O horário de verão e o seu relógio biológico

O relógio propriamente dito, se acostuma fácil ao horário de verão. É só alguém dar uma mexidinha nos ponteiros e ele já está adiantado.... Mas o corpo, ele sofre um pouco mais para se adaptar ao novo esquema.

Muita gente reclama – e com razão - da mudança de horário. Inclusive, varias pesquisas já tentaram ligar o horário de verão ao aumento do número acidentes de trânsito. Mais o importante é que: neurologistas confirmam: ele traz mesmo mudanças para o relógio biológico, já que com a alteração de fusos o organismo irá tentar se adaptar.

-Normalmente, há  vários ritmos do nosso organismo, sendo que o principal deles é o de “sono-vigília”, e esses ritmos estão sincronizados entre eles. Mas, no momento em que o ritmo de sono-vigília muda, por causa do horário de verão, todos os outros ritmos biológicos sofrem com isto-, como explica o neurologista Luciano Pinto, da disciplina de medicina e biologia do sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). De acordo com o especialista, o organismo leva entre uma semana à dez dias para se adaptar com a nova rotina.

Porem, não é todo mundo que sofre com isto. 90% das pessoas têm flexibilidade para se acostumar rapidamente. E tem ainda uma fatia, a das outras 10% que reclamam durante todo o horário de verão:  são os chamados vespertinos (outros chaman-os de notívagos) – ou seja: aqueles que dormem tarde e acordam tarde. "Quem está acostumado a dormir tarde vai ter que dormir mais tarde ainda", destaca o neurologista.

Segundo a bióloga Yara Fleury, especialista em sono pela Unifesp, basicamente o corpo e o cérebro estranham a luz até mais tarde. "Por causa disto, muitas pessoas relatam certa dificuldade em pegar no sono durante o horário de verão", diz a especialista. Outras, segundo Yara, reclamam que não conseguem acordar na hora certa, já que a chegada das manhãs fica mais tarde, o amanhecer dos dias ficam mais escuros.

Isto se traduz em várias outras queixas, como irritabilidade durante o dia, fadiga e sonolência diurna. Alguns têm até os hábitos alimentares alterados. Algumas pessoas reclamam por alguns dias, algumas durante semanas. E finalmente tem as que só deixam de se queixar depois que o horário de verão termina.

De todas as reclamações, a mais perigosa está relacionada com a sonolência diurna. "Ela está ligada à ocorrência de acidentes de trabalho", diz Yara. Um estudo realizado no Canadá, na década de 1990, pela University of British Columbia, constatou aumento de 8% no número de acidentes de trânsito no dia seguinte ao início do horário de verão. E a situação se normalizou uma semana depois. O seja: o tempo necessário para se adaptar.

Falando em Adaptações - Existem muitas maneiras de se diminuir os transtornos que a mudança traz ao corpo. Yara diz que, se a pessoa tem a opção de ignorar o horário de verão, deve fazê-lo. No entanto, não é todo mundo que tem um horário de trabalho flexível e pode se dar ao luxo de acordar mais tarde.  - A resposta ao horário de verão varia de pessoa para pessoa... Verdade, 50% das pessoas queixam-se da qualidade de sono após o horário e as diferenças são mais significativas para pessoas que dormem pouco.

Uma boa dica, para este grupo, seria dormir com as cortinas abertas. Assim, o corpo se acostumaria gradativamente com a luz do dia. O corpo vai ficando sincronizado com a claridade. E fica mais fácil acordar....

Mas o neurologista Luciano Pinto diz que não há nada como o bom e velho despertador. Este sim pode colocar seu relógio biológico para funcionar na hora.(!!?)