quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A crise Financeira Mundial

A Crise Financeira é extensa

Para quem está acompanhando o desenrolar da Crise financeira, pra quem tem ou tinha ativos e qualquer investimento nas Bolsas... 

A recuperação das Bolsas pode levar mais tempo do que pensam: NA VERDADE ENTRE 4 A 15 ANOS!

E simples: a afirmação acima é resultado do que demonstram os indicadores em situações,  períodos de crises como a atual.... segundo previsões coerentes dos mais conceituados economistas:

O professor de matemática Décio Pecequilo, de 68 anos, é a memória viva do mercado de capitais brasileiro. Em janeiro, completa 40 anos no ramo. Nesse período, vivenciou de tudo: crises da dívida externa, desvalorizações cambiais, escândalos financeiros, recessões ao redor do mundo, etc.
A crise atual, diz ele, é a pior.

As palavras do experiente profissional talvez sirvam de estímulo para aqueles que pretendem entrar no mercado acionário, seguindo o princípio básico alardeado por 10 entre 10 analistas: “comprar na baixa e vender na alta”. Mas não consolam os milhares de brasileiros que foram engolidos pelo mergulho do Índice Bovespa de Maio para cá. Uma queda, aliás, que entrará para os livros como a quarta maior da história do indicador brasileiro, que foi criado em 1968.

O Ibovespa despencou 49,3% desde que atingiu o pico de 73.516 pontos, repito, desde o dia 20 de Maio. O tamanho do tombo não era previsto nem pelo mais pessimista dos analistas e, por isso, pegou a maioria dos investidores, principalmente as pessoas físicas, desprevenidas.

Os especialistas temem uma freada na migração dos novos investidores,  pessoas que entraram recentemente para a bolsa  (como já ocorreu em outros momentos da história do mercado de capitais). Afinal, nos últimos anos, milhares de brasileiros comuns venceram o medo e escolheram as ações para aplicar parte de suas economias. Das 94.320 pessoas que eram em Dezembro de 2003, foram crescendo ate chegar em  550.562 em Setembro deste ano, ou seja, um avanço de 484%.

“Infelizmente, tem muita gente machucada, que não quer mais entrar na bolsa.”
Diz o Corretor Márcio Colombo,  Pois então, na avaliação de Colombo e de outros especialistas, o histórico da bolsa brasileira pode ser um guia para o que esperar daqui para frente - fazendo-se a ressalva de que o cenário econômico pode mudar drasticamente (e para pior), ao longo do tempo. Exatamente no que é a premisa de qualquer investimento em Bolsa: aguardar..e aguardar... 
Olhando com atenção o gráfico histórico do bovespa, observa-se que foram necessários, no mínimo, quatro anos para que o indicador se recuperasse de um tombo dessa magnitude. O período mais longo, de quase 15 anos, foi entre 1971 (logo depois que o brasileiro “descobriu” a bolsa) e o outro em 1986, na época do Plano Cruzado.

As perspectivas de recuperação da forte queda de 2008 são incertas. Ninguém se arrisca a estimar um período. O único fator que se sabe é que o movimento foi detonado por uma crise externa. Isso o difere dos anteriores. Em 1971, havia claramente uma bolha provocada pelos investidores locais. A retomada foi atrasada por várias crises:  a do petróleo, a da dívida e da inflação alta nos EUA, entre outros fatores.

O mergulho entre 1986 e 1998 também foi provocado por questões nacionais -o fracasso do cruzado. A desvalorização do real, em 1999, derrubou o Ibovespa novamente, que só se recuperou plenamente em 2003. Nesse mesmo ano, se iniciou o mais longo período de alta da bolsa brasileira, encerrado em Maio deste ano.

O professor Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios, observa que, desde a estabilização monetária, em 1994, com o Plano Real, a bolsa conseguiu ganhos mais do que outras aplicações. Em média, rendeu 17,49% ao ano, ante 14,95% dos CDBs pós-fixados e 12,54% da caderneta de poupança: “A bolsa é algo que tem mesmo um risco muito alto, é instável no curto prazo, mas, em períodos mais longos, rende mais.”

Esse olhar em perspectiva parece dar razão ao Professor Pecequilo. O tamanho do longo prazo é que torna a aposta de alto risco. Até porque, como disse o brilhante economista inglês John Maynard Keynes, “a longo prazo, todos estaremos mortos”.

As perspectivas hoje em dia,. Dependem muito mais dos fatores externos, que dos assuntos somente internos...então, e tendo em conta esses fatores: dólar, petróleo, crescimento do PIB dos EUA e a Europa, que já estava lento e agora vai ficar mais lento ainda...  é que as perspectivas são mesmo desanimadoras...

A primeira conseqüência efetivas dessa crise global é a Falta de Crédito, com isso: e como efeito imediato, mais de 300 grandes obras podem atrasar pela tal falta de crédito no País  Segundo a ABDIB, serão necessários no mínimo R$ 90 bilhões para concluir os empreendimentos de infra-estrutura...Cujas eventuais fontes de Credito, não estão mais disponíveis.... Hoje o País tem 324 grandes obras de infra-estrutura em construção ou já contratadas (mas não iniciadas) correndo sério risco de nunca serem realizadas por causa da escassez de crédito que assola o mundo.

