domingo, 14 de outubro de 2007

A Música e sua magia

Os homens, há tempos perceberam e atribuíram certos poderes às música que foram usados das mais diversas formas, para os fins mais variados e por muitos povos:

 Na Mitologia, com seu canto, Orfeu  dominava as feras, movimentava as pedras, desviava o curso dos rios e enfrentava, destemido, os perigos mais incríveis. Tirteu comandou um exército rumo a vitória com o som de sua flauta. Nas lendas dos povos celtas, Houn de Bordeaux fazia dançar todo aquele que ouvisse a sua corneta. As sereias, encantavam os marinheiros gregos com suas vozes sedutoras, conduzindo-os até elas, até a morte...

Os magos e feiticeiros, em geral, eram músicos, ou melhor dizendo, eram cantores. Entoando as suas canções, por eles chamadas de ‘encantos’ adoravam aos seus deuses. Cantando faziam suas invocações mágicas, seus encantamentos místicos e seus feitiços. 

Os Cavaleiros templários ensinavam, nos seus graus iniciáticos, sete ciências onde, uma delas, era a música e, através dela, transmitiam ao iniciado o sentido da Harmonia do seu EU interior, para que pudesse compreender a Harmonia do Universo.

Os xamãs indígenas praticam nas suas ações certas mágicas para invocar os espíritos, através de um som ritmado e de cantos "encarnatórios". Para eles, o tambor é o instrumento fundamental para a viagem ao "Mundo Superior” e ao “Mundo Inferior". Eles possuem o conhecimento de que, os sons ritmados, monótonos e repetitivos dos tambores e das maracas, inibem mais facilmente o córtex cerebral, que passa a não mais responder aos sons, para então passar a atingir um estado de consciência alterado, ocasião em que monta em seu "cavalo tambor" e penetra no misterioso mundo subterrâneo dos espíritos errantes. (no seus sonhos mais íntimos)

Na India são utilizados os mantras, que são recitações de certas fórmulas místicas que evocam e assimilam forças das quais eles são símbolos. Em sua maioria eles contém os som do "M" e do "N", que ressoam na região do hipotálamo, no crânio, mesmo quando sussurrados. O mais antigo dos mantras é o "OM", ou "AUM". A vibração sonora que surge quando se pronuncia o “M” (fechando a boca, depois de abrí-la para o AU) faz vibrar, por ressonância, a hipófise e a glândula Pineal.           

 Os sufismo árabe  é a corrente mística e contemplativa do Islã. Os praticantes do sufismo, conhecidos como sufis ou sufistas, procuram uma relação direta com Deus através de cânticos, muita música e especialmente danças.

 Todavia, Existe um diálogo famoso, travado entre John Lennon e George Harrison, que transcrevemos abaixo.

       "Cantar é uma espécie de meditação que se pode praticar mesmo quando a mente está turbulenta. Você pode, inclusive, estar cantando e fazendo outra coisa ao mesmo tempo". 

      "A meditação silenciosa depende mais de concentração, porem, quando você canta, esta tentando uma ligação direta com Deus." 

Comentando sobre a mente aberta e a sua sede por conhecimento:      "Alguns não compreendem que estão, mas estão... e uma vez que você compreenda algo, não pode mais fingir que não conhece”. 

 Um dos casos mais interessantes produzidos por George Harrison é a musica "My Sweet Lord"  (uma canção tipicamente Gospel), tem num trecho da canção, um coral que canta o estribilho "Aleluia" e depois, muda  para "Hare Krisna". Aleluia é uma expressão de júbilo dos cristãos, já o Hare Krisna tem seu lado místico, que é mais do que glorificar a Deus, pois na verdade é buscar tornar-se Um com Ele.

Então, nessa música, para fazer com que os cristãos não se sintam ofendidos, primeiro ouve-se Aleluia e depois, ao ouvirem Hare Krisna, eles já estão fisgados, batendo os pés, de modo que se deixam levar por uma falsa segurança. Assim pensam: "Ei, está boa esta musica.."

Elvis Presley era um que mudou com a música, sua religiosidade ficou extremamente evidente lá por 1957: His hands in Mine (Suas mãos sobre mim),  foi uma homenagem  dele para sua mãe já falecida,  e também temos "Peace In The Valley". Que foi um disco que causou uma certa controvérsia, já que o empresário Tom Parker e os donos da gravadora, não queriam que Elvis gravasse um disco gospel, entretanto, Elvis insistiu em seu propósito de realizar um LP Gospel, tornando-o uma realidade, e que virou um grande sucesso de vendas e crítica. Mostrando o seu apreço por esse tipo de música, Elvis declarou: "Esse disco será uma forma de mostrar minha gratidão para com os quartetos gospel. Acho que praticamente conheço todos os hinos já feitos. Adoro ficar sozinho ao piano, em Graceland, tocando essas músicas". Esse era Elvis Presley, nunca se esqueceu de suas raízes. 

Então queridos amigos, continuemos a gostar da música, especialmente aqueles sons que motivam qualquer reflexão, ate o estilo conhecido como  "New Age” 

Pois o espetáculo continua, e estaremos sempre juntos, nós homens e um Deus benevolente a que somente se preocupa com nosso bem-estar, não há separação... o amor é a ponte...


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