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Os empreendedores estimam que a usina vai alagar cerca de 60% da área urbana de Altamira e mais de 1.000 imóveis rurais de três municípios: Altamira, Vitória do Xingu e Brasil Novo, que perfazem mais de 100 mil ha, em sua maioria sob jurisdição do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ). Como conseqüência, entre 30 e 40 mil pessoas serão desalojados pela obra. Outros onze municípios foram definidos como área de influência de Belo Monte, totalizando mais de 25 milhões de Hectares. Cerca de 70% desta área consiste em terras indígenas, terras quilombolas, incluindo unidades de conservação e áreas militares. Além dos cerca de 320 mil habitantes dos municípios afetados, 350 famílias de ribeirinhos que vivem em Reservas Extrativistas e 21 comunidades quilombolas da região seriam afetados pela usina, além de pescadores, pequenos agricultores e garimpeiros. Todos terá que migrar para outras áreas, e o pior: o Governo não se responsabiliza por eles!
Os povos indígenas da bacia do Xingu somam 28 etnias que totalizam cerca de 20 mil índios distribuídos em 19,8 milhões de hectares (cerca de 40% da bacia), que serão direta ou indiretamente afetados pela usina. Na região de influência da usina, duas TIs (TI= nome técnico de um segmento especifico de área, as Terras INDÏGENAS), pois bem, varias dessas TIs são consideradas diretamente impactadas: a TI Paquiçamba, dos índios Juruna, e a área dos Arara da Volta Grande,que se situam no trecho de 100km do rio que teria sua vazão drasticamente reduzida.
A região amazônica concentra o maior potencial de exploração de energia através da hidroeletricidade. O discurso oficial do governo – com o aval de setores importantes– sustenta a tese de que se investimentos na direção de projetos como o de Belo Monte não forem realizados, a matriz energética brasileira será inevitavelmente será afetada, será? Não. Esse discurso tem a presunção, raramente explicitada, de que a energia no país continuará a ser cada vez mais usada para indústrias que utilizam macicamente eletricidade, tais como as indústrias do alumínio. Vejamos: hidrelétricas criam grandes impactos e o benefício de criação de empregos das usinas de alumínio é insignificante: pois são industrias totalmente automatizadas e extremamente poluidoras do meio-ambiente...
Há planos para duplicar a capacidade de praticamente todas as usinas de alumínio no Brasil visando, evidentemente, à exportação, já que o país produz hoje muito mais alumínio do que é consumido. Seguindo essa lógica, não haverá limites de quantas hidrelétricas o Brasil “precisará ter” se for para suprir a demanda mundial de alumínio.
Será que esse pretexto é motivo suficiente para tamanho desastre ambiental?
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