segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

I Ching


O I Ching foi criado na China há cerca de cinco mil anos e não tem uma história com dados precisos e exatos. No entanto, é possível afirmar que ele nasceu antes da escrita chinesa, pois trabalha com linhas básicas, formando os trigramas, de três linhas, e finalmente o hexagrama, contendo seis linhas, cada uma com um significado. É daí que vem a resposta do oráculo.
O I Ching é considerado o mais antigo livro da China. Sua origem, ou pelo menos a de seus oito símbolos fundamentais, denominados trigramas, é atribuída a Fu Hsi (ou Fu-Xi), por volta de 5500 anos a.C. (antes de Cristo). É pela combinação dos 8 trigramas que se formam os 64 hexagramas, portadores do corpo de ensinamentos do Livro.

Fu Hsi, esse lendário imperador, também é representado como um deus .. da “montanha”. A fonte inspiradora do Livro remonta à Era de Ouro da humanidade, durante a qual se diz que os guias e instrutores bebiam direto da fonte da consciência.

O segundo personagem ligado ao I Ching é o Imperador Wen, fundador da Dinastia Chou (1121-256 a.C.), a quem se atribui a autoria dos 64 “Julgamentos”, ou seja, os textos que explicam os hexagramas. Pois já tinham decorridos mais de 4000 anos desde os tempos de Fu Hsi, e estando mais afastados da fonte, mesmo os pesquisadores do conhecimento tinham necessidade de mais orientações para compreender os símbolos primordiais que começavam a parecer herméticos.

Ao Príncipe Chou, filho do Imperador Wen, são atribuídos os textos das 6 linhas de cada um dos 64 hexagramas, num total de 384 "Julgamentos das linhas". Com ele completaram-se os textos tradicionais do Livro, que hoje contam mais de 3000 anos.

Finalmente, (e este é o momento de ouro desta filosofia) coube a Confúcio (551-479 a.C.) dar ao I Ching a feição que conhecemos modernamente. Seus comentários, registrados em sete obras, boa parte das quais agregadas ao corpo do próprio Livro, facilitam a aproximação aos ensinamentos esotéricos dessa corrente de transmissão espiritual. Lembremos que Confúcio, é considerado mais profundo que Aristóteles, é a mais antiga sabedoria tanto escrita como oral, transmitida incólume ate nossos dias. E mais: considerada com maior numero de leitores que a Bíblia...

O I Ching e o Ocidente
O contato do mundo ocidental com o I Ching se estabeleceu a partir do final do século 14, através dos relatos dos jesuítas que residiam na corte de Pequim. A primeira tradução completa do livro para o latim, feita pelo Padre Regis, surgiria apenas em 1834. No final do século 19, outras duas versões, de Legge e Filastro, ampliam a divulgação do livro na Europa.

Atualmente, a mais respeitada versão ocidental do I Ching é a obra de Richard Wilhelm, um pastor protestante que viveu muitos anos na China. Feita de início para o alemão, foi a seguir traduzida para praticamente todas as línguas ocidentais.
É um acontecimento extraordinário que religiosos católicos e protestantes tenham reconhecido a profundidade dos ensinamentos do I Ching e enfrentado todas as dificuldades que trazem a tradução de um clássico escrito em mandarim, linguagem utilizada apenas pela nobreza chinesa... para torná-lo acessível a nós, ocidentais. Trata-se de mais uma evidência do poder incomparável desse legado para a humanidade, que encontrou uma linguagem a tal ponto universal, que não levanta reações de natureza religiosa nem obstáculos culturais intransponíveis para tocar a alma de todos os seres que buscam qualidade.

Um comentário:

  1. eu também falei sobre o iching hoje, masv oteu esta muito mais completo , melhor,
    obrigada por essa luz
    parabéns!!!!
    mil beijos
    Nena

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