Na Mitologia, Lilith estava presente no Jardim do Éden antes mesmo de Eva aparecer. Por não aceitar submeter-se a Adão a primeira mulher de todos os tempos se auto-baniu da Terra, recusando-se a viver num mundo controlado pelos fracos e foi viver na Lua Nova (a lua negra). Segundo o Zohar, um dos principais livros da Cabala, os poderes de Lilith são maiores justamente durante a lua nova.
Um dia, porém, Lilith retornará, linda, sedutora, terrivelmente formosa e.... louca, para colocar esse mundo nos eixos.
Lilith representa antes de tudo a busca de sua própria afirmação. É também a mulher tentadora, sedutora, e que fascina por seus poderes perturbadores. Ela é silenciosa, secreta, cortante. É aquela que os homens temem embora se sintam atraídos por ela.
Na antiga Babilônia, ela era venerada sob os nomes de Lilitu, Ishtar e Lamaschtu. A mitologia judaica coloca-a em domínios mais obscuros, como um demônio (feminino) do mal, que tenta os homens e o leva a loucura... por amor e desejo.
Mais não se enganem, não é uma lenda, pelo contrario esta em muitos livros antigos e sagrados, inclusive na Bíblia e no Talmud ( O Livro da Lei dos judeus): O primeiro capitulo da Bíblia, conta a história de Adão e Eva ...mas segundo o Zohar, parte importantíssima da Kabbala (ou Cabala) judaica, Eva não era a primeira mulher de Adão. Quando Deus criou o Adão, ele fez o macho e a fêmea, com o macho primeiro e depois cortou-o ao meio, chamou a esta nova metade Lilith e deu-a em casamento a Adão. Ela aceitou e no início foi tudo bem...mais posteriormente Adão queria mandar nela. Lilith recusou, não queria ser oferecida a ele, tornar-se desigual, ou inferior, e fugiu. Deus então tomou uma costela de Adão e criou Eva, mulher submissa, dócil, pois era inferior perante o homem.
De acordo com Hermínio, "Lilith foi feita por Deus, de barro, à noite, criada tão bonita e interessante que logo arranjou problemas com Adão". O astrólogo assinala que ali começou a eterna divergência entre o masculino e o feminino, pois Lilith não se conformou com a submissão ao homem.
Esse ponto teria sido retirado da Bíblia pelos ‘heruditos’ da Inquisição (lembram? O motor principal nessa época era perseguir as mulheres, sempre elas representavam o perigo....em primeiro lugar) . O mito de Lilith pertence à grande tradição dos textos da sabedoria dos rabínos definida na versão jeovística, que se coloca lado a lado, precedendo-a em alguns séculos, da versão bíblica dos sumos sacerdotes. Sabemos que tais versões do Gênesis - e particularmente o mito do nascimento da mulher - são ricas de contradições e enigmas que se anulam. Eu deduzi que a lenda de Lilith, primeira companheira de Adão, foi perdida ou removida durante a época de transposição da versão jeovística para aquela sacerdotal, que mais tarde sofre mais modificações nas mãos papais. Lembremos aqui, que num determinado momento a Igreja dominante, ou seja o papado decide eliminar a mulher de todos os escritos possíveis, e de maneira convincente, para encorajar o celibato ao seu favor e assim evitar que seus membros caíssem na sedução feminina, apenas no intuito de preservar a riqueza da Cúria (pois um padre sem família representa menos despesas em manutenção de eventuais famílias), ate porque á época era comum as famílias serem muito numerosas. Tudo isso foi bastante pretexto para iniciar a temível Inquisição. Um ‘movimento depurador’ de assolou a Europa toda por mais de 4 séculos. E ainda: o maior alvo desses senhores inquisidores quase que sistematicamente eram mulheres novas e belas. Ou aquelas que tivessem alguma atividade, dessas que hoje chamamos de ‘autônomas’ tais como: artesãs, manipuladoras de medicamentos do herbário, etc. Isto é: se existisse alguma mulher que não estivesse sujeita ao domínio de um homem, essa com certeza era ‘bruxa’...ou seja: seguidora de Lilith. E tem mais, nessa furibunda e insana perseguição do feminino também tentaram ‘apagar’ da Bíblia as melhores passagens que mencionavam a Madalena. (uma tentativa de reivindicar essa figura feminina, deu lugar ao conhecido best-seller ‘O Código Da Vinci”)
Mais continuemos com nossa saga:
Lilith Alegou ter poderes sobre bebês, mas como os anjos a queriam impedir, fizeram-na prometer que, onde quer que visse seus nomes, ela não faria nenhum mal aos humanos. Então, como não podia vencê-los, ela fez um trato com eles: concordou em ficar afastada de quaisquer bebês protegidos por um amuleto que tivesse o nome dos três anjos. Não obstante, esse ódio contra Adão e contra sua nova (e segunda) mulher, Eva, resultou, para Lilith, no desabafo da sua fúria sobre os filhos deles e de todas as gerações subseqüentes.
