
No limiar do terceiro milênio, a humanidade parece definitivamente condenada a resolver os paradigmas que ela mesma criou: ou é capaz de desvendar o mistério da modernidade, ou sucumbirá diante de seu imenso poder. A mundialização do processo produtivo, também chamada de globalização; a automação proporcionada pelos imensos avanços tecnológicos; a biotecnologia, que rompeu definitivamente com todos os limites estabelecidos pela natureza na área de produção de alimentos e mais recentemente a Internet, que tornou possível, pela primeira vez na história da humanidade, a construção de uma identidade global, a partir do fluxo contínuo e ilimitado de informações, oriundo de todas as partes do planeta e acessíveis à qualquer um que esteja conectado á grande rede, são os elementos constituintes daquilo que podemos chamar de modernidade...
Tudo seria simples se esses avanços NÃO tivessem ocorrido dentro de um contexto global marcado pelos interesses econômicos, políticos, sociais, culturais, sexuais e ideológicos, se a modernidade não carregasse consigo a ambigüidade característica de todas as criações humanas: a globalização econômica provocou um surto de crescimento só comparado ao verificado no período subseqüente à Revolução Francesa; que como naquela época, também condenou à barbárie mais de um terço da população global; essa mesma população que hoje permanece alijada do processo produtivo; os excluídos da era digital... da biotecnologia, que utiliza a engenharia genética para produzir alimentos, (pesquisas de DNA) e tanto pode significar a erradicação definitiva da fome, quanto pode submeter completamente toda humanidade à sanha de lucro e uma só empresa mundial produtora de sementes (Mosanto?); os avanços tecnológicos, por sua vez, podem conduzir à libertação do trabalho braçal ou a uma exclusão ainda maior de trabalhadores da sociedade produtiva; e a Internet, a grande ferramenta do conhecimento humano deste século, tanto pode ser utilizada por um pesquisador quanto por um terrorista que a usa para difundir técnicas de terrorismo.
No olho deste furacão, temos o homem moderno, com seus conceitos milenares, (a sub-educação: os analfabetos de nossa era que apenas tem primeiro Grau e por cima incompleto), e o corja da população que graças a TV pensam que sabem, pensam que PENSAM! com seus preconceitos ainda mais antigos, incapaz de responder aos seus mais simples questionamentos, perseguido pela paranóia do apocalipse (e a expansão desordenada de múltiplas religiões... mais uma vez: graças a TV!), e alienado de tal forma que se transforma em objeto de sua própria criação: não parece capaz de decifrar o mistério da modernidade que ele mesmo criou. Como não podemos travar ou fazer girar ao contrário a roda da história, cabe a esta geração a tarefa árdua, contudo instigante, de superar a ambigüidade, de decifrar a esfinge e de utilizar para o bem do homem e para a felicidade geral da humanidade aquilo que ela mesma criou. Para isso, não existem receitas prontas nem um caminho predeterminado, mas talvez seja necessário aliar à nossa genialidade um sentimento muito antigo, mas que encontra-se em desuso: Amor pelo homem e pela vida: “Ama ao teu próximo como a mim mesmo”... soa familiar, não?
é por ai....beijus
ResponderExcluirPuxa, quanta informação! Como consegues?Beijos!
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