Lindisfarne (também chamada de Lindesfarne Castle ou Holy Island: "Ilha Sagrada") é uma ilha acessível somente com a maré baixa através de uma calçada. Fica na costa nordeste da Inglaterra, que é ligada à terra firme de Northumberland por uma estrada de pedregulhos. De acordo com o censo de 2001, possuía uma população de 162 habitantes. Ela fica ao norte da região costeira da Inglaterra, nos limites geográficos entre Escócia e a Inglaterra, próximo de Berwick-upon-Tweed. Posteriormente, e já no século XX foi comprado e muito alterado por sir Edwin Lutyens na década de 1902. O castelo é muito pequeno para os padrões habituais, sendo mais uma espécie de Forte.
Na Ilha Sagrada foi construída o que era no início a Abadia de Lindisfarne, atribuída ao santo irlandês Saint Aidan, por volta de 635 d.C. O lugar transformou-se na base para a conversão ao cristianismo no norte da Inglaterra, e também base de missões evangelizadoras para a Mércia. Ele foi atacado e pilhado pelos Vikings em junho de 793, num episódio que é considerado pelos historiadores como o início das invasões Vikings na Europa. Esses ataques causaram enorme consternação nos cristãos do Leste da Inglaterra e hoje é conhecido como o início da Era Viking, que coincide com o declínio do Império Romano, em toda a Europa
A Era Viking
Os Vikings começaram a colonizar a parte nordeste de Mar Báltico nos séculos VI e VII. No final do século VIII, eles faziam longas viagens descendo os rios do que hoje é a Rússia e estabeleceram fortes ao longo do caminho para sua defesa. No século IX eles controlavam Kiev e em 907 uma força de dois mil navios e oitenta mil homens atacou Constantinopla. Eles só saíram da cidade, após conseguir um acordo comercial favorável a eles, outorgado pelo imperador bizantino.
Os primeiros relatos de invasões viking datam de 793, justamente com o incidente de monastério insular de Lindisfarne, na costa Leste da Inglaterra. Os vikings saquearam o monastério, carregaram seus navios e retornaram à Escandinávia. Nos 200 anos seguintes, a história Européia encontra-se repleta de estórias dos vikings e suas pilhagens. Tal o trauma e espanto que causou a toda a população este ataque.... O tamanho e a freqüência das incursões contra a Inglaterra, França e Alemanha aumentaram em tal intensidade que foram verdadeiras invasões. Eles saquearam cidades importantes como Hamburgo, Utrecht e Rouen. Colônias foram estabelecidas como bases para outras futuras incursões. As colônias no Noroeste da França ficaram conhecidas como a Normandia (de "homens do Norte"), e seus residentes eram chamados de normandos. E essa denominação persiste até os dias de hoje.
Em 865, o exército dinamarquês invadiu a Inglaterra, conseguindo controlar toda a Grã Bretanha pelos próximos 200 anos. Um dos últimos reis da a Inglaterra, em 1066 foi Canuto, que também era rei da Dinamarca e a Noruega. Em 871, uma outra esquadra viking excursionou pelo Rio Sena atacando Paris. Eles cercaram a cidade por dois anos, até abandonarem o local mediante um grande pagamento em dinheiro e permissão para levar o que quiserem da região ao Oeste da França. Em 911, o rei da França elevou o chefe da Normandia a Duque em troca da sua conversão ao cristianismo interrompendo assim as incursões. Desta região, conhecida como o Ducado da Normandia veio uma série de notáveis guerreiros como Guilherme I, que conquistou a Inglaterra em 1066; e Robert Guiscard, que tomou a Sicília dos árabes entre 1060 e 1091 e o rei Balduíno I, que encabeçou uma das cruzada até Jerusalém.
Os vikings conquistaram a maior parte da Irlanda e grandes partes da Inglaterra, navegavam á vontade pelos rios da França, Portugal e Espanha, e controlaram a Rússia e a costa do Mar Báltico. Fizeram também invasões no Mediterrâneo e no leste do Mar Cáspio. Perto de 982, a América do Norte foi descoberta por Leif Eriksson da Groenlândia, que a chamou de Vinland. Um pequeno povoado foi fundado na península norte na Terra Nova (Canadá), mas a hostilidade dos indígenas locais e o clima extremamente frio provocaram, pouco tempo depois o abandono de parte dos vikings desta colônia. Os restos arqueológicos deste local -L'Anse aux Meadows- são hoje considerados pela UNESCO, Patrimônio Cultural da Humanidade.
Tem um filme interessante de 2007: Desbravadores (Titulo Original: Pathfinder), que mostra essa dificuldade dos vikings de se estabelecer na América do Norte.
Sinopse do Filme: Uma criança viking se torna a única sobrevivente de um naufrágio, depois que seu clã de navegadores nórdicos, ataca uma aldeia de nativos americanos da costa. Adotado pelos índios da tribo Wampanoag locais, o garoto é criado até que ao crescer se torna um caçador e hábil guerreiro. 15 anos mais tarde, os vikings retornam á América novamente, e o jovem, conhecido em sua tribo como Ghost (Karl Urban), tem de escolher de que lado irá ficar.
Eu gostei do filme, recomendo!
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Há quem acredite que a palavra viking vem de vikingr do nórdico antigo, língua falada pelos vikings, mas eles não se denominavam assim, este nome foi atribuído a eles devido ao seu significado: como piratas, aventureiros e mercenários viajantes. Os vikings são escandinavos, que por sua vez, são um povo germânico, sendo provenientes dos Indo-Europeus. Os vikings a partir do século VII começaram a sair da Escandinávia, indo para as regiões próximas, devido a uma superpopulação e até problemas internos, como no caso de Erik, the Red (chamado de O Vermelho, pois ele era muito ruivo), que foi expulso da Noruega e da Islândia, além da motivação pelo comércio e pelos saques das cidades européias. Os registros históricos franceses usam a palavra Normanni para falar deles, os anglo-saxões os chamavam de Dani, e embora esses termos certamente se refiram respectivamente aos noruegueses e dinamarqueses, parece que freqüentemente eram usados para os homens do norte em geral.Nas crônicas germânicas eles são denominados de Ascomanni, isto é, homens de madeira, por causa dos seus navios de madeira nobre. Em fontes irlandesas eles aparecem com Gall (forasteiro), ou Lochlannach (nortistas), e para os primeiros eram algumas vezes adicionadas as palavras branco (para noruegueses) ou preto (para dinamarqueses), presumivelmente devido às cores de seus escudos ou de suas malhas. Adam de Bremem, um monge historiador germânico, escrevendo aproximadamente em 1705, afirma que o termo viking era usado pelos próprios dinamarqueses.
Uma das principais razões para as incursões dos vikings foi a superpopulação mesmo, causada pelo avanço do uso do ferro. Para os povos da costa, foi natural a procura por novas terras pelos mares e oceanos. Outra razão deve-se ao fato de que, nessa época, vários países europeus encontravam-se envolvidos em conflitos internos, sendo portanto presas fáceis para grupos organizados que nem os vikings. A procura por ventura e a superioridade militar, característico de uma cultura que valorizava os feitos heróicos, pode ter sido outro fator relevante.
Após décadas de pilhagem, a resistência aos vikings tornou-se mais eficiente e, depois da introdução do Cristianismo na Escandinávia, a cultura viking ficou mais moderada. As incursões vikings cessaram no fim do século XI. Os nórdicos foram absorvidos pelas culturas com as quais eles tinham se envolvido. Aqueles que conquistaram e colonizaram a Inglaterra viraram ingleses, os 'normandos' (guerreiros do norte) viraram franceses e os Rus tornaram-se russos.
História é realmente muito interessante. Amei ler.
ResponderExcluirBj