quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Anaïs Nin

Escritora brilhante, feminista (virou um ícone), e ainda: pornógrafa, bissexual. Ela era Fantástica por natureza!

 

Amando simplesmente o amor, sem nenhuma distinção, a escritora francesa Anaïs Nin alternou homens e mulheres, heteros e gays, como objetos de sua paixão.

 

Protagonizou triângulo amoroso por longo período com o escritor Henry Miller e sua mulher June, romance que serviu como base de roteiro para o filme “Henry e June”, de Philip Kaufman, em 1990, com Maria de Medeiros fazendo o papel de Anaïs, Fred Ward como Miller e Uma Thurman como June Mansfield.

 

Em 1995 fou a vez de “Delta de Vênus”, com Zalman King na Direção; e os atores Costas Mandylor, Audie England, Rory Campbell. Ambientado na Europa às vésperas da 2ª Guerra Mundial.  Elena (Audie England), uma jovem escritora americana, declara seu amor por Lawrence (Costas Mandylor), um elegante novelista francês. O ardente relacionamento entre eles conduz Elena a uma extraordinária trajetória de despertar sexual. O diretor Zalman King  transforma o erótico texto de Anais Nin em um sensual retrato de uma mulher que desconhece obstáculos, explorando continuamente as suas mais profundas e intensas sensações ....

Ela ainda inspirou os filmes: 9 1/2 Semanas de Amor e Orquídea Selvagem

 

Nasceu em Neuilly-sur-Seine, nos subúrbios de Paris, em 21/2/1903, era mais velha de 3 irmãos e a única filha menina do catalão Joaquin Nin, compositor e pianista, e da cantora lírica Rosa Culmell, dinamarquesa .

Justamente na adolescência e na fase “de latência” (como dizem os psicanalistas), quando a sexualidade sai um pouco de cena para dar lugar à intelectualidade, Anaïs descobriu a relevância da figura paterna em sua vida afetivo-sexual, dando lugar a um complicado labirinto de emoções.  Aí foi plantada a semente das futuras versões não censuradas dos seus “diários”, escritos desde os 12 anos, quando o pai abandonou a família e que foram publicados após a morte de Anaïs, em 1977. A bordo do navio que levava mãe e filhos aos Estados Unidos, começou esta produção literária, hoje publicada em seis volumes condensando cerca de 15.000 páginas manuscritas e, depois, datilografadas ao longo de 50 anos de sua vida  Os seus contos eróticos “quentes”, publicados em 1936, foram também baseado nesses diários (não tão) secretos.

 

Adolescente, Anaïs Nin deixou a escola e começou a trabalhar como modelo e manequim em Nova York. Começou a freqüentar o meio literário e conviveu com todo o círculo formado por D.H. Lawrence e seus amigos. Interessada em psicoterapia, estudou com Otto Rank, um fervoroso discípulo de Karl  Jung.

Criatividade prolífica - Durante o tempo em que viveu com o marido em Paris, (1923/1939) e, em especial, depois de ter conhecido o também polêmico Henry Miller, já conhecido como “profeta da sensualidade", "pornógrafo" e o "maldito”, Anaïs viveu um momento de enorme criatividade. Seu primeiro livro, datado desta época, foi sobre o incrível D.H. Lawrence: an Unprofessional Study (1932).

Outras eletrizantes partes dos seus  diários falam de seu despertar sexual, primeiro com June e depois com Miller e da elaboração de ”Incesto”, de 1936 e de um livrinho poético ‘The Winter of Artifice’, de 1939. Estas duas obras são consideradas o que há de melhor entre sua ficção  Em “Casa do Incesto” (ou simplesmente ‘Incesto’) conta uma história da violência sexual e do abandono, protagonizados pelo seu adorado pai. Ela registrou nos diários não só a luta para tê-lo de volta mas, também, idealizou ali a “boa menina” que ele poderia ter amado. Embora tenha tido contato com este pai em várias ocasiões, desde que saiu da França, a reconciliação só aconteceu em 1932. Aí começou uma fase enlouquecida só superada com muita, muita, muita terapia psicanalítica. A relacão incestuosa terminou, mas Joaquin Nin continuou atormentado, morrendo em Cuba (1949), após ter sido rejeitado por Anaïs.