A partir daí, Lilith assume plenamente sua natureza demoníaca feminina, voltando-se contra todos os homens, de acordo com o folclore assírio, babilônico e hebraico. E são inúmeras as descrições que falam do pavor de suas investidas. Conta-se, por exemplo, que Lilith surpreendia os homens durante o sono e os envolvia com toda sua fúria de mulher, aprisionando-os em sua intensa lascívia, causando-lhes orgasmos demolidores. (uma explicação para a ejaculação noturna) Ela montava-lhes sobre o peito e, sufocando-os (pois assim se vingava por ter sido obrigada a ficar "por baixo" na relação com Adão), conduzia a penetração abrasante. Aqueles que resistiam e não morriam ficavam exangues e acabavam adoecendo. Por isso Lilith também está identificada com traços vampirescos, pois ela suga a energia do homem. Seu destino era seduzir os homens e espalhar a morte.
Durante os primeiros séculos da era cristã, o mito de Lilith ficou bem estabelecido na comunidade judaica; como mencionei antes: Lilith aparece no Zohar, o ‘Livro do Esplendor’, uma obra cabalística do século 13 que constitui o mais influente texto hassídico e no Talmude, o Livro da Lei dos hebreus. No Zohar, Lilith era descrita como succubus, com as emissões noturnas citadas como um sinal visível de sua presença. Os espíritos malignos que empesteavam a humanidade eram, acreditava-se, o produto de tais uniões. No Zohar Hadasch (seção Utro, pág. 20), está escrito que Samael - o anjo tentador - junto com sua mulher Lilith, tramou a sedução do primeiro casal humano. Não foi grande o trabalho que Lilith teve para corromper a virtude de Adão, por ela maculada com seu beijo; o belo arcanjo Samael fez o mesmo para desonrar Eva: E essa foi a causa da mortalidade humana. O Talmude menciona que "Quando a serpente envolveu-se com Eva, atirou-lhe a mácula cuja infecção foi transmitida a todos os seus descendentes... (Shabbath, folha. 146, recto)". Em outras partes, o demônio masculino leva o nome de Leviatã, e o feminino chama-se Heva. Essa Heva, ou Eva, teria representado o papel da esposa de Adão no éden durante muito tempo, antes que o Senhor retirasse do flanco de Adão a verdadeira Eva (primitivamente chamada de Aixha, depois de Hecah ou Chavah). Das relações entre Adão e a Heva-serpente, teriam nascido legiões de larvas, de súcubos e de espíritos semiconscientes (elementares). Os rabinos fazem de Leviatã uma espécie de ser andrógino infernal, cuja a encarnação macho (Samael) é a "serpente insinuante" e a encarnação fêmea (Lilith), é a "cobra tortuosa" . Segundo o Sepher Emmeck-Ameleh, esses dois seres serão aniquilados no fim dos tempos: "Nos tempos que virão o Altíssimo (bendito seja!) decapitará o ímpio Samael, pois está escrito (Is. XVII, 1): 'Nesse tempo Jeová com sua espada terrível visitará Leviatã, a serpente insinuante que é Samael e Leviatã, a cobra tortuosa que é Lilith' (fol. 130, col. 1, cap.XI). Também segundo os rabinos, Lilith não é a única esposa de Samael; dão o nome de três outras: Aggarath, Nahemah e Mochlath. Mas das quatro demônias, só Lilith dividirá com o esposo a terrível punição, por tê-lo ajudado a seduzir Adão e Eva. Aggarath e Mochlath tem apenas um papel apagado, ao contrário do que acontece com as outras duas irmãs, Nahemah e Lilith.