Cautela
Quem conseguiu fazer captações antes da crise tem tentado controlar as finanças até que o crédito seja restabelecido (!!???). A Eletrobrás, por exemplo, suspendeu a emissão de US$ 400 milhões que faria no mercado externo no mês passado. O dinheiro seria usado para financiar os investimentos das empresas do grupo, como a construção das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau e Angra 3.

No setor portuário, os empreendimentos estão ameaçados não só pela falta de crédito, mas também pela expectativa de redução no comércio exterior, afirma o professor da Coppead/UFRJ, Paulo Fleury. Segundo ele, alguns empreendedores estão segurando os projetos para ver se o cenário econômico clareia um pouco. Hoje há três portos em construção, no valor de R$ 3,5 bilhões. Mas há planos de mais de R$ 9 bilhões que estão apenas no papel, completa o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli.

A Vicunha Têxtil está negociando com bancos a liquidação antecipada de operações de derivativos cambiais. A empresa já liquidou operações com o Banco Merrill Lynch e proibiu expressamente, em deliberação de assembléia de seu Conselho de Administração, que os membros da diretoria assinem qualquer outro novo contrato de derivativos com o Merrill Lynch ou com qualquer outra instituição financeira.
As perdas com essas operações podem chegar a US$ 150 milhões, revelam fontes do mercado. A maior exposição da companhia era justamente com o Merrill Lynch

A Reforma Tributária vai ficar para depois
Há um consenso entre os especialistas de que a arrecadação tributária crescerá menos no próximo ano, em todos os três níveis de governo. A dúvida é apenas sobre a intensidade desse movimento. A razão não é apenas o menor crescimento econômico projetado para 2009 por todos os economistas, incluindo os do governo. Como todos sabem, quando a atividade econômica arrefece, as receitas com impostos também diminuem. O principal motivo para a esperada diminuição das receitas é a queda da lucratividade das empresas no próximo ano. A forte elevação da receita tributária verificada durante os últimos anos decorreu, principalmente, do grande crescimento da lucratividade das empresas instaladas no Brasil. Isso é facilmente demonstrado porque as receitas do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foram as que mais cresceram nos últimos anos. A base desses dois tributos é o lucro.

Esta crise internacional levará a uma redução do crescimento econômico do Brasil e da lucratividade das empresas, principalmente por causa das apostas que centenas delas fizeram em derivativos cambiais (a taxa baixa do dólar). Os prejuízos que elas tiveram --e alguns foram bilionários mesmo--  vão reduzir o lucro tributável e, por causa disso, a arrecadação do IR e da CSLL será menor. “A repercussão será direta, pois o prejuízo come o imposto”, ensinou o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel.

Everardo chama a atenção para o fato de que a redução da lucratividade das empresas terá impacto também sobre a arrecadação dos Estados e municípios, com quem a União reparte a receita do IR. “Teremos uma repercussão sistêmica, pois a queda da arrecadação do Imposto de Renda alcança todos os entes federativos”, observou. Com menos receita do IR, as transferências constitucionais para Estados e municípios serão menores em 2009.

Tudo isso, apenas por causa da crise e a Queda do Índice Dow Jones, NASDAQ, e as bolsas européias.... Daí o temor de que a recuperação seja mesmo muito mais demorada e a crise mais extensa do que se pensa....

A propósito, quando o governo americano e seu banco central, o Federal Reserve, deixaram o Lehman Bros. quebrar, alguns analistas disseram: só o tempo dirá se foram corajosos ou loucos. Hoje, olhando para trás, está evidente que foram loucos.
De tudo isso, a série de medidas tomadas no último mês indicou nova disposição: primeiro, impedir a quebradeira; segundo, reanimar o sistema financeiro; e terceiro, suportar a recessão.,.. isso mesmo.. até eles já aceitam uma enorme recessão.

Por aqui, temos (infelizmente), um Ministro da Fazenda que é conhecido por ser um mentiroso contumaz, nada do que ele fala pode ser levado á serio... Foi falar que o Brasil estava “blindado” para esta crise, e no dia seguinte ocorreu a pior queda da Bovespa. Depois ficou se gabando que o Brasil gastaria atá 40 bilhões para segurar a taxa do dólar, no dia seguinte o dólar subiu e começou a sua escalada vertiginosa..para cima!,  depois falou que a crise tinha acabado..e no dia seguinte os índices europeus caíram na casa dos 6,6% negativos, sem contar a Don Jones e a própria Bovespa.....

Por aqui, muitos cidadãos comuns, ainda não conseguem compreender e atentar para o tamanho e gravidade deste problema, querem continuar seu ritmo de consumo, especialmente continuando a se endividar, comprando mais e mais, especialmente a crédito.  Isso não é nada bom..para ninguém! Pois foi assim que começou a quebradeira das Imobiliárias e Financeiras nos EUA, que foi o estopim que deu início á tudo.

 

O pior é que acho que, estamos saindo do pânico para algo como um desânimo conformado. O pânico, no caso, diante da possibilidade de um colapso financeiro global, leva a movimentos bruscos - venda ações, compre dólares, queime dólares, compre ienes, venda tudo, esconda o dinheiro....!, etc, etc.  No desânimo, é como na depressão, não se faz quase nada. Traduzindo, a volatilidade nas bolsas e no mercado financeiro em geral deve dar lugar a um período de pasmaceira, de ficar lá embaixo.

 

Infelizmente,

A crise é verdadeira, ela está ai... por isso, anotem esse dado: ela vai ficar entre 4 a 15 anos!

 

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