concluiu rapidamente que seria uma boa virar um dos protagonistas da crise de um pais estranho, de ser o pivô da bagunça hondurenha.

Por que Chávez não mandou Zelaya para a embaixada da Venezuela? Porque sabe que não conta com a simpatia internacional – Já o Lula conta de sobra.


Por que não mandou Zelaya para a embaixada dos Estados Unidos? Porque lá ele só seria acolhido na condição de asilado. E saibam que: asilado tem de obedecer a regras seculares de asilo. Uma delas: manter o bico fechado.  

Zelaya transformou a embaixada do Brasil na casa da mãe Juana.  Um dia depois de sua chegada, a embaixada estava ocupada por cerca de 300 partidários dele!!!, Qualquer um entra e sai dessa embaixada , a cargo do Sr. Catunda... nesses ‘partidarios’ de Zelaya estão incluídos guarda-costas armados (dentro da Embaixada do Brasil!!), tem até uma equipe de televisão da Venezuela, outra de uma rádio local e, sim, acreditem...um blogueiro norte-americano. (Blogueiro é uma praga!)..né?. Estão por toda parte.

Lula deu ordem a Zelaya para não fazer conchavos dentro da embaixada. Brincou, não foi?

Como não pode fazer do lado de fora, e como está na embaixada justamente para fazer conchavos capazes de lhe restituir o poder, Zelaya ignorou a ordem de Lula. Passou a conceder audiências a quem o procura. E a dar dezenas de entrevistas diárias.

O dono do pedaço é Zelaya.    O Brasil emprestou sua soberania para que Zelaya tente derrubar o governo que substituiu o dele.

Se a história oficial for mentirosa, se existirem de fato cores  verdes e amarelas na operação de retorno de Zelaya a Honduras, o Brasil se comportou e continúa a se comportar como um país imperialista interferindo diretamente nos assuntos internos de outro país.   ...Apenas isso!..lamentáverl!

Mas se a operação carregou com exclusividade as cores da Venezuela, por mais que me doa à alma, isso significa dizer que Chávez fez Lula de bobo (nada de inédito, ou que nos deixe supresos).  Pois ao fim e ao cabo, o resultado será o mesmo: a interferência nos assuntos internos de Honduras do Brasil, que nessa hora esqueceu que é candidato a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, o país do “cara”, do pré-sal, da marolinha vencida, e do  vapt-vupt.

Como falei uma vez:  estamos bem na fita!...


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