No entanto, em outra versão do Mito de Lilith, ela foi a primeira esposa de Adao antes de sequer Eva Existir. Adao casou com ela, pois estava entediado de acasalar com animais, uma prática mais que comum entre os pastores do Oriente-Medio; embora no Velho Testamento esta prática é proibida como sendo um pecado (Deuteronomio 27:21). Mais aconteceu que Adão quis ficar por cima no ato sexual... Lilith não concordava com esta attitude do macho dominador. Então ela o amaldiçoa e foge pelo Mar Vermelho.
Adão reclamou com Deus e ele mandou três anjos: Sanvi, Sansanvi e Semangelaf, para fazer Lilith voltar. Ela rebateu a demanda dos anjos lançando um feitiço neles.. Enquanto esteve no Mar Vermelho Lilith virou amante do todos os demônios chegando a ter 100 bebes por dia. Os anjos dizem a ela que se não voltasse com Adão as crianças seriam tomadas dela. Mesmo assim ela não quis mais voltar. Então foi punida com o banimento.. e, Deus fez para Adão a dócil Eva.
Algumas especulações dizem que talvez exista uma conexão entre Lilith e a divinidade dos etruscos Lenith, a deusa sem rosto e que esta nos portões do submundo junto de Eitha e Persipnei (Hecate e Persephone) para receber as almas dos mortos. A entrada no submundo foi miticamente descrita como uma união sexual. (veja o Tantrismo) A lily ou lilu (lotus) é na realidade a Grande Mãe flor-yoni, os quais juntos forjam o nome Lilith
Embora mais tarde esta historia de Lilith desaparece na Bíblia canônica, suas filhas as ‘lilim’ assombram o homem por milhares de anos. Tanto assim que na Idade Média os Judeus ainda confeccionavam amuletos para manter as ‘lilim’ afastadas. Supondo que era ela quem ocasionava nos homens as conhecidas ‘emissões noturnas’
Os Gregos adotaram a linha de ‘lilim’, nomeando ela de Lamiae, Empusae (Força interior), ou Filhas de Hecate. Da mesma maneira os cristão também reconhecem ela, chamando-as de succubi, a contrapartida dos incubi. Os monges tentavam se proteger delas enquanto dormiam colocando pesados crucifixos por cima dos seus genitais
Embora a maioria das lendas de Lilith são derivadas de antigos escritos hebreus, muitas vezes aparecem detalhes sobre ela também nas tradições dos Persas (atualmente o Irã), na Babilonia, no Mexico, na Grecia, Arabia, Inglaterra, Alemanha, e nas legendas dos nativos da América do Norte e nos povos do Oriente. Ainda, ela é associada algumas vezes as figuras legendárias da Rainha de Sabá e ate Helena de Tróia. Na Europa medieval era chamada da esposa, concubina ou avo de satã.
Estas crenças continuaram por séculos adiante, durante o Sec.18, era uma prática comum, proteger as novas mães e seus bebes com amuletos contra Lilith. Os meninos eram mais vulneráveis durante a sua primeira semana de vida, sendo que as meninas durantes as três sua primeiras três semanas. Muitas vezes era desenhando um círculo ‘mágico’ ao redor do berçinho com um feitiço contendo os nomes dos três anjos já mencionados, e os de Adão e Eva e as palavras "barrando Lilith" ou "proteja esta nova vida de todo perigo" Freqüentemente amuletos eram colocados nos quatro cantos e debaixo do berçinho. Se a criança ria durante o sono, era tido como um sinal de que Lilith estava presente. Então a mãe tamponava o nariz da criança acreditando que assim ela iria embora.
Um antigo relevo encontrado na sumeria, com a imagem de uma mulher nua com asas e garras é aceito como uma imagem de Lilith. Observem cuidadosamente aqui embaixo