segunda-feira, 30 de outubro de 2006

O chocolate: uma bela história


 

A_história do chocolate remonta ao ano de 1.500 A.C., segundo registram estudos que demonstram que a civilização Olmeca foi a primeira a aproveitar o fruto do cacaueiro. Eles habitavam as terras baixas do Golfo do México. Evidências arqueológicas comprovam que pouco depois os Mayas, Toltecas, a Aztecas também já utilizavam o cacau, a consideravam-no um alimento dos Deuses.  Nesta época o cacau era usado como uma bebida, geralmente acrescida de algum condimento. Era ingerida pelos sacerdotes em rituais religiosos.  Também, na mesma época, as sementes de cacau, de tão valorizadas, viraram moeda corrente. Eram usadas como meio de troca e um referencial de valor.

Os Mayas e Astecas o usavam para elaborar uma bebida fermentada e meio-amarga.   Os Mayas deixaram descritas diversas maneiras de elaborar tal bebida e o modo de saboreá-la. Parece que a mais comum vinha do esmagamento das sementes de cacau, e, em seguida temperado com pimenta. Esta mistura ainda hoje é muito popular nesses paises como México, e em toda a America Central. Depois, a mistura era levada ao fogo e cozida, mexendo vigorosamente com uma pá de madeira, até ficar espumosa. Para acrescentar um sabor mais agradável, adicionava-se baunilha, urucum, pimentão, milho verde, cogumelos (alucinógenos), frutas e, raramente, mel. Essas diversas preparações faziam do chocolate uma bebida entre o amargo e o doce, com um toque apimentado, realmente muito exótico. Na época quase não existiam preparações com a adição de doce.

O chocolate não era só bebido por prazer, era também indicado como medicamento, afrodisíaco e antídoto da fadiga. Não era à toa que o chocolate era tido como um elixir para os feiticeiros Mayas, sendo indicado como estimulante ou até como pomada analgésica. Já a manteiga de cacau tinha uma indicação diferente, era um ungüento para o tratamento de ferimentos.

O uso do cacau não se limitava às bebidas dos nobres ou aos medicamentos, era também usada como moeda de troca. Para adquirir um coelho, bastavam quatro sementes, mas ter um escravo era preciso ter cem frutas.

Com o desaparecimento dos Mayas  Por volta de 900 d.C., que foi quando o império Maya extinguiu-se misteriosamente, surgindo, então no vácuo deles, os talentosos Toltecas, e, seguidos posteriormente pelos Aztecas do México, que ocuparam o mesmo território dos Mayas. Nesta época, as bebidas à base das sementes de cacau, batizadas pelos Astecas como   tchocolathl (bebida amarga) desempenhavam um importante papel nas cerimônias religiosas de Quetzacoalt, deus da sabedoria e do conhecimento. O cacau era respeitado como uma dávida dos deuses , por ser fonte da vitalidade.  Conta a lenda que o deus Quetzacoalt perdeu seu reino e partiu para o Yucatan (mais ao sul da atual Guatemala) em uma jangada feita de serpentes, mas prometeu voltar e retomar o seu lugar no trono. Esta lenda sempre acompanhou os Astecas e, em função disso, havia até uma previsão feita pelos astrólogos para a chegada de um rei de rosto branco (que aconteceria lá por volta de 1519), que iria libertar seu povo.  Coincidentemente, e exatamente nesta época, desembarca em terras astecas o explorador espanhol Hérnan Cortez, começando aí uma tremenda confusão. O imperador Montezuma II acreditou que Cortez era a reencarnação de Quetzacoalt, fato que facilitou a penetração do explorador, que foi recebido com honras e um imenso banquete, regado com muito tchocolathl  servido em taças de ouro. Começa, então, a história do chocolate para o resto do mundo . Mais Cortez não apreciou a bebida, considerando-a de sabor estranho  (já que na verdade era mesmo um tanto amarga e apimentada), porém ficou interessado no imenso valor do chocolate para os Astecas. Pois para eles era utilizado como moeda de troca! De volta à Espanha, o explorador convenceu o rei Carlos V a fazer uma vasta plantação de cacaueiro para “trocar” as sementes da fruta por ouro, já que esse metal precioso não tinha qualquer importância para os Astecas. Este plano teve um sucesso total, mas não deixou satisfeito ao ganancioso explorador: Anos mais tarde, Cortez invadiu de vez o México, assassinou o imperador Montezuma e fez da região uma colônia espanhola.

Em 1527, Carlos V ofereceu aos nobres espanhóis sementes de cacau trazidas da América, para que preparassem o tchocolathl e e avaliassem o sabor da bebida. Para decepção do monarca, a nobreza espanhola não se entusiasmou nem um pouco com a bebida. Assim, desistiu-se do cacau até 1585, quando chegou à Espanha um carregamento de sementes de cacau vindo do Brasil, na época denominado de Vera Cruz. Apesar de Hernán Cortez ter sido o primeiro europeu a reconhecer o potencial do chocolate, foi Cristovão Colombo que recebeu o mérito de levar o cacau à Europa.  Em 1528, voltou para a Espanha trazendo o cacau e as ferramentas que os aztecas usavam, e todo o necessário para seu preparo. Com o passar do tempo, os espanhóis começaram a agregar açúcar a outros adoçantes a bebida, tornando-a menos amarga a mais palatável, portanto, ao gosto Europeu. A partir daí, o chocolate começou definitivamente a fazer sua história...

2 comentários:

  1. Perfeito o seu texto! Huuuuuuummm que delícia!

    ResponderExcluir
  2. Muito boa sua postagem sobre o chocolate. Adoro chocolate, difícil passar mais de dois dias sem comer um! Mesmo que só um pedacinho!:-)

    ResponderExcluir