
Rating: | |
Category: | Other |
SERÁ USADA LOGÍSTICA DE GUERRA PARA MONTAR BELO MONTE NO PARÁ
Uma das maiores obras de engenharia em curso no mundo, é a usina hidrelétrica de Belo Monte, atualmente, a usina de Três Gargantas na China, é a maior do mundo, maior inclusive que a Usina da Itaipu, todas as duas serão superadas por Belo Monte. pois bem, essa obra de incrível magnitude, terá de ser construída no meio da selva a partir do nada e criar até mesmo a infra-estrutura que torne possível sua existência - um pesadelo logístico de R$ 26 bilhões
Peças de até 300 toneladas terão de vir pelo rio Xingu para um porto ainda inexistente. O atual vive do tráfego de pequenas embarcações para transporte de passageiros e serve para pouca coisa. Um ambiente de trabalho para 22 mil pessoas vai requerer um aeroporto de porte compatível e o que já existe em Altamira, feito apenas para aviões pequenos, e que dará lugar a outro em que poderão pousar Boeings. Não é uma tarefa fácil. A Infraero chegou a lançar o edital para a reforma do aeroporto de Altamira, mas com a dificuldade de abastecimento e de acesso à região, nenhuma empreiteira se candidatou.
Atualmente só existe na região a péssima Transamazônica, a BR-320, que se torna ainda pior no pedaço que fica no Pará, onde será erguida a hidrelétrica, precisará de 700 km asfaltados para a construção da usina. Para movimentação de obras, homens e material, e mais 400 km de estradas adicionais terão de ser abertas.
Se esses desafios fossem pouco, a natureza todo especial da região amazônica coloca vários outros, alguns intransponíveis. Nos próximos meses começam a desembarcar unidades da série de 700 máquinas para as obras - de caminhões a retroescavadeiras, um total de R$ 4,5 bilhões em equipamentos - que virão principalmente pelo rio Xingu. Não é fácil navegar pelo Rio Xingu, a oscilação de vazão entre períodos de cheia e de baixa do rio é grande e muda o calendário dos trabalhos. "Quando se fala de janela hidrológica, não é brincadeira. Nessa região você trabalha seis, sete meses por ano”. O resto do tempo é procurar um jeito se ocupar e até fingir ‘de trabalhar’, diz Luiz Fernando Rufato, diretor de construção do consórcio Norte Energia, responsável pelas obras.
Canteiros pioneiros, com tendas e ar-condicionado, começaram a ser erguidos no meio da mata. Funcionários passarão seis meses nessas bases provisórias, para construir mais três canteiros que serão os definitivos e quatro refeitórios que, juntos, produzirão até 70 mil refeições por dia. Neles, haverá quartos com camas individuais, caixa bancário, casa lotérica, templo religioso, centros de lazer, lan house e lanchonete para poder vender, inclusive, cerveja. "E com álcool", completa Rufato. "Se você não consegue controlar algo, não adianta proibir. Mas quem quiser, vai ter de pagar um preço alto."
Crises políticas são inimigas imprevisíveis de Belo Monte. A do Ministério dos Transportes, com a suspensão temporária das licitações feitas pelo Dnit, , poderá afetar a ampliação, conclusão e pavimentação da Transamazônica.
• Infraestrutura precária exige plano detalhado para não atrasar obra
Bastaria usar pintura de camuflagem nas máquinas e uniformes de trabalho para os homens como os do exercito, para que os primeiros movimentos que começam a se espalhar no entorno de Altamira (Pará) se confundissem com uma complexa operação Militar. Não é nada disso. Mas o engenheiro Luiz Fernando Rufato prefere lançar mão de expedientes militares para definir o clima que passou a tomar conta das margens do rio Xingu. "Começamos uma campanha de guerra. Estamos longe de tudo e temos prazo para iniciar de verdade os trabalhos e garantir o trânsito livre na região. Nosso desafio se chama logística, e nós começamos a enfrentá-lo", diz. Já faz dez dias que, as primeiras máquinas que abrirão caminho até os pontos onde serão instalados os canteiros de obra desembarcaram no município de Vitória do Xingu. São as primeiras ações práticas depois que o Ibama liberou a licença de instalação da obra e virou a página de 35 anos de alterações de projeto, protestos e críticas sem fim.
Os primeiros funcionários já estão em treinamento, aprendendo em simuladores (tipo videogames mesmo), como operar caminhões de grande porte, retroescavadeiras, etc. Hoje são algumas centenas de homens trabalhando em um pequeno centro de treinamento, em Altamira.
Todo mundo espera que a obra viária seja um sucesso para que, durante seus nove anos de construção, o empreendimento transcorra como planejado. Por isso é imprescindível um aeroporto de grande porte, o de Altamira terá de ser ampliado e a rodovia Transamazônica, finalmente pavimentada. No rio Xingu, o consórcio vai construir um novo porto, para apoiar a chegada de máquinas pesadas, parte delas vindas de outros países.
Na cabeça dos gestores de Belo Monte está a preocupação de evitar os problemas que macularam as obras das usinas do Madeira, em Rondônia, além de dar uma resposta positiva à enxurrada de críticas que prevê o caos social, quase inevitável com a chegada de milhares de pessoas a uma região que é carente de todo o tipo de serviço básico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário