
Esta semana, mais exatamente no dia 21 de Junho, lembramos o nascimento do francês Jean Paul Sartre (1905-1980). Este filósofo nasceu e cresceu em meio à marcas históricas, principalmente guerras. Em 1905, quando nasceu, terminava a guerra russo-japonesa. Em 1914, quando ele tinha 9 anos, começava a Primeira Guerra Mundial. Os alemães invadiram seu país, a França, mas os franceses juntamente com os ingleses conseguiram detê-los. Essa foi a primeira vitória significativa da guerra que persistiu até 1918. No ano seguinte, 1919, houve um fato importante para os franceses : O Tratado de Versalhes. Este Tratado marcou novas linhas fronteiriças na Europa e privou a Alemanha de um oitavo de seu território, além de todas as colônias, limitou os efeitos de seu Exército e obrigou-a ainda a pagar vultosa indenização de guerra, provocou profundos ressentimentos na população inconformada com essa "paz imposta". Neste período o Brasil passam por agitação tenentistas , pela Coluna Prestes, até chegar a "Era de Vargas" Já na década de 20 nos Estados Unidos teve um progresso econômico, que colocaram a disposição do grande público inovações tecnológicas tais como o rádio, a vitrola, o cinema, a luz elétrica e os eletrodomésticos, enquanto os automóveis começaram a tomar conta das ruas e o avião oferecia a opção de transporte aéreo. O ritmo desses "anos loucos" era o ‘charleston’, dança inventada no sul dos Estados Unidos, Mais logo logo em seguida este pais passou pela crise econômica. O “Crack” das Bolsas de 1929. A Europa, começando por Itália, conheceu o fascismo, que foi instaurado por Mussolini. Enquanto isso na América Latina assistia-se à Guerra Civil Espanhola, que em 26 de abril de 1937 fez a cidade de Guernica ser bombardeada pela aviação alemã. Este lamentável evento foi magistralmente perpetuado por Pablo Picasso. A tragédia de Guernica chocou às consciências democráticas do mundo inteiro. Sartre assistiu também a Segunda Guerra Mundial, quando os franceses, além de pouco preparados, não dispunham dos recursos das forças alemãs. O Primeiro ataque alemão contra a França ocorreu em maio de 1940 (em 22 de junho); o país foi obrigado a assinar uma armistício humilhante, que estabelecia a ocupação da região setentrional ( inclusive Paris ), e toda costa Atlântica pelos alemães. Após o término da II Guerra , houve também a Guerra Fria, que já estava estabelecida desde 1945. A década de 60 foi um período emocionante, revolucionário e turbulento, de grandes mudanças sociais e tecnológicas: assassinatos, grande revolução no mundo da moda, novos estilos musicais, direitos civis, libertação de mulheres e homossexuais, a guerra do Vietnã, as primeiras expedições à Lua, campanhas de paz, flower power dos hippies, grandes filmes e programas de TV, liberdade sexual. Nessa época, os indivíduos nascidos no baby boom do pós-guerra já haviam crescido e formado um novo e poderoso exército de consumidores. Tornavam-se adultos numa época de otimismo e autoconfiança inigualáveis e incontidos: a guerra e a austeridade do pós-guerra haviam acabado; os homens viajavam pelo espaço e logo iriam chegar à Lua; o primeiro transplante de coração fora realizado. Lá pelos anos 80 os juvenilistas (ou "darks e punks", como ficaram conhecidos por aqui) já evocaram estes predecessores. O problema é que eles acreditavam apenas em si mesmos. Agora não. Para a reciclagem bastam o look e o glamour desse estilo. Seriam os góticos, darks, e etc. atuais....Depois dessa euforia dos anos 80, e já no Século XXI a moda recupera um estilo dos anos 50. Ao contrário daquela, o conceito de neo-existencialismo não interessa mais, apenas a atitude. Esta é a herança da escola filosófica liderada pelo francês Jean-Paul Sartre. O lema conceitual de Sartre era "a existência precede a essência". Isto quer dizer: o homem não possui uma essência eterna e imutável, ele é uma criatura que se constrói na história. As eventuais mudanças de rumo da história estão, portanto, nas suas mãos. Mas não foi a consciência do conceito que fez a popularidade do existencialismo. Ela derivou do momento histórico que surgiu quando à ressaca da Liberação se misturou a desilusão frente aos pecados da guerra. Diante da barbárie recente o espírito existencialista reagiu destilando niilismo. Não é a toa que o Século XX e chamado também do ‘Século de Sartre’.
Neste caldeirão de acontecimentos, Sartre descreveu e definiu o chamado Existencialismo:
Para entender o significado de existencialismo, é preciso entender que a visão americana do existencialismo derivou das obras de três ativistas políticos, não puristas intelectuais. A América aprendeu o termo existencialismo depois da II Guerra. O termo foi criado por Jean-Paul Sartre para descrever suas próprias filosofias. Até 1950, o termo era aplicado a várias escolas divergentes de pensamento clássico.
Muitas pessoas confundem entre a falta de fé ou crenças do tipo religioso, com ideais existenciais. O existencialismo pouco tem a ver com fé. Segundo Walter Kauffmann, "Certamente, o existencialismo não é uma escola de pensamentos. Os três escritores que sempre aparecem em toda lista de existencialistas - Jaspers, Heidegger e Sartre - não concordam em sua essência. Considerando Rilke, Kafka e Camus, fica claro que a característica essencial compartilhada por todos é o seu individualismo exagerado."
Apesar das variações filosóficas, religiosas e ideologias políticas, os conceitos do existencialismo são simples:
- A espécie humana tem livre arbítrio;
- A vida é uma série de escolhas, criando tensão, stress;
- Poucas decisões não têm nenhuma conseqüência negativa;
- Algumas coisas são absurdas ou irracionais, sem explicação;
- Se você toma uma decisão, deve levá-la até o fim.
Como mencionei anteriormente, o existencialismo não é uma simples escola de pensamento, livre de qualquer e toda forma de fé. Para entender isto é preciso saber que, muitos dos existencialistas eram, de fato, religiosos. Vejamos: Pascal e Kierkegaard eram cristãos dedicados: Pascal era católico, Kierkegaard, um protestante radical e defensor dos ensinamentos de Lutero. Dostoievsky era greco-ortodoxo, a ponto de ser fanático. Kafka era judeu; Hegel era muito, mas muito religioso, acreditando que nenhum poder era obtido sem o consentimento do criador. Nietzsche, apesar da sua famosa frase "Deus está morto", também parecia acreditar em um criador, mesmo desprezando as religiões organizadas que eram para ele, ferramentas de manipulação e controle de massas (lembra uma certa Igreja Universal, não?). Sartre era o único que realmente não acreditava em força divina. Embora Sartre não foi criado sem religião, mas as guerras que presenciou e sobretudo a II Guerra Mundial e o constante sofrimento no mundo levou-o para longe da fé, de acordo com várias biografias, incluindo a de sua famosa companheira, Simone de Beauvior. Curiosamente, Sartre passou seus últimos anos de vida explorando assuntos de fé e a dedicação, com um certo amigo judeu ortodoxo. Apenas podemos imaginar suas conversas, já que Sartre não as registrou.
Para os existencialistas cristãos, a fé defende o indivíduo e guia as decisões com um conjunto rigoroso de regras. Para os ateus, a ironia é a de que não importa o quanto você faça para melhorar a sim mesmo ou aos outros, você sempre vai se deteriorar e morrer. Muitos existencialistas acreditam que a grande vitória do indivíduo é perceber o absurdo da vida e aceitá-la. Resumindo, você vive uma vida miserável, pela qual você pode ou não ser recompensado por uma força maior. Se essa força existe, por que os homens sofrem? Se não existe, por que não cometer suicídio e encurtar seu sofrimento? Essas questões apenas insinuam a complexidade do pensamento existencialista.
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