As repercussões da vida pessoal causaram uma rejeição tremenda no círculo artístico de Nova York que Anaïs tentava frequentar após sair da Europa, durante a Guerra. Para conseguir publicar o que escrevia, fundou uma gráfica em Greenwich Village, perto do apartamento que dividia com o marido.  Com a supervisão de Gore Vidal, também foram republicados os diários de Paris e a coleção de ficção ‘Under a Glass Bell’ (1944). Os contos eróticos desta época nasceram da generosidade de Anaïs, que cobrava um dólar por folha para doar aos artistas pobres da cidade. Um grupo de amigos gays e bissexuais estava sempre à volta, alguns dos quais foram até seus amantes.

 

A casa de Louveciennes 2 bis, Rue de Montbuisson, Louveciennes, departamento de Yvelines, é o endereço da casa alugada em que Anaïs Nin viveu entre 1931 e 1935 e que lhe marcou muito a vida. Salão literário e artístico, “laboratório da alma”, por ali estiveram Antonin Artaud, Lawrence Durrell, Brassaï e todos os melhores intelectuais de passagem por Paris. Depois que ela foi embora, abandonada, a casa se degradou lentamente.  Foram feitas várias tentativas para adquiri-la de seus proprietários, devido à importância cultural e histórica que a casa agrega. Uma Associacão para salvar a casa de Anaïs Nin de Louveciennes foi fundada em 1995 e existe na internet um site “militante” para angariar donativos.  Até agora a restauração não pode ser completada e o imóvel continua interditado ao público. Coisa dos herdeiros ‘preconceituosos’\

 

 

Ícone feminista - Os seis volumes dos diários publicados ainda em vida, mesmo autocensurados, a tornaram uma figura cult do movimento feminista que nascia nos Estados Unidos. Anaïs fez palestras para milhares de estudantes em Universidades, embora recebesse críticas pela falta de interesse e não desejar se engajar em assuntos políticos e econômicos.  Grupos de lésbicas, em contrapartida, entenderam seu compromisso com a abertura de mente e liberdade de expressão para as mulheres. Anaïs dissimulou seu lesbianismo em ‘Seduction of the Minotaur’, mas trechos dos diários provam o contrário. Durante os últimos 30 anos de vida, Anaïs se dividiu entre dois maridos: Hugh Guiler em Nova York e Rupert Pole em Los Angeles.

 

A ‘Inspiracão’ de Henry Miller - Em 1973 recebeu o título de doutora honoris causa do Philadelphia College of Art. Foi eleita para Instituto Nacional de Artes e Letras (NIAL) em 1974. Por ter conhecido de perto as mudanças constantes dos diários, inclusive as partes distorcidas pela censura, e em seguida liberadas, Henry Miller previu que Anaïs Nin, com sua literatura, “teria lugar de destaque entres as “Revelações de Santo Agostinho” e a obra de Petrônio, Peter Abelard, Rousseau e Proust”

Anaïs morreu em 14 janeiro de 1977, em Los Angeles. Após a cremação, suas cinzas foram espargidas na Baía de Santa Mônica

 

Entre suas principais Obras, temos:         

Em busca de um homem sensível

Henry, June e Eu (virou filme)

Pequenos pássaros

A casa do incesto

Uma espiã na casa do amor

Fome de amor

Diários Íntimos

Delta de Vênus (virou filme)

 

Só para terminar: O Perfume ‘Anais Anais” da griffe Cacharel..é famoso..quem não conhece? e foi batizado assim em homenagem a este adorável ícone..... e que foi feito para quem quer uma fragância para todas as horas, sua fragância deixa saudades por onde passa. Notável...!..nao?  bem ao estilo de nossa heroína de hoje....

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